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O amor nos tempos do crack : psicodinâmica, comportamento, biologia e uma proposição de estadiamento funcionalNarvaez, Joana Corrêa de Magalhães January 2014 (has links)
Introdução: Estudos destacam a prevalência crescente do crack (forma fumada de apresentação da cocaína, com ação psicoestimulante, com impacto nos neurônios e neurotransmissores cerebrais dopaminérgicos) no Brasil, em contraponto aos limitados resultados terapêuticos. Dados recentes apontam que cerca de 1% dos jovens já fizeram uso na vida de crack. A expressão clínica de um funcionamento piorado pode se dar através de marcadores de externalização social, como violência, impulsividade e comportamentos autodestrutivos. A literatura demonstra associação do crack com comportamentos sexuais de risco, violência e contravenções. Para além dos indicadores de impacto na sociedade, os sujeitos com histórico de uso de crack, podem apresentar prejuízo nos múltiplos domínios vitais, como: qualidade de vida, capacidade para o trabalho, estudo e manutenção satisfatória dos vínculos sociais. Além de tratarem-se usualmente de usuários de múltiplas substâncias e com importantes índices de associação com comorbidades psiquiátricas. É por isso que a literatura tem ampliado os estudos no que se refere à qualidade de vida dos usuários, apoio social e comorbidades associadas, tratando-se de indicadores de resultados terapêuticos que impactam no ingresso do uso, manutenção, abstinência posterior e prognóstico. No entanto, ainda são escassos os estudos no campo do abuso de substâncias, sobretudo em relação à usuários de crack. Ademais, um crescente corpo de evidências sugere que o uso de crack tem consequências sistêmicas generalizadas, mas pouca atenção tem sido dada à sua fisiopatologia. Neste sentido, o entendimento do funcionamento social e biológico dos usuários pode contribuir para alavancar terapêuticas mais efetivas e direcionadas as distintas etapas e características dos usuários. Neste sentido, esta tese objetiva: Avaliar a funcionalidade social, exposição à risco, comorbidades e biomarcadores em usuários de crack, culminando na proposição de um modelo de estadiamento. Apresentamos aqui três modelos metodológicos: O primeiro, de base populacional que avaliou aspectos sobre a funcionalidade social (qualidade de vida, produtividade, estrutura e apoio parental, adesão à prática religiosa, acesso e adesão ao tratamento), exposição à risco (práticas sexuais, episódios de agressão e porte de armas), além de comorbidades (psiquiátricas e com demais substâncias) em sujeitos de 18 a 24 anos com histórico de uso de crack em relação à população em geral. O segundo estudo diz respeito à avaliação de biomarcadores, se deu através de estudo de comparação de grupos com cinquenta e três pacientes ambulatoriais usuários de crack, combinados com cinquenta controles. O terceiro estudo pressupõe uma revisão da literatura para proposição de um modelo de estadiamento incluindo as variáveis verificadas nos demais estudos. Os resultados do estudo de base populacional indicam que os sujeitos com histórico de uso de crack demonstram prejuízo, em relação à população geral, nas múltiplas dimensões da funcionalidade social e qualidade de vida, em destaque a saúde geral, física, significativas mesmo controlando para uso na vida de cocaína, além da saúde emocional, mental e da percepção de dor. Do ponto de vista relacional evidenciam diferenças no que se refere estrutura da família nuclear no lar, na qual mães se mostram mais presentes e pais mais ausentes em relação à população em geral. Há indícios de impacto expresso na produtividade funcional em termos de escolaridade e na relação com instituições sociais, como o sistema de saúde. O histórico de uso de crack está associado com prejuízos no que tange a gestão de autocuidado e de exposição à risco, demonstrando maiores índices, em relação à população geral, de comportamento agressivo, uso de armas e práticas sexuais de risco. No que se refere aos biomarcadores e marcadores inflamatórios, evidenciou-se um aumento significativo no BDNF, IL- 1V, TNF- W e IL- 10 em usuários, sendo que não há diferenças no dano oxidativo, em relação aos controles. O estudo destes aspectos serviu de base para proposição de um modelo de estadiamento do uso do crack tendo como base a funcionalidade social dos usuários. Como considerações finais, ao que tudo indica, usuários de crack apresentam especificidades desde a constituição parental no lar à maior vulnerabilidade psicossocial. Revela-se um caráter de descontinuidade e irregularidade na adaptação à demanda funcional inicial, que se reedita na circularidade do sujeito pelas diferentes instâncias sociais, em códigos de autopreservação, e em comportamentos de externalização, estando eles mais expostos a condutas de risco e comorbidades associadas, além do prejuízo expresso também em termos de