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Caracterização dos hábitos bênticos do Banco de Abrolhos (BA) com a utilização de imagens de veículo submersível de operação remota (ROV) / Abrolhos Bank benthic habitats image surveys using a remotely operated vehicle (ROV)

Ferreira, Renato Vinicius 03 April 2013 (has links)
O objetivo deste trabalho foi caracterizar os hábitats bênticos do Banco de Abrolhos e comparar dois tipos de recife no local: rasos e mesofóticos. Foram feitas filmagens com um ROV em 20 estações ao redor do Banco para um estudo em mesoescala. Para a comparação dos recifes, foram feitas filmagens nos recifes rasos de Sebastião Gomes e Parcel dos Abrolhos e na área mesofótica de Itacolomis. As imagens foram analisadas através do programa CPCe®. Foram calculadas a abundância total das espécies por área e por estação e os índices de diversidade e equitabilidade. As estações foram comparadas através do cálculo da similaridade de Bray Curtis e de uma análise fatorial de correspondência (AFC). Nas estações ao redor do Banco foi constatado uma extensa área de rodolitos na parte externa e áreas de fundo inconsolidado na região mais interna. Os bancos de rodolito ocorreram sempre em profundidades maiores que 30 metros. Nos recifes rasos houve uma dominância de macroalgas (ca. 23%), octocorais (ca. 16%) e zoantídeos (ca. 14%), sendo sempre mais diversos que os bancos de rodolitos. O recife mesofótico de Itacolomis teve cobertura predominantemente rodolítica (ca. 48%). Dentre os outros organismos encontrados, os mais abundantes foram macroalgas (ca. 17%) e esponjas (ca. 4%). Abrolhos é o ecossistema mais rico do Atlântico Sul e se encontra severamente ameaçado. Pouco se conhece ainda sobre seu funcionamento e sobre suas áreas mais profundas. Estudos como este são necessários para entender e conservar o Banco de Abrolhos. / The benthic habitats of Abrolhos Bank were characterized and two kind of reefs were compared: shallow and mesophotic. Video footage was taken in 20 sites on the Bank using an ROV. Other footages were taken on the shallow reefs Sebastião Gomes and Parcel dos Abrolhos and at the mesophotic Itacolomis to make the comparison. Still images from videos were analyzed using the CPCe® program. We calculated the total abundance, diversity and equitability of epibenthic species. We also compared the sites using the similarity index of Bray Curtis and a correspondence analysis (CFA). Large rhodolith beds were found on the Bank edges, with inner sites composed mainly by soft bottoms. Rhodolith beds were always found at depths greater than 30 meters. At the shallow reefs macroalgae (ca. 23%), octocorals (ca. 16%) and zoanthids (ca. 14%) dominated. These sites presented higher epibenthic diversity than rhodolith beds. Rhodoliths dominated in the mesophotic area of Itacolomis reef with ca. 48% coverage. Other abundant organisms were macroalgae (ca. 17%) and sponges (ca. 4%). Abrolhos is the richest ecosystem in the South Atlantic ocean and it is severely threatened. There is still little information available, specially for the deeper zone. More researches like the one presented herein are very important and necessary to understand and conserve Abrolhos Bank.
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Caracterização dos hábitos bênticos do Banco de Abrolhos (BA) com a utilização de imagens de veículo submersível de operação remota (ROV) / Abrolhos Bank benthic habitats image surveys using a remotely operated vehicle (ROV)

Renato Vinicius Ferreira 03 April 2013 (has links)
O objetivo deste trabalho foi caracterizar os hábitats bênticos do Banco de Abrolhos e comparar dois tipos de recife no local: rasos e mesofóticos. Foram feitas filmagens com um ROV em 20 estações ao redor do Banco para um estudo em mesoescala. Para a comparação dos recifes, foram feitas filmagens nos recifes rasos de Sebastião Gomes e Parcel dos Abrolhos e na área mesofótica de Itacolomis. As imagens foram analisadas através do programa CPCe®. Foram calculadas a abundância total das espécies por área e por estação e os índices de diversidade e equitabilidade. As estações foram comparadas através do cálculo da similaridade de Bray Curtis e de uma análise fatorial de correspondência (AFC). Nas estações ao redor do Banco foi constatado uma extensa área de rodolitos na parte externa e áreas de fundo inconsolidado na região mais interna. Os bancos de rodolito ocorreram sempre em profundidades maiores que 30 metros. Nos recifes rasos houve uma dominância de macroalgas (ca. 23%), octocorais (ca. 16%) e zoantídeos (ca. 14%), sendo sempre mais diversos que os bancos de rodolitos. O recife mesofótico de Itacolomis teve cobertura predominantemente rodolítica (ca. 48%). Dentre os outros organismos encontrados, os mais abundantes foram macroalgas (ca. 17%) e esponjas (ca. 4%). Abrolhos é o ecossistema mais rico do Atlântico Sul e se encontra severamente ameaçado. Pouco se conhece ainda sobre seu funcionamento e sobre suas áreas mais profundas. Estudos como este são necessários para entender e conservar o Banco de Abrolhos. / The benthic habitats of Abrolhos Bank were characterized and two kind of reefs were compared: shallow and mesophotic. Video footage was taken in 20 sites on the Bank using an ROV. Other footages were taken on the shallow reefs Sebastião Gomes and Parcel dos Abrolhos and at the mesophotic Itacolomis to make the comparison. Still images from videos were analyzed using the CPCe® program. We calculated the total abundance, diversity and equitability of epibenthic species. We also compared the sites using the similarity index of Bray Curtis and a correspondence analysis (CFA). Large rhodolith beds were found on the Bank edges, with inner sites composed mainly by soft bottoms. Rhodolith beds were always found at depths greater than 30 meters. At the shallow reefs macroalgae (ca. 23%), octocorals (ca. 16%) and zoanthids (ca. 14%) dominated. These sites presented higher epibenthic diversity than rhodolith beds. Rhodoliths dominated in the mesophotic area of Itacolomis reef with ca. 48% coverage. Other abundant organisms were macroalgae (ca. 17%) and sponges (ca. 4%). Abrolhos is the richest ecosystem in the South Atlantic ocean and it is severely threatened. There is still little information available, specially for the deeper zone. More researches like the one presented herein are very important and necessary to understand and conserve Abrolhos Bank.
