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Estudo das características clínicas, comportamentais e dos parâmetros salivares de pacientes portadores de lesões cervicais não cariosas e um grupo controle / Study of clinical, behavioral and salivary parameters in patients with non-carious cervical lesions and a control groupFerreira, Daniele 10 March 2016 (has links)
A saliva é um fluido biológico com importante papel nos fenômenos que ocorrem na cavidade bucal. O efeito da sua composição sobre as perdas de estruturas dentais de origem não cariosa, como o desgaste dental, tem sido estudado. No entanto, há conflitos nos resultados apresentados por esses estudos, mostrando uma dificuldade em identificar os fatores salivares que possam proteger ou intensificar a evolução do processo. Assim, o presente estudo se propôs a analisar as características clínicas, comportamentais e de alguns parâmetros salivares em dois grupos experimentais: pacientes que apresentam lesões cervicais não cariosas (LCNCs) (n=20) e um grupo controle (n=20). Foram coletados dados clínicos e comportamentais através de um exame clínico e de uma entrevista, a seguir amostras de saliva estimulada e não-estimulada foram coletadas e analisados: pH, capacidade tampão, fluxo salivar, concentração de proteínas totais, atividade da amilase salivar, concentração de ureia salivar e a concentração dos íons sódio, fósforo, potássio, magnésio e cálcio. A capacidade tampão foi medida pela titulação da saliva com uma solução de HCL 0,01N; o fluxo salivar se deu pela relação entre o volume de saliva e o tempo de coleta (ml/min); as concentrações de proteínas totais, ureia e a atividade da amilase foram determinadas por método colorimétrico; as concentrações dos íons cálcio, fósforo, magnésio, potássio e sódio foram determinadas por espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES). Os resultados foram submetidos aos testes Qui-quadrado, teste t e Mann-Whitney (p<0,05). As características relacionadas aos hábitos de higiene dental, dieta ácida, hábitos parafuncionais, presença de distúrbios gástricos, secura bucal e prévio tratamento periodontal, não mostraram relação com a presença de lesões cervicais não cariosas. Os pacientes portadores de LCNCs se queixaram mais de sensibilidade dental (p=0,0014). Foi observado um maior número de lesões cervicais de pequena profundidade (79%), em formato de cunha (72%), apresentando hipersensibilidade dentinária (HD) (86%), localizados nos dentes posteriores (88,18%) e na maxila (66,14%), sendo os pré-molares os dentes mais afetados (56,69%). Os níveis de cálcio na saliva não-estimulada do grupo de pacientes com LCNCs foi significativamente maior em relação ao controle (p=0,041). A concentração de potássio na saliva estimulada foi significativamente maior no grupo controle (p=0,028). As variáveis fluxo salivar, pH, capacidade tampão, concentração de proteínas totais, ureia, amilase, sódio, magnésio e fósforo não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. Conclui-se que os fatores comportamentais não interferiram no aparecimento das lesões cervicais não cariosas. As LCNCs são pouco profundas, em formato de cunha, acometem mais dentes superiores e pré-molares e são acompanhadas de HD. As concentrações de cálcio e potássio podem interferir na formação das LCNCs. / Saliva is a biological fluid with an important role in the phenomena that occur in the oral cavity. The effect of salivary composition in loss of tooth structure with no carious origin, such as tooth wear, has been studied. However, there are conflicts in the results presented by studies showing a difficulty in identifying the salivary factors which may protect or intensify the development of tooth wear process. The aim of this study was to analyze the clinical, behavioral and some salivary parameters into two groups: patients with non-carious cervical lesions (NCCLs) (n=20) and a control group (n=20). Clinical and behavioral data were collected through a clinical examination and an interview. Saliva samples stimulated and unstimulated were collected and analyzed: pH, buffer capacity, flow rate, total protein, amylase activity, urea, sodium, phosphorus, potassium, magnesium and calcium. The buffer capacity was measured by titration of saliva samples using 0.01N HCl solution; flow rate was the relationship between the volume of saliva and the collection time (ml/min); the concentrations of total protein, urea and amylase activity were determined by colorimetric method; concentrations of calcium, phosphorus, magnesium, potassium and sodium were determined by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP-OES). The results were tested to the chi-square test, t-test and Mann-Whitney U test (p<0.05). The characteristics related to dental hygiene, acidic diet, parafunctional habits, presence of gastric disorders, dry mouth, and previous periodontal treatment did not show relationship to the presence of non-carious cervical lesions. Patients with non-carious cervical lesions complained over tooth sensitivity (p=0.0014). It observed an increased number of cervical lesions small depth (79%), wedge-shaped (72%), with dentin hypersensitivity (86%), located the posterior teeth (88,18%) and maxilla (66,14%), the premolars being the most affected teeth (56,69%). The concentration of calcium in unstimulated saliva of patients with NCCLs was significantly higher compared to control (p=0.041). The concentration of potassium was significantly higher in stimulated saliva in the control group (p=0.028). The results flow rate, pH, buffer capacity, total protein, urea, amylase, sodium, magnesium and phosphorus showed no significant differences between the two groups. It is concluded that behavioral factors do not interfere in the presence of non-carious cervical lesions. The NCCLs are shallow, wedge-shaped, affecting more maxilla and premolars and are accompanied by DH. The calcium and potassium concentrations may interfere with the formation of NCCLs.