biomarcadores. O discernimento de tal aspecto pode ter impacto clínico e na elaboração de políticas públicas combativas não somente ao crack, mas às vulnerabilidades sociais preliminares e associadas à droga. / Introduction: Studies highlight the rising prevalence of crack cocaine (form of cocaine that are smoked, with psychostimulant action, affect dopaminergic brain neurotransmitters and neurons) users in Brazil, in contrast to the limited therapeutic results. Recent data indicate that approximately 1% of young people have already used crack cocaine in lifetime. The clinical expression of a worsened functioning may be through outsourcing social markers such as violence, impulsivity and selfdestructive behaviors. The literature demonstrates association of crack cocaine with risky sexual behavior, and violence misdemeanors. In addition to indicators of impact on society, the subjects with a history of crack cocaine use may experience impairments in multiple vital areas such as: quality of life, ability to work, study and satisfactory maintenance of social bonds, and most often they are multiple substances users and have significant rates of psychiatric comorbidities associations. That is why the literature has extended the studies of the quality of life of users, social support and associated comorbidities, the therapeutic outcomes indicators that impact the inflow of use, maintenance, withdrawal and subsequent prognosis. However, there are still few studies in the field of substance abuse, especially in relation to crack cocaine users. Moreover, a growing body of evidence suggests that crack cocaine use has widespread systemic consequences, but little attention has been given to its pathophysiology. In this sense, an understanding of the social and biological functioning of the users can help to leverage more effective targeted therapies linked to different stages and characteristics of users. This thesis aims to evaluate the social functioning, exposure to risk, comorbidities and biomarkers in crack cocaine users, culminating in proposing a model of staging. Here are three methodological models: The first, a population-based study that assessed aspects of social functioning (quality of life, productivity, structure and parental support, adherence to religious practice, access and adherence to treatment), exposure to risk (sexual practices, episodes of aggression and possession of weapons), and comorbidity (psychiatric and other substances) in subjects between 18 to 24 yearsold with a history of crack cocaine use, compared to the general population. The second study focus on evaluation of biomarkers through a comparative study between grups with fifty-three outpatients crack cocaine users, combined with fifty controls. The third study presupposes a literature review, to propose a model of staging including variables verified in other studies. The results of the populationbased study indicate that subjects with a history of crack cocaine use (compare with the general population) show a loss in the multiple dimensions of social functioning and quality of life, highlighted the general health, physical, in significant even after controlling for use in the life of cocaine, plus the emotional, mental and perception of pain. The relational dimension revealed differences regarding the structure of the nuclear family in the home, in which mothers are more present and fathers more absent in relation to the general population. There are indications of impact, expressed in functional productivity in terms of scholarity and relationship with social institutions, such as the health system. The history of crack cocaine use is associated with damage in terms of self-care management and risk exposure, demonstrating highest rates of aggressive behavior, use of weapons and risky sexual practices, when compared with the general population. With regard to biomarkers and inflammatory markers, revealed a significant increase in BDNF, IL- 1V, TNF- W and IL- 10 in users, with no differences in oxidative damage, compared to controls. The study of these aspects formed the basis for proposing a model of staging of the use of crack cocaine, based on the social functionality of users. As conclusion, it seems that crack cocaine users have specificities from the parental constitution of the home to greater psychosocial vulnerability. There is a character discontinuity and irregularity in the initial adaptation to functional demands, which replays in the circularity of the subject by the various social environments, codes of selfpreservation, and externalizing behaviors, while they are more exposed to risk behaviors and associated comorbidities besides the loss also expressed in terms of biomarkers. The insight of that aspect may have clinical and developmental impact, not only the crack cocaine combative public policy, but also to combat social precrack cocaine vulnerabilities.