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Serviços Ecossistêmicos Prestados por Recifes de Coral nas Ilhas de Tinharé e Boipeba, Baixo Sul da Bahia, Brasil

Elliff, Carla Isobel January 2014 (has links)
Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-02-20T18:33:58Z No. of bitstreams: 1 Carla Elliff - Dissertação.pdf: 2145266 bytes, checksum: 9d1b847021504cacb9e5e31702ebb455 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-20T18:33:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Carla Elliff - Dissertação.pdf: 2145266 bytes, checksum: 9d1b847021504cacb9e5e31702ebb455 (MD5) / Recifes de coral fornecem importantes serviços ecossistêmicos, como a provisão de alimentos, manutenção de habitats, proteção à linha de costa e oportunidades para turismo e recreação. As ilhas de Tinharé e Boipeba, Baixo Sul da Bahia, têm grande parte de seu litoral rodeado por recifes em franja, que têm sofrido diversas pressões antropogênicas crônicas. O objetivo do presente estudo foi aplicar o conceito de serviços ecossistêmicos na análise dos recifes de coral das ilhas de Tinharé e Boipeba de modo a dar suporte a ações de manejo e servir como uma ferramenta para o gerenciamento costeiro. Foram aplicados os dados do monitoramento de sete anos utilizando o protocolo Atlantic and Gulf Rapid Reef Assessment (AGRRA) para diagnosticar o estado de conservação dos recifes nas ilhas. Para o levantamento dos serviços ecossistêmicos foram realizados caminhamentos ao longo das praias para observar indicadores de ocorrência e os principais fatores estressantes para os recifes. O serviço de proteção à linha de costa foi analisado separadamente através do modelo de vulnerabilidade costeira do pacote InVEST. Para avaliar a capacidade de fornecimento de serviços pelos recifes, foi aplicado o modelo de avaliação de risco ao habitat, também do pacote InVEST. O diagnóstico AGRRA e o modelo de avaliação de risco ao habitat indicaram um estado preocupante de conservação dos recifes, com o maior risco de perda na capacidade de fornecimento de serviços em Morro de São Paulo. A ilha de Boipeba apresentou a maior ocorrência de indicadores associados a serviços prestados por recifes, seguido pela praia de Garapuá e, por último, Morro de São Paulo. Os serviços de maior ocorrência foram os de provisão de alimento, manutenção de habitats, recreação e lazer, e atratividade cênica. Enquanto os principais fatores estressantes foram a atividade turística, o uso de fossas sépticas e a pesca. Os recifes de coral apresentaram potencial de proteção à linha de costa em 50,51% da extensão das ilhas, sendo que 46,79% do litoral teria um estado de vulnerabilidade moderada a alta caso os recifes de coral desaparecessem. Torna-se preocupante a coincidência de áreas de alto risco e alta vulnerabilidade no cenário de ausência dos recifes. Conclui-se que o modelo atual de turismo deve ser alterado, assim como novas estratégias de manejo podem trazer benefícios e evitar o declínio dos recifes. / ABSTRACT - Coral reefs provide important ecosystem services such as the provision of food, habitat maintenance, shoreline protection and opportunities for tourism and recreation. The islands of Tinharé and Boipeba, Bahia, are mostly surrounded by fringing reefs, which have undergone several chronic human impacts. The objective of the present study was to apply an ecosystem approach by analyzing the ecosystem services provided by the coral reefs of the islands of Tinharé and Boipeba in order to support management actions and serve as a tool for coastal management. Data from a seven-year survey program using the Atlantic and Gulf Rapid Reef Assessment (AGRRA) protocol were used to diagnose the state of conservation of the island’s coral reefs. Ecosystem services were assessed by walking along the shoreline to observe indicators of their occurrence and the main stressful factors for the reefs. The shoreline protection service was analyzed separately by means of the coastal vulnerability model of the InVEST software. The habitat risk assessment model, also from the InVEST suite of models, was used to assess the reefs’ ability to supply services. The AGRRA diagnosis and the habitat risk assessment model indicated a concerning state of conservation, with a greater risk of losing the ability to provide services in Morro de São Paulo. The island of Boipeba presented the greatest occurrence of indicators associated to services supplied by coral reefs, followed by Garapuá beach and, lastly, Morro de São Paulo. The services of greatest occurrence were food provision, habitat maintenance, recreation, and scenic quality. While the main stressful factors were tourism activities, the use of septic tanks and fisheries. The coral reefs presented potential for shoreline protection along 50.51% of the islands. Moreover, 46.79% of the shoreline would present moderate to high vulnerability in case the coral reefs disappeared. The coincidence of areas with high risk and high vulnerability in the scenario of absence of reefs is concerning. Thus, the current model for tourism used in the area should be altered, as should new management strategies be implemented, which can bring benefits and avoid reef decline.
