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Paródia e mecanismo mimético em Perdição: exercício sobre Antígona, de Hélia CorreiaPimentel, Samarkandra Pereira dos Santos 13 October 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-10-13 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / in this dissertation we analyze the drama Perdição: Exercício sobre
Antígona (1991), by the portuguese writer Hélia Correia, considering the way by
which the writer rewrites and renew the mythological characters and the miths
addressed in her play. Her construction suggests some sort of anxious appeal
to continuity, as pointed out by Longino on Homer's influence exercised on all
thinkers, since Correia s plot begins exactly after sophoclean Antigone s death,
in the underworld. However, while reading the play we perceive that Helia
makes use of the tools of her craft in not so clear manners. The continuity
appears but under the form of parody, which, according to Hutcheon (1988),
may also make a tribute to the preceding text, since to include irony and play is
never necessarily to exclude seriousness of purpose in postmodernist art .
From this, we arrive that we must analyze this drama in the light of René
Girard s theory on mimetic desire, envy, and the scapegoat mechanism. The
ingenuous criticism in Perdição comes by re-elaborating the characters that
expose in their collision human actions and relations that make plain the
mimetic mechanism, based in Girard s ritualistic-sacrificial approach, revealing
thus how the way by which we lose senses or let somebody s (or even our)
blood spill for something as derisory as the kydos, the supreme and nonexistent
object in dispute (GIRARD, 2008, p.192), can be banal. / Tomando como objeto de estudo o drama Perdição: Exercício sobre
Antígona (1991), da escritora portuguesa Hélia Correia (1949), consideramos
o modo como a autora reescreve e reatualiza as figuras mitológicas e os mitos
de que se ocupa. Sua construção sugere uma espécie de ansioso apelo à
continuidade, conforme assinalado por Longino acerca da influência de Homero
sobre todos os pensadores, visto que a trama heliana se inicia exatamente
após a morte da Antígona sofocliana, no mundo dos mortos. No decorrer da
leitura, no entanto, é perceptível que os meios utilizados pela autora não são
tão claros assim. A continuidade surge sob a forma de paródia, que, segundo
Hutcheon (1988), também pode homenagear o texto anterior e, assim, a
inclusão da ironia e do jogo jamais implica necessariamente a exclusão da
seriedade e do objetivo na arte pós-modernista (HUTCHEON, 1988, p.48).
Com base nisto, constatamos a necessidade de analisarmos a peça referida à
luz da teoria proposta por René Girard acerca do desejo mimético, da inveja e
do mecanismo do bode expiatório. A crítica arguciosa de Perdição surge a
partir da reelaboração de personagens que, ao colidirem, expõem ações e
relações humanas que desnudam o mecanismo mimético, com base na
abordagem ritualístico-sacrificial de Girard, revelando-nos como pode ser banal
a maneira pela qual perdemos o sentido e deixamos correr o sangue de
alguém (ou o próprio) por causa de algo tão enganoso quanto o kydos, o
objeto de disputa supremo e inexistente (GIRARD, 2008, p.192).
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