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Incorporação de chumbo pós-eruptiva em esmalte de dentes decíduos e correlação com saliva e plasma - Estudo longitudinal / Post eruptive lead incorporation into the enamel of primary teeth and its correlation with saliva and plasma - a longitudinal studyGonçalves, Soraya Cheier Dib 20 March 2012 (has links)
A exposição ambiental ao chumbo é uma das questões mais sérias de contaminação de populações do ponto de vista de saúde pública. Mesmo em pequenas quantidades, o chumbo causa mudanças bioquímicas e neurológicas, convulsões e hiperatividade. No Brasil, não existe programa nacional para detecção de crianças contaminadas por este metal, as quais são mais sensíveis aos efeitos deletérios resultantes da exposição crônica a baixas concentrações de chumbo. A maioria dos trabalhos que comprovaram a associação entre exposição ambiental a chumbo no passado e problemas no desenvolvimento neurológico utilizou dentina de dentes decíduos como tecido marcador de exposição. Trabalhos do nosso grupo indicam que o esmalte superficial de dentes decíduos seria um bom marcador cumulativo da exposição passada ao chumbo, sendo que esse tecido apresenta consideráveis vantagens do ponto de vista de acesso e desenvolvimento de testes para monitoramento ambiental. Uma questão importante é verificar se as concentrações de chumbo encontradas no esmalte superficial decíduo variam ao longo do tempo em crianças de baixa exposição. Outra questão importante é verificar se há correlações entre as concentrações de chumbo no esmalte superficial e aquelas dos principais fluidos corporais a partir dos quais o chumbo seria acumulado no esmalte, que são sangue total, plasma e saliva. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar in vivo, por meio de testes em esmalte em dentes decíduos, se o chumbo acumulado nos primeiros micrometros do esmalte aumenta ao longo de três anos e se as concentrações de chumbo encontradas no esmalte apresentam correlação com aquelas encontradas no sangue total, plasma e saliva. A amostra inicial foi constituída por 50 crianças com idade de 2 a 3 anos procedentes de Ribeirão Preto que estavam recebendo atendimento odontológico na Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto USP e alunos da Creche Carochinha (USPRibeirão Preto). Obtiveram-se as seguintes amostras: primeira etapa (2009): 01 amostra de sangue total e 01 amostra de esmalte de um incisivo central superior; segunda etapa (2010): 01 amostra de sangue total, 01 amostra de plasma sanguíneo, 01 amostra de saliva e 01 amostra de esmalte do dente contralateral. terceira etapa (2011): 01 amostra de sangue total, 01 amostra de plasma sanguíneo, 01 amostra de saliva e 02 amostras de amostra de esmalte dos incisivos laterais. O fósforo foi determinado colorimetricamente, para calcular a profundidade dos testes de esmalte. As concentrações de chumbo no plasma, saliva e esmalte dental foram determinadas por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICPMS) e no sangue total, por espectrometria de absorção atômica com forno de grafite. Muitas crianças ou seus responsáveis não permitiram a coleta de sangue em algum dos períodos, e assim ao longo dos 3 anos tivemos participação efetiva de 20 crianças. Em 2009, a concentração de chumbo no sangue total variou de 0,2 μg/dL a 7,48 μg/dL e teve como a mediana 0,26 μg/dL. Apenas uma criança apresentou nível de chumbo no sangue 5 μg/dL. Em 2010, a concentração de chumbo no sangue total variou de 0.2 μg/dL a 3,8 μg/dL e teve como a mediana 0,32 μg/dL. Em 2011, a concentração de chumbo no sangue variou de 1,15 μg/dL a 3,55 μg/dL e teve como mediana 0,95 μg/dL. Os dados de chumbo no sangue não apresentam diferenças estatisticamente significantes entre os grupos ao longo dos anos (p>0.05). Em 2010, valores de chumbo no plasma variaram de 0,29 3,20 μg/L e a mediana foi 0,49. Em 2011, variaram de 0,38 1,60 μg/L com mediana 0,52 μg/L. A concentração de chumbo na saliva em 2010 variou de 0,02 3,00 μg/L, com mediana de 0,34 μg/L. Em 2011, esses valores variaram de 0,02 4,27 μg/L e a mediana foi de 0,19 μg/L. Para as concentrações de chumbo no plasma e na saliva, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (Saliva 2010 x Saliva 2011; Plasma 2010 x Plasma 2011) (teste de Mann Whitney; p>0.05). No caso dos dados obtidos no esmalte dentário, os valores de chumbo foram recalculados para uma mesma profundidade, que foi de 3,4 μm. Nenhum dos grupos (Esmalte 2009, Esmalte 2010 e Esmalte 2011) teve distribuição normal, e não houve diferença entre nas concentrações de chumbo encontradas ao longo dos anos, com medianas de 36, 35 e 38 μg/g em 2009, 2010 e 2011, respectivamente (p=0,71, teste de Kruskal-Wallis). A análise de correlação foi feita após a transformação logarítmica (log10) de todos os valores. Mesmo após esta transformação, dois grupos ainda não apresentaram distribuição normal, o grupo Plasma 2011 e Esmalte 2010. As associações que envolviam estes grupos foram testadas utilizando-se a correlação de Spearman, enquanto todas as demais associações foram testadas utilizando-se o teste de correlação de Pearson. As correlações significativas positivas encontradas foram: entre Sangue Total 2009 e Sangue Total 2010 (rP = 0,64; p = 0,002) ; Sangue Total 2010 e Sangue Total 2011 (rP = 0,66; p = 0,002); Esmalte 2011 e Sangue Total 2009 (rP= 0,44; p=0,05) e entre Esmalte 2009 e Esmalte 2010 (rS = 0,45 e p=0,03). Houve uma associação inversa entre a Saliva 2010 e Esmalte 2011 (rP = - 0,55; p=0,013). Conclusão: Os valores de chumbo obtidos em todas as amostras ao longo de 3 anos caracterizam baixa exposição a chumbo no grupo estudado. As concentrações de chumbo no sangue, saliva, plasma e esmalte não variaram ao longo do tempo. Das 28 associações testadas, foram estatisticamente significantes e positivas aquelas entre o Sangue Total 2009 e o Esmalte 2011 e entre o Esmalte 2009 e Esmalte 2010. A associação entre Saliva 2010 e Esmalte 2011 foi inversa. Os resultados sugerem que o esmalte tenha associação com a exposição de chumbo passada, neste estudo caracterizado pelos