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Religião da arte e tragédia grega na fenomenologia do Espírito de G. W. F. HegelGarcia, Márcio Lourenço 04 February 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-02-04 / A tragédia grega, no esquema hegeliano, é situada como um sinal eloqüente do momento final da religião da arte, pois, é nessa etapa que se efetua um doloroso cisma entre as leis do Estado e as leis da família. Então, na tragédia, a necessidade do conceito, ainda inconsciente-de-si, se aproxima do conteúdo de vida do destino do herói trágico, assim como a linguagem do aedo deixa de ser impessoal (como na epopéia) e participa ativamente desse conteúdo como ator. Este participa ativamente do drama e interfere no mesmo, sua linguagem denota o pathos do herói. A tragédia antiga começa, pois, a realizar a unidade dos deuses tão reclamada pelos filósofos da antiguidade, e irá desembocar na comédia onde se processará a absolutização do Si e a passagem da consciência feliz para a consciência infeliz. A progressiva manifestação do Espírito pode ser traduzida pelo movimento de saída da substância imediata, visto na religião da arte, que suprassume os momentos da obra-de-arte abstracta e da obra-de-arte vivente, a resultar na obra-de-arte espiritual. Esse movimento consiste no sair da substância em direção ao Si, pois, este reivindica o reconhecimento da sua singularidade pelo coletivo. Ademais, o Si criador da singularidade na religião da arte e no desembocar da tragédia, é instrumento para o autoconhecimento do Espírito, em seus momentos, no tempo, porquanto, sua consciência-de-si revela-se a si mesma mediante as potências universais ofendidas e que reclamam vingança, pois tal religião da arte é como que um espelho do conteúdo do Espírito. Este conteúdo efetivamente presente é, pois, em-si, uma coisa, e, para a consciência, outra. O direito de cima e o de baixo recebem a significação de que o primeiro representa a potência que sabe e que se manifesta à consciência, e, o segundo toma a significação da potência que se subtrai à consciência e se esconde no mundo subterrâneo das Erínias. Esta mesma religião da arte também aguça o espírito e faz alçar a imaginação e a fantasia de todos os espectadores até às alturas da consideração de sua peculiar vida na cidade, do direito humano e do direito divino um sendo o caráter feminino, e o outro, o masculino no caudal da necessidade lógica e que é o próprio destino do Espírito total. A tragédia mostra para a consciência-de-si que não há existência que não seja já de per si cindida e que tal oposição vem a ser o máximo bem de toda a unidade do Espírito. / The Greek tragedy, in the Hegelian scheme, is situated as an eloquent
sign of the final moment of the religion of art, then, is this step that takes place a painful schism between the state law and the family law. Then, in the tragedy, the need of the concept, still unconscious-of-itself, approaches the content of the life of the tragic hero's fate, as well as the language of minstrel ceases to be impersonal (as in epic) and actively participates in this content as actor. He actively participates in the drama and can interfere in the drama, its language indicates the pain of the hero. The ancient tragedy begins, then, to realize the unity of the gods as claimed by the philosophers of antiquity, and will culminate in a comedy in which happens the process of the absolutism of the Self and the
passage of the happy consciousness for the unhappy consciousness. The progressive manifestation of the Spirit can be translated by the movement of get out of immediate substance, viewed in the religion of art, which supersedes the moments of the abstract work of art and of the living work of art, resulting in the spiritual work of art. This movement means the output of the substance for himself, because it claims the recognition of their uniqueness by the collective. Moreover, the Self is the creator of the singularity in the religion of art and, in the development of tragedy, is tool for self-knowledge of the Spirit in its moments, in the time, because his self-consciousness reveals itself through the universal powers offended and to seek revenge, because such a religion of art
is like the mirror of the Spirit. This content is actually present, therefore, in itself, is a thing, and to the consciousness another. The right upper and the lower receive the significance that the first represents the power that knows, which manifests itself to consciousness, and, the second takes the meaning of power that escapes the consciousness and hides in the underworld of the Erinyes. This same religion of art sharpens the mind and imagination of all spectators to get up a flight to the heights of the consideration of his life in the city, the human and divine right - the first one as the female character, and, the second, the male - in the flow of logical necessity and that is the fate of total Spirit: the tragedy shows that there is no existence that is not already divided in itself and that this opposition is to the highest good of all the unity of the Spirit.
