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O argumento do milagre em prol do realismo científico

Silva, Bruno Malavolta e January 2016 (has links)
O Realismo Científico tem sido defendido quase exclusivamente através do Argumento do Milagre, segundo o qual ou assumimos que as teorias científicas são verdadeiras ou tornamos o sucesso da atividade científica em um fenômeno misterioso e inexplicável. No primeiro momento, as principais críticas ao argumento do milagre são reunidas em cinco objeções: (i) apresenta-se uma explicação alternativa para o sucesso da ciência que não assuma a verdade das teorias científicas e que compita com a explicação realista; (ii) defende-se que a hipótese realista não é uma explicação satisfatória para o sucesso da ciência, acusando-a de vacuidade explicativa, ou (iii) acusando-a de não satisfazer os critérios de rigor metodológico científico que ela mesmo impõe à justificação de teorias; (iv) afirma-se que o argumento seja uma petição de princípio, por pressupor uma regra de inferência abdutiva aceita apenas pela posição realista; (v) propõe-se que o argumento constitua uma falácia estatística ao ignorar um índice de fundo relevante. Ao replicar às objeções apresentadas, alguns autores propõem distinguir entre uma versão semântica do argumento, baseada no sucesso empírico obtido pelas teorias científicas enquanto entidades semânticas; e uma versão metodológica do argumento, baseada no sucesso pragmático dos cientistas em escolher teorias férteis e descobrir teorias bem sucedidas. Além disso, outros autores propõem uma segunda distinção entre uma versão geral do argumento, baseada estatisticamente no sucesso generalizado das teorias científicas, e uma versão retalhada do argumento, baseada na sua aplicação específica a uma teoria tomada individualmente. Após comparar as vantagens e desvantagens de cada interpretação, critica-se a relevância das distinções propostas e defende-se uma versão do argumento que sintetize suas diferentes interpretações de modo a solucionar as objeções inicialmente apresentadas. / Scientific Realism has been defended almost exclusively by the Non-Miracle Argument, which states that either it‘s assumed that scientific theories are true or the success of the scientific enterprise becomes a mysterious and unexplainable fact. At first, the main criticisms of the Non-Miracle Argument are gathered in five objections: (i) it‘s presented an alternative explanation to the success of science that competes with the realist explanation and does not assume the truth of the scientific theories; (ii) it‘s defended that the realist hypothesis is not a satisfactory explanation to the success of science, charging it of being an empty explanation, or (iii) charging its capacities to reach the scientific methodological rigorousness that itself imposes to the warrant of theories; (iv) it‘s affirmed that the argument is a petition principii, on account of presupposing an abductive rule of inference accepted only by the realist perspective; (v) it‘s proposed that the argument constitutes a statistical fallacy on account of neglecting a relevant base rate; When replying to the presented objections, some authors come up with the distinction between a semantic version of the argument, based on the empiric success reached by scientific theories considered as semantic entities, and a methodological version of the argument, based on the pragmatic success of scientists at choosing fruitful theories and discovering succeeded theories. Furthermore, other authors offer a second distinction between a general version of the argument, statistically based on the generalized success of science, and a retail version of the argument, based on its specific application to an individual theory. After comparing the advantages and drawbacks of each interpretation, the relevance of each distinction is reanalyzed and a new version of the argument by making a synthesis of its different interpretations is defended in a way to answer the five initial objections.