valores de chumbo no sangue total. Os resultados sugerem que o esmalte possa ser um biomarcador fidedigno para avaliar o grau de exposição a chumbo em populações com baixa exposição a este metal, uma vez que o esmalte superficial de dentes decíduos não incorporou chumbo em quantidades significativas entre 2 e 5 anos de idade em crianças com baixa exposição e baixa atividade de cárie. / Environmental exposure to lead is one of the most serious contamination problems that affect public health. Even in small amounts, lead can cause neurological and biochemical changes, such as mental problems and hyperactivity. In Brazil, there is no program for the detection of children contaminated by this metal. Children are more sensitive to the deleterious effects of chronic lead exposure. Studies that proved association between environmental exposure to lead and neurological developmental problems used dentine of primary teeth as a marker of lead exposure. Studies by our group suggest that superficial enamel of deciduous teeth would be a good cumulative marker of past exposure to lead, and this tissue has considerable advantages regarding access and the perspective of development of tests for environmental monitoring of children. An important question is whether the concentrations of lead found in deciduous enamel surface vary over time in children with low exposure and if there are correlations between the concentrations of lead in the enamel surface and those of the main body fluids from which the lead was accumulated in the enamel, which are whole blood, plasma and saliva. The aims of this study was to investigate in vivo, by testing lead concentration in deciduous enamel of primary teeth, if the lead accumulated in the first micrometers of enamel increases along three years and if the concentrations of lead found in enamel surface were correlated with those found in whole blood, plasma and saliva. The initial sample consisted of 50 children aged 2 to 3 years from Ribeirão Preto, who were receiving dental care at Children\'s Clinic of the Faculty of Dentistry of Ribeirão Preto - USP and students of Nursery Carochinha (USP-Ribeirão Preto). The following samples were obtained: first stage (2009): 01 sample of whole blood and 01 sample of enamel of a central upper incisor, second stage (2010): 01 sample of whole blood, 01 sample of blood plasma, 01 sample of saliva and 01 sample of enamel from the contralateral tooth; third stage (2011): 01 sample of whole blood, 01 sample of blood plasma, 01 sample of saliva and 02 enamel samples of lateral upper incisors. Phosphorus was determined by a colorimetric method, in order to calculate the depth of enamel tests. Lead concentrations in plasma, saliva and enamel were determined by inductively coupled plasma mass spectrometry (ICPMS) and whole blood by atomic absorption spectrometer with graphite furnace. Many children or their guardians did not allow the collection of blood in any of the periods, and thus, over the three years, we had the enrollment of only 20 children. In 2009, the concentration of lead in whole blood varied from 0.2 μg / dL to 7.48 μg /dL and the median was 0.26 μg/dL. Only one child had a blood lead level 5 μg/ dL. In 2010, the concentration of lead in whole blood ranged from 0.2 μg/dL to 3.8 μg/dL and the median was 0.32 μg/dL. In 2011, the concentration of lead in blood ranged from 1.15 μg/dL to 3.55 μg/dL and the median was 0.95 μg/dL. The blood lead data do not show statistically significant differences over the years (p> 0.05). In 2010, values of lead in plasma ranged from 0.29 to 3.20 μg/L and the median was 0.49 μg/L. In 2011, lead levels in plasma ranged from 0.38 to 1.60 μg/L with median 0.52 μg/L. The lead concentration in Saliva 2010 ranged from 0.02 to 3.00μ g/L, median 0.34 μg/L. In 2011, these values ranged from 0.02 to 4.27 μg/L and the median was 0.19 μg/L. For lead concentrations in plasma and saliva, there were no statistically significant differences between groups (Saliva 2010 x Saliva 2011; Plasma 2010 x Plasma 2011)(Mann-Whitney test, p> 0.05). To analyze enamel samples, the values of lead were recalculated so they would reflect the lead found in one same depth, which was 3.4 micrometers. None of the groups (enamel from 2009, enamel from 2010 and enamel from 2011) presented normal distribution. There was no statistically significant difference between these three groups (p=0.71, Kruskal-Wallis). A correlation analysis was performed after logarithmic transformation (log10) of all values. Even after this transformation, two groups still did not exhibit normal distribution, which were Plasma 2011 & Enamel 2010. The associations that involved these two groups were tested using the Spearman correlation test, while all other associations were tested using the Pearson correlation test. The significant positive correlations found were: Whole Blood 2009 and Whole Blood 2010 (rP = 0,64; p = 0,002) ; Whole Blood 2010 and Whole Blood 2011 (rP = 0,66; p = 0,002); between Enamel 2011 and Whole Blood 2009 (rP= 0.44, p = 0.05) and between Enamel 2009 and Enamel 2010 (rS= 0.45, p= 0.03). There was an inverse association between Saliva 2010 and Enamel 2011 (rP= - 0,55; p = 0,013). Conclusion: The lead values obtained in all samples over three years characterized low exposure to lead by the group studied. Lead concentrations in blood, saliva, plasma and enamel did not vary over time. Of the 28 associations tested, the ones between Whole Blood 2009 and 2011 and between Enamel 2009 and 2010 were positive and significant. The association between Saliva 2010 and Enamel 2011 was negative and significant. The results suggest that the lead found in the enamel is correlated with past exposure to lead characterized in this study by the yearly whole blood lead data. The results further suggest that the dental enamel can be a reliable marker to assess the degree of exposure to lead of populations, since the primary teeth´s enamel surface did not incorporate lead in substantial quantities between 2 and 5 years in children with low exposure to this metal and low caries activity.