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Transfigurações: religião da arte nas poéticas de Álvares de Azevedo e de Cruz e Sousa / Transfigurations: religion of art in the poetics by Alvares de Azevedo and Cruz e SousaAraujo, Manuella Miki Souza 15 October 2018 (has links)
Nas poéticas oitocentistas brasileiras, são recorrentes as vinculações entre a prática artística e o culto religioso. Especialmente em produções românticas e simbolistas, o poeta aparece figurado como sacerdote, profeta, iniciado, alquimista, monge, vidente, anjo caído e demais variantes, sendo-lhe conferido o poder de dissolver e remodelar a realidade e a subjetividade por meio da linguagem. Desde o final do século XVIII na Europa, é possível sondar o esforço de formulação de uma religião da arte, na qual se estabelece um culto secular à imaginação criadora. Este estudo analisa tais discussões partindo das poéticas de Álvares de Azevedo e de Cruz e Sousa, dois exemplos de criadores seculares que interiorizam os mitos cosmogônicos, os ritos iniciáticos e os processos alquímicos, na condição de metáforas alusivas a processos de transfiguração, por meio das quais se torna possível ao artista encenar, ao mesmo tempo, os papéis de criador e de criatura, sujeito e objeto, polaridades mobilizadas no trabalho reflexivo do sujeito sobre si mesmo. A obra de arte produzida visa sintetizar uma nova unidade, articuladora das experiências conscientes e inconscientes do sujeito moderno cindido. Nos dois primeiros capítulos dedicados a Alvares de Azevedo, se apresenta o anseio romântico de revitalização do sujeito e do mundo desgastados e moribundos. O desejo de renovação das formas, valores e significados motiva a elaboração de profecias de renascimento da humanidade, que se reconfigura a partir das ruínas de seu passado. As metáforas do infanticídio e do aborto aludem à irrealização de utopias. Os terceiro e quatro capítulos, centrados na poética de Cruz e Sousa, exploram o questionamento do poeta sobre as possibilidades de transformação de si e da realidade por meio da arte e da cultura, em um país estruturalmente racista. As metáforas do nigredo e da sombra se articulam à dificuldade do poeta em plasmar uma forma estável e bem delimitada de si, por meio da qual sejam harmonizados interioridade e exterioridade. A reescrita do mito dos Doze Trabalhos de Hércules dramatiza os impedimentos sociais enfrentados pelo artista negro na busca por consagração literária. Finalmente, o anúncio da profecia do futuro Dante, nascido da dor inconcebível, sinaliza a necessidade de elaboração de uma nova forma sublime, capaz de assimilar o sujeito negro enquanto tema e voz poética. / In the nineteenth-century Brazilian poetics, there are recurrent links between artistic practice and religious cult. Especially in Romantic and Symbolist works, the poet appears as a priest, prophet, initiate, alchemist, monk, seer, fallen angel and other variants, being given the power to dissolve and reshape reality and subjectivity through language. Since the end of the eighteenth century in Europe, it is possible to scan the effort to formulate a religion of art, in which a secular cult of the creative imagination is established. This study analyzes these discussions in the poetics of Álvares de Azevedo and Cruz e Sousa, two examples of secular creators who internalize cosmogonic myths, initiatory rites and alchemical processes, like metaphors allusive to processes of transfiguration, through which it becomes possible for the artist to play, at the same time, the roles of creator and creature, subject and object, polarities mobilized in the reflective work of the subject on the self. The work of art aims to synthesize a new unity, articulating the conscious and unconscious practices of the torn modern subject. In the first two chapters dedicated to Álvares de Azevedo, there is the romantic wish for the revitalization of the weary and dying subject and world. The desire for to renew forms, values and meanings motivates the elaboration of prophecies of humanitys rebirth, which is reconfigured from the ruins of its past. The metaphors of infanticide and abortion allude to the unrealized utopia. The third and fourth chapters, focused on the poetics of Cruz e Sousa, explore the poets questioning about the possibilities of transformation of himself and reality through art and culture in a structurally racist country. The metaphors of blackness and shadow allude to the poet\'s difficulty to shape a stable and well-defined form of himself, in which interiority and exteriority are harmonized. The rewriting of the myth of the Twelve Works of Hercules dramatizes the social impediments faced by the Black artist in the search for literary consecration. Finally, the announcement of the prophecy of the future Dante, born out of inconceivable pain, signals the need to elaborate a new sublime form, capable of assimilating the Black subject as theme and poetic voice.