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O amor nos tempos do crack : psicodinâmica, comportamento, biologia e uma proposição de estadiamento funcionalNarvaez, Joana Corrêa de Magalhães January 2014 (has links)
Introdução: Estudos destacam a prevalência crescente do crack (forma fumada de apresentação da cocaína, com ação psicoestimulante, com impacto nos neurônios e neurotransmissores cerebrais dopaminérgicos) no Brasil, em contraponto aos limitados resultados terapêuticos. Dados recentes apontam que cerca de 1% dos jovens já fizeram uso na vida de crack. A expressão clínica de um funcionamento piorado pode se dar através de marcadores de externalização social, como violência, impulsividade e comportamentos autodestrutivos. A literatura demonstra associação do crack com comportamentos sexuais de risco, violência e contravenções. Para além dos indicadores de impacto na sociedade, os sujeitos com histórico de uso de crack, podem apresentar prejuízo nos múltiplos domínios vitais, como: qualidade de vida, capacidade para o trabalho, estudo e manutenção satisfatória dos vínculos sociais. Além de tratarem-se usualmente de usuários de múltiplas substâncias e com importantes índices de associação com comorbidades psiquiátricas. É por isso que a literatura tem ampliado os estudos no que se refere à qualidade de vida dos usuários, apoio social e comorbidades associadas, tratando-se de indicadores de resultados terapêuticos que impactam no ingresso do uso, manutenção, abstinência posterior e prognóstico. No entanto, ainda são escassos os estudos no campo do abuso de substâncias, sobretudo em relação à usuários de crack. Ademais, um crescente corpo de evidências sugere que o uso de crack tem consequências sistêmicas generalizadas, mas pouca atenção tem sido dada à sua fisiopatologia. Neste sentido, o entendimento do funcionamento social e biológico dos usuários pode contribuir para alavancar terapêuticas mais efetivas e direcionadas as distintas etapas e características dos usuários. Neste sentido, esta tese objetiva: Avaliar a funcionalidade social, exposição à risco, comorbidades e biomarcadores em usuários de crack, culminando na proposição de um modelo de estadiamento. Apresentamos aqui três modelos metodológicos: O primeiro, de base populacional que avaliou aspectos sobre a funcionalidade social (qualidade de vida, produtividade, estrutura e apoio parental, adesão à prática religiosa, acesso e adesão ao tratamento), exposição à risco (práticas sexuais, episódios de agressão e porte de armas), além de comorbidades (psiquiátricas e com demais substâncias) em sujeitos de 18 a 24 anos com histórico de uso de crack em relação à população em geral. O segundo estudo diz respeito à avaliação de biomarcadores, se deu através de estudo de comparação de grupos com cinquenta e três pacientes ambulatoriais usuários de crack, combinados com cinquenta controles. O terceiro estudo pressupõe uma revisão da literatura para proposição de um modelo de estadiamento incluindo as variáveis verificadas nos demais estudos. Os resultados do estudo de base populacional indicam que os sujeitos com histórico de uso de crack demonstram prejuízo, em relação à população geral, nas múltiplas dimensões da funcionalidade social e qualidade de vida, em destaque a saúde geral, física, significativas mesmo controlando para uso na vida de cocaína, além da saúde emocional, mental e da percepção de dor. Do ponto de vista relacional evidenciam diferenças no que se refere estrutura da família nuclear no lar, na qual mães se mostram mais presentes e pais mais ausentes em relação à população em geral. Há indícios de impacto expresso na produtividade funcional em termos de escolaridade e na relação com instituições sociais, como o sistema de saúde. O histórico de uso de crack está associado com prejuízos no que tange a gestão de autocuidado e de exposição à risco, demonstrando maiores índices, em relação à população geral, de comportamento agressivo, uso de armas e práticas sexuais de risco. No que se refere aos biomarcadores e marcadores inflamatórios, evidenciou-se um aumento significativo no BDNF, IL- 1V, TNF- W e IL- 10 em usuários, sendo que não há diferenças no dano oxidativo, em relação aos controles. O estudo destes aspectos serviu de base para proposição de um modelo de estadiamento do uso do crack tendo como base a funcionalidade social dos usuários. Como considerações finais, ao que tudo indica, usuários de crack apresentam especificidades desde a constituição parental no lar à maior vulnerabilidade psicossocial. Revela-se um caráter de descontinuidade e irregularidade na adaptação à demanda funcional inicial, que se reedita na circularidade do sujeito pelas diferentes instâncias sociais, em códigos de autopreservação, e em comportamentos de externalização, estando eles mais expostos a condutas de risco e comorbidades associadas, além do prejuízo expresso também em termos de