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Os Corais Construtores da Estrutura Holocênica do Recife da Coroa Vermelha, Abrolhos, Bahia

Vasconcelos, Mayanne Jesus Oliveira January 2014 (has links)
Submitted by Everaldo Pereira (pereira.evera@gmail.com) on 2017-02-20T19:07:31Z No. of bitstreams: 1 Dissertação_MayanneVasc_Jul.2014.pdf: 5807579 bytes, checksum: 41c4d1a3ea140e79a0c77ca7b802e443 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-02-20T19:07:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação_MayanneVasc_Jul.2014.pdf: 5807579 bytes, checksum: 41c4d1a3ea140e79a0c77ca7b802e443 (MD5) / Os recifes de coral costeiros de Abrolhos começaram a crescer há cerca de 7.500 anos A.P., quando o mar já havia inundado a plataforma continental. Com o crescimento dos corais acompanhando a subida do nível do mar, formou-se uma estrutura rochosa que serviu de suporte para a fixação de organismos possuidores de esqueleto calcário, dando origem a uma rocha carbonática recifal, de idade holocênica, que serve de suporte para o crescimento dos organismos constituintes dos recifes atuais. Dados das idades dos corais, comparados com a história do nível relativo do mar na costa da Bahia, nos últimos 7.500 anos, revelam que os recifes cresceram acompanhando a subida do nível do mar, atingindo seu clímax à aproximadamente 5.000 anos A.P. coincidindo com a altura máxima do mar que, nesta época, estava cerca de 5 m acima do nível atual. Esta fase de subida do nível relativo do mar, durante o Holoceno, favoreceu o desenvolvimento dos recifes ao longo de todo o litoral da Bahia. Em decorrência da regressão marinha que sucedeu este nível máximo do mar, os recifes costeiros ficaram em regiões mais rasas e mais próximas da linha de costa expondo os corais à erosão e intensa radiação solar. Quando a atividade humana começou a causar impacto na Terra, começaram a ocorrer mudanças nas condições oceânicas e atmosféricas e, consequentemente, na distribuição da biodiversidade. No Brasil estão registradas várias ameaças das atividades antropogênicas sobre os recifes de coral. Em Abrolhos estas ameaças estão relacionadas particularmente à ocupação urbana na costa provocando o desmatamento das zonas ribeirinhas e o consequente aumento da sedimentação nas áreas recifais; ao uso inadequado dos recifes pelo turismo subaquático; à sobrepesca e poluição marinha. Para avaliar se os efeitos destes impactos na região dos recifes costeiros de Abrolhos provocaram mudanças na biodiversidade dos corais construtores dos recifes entre o Holoceno (7.220 a 4.530 anos cal. A.P., idade do testemunho analisado) e a fauna coralina atual, foram levantados dados da composição do testemunho e da cobertura viva dos recifes atuais. Oito espécies dos corais construtores da sequência holocênica ocorreram com percentuais variando entre 1% e 37%, sendo que duas espécies endêmicas do gênero Mussismilia e uma espécie de hidrocoral (Millepora alcicornis) constituem as espécies mais abundantes da fauna holocênica. Como componentes da fauna coralina atual foram registradas nove espécies com percentuais variando entre 1% e 45% e mais uma vez duas espécies do gênero Mussismilia predominaram. Estas evidências provam que as atividades decorrentes desde quando o Homem se tornou uma força global sobre o planeta (período Antropoceno) não estão enfraquecendo, ainda, a robusta fauna endêmica dos recifes de Abrolhos. / ABSTRACT - The Abrolhos coastal reefs began to grow about 7,500 years B.P., when sea had inundated the continental shelf. With the growth of corals following the rise of sea level, a rocky structure was formed, which served as support for the establishment of organisms with calcareous skeletons, giving rise to a reefal carbonate rock of Holocene age,that gave support to the growth of present day reefs. Data from the age of corals, compared with the history of relative sea level along the coast of Bahia, in the last 7,500 years, reveal that reefs grew following the rising sea level, reaching its climax at approximately 5,000 years B.P., coincident with the maximum height of the sea that, at this time, was about 5 m above present level. This phase of relative sea level rise, during the Holocene, favored the development of coral reefs along the coast of Bahia. As a result of the marine regression that succeeded this maximum sea level, the coastal reefs were located in shallower areas and closest to the shoreline, exposing corals to erosion and intense solar radiation. When human activity begins to have impact on Earth, changes in oceanic and atmospheric conditions started to occur and, consequently, affected biodiversity distribution. In Brazil various threats of anthropogenic activities on coral reefs are registered. In Abrolhos these threats are related, particularly, to the urban development along the coast contributing to the deforestation and the consequent increase in sedimentation rates in the reef areas; the inadequate use of the reefs by underwater tourists; overfishing and marine pollution. In order to evaluate if the effects of these impacts on the coastal reefs of Abrolhos had caused changes in the biodiversity of the reef builder corals between the Holocene (7.220 to 4.530 cal. Years B.P., age of the studied reef core) and the present day coral fauna, data from the composition of the Holocene core was compared with the living coral coverage of present day reefs. Eight species of corals from the Holocene sequence occur with percentages varying between 1% and 37%, and two endemic species of the genus Mussismilia and a species of hidrocoral (Millepora alcicornis) constitute the most abundant species of the Holocene fauna. Nine species with percentages varying between 1% and 45% are the major components of the living fauna and, once more, two species of the genus Mussismilia predominate. These evidences prove that the activities since Man became a global force on the planet (Anthropocene period) are not, yet, weakening the robust endemic coral fauna of the Abrolhos reefs.