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O argumento do milagre em prol do realismo científico

Silva, Bruno Malavolta e January 2016 (has links)
O Realismo Científico tem sido defendido quase exclusivamente através do Argumento do Milagre, segundo o qual ou assumimos que as teorias científicas são verdadeiras ou tornamos o sucesso da atividade científica em um fenômeno misterioso e inexplicável. No primeiro momento, as principais críticas ao argumento do milagre são reunidas em cinco objeções: (i) apresenta-se uma explicação alternativa para o sucesso da ciência que não assuma a verdade das teorias científicas e que compita com a explicação realista; (ii) defende-se que a hipótese realista não é uma explicação satisfatória para o sucesso da ciência, acusando-a de vacuidade explicativa, ou (iii) acusando-a de não satisfazer os critérios de rigor metodológico científico que ela mesmo impõe à justificação de teorias; (iv) afirma-se que o argumento seja uma petição de princípio, por pressupor uma regra de inferência abdutiva aceita apenas pela posição realista; (v) propõe-se que o argumento constitua uma falácia estatística ao ignorar um índice de fundo relevante. Ao replicar às objeções apresentadas, alguns autores propõem distinguir entre uma versão semântica do argumento, baseada no sucesso empírico obtido pelas teorias científicas enquanto entidades semânticas; e uma versão metodológica do argumento, baseada no sucesso pragmático dos cientistas em escolher teorias férteis e descobrir teorias bem sucedidas. Além disso, outros autores propõem uma segunda distinção entre uma versão geral do argumento, baseada estatisticamente no sucesso generalizado das teorias científicas, e uma versão retalhada do argumento, baseada na sua aplicação específica a uma teoria tomada individualmente. Após comparar as vantagens e desvantagens de cada interpretação, critica-se a relevância das distinções propostas e defende-se uma versão do argumento que sintetize suas diferentes interpretações de modo a solucionar as objeções inicialmente apresentadas. / Scientific Realism has been defended almost exclusively by the Non-Miracle Argument, which states that either it‘s assumed that scientific theories are true or the success of the scientific enterprise becomes a mysterious and unexplainable fact. At first, the main criticisms of the Non-Miracle Argument are gathered in five objections: (i) it‘s presented an alternative explanation to the success of science that competes with the realist explanation and does not assume the truth of the scientific theories; (ii) it‘s defended that the realist hypothesis is not a satisfactory explanation to the success of science, charging it of being an empty explanation, or (iii) charging its capacities to reach the scientific methodological rigorousness that itself imposes to the warrant of theories; (iv) it‘s affirmed that the argument is a petition principii, on account of presupposing an abductive rule of inference accepted only by the realist perspective; (v) it‘s proposed that the argument constitutes a statistical fallacy on account of neglecting a relevant base rate; When replying to the presented objections, some authors come up with the distinction between a semantic version of the argument, based on the empiric success reached by scientific theories considered as semantic entities, and a methodological version of the argument, based on the pragmatic success of scientists at choosing fruitful theories and discovering succeeded theories. Furthermore, other authors offer a second distinction between a general version of the argument, statistically based on the generalized success of science, and a retail version of the argument, based on its specific application to an individual theory. After comparing the advantages and drawbacks of each interpretation, the relevance of each distinction is reanalyzed and a new version of the argument by making a synthesis of its different interpretations is defended in a way to answer the five initial objections.
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Genes: questões epistemológicas, conceitos relacionados e visões de estudantes de graduação

Joaquim, Leyla Mariane January 2009 (has links)