biomarcadores. O discernimento de tal aspecto pode ter impacto clínico e na elaboração de políticas públicas combativas não somente ao crack, mas às vulnerabilidades sociais preliminares e associadas à droga. / Introduction: Studies highlight the rising prevalence of crack cocaine (form of cocaine that are smoked, with psychostimulant action, affect dopaminergic brain neurotransmitters and neurons) users in Brazil, in contrast to the limited therapeutic results. Recent data indicate that approximately 1% of young people have already used crack cocaine in lifetime. The clinical expression of a worsened functioning may be through outsourcing social markers such as violence, impulsivity and selfdestructive behaviors. The literature demonstrates association of crack cocaine with risky sexual behavior, and violence misdemeanors. In addition to indicators of impact on society, the subjects with a history of crack cocaine use may experience impairments in multiple vital areas such as: quality of life, ability to work, study and satisfactory maintenance of social bonds, and most often they are multiple substances users and have significant rates of psychiatric comorbidities associations. That is why the literature has extended the studies of the quality of life of users, social support and associated comorbidities, the therapeutic outcomes indicators that impact the inflow of use, maintenance, withdrawal and subsequent prognosis. However, there are still few studies in the field of substance abuse, especially in relation to crack cocaine users. Moreover, a growing body of evidence suggests that crack cocaine use has widespread systemic consequences, but little attention has been given to its pathophysiology. In this sense, an understanding of the social and biological functioning of the users can help to leverage more effective targeted therapies linked to different stages and characteristics of users. This thesis aims to evaluate the social functioning, exposure to risk, comorbidities and biomarkers in crack cocaine users, culminating in proposing a model of staging. Here are three methodological models: The first, a population-based study that assessed aspects of social functioning (quality of life, productivity, structure and parental support, adherence to religious practice, access and adherence to treatment), exposure to risk (sexual practices, episodes of aggression and possession of weapons), and comorbidity (psychiatric and other substances) in subjects between 18 to 24 yearsold with a history of crack cocaine use, compared to the general population. The second study focus on evaluation of biomarkers through a comparative study between grups with fifty-three outpatients crack cocaine users, combined with fifty controls. The third study presupposes a literature review, to propose a model of staging including variables verified in other studies. The results of the populationbased study indicate that subjects with a history of crack cocaine use (compare with the general population) show a loss in the multiple dimensions of social functioning and quality of life, highlighted the general health, physical, in significant even after controlling for use in the life of cocaine, plus the emotional, mental and perception of pain. The relational dimension revealed differences regarding the structure of the nuclear family in the home, in which mothers are more present and fathers more absent in relation to the general population. There are indications of impact, expressed in functional productivity in terms of scholarity and relationship with social institutions, such as the health system. The history of crack cocaine use is associated with damage in terms of self-care management and risk exposure, demonstrating highest rates of aggressive behavior, use of weapons and risky sexual practices, when compared with the general population. With regard to biomarkers and inflammatory markers, revealed a significant increase in BDNF, IL- 1V, TNF- W and IL- 10 in users, with no differences in oxidative damage, compared to controls. The study of these aspects formed the basis for proposing a model of staging of the use of crack cocaine, based on the social functionality of users. As conclusion, it seems that crack cocaine users have specificities from the parental constitution of the home to greater psychosocial vulnerability. There is a character discontinuity and irregularity in the initial adaptation to functional demands, which replays in the circularity of the subject by the various social environments, codes of selfpreservation, and externalizing behaviors, while they are more exposed to risk behaviors and associated comorbidities besides the loss also expressed in terms of biomarkers. The insight of that aspect may have clinical and developmental impact, not only the crack cocaine combative public policy, but also to combat social precrack cocaine vulnerabilities.