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Efeitos da herbivoria e do contato direto na interação entre o coral maciço Siderastrea stellata e algas filamentosas

Ramos, Carla Alecrim Colaço 05 August 2013 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-07-12T14:06:17Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Approved for entry into archive by Vilma Conceição(vilmagc@ufba.br) on 2013-08-05T18:12:04Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-08-05T18:12:04Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Capes / Mudanças de fase nos recifes de corais são caracterizadas pela passagem de um estágio de dominância para estágios alternativos de depauperação de corais e aumento da cobertura de algas. Independente das causas e magnitudes, essas mudanças são mediadas pela competição entre estes organismos que pode ser estabilizada pela herbivoria. Segundo um relatório do MMA publicado em 2008, a maioria das espécies de peixes foco da pesca marinha no Brasil está em sobrepesca ou esgotada, situação comum a vários países que exploram economicamente esse recurso. Além disso, o país está inserido em uma província zoogeográfica bem definida para peixes recifais e corais, caracterizada por apresentar pequena área recifal, baixa riqueza de espécies e nível de endemismo estimado entre 12 e 20% para peixes e 30% para corais. Deste modo, objetivou-se testar, experimentalmente, os efeitos recíprocos da interação do coral maciço Siderastrea stellata Verrill, 1868 com algas filamentosas na presença e ausência da herbivoria tipicamente encontrada em recifes costeiros do Brasil. Para isso, um experimento manipulativo de campo com delineamento Split-Plot foi realizado de outubro de 2009 a março de 2010. Os blocos foram representados por colônias do coral, o fator interblocos pela herbivoria e o fator intrablocos pelo contato direto entre o coral e algas. Ao final do experimento, todas as 15 colônias utilizadas estavam branqueadas, provavelmente em decorrência dos efeitos de um El Niño moderado a forte previsto pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) para a transição de 2009 para 2010. No presente estudo, após os cinco meses de experimento, não houve crescimento do tecido de S. stellata em nenhuma das colônias. É possível que a condição de fragilidade dos corais causada pelo branqueamento tenha proporcionado o sucesso do crescimento das algas filamentosas sobre o tecido do coral e consequentemente sua morte. Contudo, houve a detecção de que a mortalidade dos corais não foi afetada significativamente pelos fatores testados. Uma tendência marcante de aumento da mortalidade do coral foi registrada nos tratamentos de interação entre contato com as algas preservado e ausência de herbivoria. Esse é mais um motivo, além da mortalidade do coral também nos tratamentos de remoção das algas, que aponta para a existência de competição das algas filamentosas com S. stellata, sendo as primeiras o competidor mais apto. O crescimento das algas filamentosas, assim como para a mortalidade dos corais, também não diferiu estatisticamente entre os fatores. A observação de apenas uma tendência de diminuição do crescimento quando na presença da herbivoria deve estar atrelada às características da comunidade de peixes encontrada na área de estudo. É provável que este recife esteja no limiar de manutenção da herbivoria. Siderastrea stellata não apresentou influência sobre o crescimento das algas filamentosas. Algumas pesquisas na literatura apontam para uma não ‘agressividade’ apresentada pelo grupo das algas filamentosas na competição com corais. No presente estudo, possivelmente em razão da fragilidade proporcionada pelo branqueamento, esse padrão não foi corroborado. Os resultados desta pesquisa mostram a importância da manutenção da herbivoria no controle das algas diante da previsão de eventos de branqueamento cada vez mais frequentes e severos, mesmo daquelas que não representariam competidores superiores sobre os corais em condições de normalidade. É importante que os resultados das interações entre corais e algas continuem a ser estudados sob condições de estresse. Este conhecimento pode propiciar previsões mais efetivas das consequências da dinâmica da interação entre corais e algas sob condições variadas no contexto atual de degradação dos recifes de coral. / Salvador, Bahia
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Efeitos da herbivoria e do contato direto na interação entre o coral maciço Siderastrea stellata e algas filamentosas

Ramos, Carla Alecrim Colaço 22 August 2013 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-07-18T00:47:39Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Approved for entry into archive by Vilma Conceição(vilmagc@ufba.br) on 2013-08-22T17:18:13Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-08-22T17:18:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Carla Ramos.pdf: 4390487 bytes, checksum: fe54d2f8addf9346cf481b50ff8fe464 (MD5) / Capes, Fundação Boticário / Mudanças de fase nos recifes de corais são caracterizadas pela passagem de um estágio de dominância para estágios alternativos de depauperação de corais e aumento da cobertura de algas. Independente das causas e magnitudes, essas mudanças são mediadas pela competição entre estes organismos que pode ser estabilizada pela herbivoria. Segundo um relatório do MMA publicado em 2008, a maioria das espécies de peixes foco da pesca marinha no Brasil está em sobrepesca ou esgotada, situação comum a vários países que exploram economicamente esse recurso. Além disso, o país está inserido em uma província zoogeográfica bem definida para peixes recifais e corais, caracterizada por apresentar pequena área recifal, baixa riqueza de espécies e nível de endemismo estimado entre 12 e 20% para peixes e 30% para corais. Deste modo, objetivou-se testar, experimentalmente, os efeitos recíprocos da interação do coral maciço Siderastrea stellata Verrill, 1868 com algas filamentosas na presença e ausência da herbivoria tipicamente encontrada em recifes costeiros do Brasil. Para isso, um experimento manipulativo de campo com delineamento Split-Plot foi realizado de outubro de 2009 a março de 2010. Os blocos foram representados por colônias do coral, o fator interblocos pela herbivoria e o fator intrablocos pelo contato direto entre o coral e algas. Ao final do experimento, todas as 15 colônias utilizadas estavam branqueadas, provavelmente em decorrência dos efeitos de um El Niño moderado a forte previsto pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) para a transição de 2009 para 