Submitted by Edileide Reis (leyde-landy@hotmail.com) on 2014-09-10T11:38:00Z No. of bitstreams: 1 Leyla Mariane Joaquim.pdf: 1127740 bytes, checksum: 9e2260ce6f29daac966c47ce9526ef54 (MD5) / Approved for entry into archive by Fatima Cleômenis Botelho Maria (botelho@ufba.br) on 2014-09-11T15:50:37Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Leyla Mariane Joaquim.pdf: 1127740 bytes, checksum: 9e2260ce6f29daac966c47ce9526ef54 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-09-11T15:50:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Leyla Mariane Joaquim.pdf: 1127740 bytes, checksum: 9e2260ce6f29daac966c47ce9526ef54 (MD5) / Debates sobre os conceitos de gene e informação são importantes tópicos na filosofia da biologia atual e, mais recentemente, na própria biologia. Diante da proliferação de significados atribuídos ao termo ‘gene’ e das dificuldades enfrentadas por este conceito para dar conta da diversidade e complexidade da arquitetura genômica, argumentamos que o conceito de gene está em crise e demanda por uma revisão conceitual. Com relação ao conceito de informação, concordamos com autores que argumentam que o atual estado do conceito de informação em biologia não é mais do que uma metáfora em busca de uma teoria que possa lhe conferir um sentido preciso. Os debates sobre os conceitos de gene e informação na literatura filosófica e biológica têm também implicações importantes para o Ensino de Genética. Com o intuito de contribuir com uma abordagem mais critica destes conceitos no ensino, nós investigamos as concepções acerca de genes e informação de estudantes de graduação em Ciências Biológicas de duas universidades (Universidade Federal do Paraná – UFPR e Universidade Federal da Bahia – UFBA). As diferenças observadas nessas concepções entre estudantes que cursaram ou não disciplinas de genética, nos permitiu fazer inferências sobre a influência das disciplinas sobre tais concepções. Tal investigação se deu por meio da aplicação de um questionário com um total de 11 questões a 112 estudantes. Os resultados obtidos indicam a necessidade de transformar o ensino sobre genes, função gênica e informação no ensino de genética, de modo a criar melhores condições para a distinção entre diferentes modelos, os contextos históricos de sua construção, os contextos apropriados para sua aplicação e a aproximação entre a abordagem em sala de aula e a literatura sobre o tema. Adicionalmente, nesta dissertação discutimos alguns aspectos históricos e epistemológicos a respeito destes debates. Analisamos alguns episódios da história da genética sob uma perspectiva que enfatizou o conflito entre posições realistas e anti-realistas, o qual gira em torno da discussão do modo mais adequado de interpretar teorias científicas que se referem às entidades inobserváveis, como os genes. Apresentamos diversas abordagens dos pesquisadores, as quais oscilam entre visões mais inclinadas para o realismo ou para o anti-realismo. A dialética entre estas visões foi, e ainda é, bastante frutífero para a compreensão do mundo dos genes. Concluímos que o desenvolvimento histórico da noção de gene é um excelente exemplo de que nem os realistas são ingênuos nem os anti-realistas são intolerantes com o inobservável. Argumentamos que a adoção de posições instrumentalistas pelos pesquisadores nos dias de hoje pode colaborar para o desenvolvimento de uma biologia construída em torno de processos e não de entidades.
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O argumento do milagre em prol do realismo científico

Silva, Bruno Malavolta e January 2016 (has links)
O Realismo Científico tem sido defendido quase exclusivamente através do Argumento do Milagre, segundo o qual ou assumimos que as teorias científicas são verdadeiras ou tornamos o sucesso da atividade científica em um fenômeno misterioso e inexplicável. No primeiro momento, as principais críticas ao argumento do milagre são reunidas em cinco objeções: (i) apresenta-se uma explicação alternativa para o sucesso da ciência que não assuma a verdade das teorias científicas e que compita com a explicação realista; (ii) defende-se que a hipótese realista não é uma explicação satisfatória para o sucesso da ciência, acusando-a de vacuidade explicativa, ou (iii) acusando-a de não satisfazer os critérios de rigor metodológico científico que ela mesmo impõe à justificação de teorias; (iv) afirma-se que o argumento seja uma petição de princípio, por pressupor uma regra de inferência abdutiva aceita apenas pela posição realista; (v) propõe-se que o argumento constitua uma falácia estatística ao ignorar um índice de fundo relevante. Ao replicar às objeções apresentadas, alguns autores propõem distinguir entre uma versão semântica do argumento, baseada no sucesso empírico obtido pelas teorias científicas enquanto entidades semânticas; e uma versão metodológica do argumento, baseada no sucesso pragmático dos cientistas em escolher teorias férteis e descobrir teorias bem sucedidas. Além disso, outros autores propõem uma segunda distinção entre uma versão geral do argumento, baseada estatisticamente no sucesso generalizado das teorias científicas, e uma versão retalhada do argumento, baseada na sua aplicação específica a uma teoria tomada individualmente. Após comparar as vantagens e desvantagens de cada interpretação, critica-se a relevância das distinções propostas e defende-se uma versão do argumento que sintetize suas diferentes interpretações de modo a solucionar as objeções inicialmente apresentadas. / Scientific Realism has been defended almost exclusively by the Non-Miracle Argument, which states that either it‘s assumed that scientific theories are true or the success of the