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Da deliciosa indolência à atividade petulante: trabalho e ócio na antropologia de Rousseau / From the delicious indolence to the petulant activity: labor and idleness in Rousseau\'s anthropologyAzevedo, Thiago Vargas Escobar 12 December 2014 (has links)
Trata-se de analisar a elaboração conceitual e a função das noções de \"trabalho\", \"indolência\" e \"ócio\" na antropologia de Rousseau, apontando de que maneira é possível realizar a leitura da gênese da humanidade e da gênese da história a partir da gênese do trabalho. Pretende-se também examinar como o desenvolvimento das formas de trabalho permite pensarmos o labor em suas variadas categorias: Rousseau descreve e distingue qualitativamente diversas espécies de trabalho humanos sempre considerando os dados heterogêneos que compõe os sucessivos quadros do estado de natureza histórico. No primeiro estado de natureza, retratado no Segundo Discurso, os homens encontravam-se esparsos em uma natureza pródiga: vivendo em terra fértil e abundante, na qual podiam plenamente usufruir de sua indolência natural, os indivíduos equiparavam-se aos animais e suas faculdades distintas encontravam-se em potência. Neste meio ambiente generoso, que não exigia senão um mínimo esforço instintivo para sobrevivência, o trabalho era inexistente. Entretanto, este modelo, no qual a preguiça se apresenta como atributo antropológico fundamental que mantém o homem apegado ao estado de coisas em que se encontra, transforma-se no momento em que surgem os obstáculos: a natureza, tornando-se avara, passa a esconder seus frutos. Abandonando sua indolência, o homem vê e faz nascer uma primeira espécie de trabalho e constrói seus primeiros objetos técnicos; é no momento desta gênese que a liberdade e a perfectibilidade se atualizam e o homem, assim, terá acesso propriamente à sua humanidade. Examina-se, então, a partir do desenvolvimento das formas de trabalho, de que maneira o homem passa a tomar a consciência de si e do outro, dando início ao desenvolvimento da história, da razão e da sociedade. Pretende-se, portanto, demonstrar e contextualizar como a noção de trabalho, que suplanta a ociosidade paradisíaca, opera como ponto de inflexão fundamental na antropologia de Rousseau. / This essay analyzes the role and the conceptual elaboration of the notions of human labor, indolence and idleness in Rousseaus anthropology, addressing how it is possible to read the genesis of humankind and the genesis of history by examining the genesis of work. Furthermore, this research intends to assay how the development of different forms of work allows us to think labor in its distinct categories: Rousseau distinguishes and qualitatively describes several sorts of human labor, always regarding the heterogeneous elements that compose the successive stages of the historical state of nature. In the original state of nature portrayed in the Second Discourse, men found themselves scattered in a prodigal nature: living in a fertile and abundant land, where they could fully enjoy their natural indolence, individuals were similar to animals and mens faculties lay dormant. In this generous environment where just a minimum instinctual effort was required for survival, toil was inexistent. However, this model in which laziness is a fundamental anthropological attribute that keeps men attached to its state of affairs, undergoes changes the moment where the obstacles arise: nature, becoming miser, starts to hide its fruits. Relinquishing its indolence, humankind develops a first form of labor and starts to build its firsts technical objects; at the same moment, freedom and perfectibility are developed, so men will truly have access to their humanity. Subsequently, we analyze, considering the development of human forms of labor, in which way men become self-aware of their equals, triggering the development of history, reason and society. This work maintains that the notion of human labor, superseding the paradisiac idleness, plays a fundamental role in Rousseaus anthropology.