2010. No presente estudo, após os cinco meses de experimento, não houve crescimento do tecido de S. stellata em nenhuma das colônias. É possível que a condição de fragilidade dos corais causada pelo branqueamento tenha proporcionado o sucesso do crescimento das algas filamentosas sobre o tecido do coral e consequentemente sua morte. Contudo, houve a detecção de que a mortalidade dos corais não foi afetada significativamente pelos fatores testados. Uma tendência marcante de aumento da mortalidade do coral foi registrada nos tratamentos de interação entre contato com as algas preservado e ausência de herbivoria. Esse é mais um motivo, além da mortalidade do coral também nos tratamentos de remoção das algas, que aponta para a existência de competição das algas filamentosas com S. stellata, sendo as primeiras o competidor mais apto. O crescimento das algas filamentosas, assim como para a mortalidade dos corais, também não diferiu estatisticamente entre os fatores. A observação de apenas uma tendência de diminuição do crescimento quando na presença da herbivoria deve estar atrelada às características da comunidade de peixes encontrada na área de estudo. É provável que este recife esteja no limiar de manutenção da herbivoria. Siderastrea stellata não apresentou influência sobre o crescimento das algas filamentosas. Algumas pesquisas na literatura apontam para uma não ‘agressividade’ apresentada pelo grupo das algas filamentosas na competição com corais. No presente estudo, possivelmente em razão da fragilidade proporcionada pelo branqueamento, esse padrão não foi corroborado. Os resultados desta pesquisa mostram a importância da manutenção da herbivoria no controle das algas diante da previsão de eventos de branqueamento cada vez mais frequentes e severos, mesmo daquelas que não representariam competidores superiores sobre os corais em condições de normalidade. É importante que os resultados das interações entre corais e algas continuem a ser estudados sob condições de estresse. Este conhecimento pode propiciar previsões mais efetivas das consequências da dinâmica da interação entre corais e algas sob condições variadas no contexto atual de degradação dos recifes de coral. / Salvador
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Recifes de Corais da Baia de Todos os Santos, Caracterização, Avaliação e Identificação de Áreas Prioritárias para Conservação Salvador

Cruz, Igor Cristino Silva 22 August 2013 (has links)
Submitted by Mendes Eduardo (dasilva@ufba.br) on 2013-08-20T18:41:31Z No. of bitstreams: 1 Cruz _ Igor CS Dissertação 2008.pdf: 2605256 bytes, checksum: 709a03b369d823217748672c12eec219 (MD5) / Approved for entry into archive by Alda Lima da Silva(sivalda@ufba.br) on 2013-08-22T22:40:51Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Cruz _ Igor CS Dissertação 2008.pdf: 2605256 bytes, checksum: 709a03b369d823217748672c12eec219 (MD5) / Made available in DSpace on 2013-08-22T22:40:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cruz _ Igor CS Dissertação 2008.pdf: 2605256 bytes, checksum: 709a03b369d823217748672c12eec219 (MD5) / Fapesb / A Baía de Todos os Santos integra uma Área de Proteção Ambiental que pode viabilizar a conservação de dois grupos de recifes de corais da região de maior biodiversidade do Atlântico Sul. Entretanto, esta unidade de conservação não possui um plano de manejo, tendo efetividade nula sobre os recifes e os demais ecossistemas. Estes recifes encontram em diferentes condições de hidrodinâmica e efeitos antrópicos. Uma série de impactos humanos foi registrada nesta baía, tornando urgente a adoção de medidas que assegurem sua conservação. Este trabalho tem como objetivo fornecer informações que subsidiem a elaboração deste plano de manejo sugerindo locais para criação de áreas intangíveis. Para isso, verificou-se a diferença ente os dois grupos de recifes quanto à comunidade bentônica e a comunidade de coral. Posteriormente foram identificados quais são os recifes com maior relevância para conservação com base em indicadores de integridade ambiental, resiliência e riqueza de espécies. Os resultados indicam que os recifes externos e internos são distintos. Isto demonstra a necessidade de criação de áreas intagiveis distintas para os dois grupos de recifes, garantindo assim a conservação de suas peculiaridades. Sete das 23 estações apresentaram relevância para conservação, com três representantes dos recifes externos e quatro dos internos. O método utilizado mostrou-se eficiente para a escolha de áreas de relevância para a conservação de recifes de corais. Entretanto, para a efetividade da conservação destes ambientes é necessário, além da criação de duas áreas intangíveis, a eliminação de dois problemas, a pesca predatória e a qualidade da água desta baía. / Salvador, Bahia
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Foramin?feros de sedimentos marinhos e seu uso na avalia??o da din?mica e da qualidade ambiental em ?reas recifais do Rio Grande do Norte

Moura, Diogo Santos de 03 June 2016 (has links)
Submitted by Automa??o e Estat?stica (sst@bczm.ufrn.br) on 2017-03-14T21:40:08Z No. of bitstreams: 1 DiogoSantosDeMoura_DISSERT.pdf: 4499351 bytes, checksum: ce1afdd4cc28f96ba5427513af1f55ad (MD5) / Approved for entry into archive by Arlan Eloi Leite Silva (eloihistoriador@yahoo.com.br) on 2017-03-15T22:50:50Z (GMT) No. of bitstreams: 1 DiogoSantosDeMoura_DISSERT.pdf: 4499351 bytes, checksum: ce1afdd4cc28f96ba5427513af1f55ad (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-15T22:50:50Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DiogoSantosDeMoura_DISSERT.pdf: 4499351 bytes, checksum: ce1afdd4cc28f96ba5427513af1f55ad (MD5) Previous issue date: 2016-06-03 / As ?reas recifais do litoral do Rio Grande do Norte s?o fei??es geomorfol?gicas extremamente importantes, principalmente para as pessoas que dependem da atividade tur?stica e da pesca al?m de servir de ref?gio para diversas esp?cies de animais marinhos. O presente estudo pretende analisar a qualidade ambiental de microhabitats de foramin?feros relacionada ?s condi??es oceanogr?ficas f?sicas e sedimentol?gicas na platafoma interna adjacente ? ?rea recifal da praia de Pirangi - RN e da plataforma externa adjacente a Macau - RN (Recifes do A?u), visando caracterizar diferentes graus de polui??o, contamina??o org?nica e potencial de prolifera??o de organismos construtores dos recifes nesses ambientes recentes. Na regi?o dos recifes de Pirangi foram coletadas em 2013 e 2014, 55 amostras sedimentares, e realizadas medidas na coluna de ?gua de temperatura, salinidade e oxig?nio