scientific enterprise becomes a mysterious and unexplainable fact. At first, the main criticisms of the Non-Miracle Argument are gathered in five objections: (i) it‘s presented an alternative explanation to the success of science that competes with the realist explanation and does not assume the truth of the scientific theories; (ii) it‘s defended that the realist hypothesis is not a satisfactory explanation to the success of science, charging it of being an empty explanation, or (iii) charging its capacities to reach the scientific methodological rigorousness that itself imposes to the warrant of theories; (iv) it‘s affirmed that the argument is a petition principii, on account of presupposing an abductive rule of inference accepted only by the realist perspective; (v) it‘s proposed that the argument constitutes a statistical fallacy on account of neglecting a relevant base rate; When replying to the presented objections, some authors come up with the distinction between a semantic version of the argument, based on the empiric success reached by scientific theories considered as semantic entities, and a methodological version of the argument, based on the pragmatic success of scientists at choosing fruitful theories and discovering succeeded theories. Furthermore, other authors offer a second distinction between a general version of the argument, statistically based on the generalized success of science, and a retail version of the argument, based on its specific application to an individual theory. After comparing the advantages and drawbacks of each interpretation, the relevance of each distinction is reanalyzed and a new version of the argument by making a synthesis of its different interpretations is defended in a way to answer the five initial objections.
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO COMO QUESTÃO TEÓRICA: mapeamento e análise de possibilidades conceituais / Media as a theoretical issue: mapping and analylis of conceptual possibilities

Pereira, Amanda Luiza dos S. 10 May 2017 (has links)
Submitted by Noeme Timbo (noeme.timbo@metodista.br) on 2017-10-06T19:46:11Z No. of bitstreams: 1 Amanda Pereira2.pdf: 2672065 bytes, checksum: c965b7e1cad8efcab7ba8969d65fdf7e (MD5) / Made available in DSpace on 2017-10-06T19:46:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Amanda Pereira2.pdf: 2672065 bytes, checksum: c965b7e1cad8efcab7ba8969d65fdf7e (MD5) Previous issue date: 2017-05-10 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This research is motivated by the question What is Media in the approaches circumscribed by the national production? Because of this, the surveys are specifically related to the field of Communication have been integrally linked to the references were used in Stricto Sensu courses and in periodicals and annals of national scope of the last seven years. With the objective of mapping conceptual proposals about Media and based on Lope’s methodology (2005), an analysis of recent publications and texts that can be designated as Communication Classics was carried out, which was subdivided into methodical-technical and theoretical-epistemological procedures of in order to identify and evaluate arguments on Media issue. Through the results obtained the main conclusions are: in recent texts media is a conceptual gap, since the problematization directed to the concept itself is representative in less than 1% of the texts analyzed. In relation to the classical texts, although there are some clues of space for the f hypothetical constructions that collaborate for the conceptualization, the intuition of the epistemological debate, on the prominence of the non-specialized use of the term are confirmed / Esta pesquisa é motivada pela pergunta Que é Meio de Comunicação nas abordagens circunscritas pela produção nacional? Em razão disso, os levantamentos realizados especificamente sobre o domínio da Comunicação foram integralmente vinculados às referências utilizadas nos cursos de pós-graduação Stricto Sensu e em periódicos e anais de abrangência nacional dos últimos sete anos. Com o objetivo de mapear proposituras conceituais acerca de Meio de Comunicação e baseada na proposta metodológica de Lopes (2005), foi realizada uma análise subdivida em procedimentos de cunho metódico-técnico e teórico-epistemológico das publicações recentes e de textos que podem ser designados como clássicos da área, visando identificar e avaliar argumentos sobre a questão. Mediante os resultados obtidos as principais conclusões são: em textos recentes Meio de Comunicação é uma lacuna conceitual, visto que a problematização direcionada ao conceito em si é representativa em menos de 1% dos textos analisados. Em relação aos textos clássicos, embora se tenha algumas pistas de espaços para a formulação de construções hipotéticas que colaborem para a conceituação, confirmam-se as intuições do debate epistemológico que apontam para a proeminência do uso não especializado do termo.