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Incorporação de chumbo pós-eruptiva em esmalte de dentes decíduos e correlação com saliva e plasma - Estudo longitudinal / Post eruptive lead incorporation into the enamel of primary teeth and its correlation with saliva and plasma - a longitudinal studySoraya Cheier Dib Gonçalves 20 March 2012 (has links)
A exposição ambiental ao chumbo é uma das questões mais sérias de contaminação de populações do ponto de vista de saúde pública. Mesmo em pequenas quantidades, o chumbo causa mudanças bioquímicas e neurológicas, convulsões e hiperatividade. No Brasil, não existe programa nacional para detecção de crianças contaminadas por este metal, as quais são mais sensíveis aos efeitos deletérios resultantes da exposição crônica a baixas concentrações de chumbo. A maioria dos trabalhos que comprovaram a associação entre exposição ambiental a chumbo no passado e problemas no desenvolvimento neurológico utilizou dentina de dentes decíduos como tecido marcador de exposição. Trabalhos do nosso grupo indicam que o esmalte superficial de dentes decíduos seria um bom marcador cumulativo da exposição passada ao chumbo, sendo que esse tecido apresenta consideráveis vantagens do ponto de vista de acesso e desenvolvimento de testes para monitoramento ambiental. Uma questão importante é verificar se as concentrações de chumbo encontradas no esmalte superficial decíduo variam ao longo do tempo em crianças de baixa exposição. Outra questão importante é verificar se há correlações entre as concentrações de chumbo no esmalte superficial e aquelas dos principais fluidos corporais a partir dos quais o chumbo seria acumulado no esmalte, que são sangue total, plasma e saliva. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar in vivo, por meio de testes em esmalte em dentes decíduos, se o chumbo acumulado nos primeiros micrometros do esmalte aumenta ao longo de três anos e se as concentrações de chumbo encontradas no esmalte apresentam correlação com aquelas encontradas no sangue total, plasma e saliva. A amostra inicial foi constituída por 50 crianças com idade de 2 a 3 anos procedentes de Ribeirão Preto que estavam recebendo atendimento odontológico na Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto USP e alunos da Creche Carochinha (USPRibeirão Preto). Obtiveram-se as seguintes amostras: primeira etapa (2009): 01 amostra de sangue total e 01 amostra de esmalte de um incisivo central superior; segunda etapa (2010): 01 amostra de sangue total, 01 amostra de plasma sanguíneo, 01 amostra de saliva e 01 amostra de esmalte do dente contralateral. terceira etapa (2011): 01 amostra de sangue total, 01 amostra de plasma sanguíneo, 01 amostra de saliva e 02 amostras de amostra de esmalte dos incisivos laterais. O fósforo foi determinado colorimetricamente, para calcular a profundidade dos testes de esmalte. As concentrações de chumbo no plasma, saliva e esmalte dental foram determinadas por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICPMS) e no sangue total, por espectrometria de absorção atômica com forno de grafite. Muitas crianças ou seus responsáveis não permitiram a coleta de sangue em algum dos períodos, e assim ao longo dos 3 anos tivemos participação efetiva de 20 crianças. Em 2009, a concentração de chumbo no sangue total variou de 0,2 μg/dL a 7,48 μg/dL e teve como a mediana 0,26 μg/dL. Apenas uma criança apresentou nível de chumbo no sangue 5 μg/dL. Em 2010, a concentração de chumbo no sangue total variou de 0.2 μg/dL a 3,8 μg/dL e teve como a mediana 0,32 μg/dL. Em 2011, a concentração de chumbo no sangue variou de 1,15 μg/dL a 3,55 μg/dL e teve como mediana 0,95 μg/dL. Os dados de chumbo no sangue não apresentam diferenças estatisticamente significantes entre os grupos ao longo dos anos (p>0.05). Em 2010, valores de chumbo no plasma variaram de 0,29 3,20 μg/L e a mediana foi 0,49. Em 2011, variaram de 0,38 1,60 μg/L com mediana 0,52 μg/L. A concentração de chumbo na saliva em 2010 variou de 0,02 3,00 μg/L, com mediana de 0,34 μg/L. Em 2011, esses valores variaram de 0,02 4,27 μg/L e a mediana foi de 0,19 μg/L. Para as concentrações de chumbo no plasma e na saliva, não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (Saliva 2010 x Saliva 2011; Plasma 2010 x Plasma 2011) (teste de Mann Whitney; p>0.05). No caso dos dados obtidos no esmalte dentário, os valores de chumbo foram recalculados para uma mesma profundidade, que foi de 3,4 μm. Nenhum dos grupos (Esmalte 2009, Esmalte 2010 e Esmalte 2011) teve distribuição normal, e não houve diferença entre nas concentrações de chumbo encontradas ao longo dos anos, com medianas de 36, 35 e 38 μg/g em 2009, 2010 e 2011, respectivamente (p=0,71, teste de Kruskal-Wallis). A análise de correlação foi feita após a transformação logarítmica (log10) de todos os valores. Mesmo após esta transformação, dois grupos ainda não apresentaram distribuição normal, o grupo Plasma 2011 e Esmalte 2010. As associações que envolviam estes grupos foram testadas utilizando-se a correlação de Spearman, enquanto todas as demais associações foram testadas utilizando-se o teste de correlação de Pearson. As correlações significativas positivas encontradas foram: entre Sangue Total 2009 e Sangue Total 2010 (rP = 0,64; p = 0,002) ; Sangue Total 2010 e Sangue