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Islam et société : questions contemporaines et enjeux européens / Islam and Society : contemporary Issues and European concernsAit M'Barek, Abbes 16 October 2015 (has links)
La laïcité est, en principe, intrinsèquement liée d’une part, à la sécularisation des esprits et des attitudes, des institutions et des gouvernements, des lois et du droit, et d’autre part, au pluralisme démocratique et à un Etat garant des libertés et des droits de l’Homme. Quelle attitude l’islam contemporain a-t-il face à la séparation du religieux et du politique ? Nous nous proposons à travers cette recherche de nous situer un peu plus en amont de la pensée islamique savante et des doctrines fondamentalistes, en relation avec l’esprit critique et les enjeux de la modernité, de la laïcité et de la sécularisation. Bien au-delà de la pensée réformiste contemporaine, qui s’emploie à une relecture des Textes Fondateurs visant à remodeler la jurisprudence de manière à jeter la passerelle entre Tradition et société moderne, bien au-delà des émergences de laïcité de la pensée soufie plus orientée vers la liberté intérieure, la fraternité, l’accueil de la différence et l’amour, bien au-delà aussi de l’exégèse des sources scripturaires de l’orthodoxie musulmane, nous jugeons nécessaire de remonter le temps de l’Islam de manière à voir comment est interrogé l’héritage arabo-musulman afin d’en dégager l’authenticité, ou du moins « l’historiographiquement correct » dans l’ensemble des stéréotypes, des caricatures et des déformations séculaires : soit en nous plaçant sans complexe entre « l’écriture et l’histoire » comme Alfred Louis de Prémare, de manière à en mesurer les écarts, les interstices où naissent les distorsions vu que la modernité, c’est à dire l’innovation, le changement cumulatif et auto-généré, est déterminée par l’initiative historique ; soit en revoyant la position de certains penseurs musulmans contemporains face à la question des fondements de l’Islam ou du fait coranique, comme Arkoun, Jabri, Ramadan dont le travail varie, selon qu’il se donne comme objectif de déconstruire la croyance religieuse, position la plus radicale, ou de s’intéresser aux catégories utilisées par l’exégèse coranique dont « al-nāsiḫ » et « al-mansūḫ », ou enfin de procéder à une réélaboration du fiqh. La déconstruction sera donc antérieure, externe et totale ou bien interne et partielle selon que l’on procède à un travail de ruine ou à une simple analyse. L’exigence d’historicité et de rationalité est telle que quelque « significatif que soit l’échantillon des interprétations anciennes ou modernes, des textes coraniques de référence sur les questions importantes qui travaillent les sociétés actuelles, pour extrêmement répétitives d’un auteur à l’autre à travers les siècles, que soit la Tradition théologico-juridique dominante, dont on a tiré les commentaires du Coran », elle requiert un effort constant « devant la redoutable responsabilité qui oblige à penser tout autrement la vie et à prendre des décisions dans l’épreuve de l’indécidable en inventant de nouvelles lumières dans des conditions politiques et techniques entièrement renouvelées », pour reprendre Marc Goldschmit dans sa définition de la déconstruction. / Secularism should, intrinsically, be linked on one hand, to the Secularization of minds and attitudes, institutions and Governments, laws and law, and on the other hand, democratic pluralism and a State guarantee of freedoms and human rights. How does contemporary Islam face the separation of religion and politics? I set out through this research to put myself a little bit upstream of scholarly Islamic thought and fundamentalist doctrines, in relation with critical thinking and the stakes of modernity, secularism and secularization. Well beyond the contemporary reformist thinking, which apply to a rereading of Islam’s founding texts to reshape the jurisprudence in order to create a link between tradition and modern society, well beyond the emergence of the Sufi thought secularity, more oriented towards interior freedom, fraternity, accepting difference and love, also beyond the exegesis of the scriptural sources of Muslim orthodoxy, it’s necessary to go back in Islamic time in order to see how the Arab-Muslim heritage is examined to identify the authenticity or at least “the historiographically correct” in all stereotypes, caricatures and secular distortion : either by analyzing how some historians have interfered, without any inhibitions, in “writing and history” like Alfred-Louis de Prémare, so as to measure the gaps where you can find distortions because modernity, which means innovation or cumulative change self-generated, is determined by the historical initiative. Or by reviewing the position of some contemporary Muslim thinkers faced with the question about the foundations of Islam or the Quranic exegesis “al-nāsiḫ” and “al mansūḫ”, or finally by reelaborating the fiqh. Deconstruction will be previous, complete and external, or internal and partial, depending on whether one ruins or performs a simple analysis. The requirement of historicity and rationality is such as "however significant the sample of interpretations ancient or modern is, reference Koranic texts about the important issues found in today’s society, extremely repetitive from one author to another through the centuries, whether it be the dominant theological-legal Tradition, from which we extract the Koran comments", it requires a constant effort "in front of a formidable responsibility that requires thinking about life differently and make decisions despite of the undecidable by inventing new lights in political and technical conditions fully renewed ", to quote Marc Goldschmit in his definition of deconstruction.