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Sobre el mito de que el realismo científico ha muerto

Cordero-Lecca, Alberto 09 April 2018 (has links)
Se cree en algunos círculos que el proyecto del realismo científico lleva tiempo muerto, a manos –reza la historia– de las críticas propuestas en el último siglo por Thomas Kuhn, Bas van Fraassen, Larry Laudan y otros importantes pensadores. Entre las jugadas libradas en su contra se destacan algunos argumentos globales sobre la infradeterminación empírica de las teorías, así como argumentos inductivos en contra del modelo de refinamiento acumulativo del avance del conocimiento científico. La fuerza de tales argumentos, tal como se los ha presentado, parece, sin embargo, grandemente exagerada. Y aunque el proyecto del realismo científico dista de estar completo, tampoco hay un caso contundente que permita declararlo en agonía (y mucho menos muerto), o tal es mi argumento en este trabajo.
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Um estudo do argumento do milagre na defesa do realismo científico / A study of the miracle argument in defense of scientific realism

Souza, Edna Alves de 11 December 2014 (has links)
O objetivo principal desta tese é argumentar a favor da intuição básica do realismo científico, com o apoio de uma versão fortalecida e articulada do argumento do milagre. O realismo científico é uma concepção filosófica da ciência que assume uma atitude epistêmica otimista frente aos resultados da investigação científica que abrangem aspectos do mundo tanto observáveis como inobserváveis. Segundo o realismo científico, as entidades inobserváveis postuladas pelas teorias científicas bem-sucedidas têm existência real e essas teorias são verdadeiras ou aproximadamente verdadeiras. Essa atitude positiva é contestada por diversas perspectivas filosóficas conhecidas coletivamente como formas de antirrealismo científico (positivismo lógico, instrumentalismo, empirismo construtivo, historicismo, construtivismo social etc.). Procuramos analisar e rebater três importantes modalidades de argumentação antirrealista: a subdeterminação empírica das teorias, a indução pessimista e a circularidade viciosa da inferência da melhor explicação. Argumentamos que não obstante as diferenças que se mantêm entre as concepções realistas da ciência, o chamado argumento do milagre constitui uma peça central na defesa do realismo científico. Esse argumento se expressa na célebre formulação de Putnam (1975, p. 73), [...] o realismo científico é a única filosofia que não faz do sucesso da ciência um milagre. Para o realista científico, a ciência é bem-sucedida em explicar e prever fenômenos, inclusive novos, porque suas melhores teorias (maduras, não ad hoc, bem-sucedidas empírica e instrumentalmente, provedora de previsões novas, fecundas etc.) são (parcial ou aproximadamente) verdadeiras e as entidades inobserváveis postuladas por essas teorias realmente existem. Argumentamos também que outros esquemas de explicação para o êxito científico baseados em visões antirrealistas ou não-realistas da ciência são insatisfatórios. Examinamos diversas formas de fortalecer o argumento do milagre mediante as qualificações de novidade preditiva e fecundidade teórica, e concluímos que esse argumento continua sendo basilar e estratégico na defesa do realismo científico. / The main objective of this thesis is to argue in favor of the basic intuition of scientific realism, with the support of a strengthened and articulated version of the miracle argument. Scientific realism is a philosophical conception of science that takes an optimistic epistemic attitude towards the results of scientific research concerning both observable and unobservable aspects of the world. According to scientific realism, the unobservable entities postulated by successful scientific theories actually exist, and these theories are true or approximately true. This positive attitude is challenged by various philosophical perspectives known collectively as forms of scientific antirealism (logical positivism, instrumentalism, constructive empiricism, historicism, social constructivism, etc.). We analyze and rebut three important modalities of the antirealist argument: empirical underdetermination of theories, pessimistic induction, and the vicious circularity of inference to the best explanation. We argue that despite the differences that remain between the realist conceptions of science, the so-called miracle argument is a centerpiece in the defense of scientific realism. This argument is expressed in Putnams famous formulation (1975a, p. 73): [...] realism is the only philosophy that doesnt make the success of the science a miracle. For the scientific realist, science is successful in explaining and predicting phenomena, including new ones, because its best theories (mature, not ad hoc, successful empirically and instrumentally, providing new forecasts, fruitful, etc.) are (partially or approximately) true and the unobservable entities postulated by these theories really exist. We also argue that other schemes of explanation of scientific success, based on antirealist or non-realist views of science, are unsatisfactory. We examine various ways of strengthening the miracle argument based on the notions of predictive novelty and theoretical fruitfulness, and we conclude that this argument remains fundamental and strategic in the defense of scientific realism.