Total 2011 (rP = 0,66; p = 0,002); Esmalte 2011 e Sangue Total 2009 (rP= 0,44; p=0,05) e entre Esmalte 2009 e Esmalte 2010 (rS = 0,45 e p=0,03). Houve uma associação inversa entre a Saliva 2010 e Esmalte 2011 (rP = - 0,55; p=0,013). Conclusão: Os valores de chumbo obtidos em todas as amostras ao longo de 3 anos caracterizam baixa exposição a chumbo no grupo estudado. As concentrações de chumbo no sangue, saliva, plasma e esmalte não variaram ao longo do tempo. Das 28 associações testadas, foram estatisticamente significantes e positivas aquelas entre o Sangue Total 2009 e o Esmalte 2011 e entre o Esmalte 2009 e Esmalte 2010. A associação entre Saliva 2010 e Esmalte 2011 foi inversa. Os resultados sugerem que o esmalte tenha associação com a exposição de chumbo passada, neste estudo caracterizado pelos valores de chumbo no sangue total. Os resultados sugerem que o esmalte possa ser um biomarcador fidedigno para avaliar o grau de exposição a chumbo em populações com baixa exposição a este metal, uma vez que o esmalte superficial de dentes decíduos não incorporou chumbo em quantidades significativas entre 2 e 5 anos de idade em crianças com baixa exposição e baixa atividade de cárie. / Environmental exposure to lead is one of the most serious contamination problems that affect public health. Even in small amounts, lead can cause neurological and biochemical changes, such as mental problems and hyperactivity. In Brazil, there is no program for the detection of children contaminated by this metal. Children are more sensitive to the deleterious effects of chronic lead exposure. Studies that proved association between environmental exposure to lead and neurological developmental problems used dentine of primary teeth as a marker of lead exposure. Studies by our group suggest that superficial enamel of deciduous teeth would be a good cumulative marker of past exposure to lead, and this tissue has considerable advantages regarding access and the perspective of development of tests for environmental monitoring of children. An important question is whether the concentrations of lead found in deciduous enamel surface vary over time in children with low exposure and if there are correlations between the concentrations of lead in the enamel surface and those of the main body fluids from which the lead was accumulated in the enamel, which are whole blood, plasma and saliva. The aims of this study was to investigate in vivo, by testing lead concentration in deciduous enamel of primary teeth, if the lead accumulated in the first micrometers of enamel increases along three years and if the concentrations of lead found in enamel surface were correlated with those found in whole blood, plasma and saliva. The initial sample consisted of 50 children aged 2 to 3 years from Ribeirão Preto, who were receiving dental care at Children\'s Clinic of the Faculty of Dentistry of Ribeirão Preto - USP and students of Nursery Carochinha (USP-Ribeirão Preto). The following samples were obtained: first stage (2009): 01 sample of whole blood and 01 sample of enamel of a central upper incisor, second stage (2010): 01 sample of whole blood, 01 sample of blood plasma, 01 sample of saliva and 01 sample of enamel from the contralateral tooth; third stage (2011): 01 sample of whole blood, 01 sample of blood plasma, 01 sample of saliva and 02 enamel samples of lateral upper incisors. Phosphorus was determined by a colorimetric method, in order to calculate the depth of enamel tests. Lead concentrations in plasma, saliva and enamel were determined by inductively coupled plasma mass spectrometry (ICPMS) and whole blood by atomic absorption spectrometer with graphite furnace. Many children or their guardians did not allow the collection of blood in any of the periods, and thus, over the three years, we had the enrollment of only 20 children. In 2009, the concentration of lead in whole blood varied from 0.2 μg / dL to 7.48 μg /dL and the median was 0.26 μg/dL. Only one child had a blood lead level 5 μg/ dL. In 2010, the concentration of lead in whole blood ranged from 0.2 μg/dL to 3.8 μg/dL and the median was 0.32 μg/dL. In 2011, the concentration of lead in blood ranged from 1.15 μg/dL to 3.55 μg/dL and the median was 0.95 μg/dL. The blood lead data do not show statistically significant differences over the years (p> 0.05). In 2010, values of lead in plasma ranged from 0.29 to 3.20 μg/L and the median was 0.49 μg/L. In 2011, lead levels in plasma ranged from 0.38 to 1.60 μg/L with median 0.52 μg/L. The lead concentration in Saliva 2010 ranged from 0.02 to 3.00μ g/L, median 0.34 μg/L. In 2011, these values ranged from 0.02 to 4.27 μg/L and the median was 0.19 μg/L. For lead concentrations in plasma and saliva, there were no statistically significant differences between groups (Saliva 2010 x Saliva 2011; Plasma 2010 x Plasma 2011)(Mann-Whitney test, p> 0.05). To analyze enamel samples, the values of lead were recalculated so they would reflect the lead found in one same depth, which was 3.4 micrometers. None of the groups (enamel from 2009, enamel from 2010 and enamel from 2011) presented normal distribution. There was no statistically significant difference between these three groups (p=0.71, Kruskal-Wallis). A correlation analysis was performed after logarithmic transformation (log10) of all values. Even after this transformation, two groups still did not exhibit normal distribution, which were Plasma 2011 & Enamel 2010. The associations that involved these two groups were tested using the Spearman correlation test, while all other associations were tested using the Pearson correlation test. The significant positive correlations found were: Whole Blood 2009 and Whole Blood 2010 (rP = 0,64; p = 0,002) ; Whole Blood 2010 and Whole Blood 2011 (rP = 0,66; p = 0,002); between Enamel 2011 and Whole Blood 2009 (rP= 0.44, p = 0.05) and between Enamel 2009 and Enamel 2010 (rS= 0.45, p= 0.03). There was an inverse association between Saliva 2010 and Enamel 2011 (rP= - 0,55; p = 0,013). Conclusion: The lead values obtained in all samples over three years characterized low exposure to lead by the group studied. Lead concentrations in blood, saliva, plasma and enamel did not vary over time. Of the 28 associations tested, the ones between Whole Blood 2009 and 2011 and between Enamel 2009 and 2010 were positive and significant. The association between Saliva 2010 and Enamel 2011 was negative and significant. The results suggest that the lead found in the enamel is correlated with past exposure to lead characterized in this study by the yearly whole blood lead data. The results further suggest that the dental enamel can be a reliable marker to assess the degree of exposure to lead of populations, since the primary teeth´s enamel surface did not incorporate lead in substantial quantities between 2 and 5 years in children with low exposure to this metal and low caries activity.
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Estudo das características clínicas, comportamentais e dos parâmetros salivares de pacientes portadores de lesões cervicais não cariosas e um grupo controle / Study of clinical, behavioral and salivary parameters in patients with non-carious cervical lesions and a control groupDaniele Ferreira 10 March 2016 (has links)
A saliva é um fluido biológico com importante papel nos fenômenos que ocorrem na cavidade bucal. O efeito da sua composição sobre as perdas de estruturas dentais de origem não cariosa, como o desgaste dental, tem sido estudado. No entanto, há conflitos nos resultados apresentados por esses estudos, mostrando uma dificuldade em identificar os fatores salivares que possam proteger ou intensificar a evolução do processo. Assim, o presente estudo se propôs a analisar as características clínicas, comportamentais e de alguns parâmetros salivares em dois grupos experimentais: pacientes que apresentam lesões cervicais não cariosas (LCNCs) (n=20) e um grupo controle (n=20). Foram coletados dados clínicos e comportamentais através de um exame clínico e de uma entrevista, a seguir amostras de saliva estimulada e não-estimulada foram coletadas e analisados: pH, capacidade tampão, fluxo salivar, concentração de proteínas totais, atividade da amilase salivar, concentração de ureia salivar e a concentração dos íons sódio, fósforo, potássio, magnésio e cálcio. A capacidade tampão foi medida pela titulação da saliva com uma solução de HCL 0,01N; o fluxo salivar se deu pela relação entre o volume de saliva e o tempo de coleta (ml/min); as concentrações de proteínas totais, ureia e a atividade da amilase foram determinadas por método colorimétrico; as concentrações dos íons cálcio, fósforo, magnésio, potássio e sódio foram determinadas por espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES). Os resultados foram submetidos aos testes Qui-quadrado, teste t e Mann-Whitney (p<0,05). As características relacionadas aos hábitos de higiene dental, dieta ácida, hábitos parafuncionais, presença de distúrbios gástricos, secura bucal e prévio tratamento periodontal, não mostraram relação com a presença de lesões cervicais não cariosas. Os pacientes portadores de LCNCs se queixaram mais de sensibilidade dental (p=0,0014). Foi observado um maior número de lesões cervicais de pequena profundidade (79%), em formato de cunha (72%), apresentando hipersensibilidade dentinária (HD) (86%), localizados nos dentes posteriores (88,18%) e na maxila (66,14%), sendo os pré-molares os dentes mais afetados (56,69%). Os níveis de cálcio na saliva não-estimulada do grupo de pacientes com LCNCs foi significativamente maior em relação ao controle (p=0,041). A concentração de potássio na saliva estimulada foi significativamente maior no grupo controle (p=0,028). As variáveis fluxo salivar, pH, capacidade tampão, concentração de proteínas totais, ureia, amilase, sódio, magnésio e fósforo não mostraram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. Conclui-se que os fatores comportamentais não interferiram no aparecimento das lesões cervicais não cariosas. As LCNCs são pouco profundas, em formato de cunha, acometem mais dentes superiores e pré-molares e são acompanhadas de HD. As concentrações de cálcio e potássio podem interferir na formação das LCNCs. / Saliva is a biological fluid with an important role in the phenomena that occur in the oral cavity. The effect of salivary composition in loss of tooth structure with no carious origin, such as tooth wear, has been studied. However, there are conflicts in the results presented by studies showing a difficulty in identifying the salivary factors which may