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Da deliciosa indolência à atividade petulante: trabalho e ócio na antropologia de Rousseau / From the delicious indolence to the petulant activity: labor and idleness in Rousseau\'s anthropologyThiago Vargas Escobar Azevedo 12 December 2014 (has links)
Trata-se de analisar a elaboração conceitual e a função das noções de \"trabalho\", \"indolência\" e \"ócio\" na antropologia de Rousseau, apontando de que maneira é possível realizar a leitura da gênese da humanidade e da gênese da história a partir da gênese do trabalho. Pretende-se também examinar como o desenvolvimento das formas de trabalho permite pensarmos o labor em suas variadas categorias: Rousseau descreve e distingue qualitativamente diversas espécies de trabalho humanos sempre considerando os dados heterogêneos que compõe os sucessivos quadros do estado de natureza histórico. No primeiro estado de natureza, retratado no Segundo Discurso, os homens encontravam-se esparsos em uma natureza pródiga: vivendo em terra fértil e abundante, na qual podiam plenamente usufruir de sua indolência natural, os indivíduos equiparavam-se aos animais e suas faculdades distintas encontravam-se em potência. Neste meio ambiente generoso, que não exigia senão um mínimo esforço instintivo para sobrevivência, o trabalho era inexistente. Entretanto, este modelo, no qual a preguiça se apresenta como atributo antropológico fundamental que mantém o homem apegado ao estado de coisas em que se encontra, transforma-se no momento em que surgem os obstáculos: a natureza, tornando-se avara, passa a esconder seus frutos. Abandonando sua indolência, o homem vê e faz nascer uma primeira espécie de trabalho e constrói seus primeiros objetos técnicos; é no momento desta gênese que a liberdade e a perfectibilidade se atualizam e o homem, assim, terá acesso propriamente à sua humanidade. Examina-se, então, a partir do desenvolvimento das formas de trabalho, de que maneira o homem passa a tomar a consciência de si e do outro, dando início ao desenvolvimento da história, da razão e da sociedade. Pretende-se, portanto, demonstrar e contextualizar como a noção de trabalho, que suplanta a ociosidade paradisíaca, opera como ponto de inflexão fundamental na antropologia de Rousseau. / This essay analyzes the role and the conceptual elaboration of the notions of human labor, indolence and idleness in Rousseaus anthropology, addressing how it is possible to read the genesis of humankind and the genesis of history by examining the genesis of work. Furthermore, this research intends to assay how the development of different forms of work allows us to think labor in its distinct categories: Rousseau distinguishes and qualitatively describes several sorts of human labor, always regarding the heterogeneous elements that compose the successive stages of the historical state of nature. In the original state of nature portrayed in the Second Discourse, men found themselves scattered in a prodigal nature: living in a fertile and abundant land, where they could fully enjoy their natural indolence, individuals were similar to animals and mens faculties lay dormant. In this generous environment where just a minimum instinctual effort was required for survival, toil was inexistent. However, this model in which laziness is a fundamental anthropological attribute that keeps men attached to its state of affairs, undergoes changes the moment where the obstacles arise: nature, becoming miser, starts to hide its fruits. Relinquishing its indolence, humankind develops a first form of labor and starts to build its firsts technical objects; at the same moment, freedom and perfectibility are developed, so men will truly have access to their humanity. Subsequently, we analyze, considering the development of human forms of labor, in which way men become self-aware of their equals, triggering the development of history, reason and society. This work maintains that the notion of human labor, superseding the paradisiac idleness, plays a fundamental role in Rousseaus anthropology.