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Religião da arte e tragédia grega na Fenomenologia do Espírito de G. W. F. HegelGarcia, Marcio Lourenço 04 February 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-02-04 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A tragédia grega, no esquema hegeliano, é situada como um sinal eloquente do momento final da religião da arte, pois, é nessa etapa que se efetua um doloroso cisma entre as leis do Estado e as leis da família. Então, na tragédia, a necessidade do conceito, ainda inconsciente-de-si, se aproxima do conteúdo de vida do destino do herói trágico, assim como a linguagem do aedo deixa de ser impessoal (como na epopéia) e participa ativamente desse conteúdo como ator. Este participa ativamente do drama e interfere no mesmo, sua linguagem denota o pathos do herói. A tragédia antiga começa, pois, a realizar a unidade dos deuses tão reclamada pelos filósofos da antiguidade, e irá desembocar na comédia onde se processará a absolutização do Si e a passagem da consciência feliz para a consciência infeliz. A progressiva manifestação do Espírito pode ser traduzida pelo movimento de saída da substância imediata, visto na religião da arte, que suprassume os momentos da obra-de-arte abstracta e da obra-de-arte vivente, a resultar na obra-de-arte espiritual. Esse movimento consiste no sair da substância em direção ao Si, pois, este reivindica o reconhecimento da sua singularidade pelo coletivo. Ademais, o Si criador da singularidade na religião da arte e no desembocar da tragédia, é instrumento para o autoconhecimento do Espírito, em seus momentos, no tempo, porquanto, sua consciência-de-si revela-se a si mesma mediante as potências universais ofendidas e que reclamam vingança, pois tal religião da arte é como que um espelho do conteúdo do Espírito. Este conteúdo efetivamente presente é, pois, em-si, uma coisa, e, para a consciência, outra. O direito de cima e o de baixo recebem a significação de que o primeiro representa a potência que sabe e que se manifesta à consciência, e, o segundo toma a significação da potência que se subtrai à consciência e se esconde no mundo subterrâneo das Erínias. Esta mesma religião da arte também aguça o espírito e faz alçar a imaginação e a fantasia de todos os espectadores até às alturas da consideração de sua peculiar vida na cidade, do direito humano e do direito divino um sendo o caráter feminino, e o outro, o masculino no caudal da necessidade lógica e que é o próprio destino do Espírito total. A tragédia mostra para a consciência-de-si que não há existência que não seja já de per si cindida e que tal oposição vem a ser o máximo bem de toda a unidade do Espírito / The Greek tragedy, in the Hegelian scheme, is situated as an eloquent sign of the final moment of the religion of art, then, is this step that takes place a painful schism between the state law and the family law. Then, in the tragedy, the need of the concept, still unconscious-of-itself, approaches the content of the life of the tragic hero s fate, as well as the language of minstrel ceases to be impersonal (as in epic) and actively participates in this content as actor. He actively participates in the drama and can interfere in the drama, its language indicates the pain of the hero. The ancient tragedy begins, then, to realize the unity of the gods as claimed by the philosophers of antiquity, and will culminate in a comedy in which happens the process of the absolutism of the Self and the passage of the happy consciousness for the unhappy consciousness. The progressive manifestation of the Spirit can be translated by the movement of get out of immediate substance, viewed in the religion of art, which supersedes the moments of the abstract work of art and of the living work of art, resulting in the spiritual work of art. This movement means the output of the substance for himself, because it claims the recognition of their uniqueness by the collective. Moreover, the Self is the creator of the singularity in the religion of art and, in the development of tragedy, is tool for self-knowledge of the Spirit in its moments, in the time, because his self-consciousness reveals itself through the universal powers offended and to seek revenge, because such a religion of art is like the mirror of the Spirit. This content is actually present, therefore, in itself, is a thing, and to the consciousness another. The right upper and the lower receive the significance that the first represents the power that knows, which manifests itself to consciousness, and, the second takes the meaning of power that escapes the consciousness and hides in the underworld of the Erinyes. This same religion of art sharpens the mind and imagination of all spectators to get up a flight to the heights of the consideration of his life in the city, the human and divine right - the first one as the female character, and, the second, the male - in the flow of logical necessity and that is the fate of total Spirit: the tragedy shows that there is no existence that is not already divided in itself and that this opposition is to the highest good of all the unity of the Spirit
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Passagem da religião grega e do mundo romano ao cristianismo na fenomenologia do espírito de HegelSilva Junior, João Batista da 13 December 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-12-13 / A presente dissertação analisa a interpretação hegeliana da passagem da religião grega e do mundo romano ao cristianismo, que a Fenomenologia do Espírito apresenta. Para Hegel, o princípio racional de organização da diversidade aparentemente desconexa de religiões no tempo e no espaço nãodeve sera consciência de uma essência absoluta transcendente, mas o Absolutoenquanto unidadedaconsciência com a consciência de si do espíritoalcançada por meio do movimento figurativo da religião que vai da representação até a consumação do seu conceito. Após analisarmos as contradições internas entre a consciência de si emergente, na Tragédia, e a consciência ética, com a consequente dissolução da pólis grega e dos deuses éticos, e a passagem da religião da arte para o mundo romano, voltamos nossa atenção para a situação de direito, onde a liberdade ética se torna universal porém abstrata e carente de espírito. Um novo patamar será alcançado com a identificação vivente do Si do espírito com a sua universalidade, na religião manifesta, o Cristianismo
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