dissolvido. Os ?ndices ecol?gicos revelaram que as amostras de Pirangi 2014 s?o mais diversas e com menor domin?ncia de esp?cies de foramin?feros oportunistas do que 2013. Observou-se tamb?m que estas esp?cies oportunistas foram dominantes principalmente nas esta??es costeiras e na regi?o onde ocorre o pisoteamento dos recifes pelos turistas. Os dados de foramin?feros correlacionados aos dados f?sicos da ?gua e granulometria, revelam que a fra??o grossa ? a vari?vel que melhor se correlaciona com a abund?ncia de foramin?feros. A avalia??o da sa?de ambiental baseada nos dados FI, revelou-se eficaz e seus resultados levaram a conclus?o que a qualidade da ?gua do Pirangi n?o ? adequada para o crescimento de recife corais e que a presen?a de ambientes onde n?o haver? recupera??o da comunidade de corais em caso de um evento estressante, ? bem preocupante. Na ?rea recifal do vale inciso do rio A?u, 29 amostras de sedimento foram coletadas e caracterizadas pela granulometria, teores de carbonato de c?lcio e mat?ria org?nica e foramin?feros. Os resultados revelaram que as esp?cies oportunistas s?o dominantes na regi?o do paleocanal do rio A?u, onde predomina sedimento fino, enquanto nas bordas do canal prevalecem assembl?ias de foramin?feros simbi?nticos associado aos recifes. Observou-se diferen?a marcante em rela??o ao tamanho dos gr?os em cada por??o da ?rea, por?m o estudo revelou que este n?o ? o fator determinante para a varia??o das assembl?ias, e que o fator chave para as diferentes assembl?ias ? a profundidade. A regi?o das bordas do canal onde est?o situados os recifes apresentou qualidade ambiental superior ao paleocanal, mostrando-se ambiente saud?vel que permite o desenvolvimento dos recifes.
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Resposta da comunidade de tardígrados ao impacto do pisoteio associado ao turismo nos recifes de Porto de Galinhas (Ipojuca, PE)

GOMES JÚNIOR, Edivaldo Lima 28 August 2014 (has links)
Submitted by Fabio Sobreira Campos da Costa (fabio.sobreira@ufpe.br) on 2016-03-31T15:55:37Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissertação Edivaldo Lima PPGBA_2015.pdf: 1216837 bytes, checksum: a0087d1ed1223b4689da6194020ad828 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-03-31T15:55:37Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Dissertação Edivaldo Lima PPGBA_2015.pdf: 1216837 bytes, checksum: a0087d1ed1223b4689da6194020ad828 (MD5) Previous issue date: 2014-08-28 / FACEPE / O pisoteio decorrente do tráfego de pedestres sobre os recifes de coral é um fenômeno associado ao turismo em muitas praias de Pernambuco. No ambiente fital o pisoteio pode afetar as algas e a fauna associada, modificando a estrutura das comunidades. O filo Tardigrada é componente permanente da meiofauna sendo encontrado no sedimento marinho e associado a macroalgas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do pisoteio sobre os tardígrados associados ao fital dos recifes de Porto de Galinhas, PE. Para isso delineou-se experimentos observacionais e manipulativos com intuito de avaliar o impacto do turismo e das simulações de pisoteio humano sobre a comunidade de Tardigrada. No primeiro experimento foram determinadas estações pareadas ao longo dos recifes, seguindo os limites entre a área protegida e a exposta ao trafego humano, avaliando se a comunidade diferia em consequência do pisoteio. Os tardígrados apresentaram abundâncias aparentemente condicionadas pelo tipo de substrato, mostrando reduções na densidade quando associados a Gelidiela acerosa, e exibindo maior densidade na área impactada quando associados Chodrophicus papillosus. Para o segundo experimento foram determinados transects na área protegida do recife e executados dois níveis de intensidade de pisoteio sobre o substrato recifal. A avaliação do efeito do pisoteio seguiu um desenho experimental BACI (Antes/Depois e Controle/Impacto), sendo as amostras coletadas para monitoramento do nível de recuperação da comunidade com um, dois e três meses após cessado o pisoteio. Como resultado deste trabalho, houve redução das variáveis do substrato algal (biomassa, cobertura, peso do substrato e altura do tapete) e também na densidade de Tardigrada, com valores seguindo uma tendência de redução tanto maior o nível de estresse. Variações locais, foram determinantes para a estrutura da comunidade de Tardigrada, dificultando a compreensão dos efeitos do impacto. O processo de recuperação foi independente da intensidade do distúrbio, alcançando valores estabilizados já no primeiro mês. / The trampling resulting from pedestrian traffic on coral reefs is a phenomenon associated with tourism in many beaches of Pernambuco. In phytal environment the trampling can affect the algae and associated fauna, modifying the structure of communities. The phylum Tardigrada is permanent component of the meiofauna being found in marine sediment and associated with macroalgae. This study aimed to evaluate the effect of trampling on tardigrades associated with the phytal of reefs of Porto de Galinhas, PE. For this were outlined observational and manipulative experiments in order to assess the impact of tourism and simulations of human trampling on the community of tardigrades. In the first experiment were paired certain stations along the reefs, following the boundaries of the protected area and exposed to human traffic, assessing whether the community differed as a result of trampling. The tardigrades presented abundances apparently conditioned by the type of substrate, showing reductions in density when associated with a Gelidiela acerosa, and exhibiting higher density in the impacted area when associated Chodrophicus papillosus. For the second experiment were determined transects in protected reef area and run two levels of intensity of trampling on reef substrate. The evaluation of the effect of trampling followed a experimental design BACI (Before / After and Control / Impact), being the samples collected for monitoring of the level of recovery of the community with one, two and three months after trampling ceased. As a result of this work, there was a reduction of the algal substrate variables (biomass, cover, substrate weight and turf height) and also the density of tardigrades, with values following a trend of greater reduction in both the level of stress. Local variations were crucial to the structure of the tardigrades community, making the understanding of the effects of the impact difficult. The recovery process was independent of the intensity of the disturbance, reaching values stabilized in the first month.