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O amor nos tempos do crack : psicodinâmica, comportamento, biologia e uma proposição de estadiamento funcionalNarvaez, Joana Corrêa de Magalhães January 2014 (has links)
Introdução: Estudos destacam a prevalência crescente do crack (forma fumada de apresentação da cocaína, com ação psicoestimulante, com impacto nos neurônios e neurotransmissores cerebrais dopaminérgicos) no Brasil, em contraponto aos limitados resultados terapêuticos. Dados recentes apontam que cerca de 1% dos jovens já fizeram uso na vida de crack. A expressão clínica de um funcionamento piorado pode se dar através de marcadores de externalização social, como violência, impulsividade e comportamentos autodestrutivos. A literatura demonstra associação do crack com comportamentos sexuais de risco, violência e contravenções. Para além dos indicadores de impacto na sociedade, os sujeitos com histórico de uso de crack, podem apresentar prejuízo nos múltiplos domínios vitais, como: qualidade de vida, capacidade para o trabalho, estudo e manutenção satisfatória dos vínculos sociais. Além de tratarem-se usualmente de usuários de múltiplas substâncias e com importantes índices de associação com comorbidades psiquiátricas. É por isso que a literatura tem ampliado os estudos no que se refere à qualidade de vida dos usuários, apoio social e comorbidades associadas, tratando-se de indicadores de resultados terapêuticos que impactam no ingresso do uso, manutenção, abstinência posterior e prognóstico. No entanto, ainda são escassos os estudos no campo do abuso de substâncias, sobretudo em relação à usuários de crack. Ademais, um crescente corpo de evidências sugere que o uso de crack tem consequências sistêmicas generalizadas, mas pouca atenção tem sido dada à sua fisiopatologia. Neste sentido, o entendimento do funcionamento social e biológico dos usuários pode contribuir para alavancar terapêuticas mais efetivas e direcionadas as distintas etapas e características dos usuários. Neste sentido, esta tese objetiva: Avaliar a funcionalidade social, exposição à risco, comorbidades e biomarcadores em usuários de crack, culminando na proposição de um modelo de estadiamento. Apresentamos aqui três modelos metodológicos: O primeiro, de base populacional que avaliou aspectos sobre a funcionalidade social (qualidade de vida, produtividade, estrutura e apoio parental, adesão à prática religiosa, acesso e adesão ao tratamento), exposição à risco (práticas sexuais, episódios de agressão e porte de armas), além de comorbidades (psiquiátricas e com demais substâncias) em sujeitos de 18 a 24 anos com histórico de uso de crack em relação à população em geral. O segundo estudo diz respeito à avaliação de biomarcadores, se deu através de estudo de comparação de grupos com cinquenta e três pacientes ambulatoriais usuários de crack, combinados com cinquenta controles. O terceiro estudo pressupõe uma revisão da literatura para proposição de um modelo de estadiamento incluindo as variáveis verificadas nos demais estudos. Os resultados do estudo de base populacional indicam que os sujeitos com histórico de uso de crack demonstram prejuízo, em relação à população geral, nas múltiplas dimensões da funcionalidade social e qualidade de vida, em destaque a saúde geral, física, significativas mesmo controlando para uso na vida de cocaína, além da saúde emocional, mental e da percepção de dor. Do ponto de vista relacional evidenciam diferenças no que se refere estrutura da família nuclear no lar, na qual mães se mostram mais presentes e pais mais ausentes em relação à população em geral. Há indícios de impacto expresso na produtividade funcional em termos de escolaridade e na relação com instituições sociais, como o sistema de saúde. O histórico de uso de crack está associado com prejuízos no que tange a gestão de autocuidado e de exposição à risco, demonstrando maiores índices, em relação à população geral, de comportamento agressivo, uso de armas e práticas sexuais de risco. No que se refere aos biomarcadores e marcadores inflamatórios, evidenciou-se um aumento significativo no BDNF, IL- 1V, TNF- W e IL- 10 em usuários, sendo que não há diferenças no dano oxidativo, em relação aos controles. O estudo destes aspectos serviu de base para proposição de um modelo de estadiamento do uso do crack tendo como base a funcionalidade social dos usuários. Como considerações finais, ao que tudo indica, usuários de crack apresentam especificidades desde a constituição parental no lar à maior vulnerabilidade psicossocial. Revela-se um caráter de descontinuidade e irregularidade na adaptação à demanda funcional inicial, que se reedita na circularidade do sujeito pelas diferentes instâncias sociais, em códigos de autopreservação, e em comportamentos de externalização, estando eles mais expostos a condutas de risco e comorbidades associadas, além do prejuízo expresso também em termos de biomarcadores. O discernimento