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Um estudo do argumento do milagre na defesa do realismo científico / A study of the miracle argument in defense of scientific realism

Edna Alves de Souza 11 December 2014 (has links)
O objetivo principal desta tese é argumentar a favor da intuição básica do realismo científico, com o apoio de uma versão fortalecida e articulada do argumento do milagre. O realismo científico é uma concepção filosófica da ciência que assume uma atitude epistêmica otimista frente aos resultados da investigação científica que abrangem aspectos do mundo tanto observáveis como inobserváveis. Segundo o realismo científico, as entidades inobserváveis postuladas pelas teorias científicas bem-sucedidas têm existência real e essas teorias são verdadeiras ou aproximadamente verdadeiras. Essa atitude positiva é contestada por diversas perspectivas filosóficas conhecidas coletivamente como formas de antirrealismo científico (positivismo lógico, instrumentalismo, empirismo construtivo, historicismo, construtivismo social etc.). Procuramos analisar e rebater três importantes modalidades de argumentação antirrealista: a subdeterminação empírica das teorias, a indução pessimista e a circularidade viciosa da inferência da melhor explicação. Argumentamos que não obstante as diferenças que se mantêm entre as concepções realistas da ciência, o chamado argumento do milagre constitui uma peça central na defesa do realismo científico. Esse argumento se expressa na célebre formulação de Putnam (1975, p. 73), [...] o realismo científico é a única filosofia que não faz do sucesso da ciência um milagre. Para o realista científico, a ciência é bem-sucedida em explicar e prever fenômenos, inclusive novos, porque suas melhores teorias (maduras, não ad hoc, bem-sucedidas empírica e instrumentalmente, provedora de previsões novas, fecundas etc.) são (parcial ou aproximadamente) verdadeiras e as entidades inobserváveis postuladas por essas teorias realmente existem. Argumentamos também que outros esquemas de explicação para o êxito científico baseados em visões antirrealistas ou não-realistas da ciência são insatisfatórios. Examinamos diversas formas de fortalecer o argumento do milagre mediante as qualificações de novidade preditiva e fecundidade teórica, e concluímos que esse argumento continua sendo basilar e estratégico na defesa do realismo científico. / The main objective of this thesis is to argue in favor of the basic intuition of scientific realism, with the support of a strengthened and articulated version of the miracle argument. Scientific realism is a philosophical conception of science that takes an optimistic epistemic attitude towards the results of scientific research concerning both observable and unobservable aspects of the world. According to scientific realism, the unobservable entities postulated by successful scientific theories actually exist, and these theories are true or approximately true. This positive attitude is challenged by various philosophical perspectives known collectively as forms of scientific antirealism (logical positivism, instrumentalism, constructive empiricism, historicism, social constructivism, etc.). We analyze and rebut three important modalities of the antirealist argument: empirical underdetermination of theories, pessimistic induction, and the vicious circularity of inference to the best explanation. We argue that despite the differences that remain between the realist conceptions of science, the so-called miracle argument is a centerpiece in the defense of scientific realism. This argument is expressed in Putnams famous formulation (1975a, p. 73): [...] realism is the only philosophy that doesnt make the success of the science a miracle. For the scientific realist, science is successful in explaining and predicting phenomena, including new ones, because its best theories (mature, not ad hoc, successful empirically and instrumentally, providing new forecasts, fruitful, etc.) are (partially or approximately) true and the unobservable entities postulated by these theories really exist. We also argue that other schemes of explanation of scientific success, based on antirealist or non-realist views of science, are unsatisfactory. We examine various ways of strengthening the miracle argument based on the notions of predictive novelty and theoretical fruitfulness, and we conclude that this argument remains fundamental and strategic in the defense of scientific realism.