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Peixes tropicais no seu limite de distribuição

Batista, Anderson Antônio January 2016 (has links)
Tese (dourorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2016 / Made available in DSpace on 2017-06-27T04:11:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1 345832.pdf: 4973293 bytes, checksum: 80d7aecc79da50f0a3b3bb8f1ab5b2af (MD5) Previous issue date: 2016 / Monitoramentos de longo prazo das populações de peixes recifais constituem uma ferramenta valiosa para a compreensão dos processos ecológicos que governam as variações populacionais em sistemas de recifes marinhos. No presente trabalho, investigamos a composição, distribuição, estrutura, recrutamento e variações nas populações de peixes recifais, habitando seu limite meridional de distribuição. Nove anos de dados, coletados de 2006 a 2016, foram analisados resultando em uma tese dividida em três capítulos. Capítulo 1) a composição de peixes recifais do Estado de Santa Catarina. O trabalho resultou em uma lista de 278 espécies registrados ao longo da costa do estado de Santa Catarina. Doze novos registros de espécies para a região: Acanthurus coeruleus, Acanthurus monroviae, Apogon americanus, Cantherhines macrocerus, Chaetodon sedentarius, Chromis flavicauda, Clepticus brasiliensis, Decapterus punctatus, Gymnothorax vicinus, Quasiremus ascensionis, Muraena retifera e Stegastes partitus. Stegastes partitus é relatado pela primeira vez, para o Atlântico Sul ocidental, Q. ascensionis é relatada pela segunda vez, e Acanthurus monroviae é relatado pela terceira vez. Concluiu-se que as espécies apresentaram seletividade com relação à distribuição e uso do habitat, estrutura trófica e afinidades biogeográficas. Capítulo 2) variações temporais e espaciais de espécies dominantes. Neste capítulo apresentamos um esforço amostral de nove anos de monitoramento das variações na densidade e biomassa das principais espécies de peixe recifais, dentro e fora da única Reserva Biológica próxima da costa (Reserva Biológica Marinha do Arvoredo - REBIO Arvoredo). Este esforço cobriu 32.000 m² de recifes rochosos, onde 43.169 peixes foram contados, identificados, medidos e em seguida convertidos em dados de biomassa. Variações na densidade e biomassa, no espaço e no tempo foram detectados para a maioria das espécies. Vários fatores e mecanismos podem ter influenciado estas variações. Na escala espacial, predominantemente os mecanismos determinísticos, tais como complexidade estrutural do habitat, proteção contra pesca, podem ter influenciado com maior intensidade estas variações. Variações temporais (anuais), por outro lado, podem ter sido influenciadas pela proximidade das espécies à sua fronteira geográfica de distribuição, em sinergia com mecanismos dependentes da densidade e oscilações estocásticas de temperatura durante os invernos austrais. A REBIO Arvoredo parece influenciar positivamente a maioria das espécies comrelação às densidades e biomassa, de forma direta e indiretamente, no espaço e no tempo. Em contraste, um importante declínio no recrutamento de E. marginatus, alerta para resiliência da REBIO Arvoredo ao longo do tempo. Capítulo 3) variação influenciada por espécies invasoras: neste capítulo estudamos as colonizações do recifes rochosos de Santa Catarina pelo peixe Donzela dos Açores, Chromis limbata. Este pomacentrídeo é nativo dos arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira e Canárias), e da costa ocidental da África, entre o Senegal e Angola. Durante os verões austrais de 2008 e 2009, esta espécie foi registrada pela primeira vez no Atlântico Sul Ocidental, na Ilha do Campeche e Ilha do Xavier, em Florianópolis, estado de Santa Catarina, Brasil. A população brasileira de C. limbata aumentou significativamente ao longo dos últimos cinco anos. Análises moleculares confirmaram a identidade da espécie, revelando ainda conectividade haplótipica entre os locais de estudo brasileiros. Mostrou baixa diversidade genética no Brasil quando comparada com as populações nativas originais. Quatro hipóteses poderiam explicar este evento colonizador: 1) vários espécimes de C. limbata foram descartados vivos no mar por aquaristas; 2) larvas ou juvenis foram transportados através de água de lastro de grandes embarcações; 3) a espécie veio acompanhando plataformas de petróleo; e 4) a espécie invasora cruzou o Atlântico através da dispersão larval normal ou acompanhando objetos à deriva (rafting). A terceira e quarta hipóteses pareceu-nos mais plausíveis, porém todas as quatro são prováveis e poderiam ter ocorrido combinadas. Eventos de colonização bem sucedidos são, muitas vezes, iniciados por um grande número de indivíduos, em vários eventos durante um longo período de tempo, evitando desta maneira a perda de diversidade genética na população recém fundada. A baixa diversidade genética detectada nas populações brasileiras de C. limbata sugere um pulso larval, ou a chegada de um grupo de indivíduos. Apesar das variações na densidade média entre sites para C. multilineata (seu congenere nativo), o aumento da população invasora (C. limbata) não parece, por enquanto, afetar as populações da congenere de forma direta. É importante notar que C. multilineata é uma espécie tropical que habita o seu limite sul de distribuição, enquanto que C. limbata habitar o seu ambiente ideal (recifes rochosos temperados). Dadas as suas preferências ecológicas no Atlântico oriental, prevemos que C. limbata será mais abundante do que C. multilineata na costa sul e sudeste do Brasil, e talvez, expandindo-se ainda mais para o sul, para o Uruguai e Argentina. Evidências da competição intra-específica não foram detectadas, até o momento. Mesmo C. limbata e C. multilineatatendo uma dieta semelhante constituída, em sua maioria de zooplâncton, a alta produtividade das águas do Atlântico Sul, devido à alta produtividade de plâncton oriunda das ressurgências, indica que não há competição inter específica por recurso alimentar. Pequenos cardumes de C. multilineata e C. limbata alimentando-se juntos têm sido observados nos últimos quatro anos, em todos os locais estudados. Em contraste, o comportamento agressivo de C. limbata durante a reprodução pode afetar espécies territoriais locais (e.g. Stegastes spp., Abudefduf saxatilis). Locais adequados para proteção e nidificação, por exemplo, podem tornar-se um recurso limitante com o aumento das densidades de C. limbata em seu novo ambiente. No entanto, não houve nenhuma evidência de efeitos prejudiciais para as espécies nativas, até o momento. O monitoramento de longo prazo desta chegada recente será de suma importância, podendo constituir ferramentas valiosas para uma melhor compreensão da genética, ecologia e impacto de expansões de espécies invasoras.