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GOIÂNIA: O MITO DA CIDADE PLANEJADA / GOIÂNIA: THE MYTH OF THE CITY PLANNING

PELÁ, Márcia Cristina Hizim 12 March 2009 (has links)
Made available in DSpace on 2014-07-29T15:32:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 pre textuais Marcia cristina.pdf: 522042 bytes, checksum: f3d9cc915201d40e917cc4f0609ba95e (MD5) Previous issue date: 2009-03-12 / Goiânia was the first planned city of Brazil in the twentieth century. Its building was a strategy of power that sought, in a regional context, to link the productive regions of the State of Goiás, mainly to the south and southwest regions, and to end the old family oligarchies and, in a national level, to bring the country to a new pattern of capitalist production; that means, it was the investment in the process of expansion of the capitalist system of production through the territory modernization. Thus, the city appears with well defined interests and political/economic functions. To make this project feasible, many resources were used, since political and economics agreements till marketing campaigns with the aim to promote the need for modernization. The new was the way. To reach this, nothing better than a new urban plan to retract, through the curves and lines, the progress, the growth and the integration of the hinterland in modern times. The Goiás of "Tropas and Boiadas" (Troop and Drove) by Hugo de Carvalho Ramos, should subjugate to the Treaty of Versailles of Atílio Correia de Lima. This attempt to overlay a culture on the other produced contradictions, considering that it wasn t take into account - or at least the importance was not understood - the fact that who composes a city are the social costumers. Even if a city plan is carefully prepared and agreed politically and economically, its deployment will carry the influence of several social groups that will compose it, fact that will cause the change of the meanings. Thus, it can be observed the creation of a myth and/or urban phenomenon on the modern and planned city in countries land which is based on an ideology of the subjetc city . To understand these assertions is necessary to break with the fragmented way of thinking the city, which conduces to the construction of a critical sight of the space that allows to come across the local and the global, the contradictions between rule and life, the interference of the cultural practices in an urban planning; anyway, that allows an integrated analysis in which theory and practice, perception and reason are complementary in order to understand through the landscape and through the social representation and daily life how the social and cultural practices, material and immaterial, incured directly on the appearance and on the content of Goiânia s territory in the period of 1930 to 1950, observing the changes or even the disfigurement of the original plan, which involves the conflict between rule and life / Goiânia foi a primeira cidade planejada do Brasil no século XX. A sua edificação era uma estratégia de poder que buscava, no âmbito regional, articular as regiões produtivas do Estado de Goiás, principalmente às regiões sul e sudoeste, bem como dar fim às antigas oligarquias familiares e, no âmbito nacional, adequar o país a um novo ritmo de produção capitalista, ou seja, era a investida do processo de expansão do modo de produção capitalista via modernização do território. Sendo assim, a cidade já surge com interesses e funções políticas e econômicas bastante definidas. Para que esse projeto se viabilizasse, inúmeros foram os recursos utilizados, desde acordos políticos, econômicos a campanhas publicitárias que tinham como objetivo difundir a necessidade de modernização. O novo era o caminho. Para isso, nada melhor que um plano urbanístico inovador que retratasse, por meio das curvas e traços, o avanço, o crescimento e a inserção do sertão nos tempos modernos. O Goiás das Tropas e Boiadas , de Hugo de Carvalho Ramos, deveria se render ao traçado de Versalhes de Atílio Correia Lima e Cia. Essa tentativa de sobreposição de uma cultura sobre a outra gerou contradições, pois não se levou em conta ou pelo menos não enxergou a importância o fato de que quem compõe uma cidade são os sujeitos sociais. Por mais que um plano de cidade seja minuciosamente elaborado e acordado política e economicamente, a sua implantação terá a influência dos diversos grupos sociais que irão integrá-la, fato que acarretará deslizamentos de sentidos. Assiste-se, assim, à criação de um mito e/ou fenômeno urbano em torno da cidade planejada e moderna em terras sertanejas, embasado por uma ideologia da cidade como sujeito. Para compreender essas assertivas é necessário romper com o modo fragmentado de pensar a cidade, o que leva à construção de um olhar espacial que, por sua vez, permite deparar com o local e o global, com as contradições entre norma e vida, com as interferências das práticas socioculturais no planejamento urbano. Enfim, possibilita uma análise integrada em que teoria e prática, razão e percepção se complementam, na busca de compreender, por meio da paisagem, da representação social e do cotidiano, como as práticas socioculturais, materiais e imateriais, incidiram diretamente na feição e no conteúdo do território goianiense no período de 1930 a 1950, observando as transformações ou, até mesmo, a desconfiguração do plano original, que implica o conflito entre a norma e a vida.

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