protect or intensify the development of tooth wear process. The aim of this study was to analyze the clinical, behavioral and some salivary parameters into two groups: patients with non-carious cervical lesions (NCCLs) (n=20) and a control group (n=20). Clinical and behavioral data were collected through a clinical examination and an interview. Saliva samples stimulated and unstimulated were collected and analyzed: pH, buffer capacity, flow rate, total protein, amylase activity, urea, sodium, phosphorus, potassium, magnesium and calcium. The buffer capacity was measured by titration of saliva samples using 0.01N HCl solution; flow rate was the relationship between the volume of saliva and the collection time (ml/min); the concentrations of total protein, urea and amylase activity were determined by colorimetric method; concentrations of calcium, phosphorus, magnesium, potassium and sodium were determined by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP-OES). The results were tested to the chi-square test, t-test and Mann-Whitney U test (p<0.05). The characteristics related to dental hygiene, acidic diet, parafunctional habits, presence of gastric disorders, dry mouth, and previous periodontal treatment did not show relationship to the presence of non-carious cervical lesions. Patients with non-carious cervical lesions complained over tooth sensitivity (p=0.0014). It observed an increased number of cervical lesions small depth (79%), wedge-shaped (72%), with dentin hypersensitivity (86%), located the posterior teeth (88,18%) and maxilla (66,14%), the premolars being the most affected teeth (56,69%). The concentration of calcium in unstimulated saliva of patients with NCCLs was significantly higher compared to control (p=0.041). The concentration of potassium was significantly higher in stimulated saliva in the control group (p=0.028). The results flow rate, pH, buffer capacity, total protein, urea, amylase, sodium, magnesium and phosphorus showed no significant differences between the two groups. It is concluded that behavioral factors do not interfere in the presence of non-carious cervical lesions. The NCCLs are shallow, wedge-shaped, affecting more maxilla and premolars and are accompanied by DH. The calcium and potassium concentrations may interfere with the formation of NCCLs.
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Avaliação da acurácia de testes imunocromatográficos rK39 no diagnóstico da leishmaniose visceral em pacientes coinfectados com HIV / Evaluation of accuracy of tests immunochromatographic rK39 in diagnosis of visceral leishmaniasis in patients coinfected with HIVSilva , Mauro Roberto Biá da 21 November 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-11-21 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Background: Visceral Leishmaniasis (VL) is an anthropozoonosis caused by protozoa of the genus Leishmania, especially Leishmania (Leishmania) infantum or Leishmania (Leishmania) donovani. It is present in tropical and subtropical regions and it is considered a neglected disease. The LV diagnosis is dificult, mainly for patients co infected with HIV, because LV paients present atipical clinic forms and the sorology is not trustfull Objectives: The aim of this thesis is to evaluate the accuracy of Immunochromatographic rK39 tests in the diagnosis of Visceral Leishmaniasis in serum and saliva of HIV-co-infected patients Methods: VL suspected patients were treated at the Institute of Tropical Diseases Natan Portela - IDTNP, Teresina, Piauí, Brazil, from March 2011 to October 2012. In addition to the clinical examination, it was performed the IC rK39 test in saliva and blood and also the bone marrow aspiration for parasitological and the PCR-RFLP tests. As routine in the institution, VL suggestive patients were also investigated for HIV. Bone marrow samples were collected for Leishmania research in smear, culture and PCR. For the research of Leishmania spp. in bone marrow aspirate, the Panoptic stain was used (RANYLAB Pharmaceutical Chemistry). The analyses of the stained slides were done in an optical microscope with immersion objective, magnification of 1000x. To perform the bone marrow aspirate culture, the aspirate was cultivated in 3 mL of NNN medium (McNeal, Novy & Nicolle) and 500 μL Schneider medium at 26°C. The search for promastigotes. was performed every seven days in blade - cover slip in an optical microscope. 5 mL were collected from peripheral blood in Vaccutainer® tubes without any anticoagulant in order to obtain the serum. Sera were then aliquoted in cryoassay tubes and kept in a freezer at -70°C. Saliva was collected in 50 mL polypropylene tubes and, in order to increase the amount of saliva, the patients received a piece of Parafilm® for chewing. Saliva was aliquoted in cryoessay tubes and kept in a freezer at -70°C. Results: VL patients who possessed the IC rK39 test with positive serum showed 58.6% of positivity (n = 17) in saliva (SalPos), while all of the healthy donors (CT) (n = 20) were negative in serum and saliva. The amount of total and specific IgG in the serum of patients with VL was significantly higher than that in the CT group. The specific IgG of the SalPos group was greater than in VL patients with negative saliva (SalNeg), but it was not statistically