<br> / Abstract : Long term monitoring of reef fish populations is a valuable tool to understand ecological processes that govern population?s variations in marine reef systems. In the present work, we investigated the composition, distribution, structure, recruitment, and variations in rocky reef fish populations, inhabiting their southernmost limit of distribution. Nine years of data collected from 2006 to 2016, were analyzed. This work was divided in three chapters: 1) the composition of rocky reef fishes of the State of Santa Catarina: the work resulted in a checklist of 278 species recorded along the coastline of Santa Catarina State. Twelve new species records: Acanthurus coeruleus, Acanthurus monroviae, Apogon americanus, Cantherhines macrocerus, Chaetodon sedentarius, Chromis flavicauda, Clepticus brasiliensis, Decapterus punctatus, Gymnothorax vicinus, Quasiremus ascensionis, Muraena retifera and Stegastes partitus. Stegastes partitus is reported for the first time, for the Southwestern Atlantic, Q. ascensionis is reported for the second time, and Acanthurus monroviae is reported for the third time. Species presented selectivity regarding habitat distribution, trophic structure and biogeographic affinities. Chapter 2) temporal and spatial variations of dominant species: here we present a nine-year effort on monitoring the variations in densities and biomass of key rocky reef fish species, inside and outside the only no-entry near shore Brazilian Reserve (Arvoredo Biological Marine Reserve). Such effort covered 32.000 m² of rocky reefs, where 43.169 fish were counted, identified, measured and then converted into biomass data. Variations in specie?s densities and biomass in space and time were detected for most species. Several factors and mechanisms may have influenced these variations: on spatial scale: deterministic mechanisms such as habitat structural complexity, protection from fisheries and aquarium trade may have influenced these variations. Temporal variations, otherwise, may have been influenced by the proximity of species to their distributional border, in synergy with density-dependent mechanisms and stochastic winter temperature oscillations. Arvoredo Marine Biological Reserve seem to influence positively most species densities and biomass directly and indirectly, in space and time. In contrast, a prominent decline in recruitment of E. marginatus lighten red alarms regarding Arvoredo Marine Biologic Reserve resilience over time. Chapter 3) variation influenced by invasive specie: here we studied the colonizations of Santa Catarina?s rocky reefsby the Azores Chromis Chromis limbata. This damselfish is native to the Macaronesian archipelagos (Azores, Madeira and Canaries), and the western coast of Africa between Senegal and Angola. During the austral summers of 2008 and 2009, the species was recorded for the first time in the southwestern Atlantic around Campeche and Xavier islands, in Florianópolis, Santa Catarina State, Brazil. The Brazilian population of C. limbata increased significantly over the past five years. The molecular analyses confirmed species identity, revealed strong haplotype connectivity among Brazilian study sites, and showed a low genetic diversity in Brazil when compared to the native populations. Four hypotheses could explain this colonizing event: 1) C. limbata was released by aquarium fish keepers; 2) larvae or juveniles were transported via ship ballast water; 3) the species has rafted alongside oilrigs; and 4) they crossed the Atlantic through normal larval dispersal or naturally rafting alongside drifting objects. We tend to favor the third and fourth hypotheses, but all four are plausible and could have happened in combination. Successful colonization events are often started by large numbers of individuals in multiple events during a long period avoiding loss of genetic diversity in the newly founded population. The low genetic diversity detected in Brazilian C. limbata suggests a small larval pulse, or the arrival of a small group of individuals. Despite significant differences in mean densities among sites for C. multilineata (the local congener species), it does not seem like they have been affected by the increase in the C. limbata population. It is important to note that C. multilineata is a tropical species inhabiting its southern limit of distribution, whereas C. limbata is inhabiting its optimum environment (subtropical, warm-temperate rocky reefs). Given its ecological preferences in the eastern Atlantic, we predict that C. limbata will be more abundant than C. multilineata in the south and southeastern coast of Brazil, and maybe, even expand further south to Uruguay and Argentina. Evidences of intra-specific competition have not been detect, so far. Even though C. limbata and C. multilineata have a similar zooplankton diet, the high productivity of south Atlantic waters due to upwelling and consequent high abundance of plankton, indicates that these species may not be competing for food. Schools of C. multilineata and C. limbata feeding together have been observed in the past two years in all studied sites. In contrast, C. limbata aggressive behavior during reproduction may affect local territorial species (e.g. Stegastes spp., Abudefduf saxatilis). Shelter for example may become a limiting resourceas their densities in the new environment increase. However, there has been no evidence of detrimental effects to native species, so far. Long term monitoring of this recent arrival will be important and could constitute a valuable tool for a better understanding the genetics, ecology, and impacts of species range expansions.

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