de tal aspecto pode ter impacto clínico e na elaboração de políticas públicas combativas não somente ao crack, mas às vulnerabilidades sociais preliminares e associadas à droga. / Introduction: Studies highlight the rising prevalence of crack cocaine (form of cocaine that are smoked, with psychostimulant action, affect dopaminergic brain neurotransmitters and neurons) users in Brazil, in contrast to the limited therapeutic results. Recent data indicate that approximately 1% of young people have already used crack cocaine in lifetime. The clinical expression of a worsened functioning may be through outsourcing social markers such as violence, impulsivity and selfdestructive behaviors. The literature demonstrates association of crack cocaine with risky sexual behavior, and violence misdemeanors. In addition to indicators of impact on society, the subjects with a history of crack cocaine use may experience impairments in multiple vital areas such as: quality of life, ability to work, study and satisfactory maintenance of social bonds, and most often they are multiple substances users and have significant rates of psychiatric comorbidities associations. That is why the literature has extended the studies of the quality of life of users, social support and associated comorbidities, the therapeutic outcomes indicators that impact the inflow of use, maintenance, withdrawal and subsequent prognosis. However, there are still few studies in the field of substance abuse, especially in relation to crack cocaine users. Moreover, a growing body of evidence suggests that crack cocaine use has widespread systemic consequences, but little attention has been given to its pathophysiology. In this sense, an understanding of the social and biological functioning of the users can help to leverage more effective targeted therapies linked to different stages and characteristics of users. This thesis aims to evaluate the social functioning, exposure to risk, comorbidities and biomarkers in crack cocaine users, culminating in proposing a model of staging. Here are three methodological models: The first, a population-based study that assessed aspects of social functioning (quality of life, productivity, structure and parental support, adherence to religious practice, access and adherence to treatment), exposure to risk (sexual practices, episodes of aggression and possession of weapons), and comorbidity (psychiatric and other substances) in subjects between 18 to 24 yearsold with a history of crack cocaine use, compared to the general population. The second study focus on evaluation of biomarkers through a comparative study between grups with fifty-three outpatients crack cocaine users, combined with fifty controls. The third study presupposes a literature review, to propose a model of staging including variables verified in other studies. The results of the populationbased study indicate that subjects with a history of crack cocaine use (compare with the general population) show a loss in the multiple dimensions of social functioning and quality of life, highlighted the general health, physical, in significant even after controlling for use in the life of cocaine, plus the emotional, mental and perception of pain. The relational dimension revealed differences regarding the structure of the nuclear family in the home, in which mothers are more present and fathers more absent in relation to the general population. There are indications of impact, expressed in functional productivity in terms of scholarity and relationship with social institutions, such as the health system. The history of crack cocaine use is associated with damage in terms of self-care management and risk exposure, demonstrating highest rates of aggressive behavior, use of weapons and risky sexual practices, when compared with the general population. With regard to biomarkers and inflammatory markers, revealed a significant increase in BDNF, IL- 1V, TNF- W and IL- 10 in users, with no differences in oxidative damage, compared to controls. The study of these aspects formed the basis for proposing a model of staging of the use of crack cocaine, based on the social functionality of users. As conclusion, it seems that crack cocaine users have specificities from the parental constitution of the home to greater psychosocial vulnerability. There is a character discontinuity and irregularity in the initial adaptation to functional demands, which replays in the circularity of the subject by the various social environments, codes of selfpreservation, and externalizing behaviors, while they are more exposed to risk behaviors and associated comorbidities besides the loss also expressed in terms of biomarkers. The insight of that aspect may have clinical and developmental impact, not only the crack cocaine combative public policy, but also to combat social precrack cocaine vulnerabilities.
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