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significant. The amount of total or specific IgA was similar in all groups. The amount of specific IgG for Leishmania found in saliva of both the SalPos and SalNeg groups was higher than in the control group, but the group with SalPos saliva presented more specific IgG to Leishmania than the SalNeg group. Among the 86 VL patients, 33 had positive serology for HIV and five tested negative serology, however, they were carriers of the virus and were being treated, totalizing 37 infected individuals. The sensitivity of VL in PCR was of 100%, since this test was considered gold standard in this study. The other tests had sensitivity of 57.14% (n = 49) (bone marrow aspiration culture), 48.71% (n = 78) (marrow aspirate smear analysis), 55.81% (n = 86) and 56 25% (n = 85) for the IC rK39 tests in Orangelife or Kalazar Detect serum, respectively. In the case of using the parasitological test as the gold standard, the sensitivity of serological tests was greater than 82%. It is not clear if HIV infection is able to interfere in the serological tests yet. Conclusions: The rK39 IC tests, with the utilization of serum, have a low sensitivity when applied to patients co-infected with HIV and VL, and the use of saliva for VL diagnosis is limited. / Introdução: A Leishmaniose Visceral (LV) é uma antropozoonose causada por protozoários do gênero Leishmania, especialmente Leishmania (Leishmania) infantum ou Leishmania (Leishmania) donovani. Está presente em regiões tropicais e subtropicais e é considerada uma doença negligenciada. O diagnóstico preciso da LV é geralmente difícil, principalmente em pacientes coinfectados pelo HIV, porque a LV apresenta formas clínicas atípicas e porque o diagnóstico sorológico se torna pouco confiável. Objetivo: Avaliar a acurácia de Testes Imunocromatográficos rK39 no diagnóstico da LV em soro e saliva de pacientes coinfectados com HIV. Métodos: Pacientes suspeitos de LV foram atendidos no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela - IDTNP, Teresina, Piauí, Brasil, no período de março de 2011 a outubro de 2012. Além do exame clínico, foi realizado o teste IC rK39 em saliva e sangue, aspiração de medula óssea para exames parasitológicos e PCR- RFLP. Como rotina na instituição, pacientes sugestivos de LV também foram investigados para HIV. Foram coletadas amostras de medula óssea para pesquisa de Leishmania em esfregaço, cultura e PCR. Para pesquisa de Leishmania spp. em aspirado de medula óssea, utilizou-se a coloração pelo Panótico (RANYLAB Química Farmacêutica). A leitura das lâminas coradas foi realizada em microscópio óptico com objetiva de imersão, aumento de 1000x. Para realização da cultura de aspirado de medula óssea, o aspirado foi cultivado em 3 mL de meio NNN (McNeal, Novy & Nicolle) e 500 μL de meio Schneider a 26ºC. A pesquisa de formas promastigotas de Leishmania spp. foi realizada a cada sete dias em lâmina – lamínula em microscópio óptico. Foram coletados 5 mL de sangue periférico em tubos Vaccutainer® sem anticoagulante para obtenção do soro. Em seguida, os soros foram aliquotados em tubos de crioensaio e mantidos em freezer a -70ºC. A saliva foi recolhida em tubos de polipropileno de 50 mL e para aumentar a quantidade de saliva, os pacientes receberam um pedaço de Parafilm® para mastigar. A saliva foi aliquotada em tubos de crioensaio e mantidas em freezer a -70ºC. Resultados: Pacientes com LV que possuiam o teste IC rK39 positivo no soro, apresentaram uma positividade de 58,6% (n = 17) na saliva (SalPos), enquanto todos os doadores saudáveis (CT) (n = 20) foram negativos no soro e na saliva. A quantidade de IgG total e específica no soro do paciente com LV foi significativamente mais elevada do que no grupo CT. A IgG
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específica do grupo SalPos foi maior do que no grupo de pacientes com LV com saliva negativa (SalNeg), mas não foi estatisticamente significativa. A quantidade de IgA total ou específica foi semelhante em todos os grupos. A quantidade de IgG específica para Leishmania observada na saliva de ambos os grupos SalPos e SalNeg foi maior do que no grupo controle, mas o grupo com saliva SalPos apresentou mais IgG específico para Leishmania do que o grupo SalNeg. Dos 86 pacientes com LV, 33 possuíam sorologia positiva para HIV, cinco apresentaram sorologia negativa, porém, eram portadores do vírus e estavam em tratamento, totalizando 37 indivíduos infectados. A sensibilidade para LV na PCR foi de 100%, já que este foi o teste considerado ouro neste estudo. Os demais testes tiveram sensibilidade de 57,14% (n= 49) (cultura de aspirado medular), 48,71% (n = 78) (análise de esfregaço de aspirado medular), 55,81% (n = 86) e 56,25% (n = 85) para os testes IC rK39 no soro Orangelife ou Kalazar Detect respectivamente. No caso do uso do teste parasitológico como padrão ouro, a sensibilidade dos testes sorológicos foi superior a 82%. Ainda não está bem esclarecido se a infecção pelo HIV é capaz de interferir nos testes sorológicos. Conclusões: Os testes IC rK39, com utilização de soro, tem uma baixa sensibilidade quando aplicados a pacientes coinfectados com LV-HIV, e o uso da saliva para o diagnóstico da LV é limitado.
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