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A metateoria social de Herbert Blumer: esboço para uma reconstrução metodológica do interacionismo simbólico / The Social Metatheory of Herbert Blumer: outline for a methodological reconstruction of Symbolic Interactionism

Milanello, Henrique Nagashima 30 October 2014 (has links)
Este trabalho é uma tentativa de reconstrução metodológica parcial do pensamento de Herbert Blumer e de seu interacionismo simbólico sob a luz da polêmica entre causalidade e compreensão, que emerge no seio das discussões acerca da natureza das explicações nas ciências sociais. Assim, tem-se enfocado principalmente sua tese de doutorado, Method in Social Psychology, a fim de deslindar a concatenação dos elementos explícitos e implícitos de fundamentação ontológica, epistemológica e lógica em um esquema-base compreensivo. Com ele, pretende-se analisar mais detalhadamente o modo como o pensamento de Blumer se estrutura metateoricamente e como o impasse de suas reflexões teóricas vêm a incorrer em problemáticas contidas nessa estrutura. Ao final, tem-se indicado um passo de uma mera reconstrução analítico-descritiva, tateando em Weber, Schütz e no realismo científico as bases para um desenvolvimento analítico-crítico de sua metateoria compreensiva. / This work is an attempt to a partial reconstruction of the methodological thinking of Herbert Blumer and its symbolic interactionism in the light of the controversy between causality and understanding. This controversy emerges within discussions about the nature of explanation in the social sciences. Thus, we have focused mainly on his doctoral thesis, Method in Social Psychology, in order to disentangle the concatenation of the explicit and implicit elements of ontological, epistemological and logical reasoning in his metatheoretical scheme of understanding. With it, we intend to analyze in more detail how the thought of Blumer is metatheoretically structured and how the dilemma of its theoretical reflections come to incur in problematic issues contained in this structure. At the end, it has been indicated a next step from a mere analytical-descriptive reconstruction, groping Weber, Schütz and the scientific realism as basis for an analytical-critical development of its metatheory of understanding
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A metateoria social de Herbert Blumer: esboço para uma reconstrução metodológica do interacionismo simbólico / The Social Metatheory of Herbert Blumer: outline for a methodological reconstruction of Symbolic Interactionism

Henrique Nagashima Milanello 30 October 2014 (has links)
Este trabalho é uma tentativa de reconstrução metodológica parcial do pensamento de Herbert Blumer e de seu interacionismo simbólico sob a luz da polêmica entre causalidade e compreensão, que emerge no seio das discussões acerca da natureza das explicações nas ciências sociais. Assim, tem-se enfocado principalmente sua tese de doutorado, Method in Social Psychology, a fim de deslindar a concatenação dos elementos explícitos e implícitos de fundamentação ontológica, epistemológica e lógica em um esquema-base compreensivo. Com ele, pretende-se analisar mais detalhadamente o modo como o pensamento de Blumer se estrutura metateoricamente e como o impasse de suas reflexões teóricas vêm a incorrer em problemáticas contidas nessa estrutura. Ao final, tem-se indicado um passo de uma mera reconstrução analítico-descritiva, tateando em Weber, Schütz e no realismo científico as bases para um desenvolvimento analítico-crítico de sua metateoria compreensiva. / This work is an attempt to a partial reconstruction of the methodological thinking of Herbert Blumer and its symbolic interactionism in the light of the controversy between causality and understanding. This controversy emerges within discussions about the nature of explanation in the social sciences. Thus, we have focused mainly on his doctoral thesis, Method in Social Psychology, in order to disentangle the concatenation of the explicit and implicit elements of ontological, epistemological and logical reasoning in his metatheoretical scheme of understanding. With it, we intend to analyze in more detail how the thought of Blumer is metatheoretically structured and how the dilemma of its theoretical reflections come to incur in problematic issues contained in this structure. At the end, it has been indicated a next step from a mere analytical-descriptive reconstruction, groping Weber, Schütz and the scientific realism as basis for an analytical-critical development of its metatheory of understanding

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