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O homem depravado e a possibilidade do bem na filosofia política de Jean-Jacques Rousseau / The depraved man and the good´s possibility in Jean-Jacques Rousseau´s politic philosophySOUZA, Júnio Cézar da Rocha 29 August 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012-08-29 / This work has a purpose to discuss about Rousseau´s thoughts about the possibility of
doing the right thing in the society. The philosopher from Geneva, to work on this
possibility, plead mainly about the people´s primitive condition and his degeneration
with the society´s advent. We will study some Jean-Jacques Rousseau´s works to
discuss the way from the wild man, passing through his corruption until a political
redemption proposal by the establishment of the Republic. The Discourse on the Origin
and Basis of Inequality Among Men describes the first characteristics of this primitive
man and of the pacific and harmonious way of living together; then, it discusses the
emergence of the property, the main cause of the inequality and clear manifestation of
the bad repercussions on the society´s establishment. We will discuss this
misrepresentation grown of society, but he possible recovery of the man from this
moment of corruption celebration, to a civil estate ordained by laws and by the terms of
a convention that claims for the common good of every citizen. The man, wild at first,
passes to his civil condition, and Rousseau proposes the transformation of this man into
a citizen, inside the Republic order. In the Republic, the citizen will have conditions to
have a good behave in their pair; he will obey the laws, which comes from their own
wishes- the wish to practice the good. The Republic citizen´s wish to practice the good
is settled in the common good. The wish for the good can only be longed by the
obedience to the conscience and by the self-love overcoming. The work discusses
another great Rousseau´s text, The Social Contract, and others of the above mentioned,
as Émile or On Education, Julie or The New Heloise, The Moral Letters, Letter to
Christophe de Beaumont, these will have great concepts of virtue, good, general wish,
etc. The perverse man and the possibility of good will be equally analyzed through he
establishment of speakers who also will discuss about this possibility. The man will be
thought according to Rousseau´s philosophy, that understands man with a tendency to a
morality, what makes him a practitioner of good. However the problem that introduces
is the Rousseau´s defense of a good nature of man, but it suffers a corruption in the
historical development but is reascended in the Republic. This binary man, paradoxical,
is good, but the misunderstandings of the conscience revival as it was thought by the
philosopher form Geneva, what will sediment the hope in the pact proposed in the work
The Social Contract that refers to its feasibility. There´s hope in politic because there´s
hope in people themselves. / O presente trabalho procura trazer uma discussão sobre o pensamento de Rousseau
acerca da possibilidade do agir bem na sociedade. O filósofo genebrino, para tratar de
tal possibilidade, arrazoa prioritariamente sobre a condição primitiva do homem e a
degeneração desta com o advento da sociedade. Lançar-nos-emos sobre algumas obras
de Jean-Jacques Rousseau para discutirmos o trânsito que vai do homem selvagem,
passando por sua corrupção até uma proposta redentivo-política por meio do
estabelecimento da república. O Discurso sobre a origem e a fundamentação da
desigualdade entre os homens descreve as características primeiras desse homem
primitivo e de sua vivência harmônica e pacífica; logo, igualmente, trata do surgimento
da propriedade, causa primária da desigualdade e manifestação clara das funestas
sequelas do estabelecimento da sociedade. Discutiremos no presente esforço, essa
deturpação dimanada da sociedade, mas a possível superação do homem desse momento
de celebração da corrupção, para um estado civilmente ordenado por leis e pelas
cláusulas de uma convenção que visa o bem comum de todos os cidadãos. O homem,
primeiramente selvagem, passa para sua condição civil, e Rousseau propõe a
transformação desse homem em cidadão, dentro do ordenamento da república. É na
república que o cidadão terá condições de agir bem entre seus pares, obedecendo às leis,
as quais fluem de sua própria vontade. A vontade do exercício do bem por parte dos
cidadãos da república está firmado no bem comum. Bem que só pode ser ansiado pela
obediência à consciência e pela superação do amor-próprio. O trabalho discute outro
texto magno de Rousseau, o Contrato Social, bem como outros textos do autor supra,
como Emílio, A Nova Heloísa, As Cartas Morais, Carta a Christophe de Beaumont, que
nos remeterão a conceitos importantes como virtude, bem, vontade geral, etc.. O homem
depravado e a possibilidade do bem serão analisados igualmente por meio do
estabelecimento de interlocutores que fomentarão a discussão em torno de tal
possibilidade. O homem será pensado à luz da filosofia rousseauniana, que o
compreende como tendo uma tendência à moralidade, o que o faz um potencial
praticante do bem. Contudo, a problemática que se instaura é a defesa de Rousseau de
uma natureza benfazeja no homem, contudo que se corrompe no desenvolvimento
histórico, mas é reapropriada na república. Esse homem binário, paradoxal, que é bom,
mas que se degenera, poderá obedecer e praticar o bem por azo do ressurgimento da
consciência como pensada pelo filósofo de Genebra, o que sedimentará a esperança no
pacto proposto no Contrato Social, no que se refere à sua exequibilidade. Há esperança
na política porque há esperança no próprio homem.
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