A história das teorias criminológicas foi marcada pela constante dicotomia natureza x cultura, oscilando o pêndulo ora para o lado da natureza, como foi o caso do positivismo, ora para o lado da cultura, como são as teorias sociológicas. Recentemente, no entanto, as ciências naturais vêm se deparando com o rápido desenvolvimento de algumas disciplinas, como as neurociências, a genética comportamental e a psicologia evolucionista, que podem eventualmente trazer novas luzes para a compreensão do fenômeno delitivo, pois procuram superar a dicotomia, abordando o ser humano não apenas como uma unidade biológica separada de sua dimensão social, mas buscam uma visão integradora. Assim, o presente trabalho tem por objetivo analisar as eventuais contribuições de um desses novos saberes: a psicologia evolucionista. Para isso foi necessário fazer um estudo breve das diversas teorias criminológicas de cunho etiológico, uma sucinta apresentação dos pontos fundamentais da psicologia evolucionista e, finalmente, os contributos que os teóricos evolucionistas vêm realizando para a compreensão do fenômeno criminal. Diante das limitações inerentes ao trabalho e considerando a variedade dos assuntos, cuja apresentação ficaria muito extensa, serão escolhidos alguns tópicos em que se analisarão, de forma sucinta, algumas perspectivas dos teóricos evolucionistas acerca de temas relevantes para o estudo da criminalidade. Ao final do trabalho, concluiu-se que a psicologia evolucionista pode oferecer um novo olhar sobre a criminalidade, complementando as demais teorias já desenvolvidas. / The history of the criminology theories has been marked by the constant dichotomy into nature and culture as a pendulum oscillating either between nature , as seen in positivism, or culture as seen in sociological theories. Recently, however, the natural sciences sees a quickly development in some disciplines, as the neurosciences, behavior genetics and evolutionary psychology, that can eventually bring new lights to the comprehension of the criminal phenomenon. They intend not only to surpass the dichotomy, understanding the human being as a biological unit separate from its social dimension, but seeks for an integrated perception. So, the present work aims to analyze the eventual contribution of a new acquaintance, the evolutionary psychology. To achieve this goal, it was necessary to make a brief study of the etiological criminological theories, to display a brief presentation of the fundamental points of the evolutionary psychology and finally to present the contribution that the evolutionary theorists are carrying through for the understanding of the criminal phenomenon. Despite the inherent limitation of the work and considering the variety of subjects we will concentrate on the ones that present relevant contribution from the above mentioned theorists concerning pertinent new perspectives upon crime. It was concluded that the evolutionist psychology can offer a new look upon criminality, complementing such theories already developed.

A história das teorias criminológicas foi marcada pela constante dicotomia natureza x cultura, oscilando o pêndulo ora para o lado da natureza, como foi o caso do positivismo, ora para o lado da cultura, como são as teorias sociológicas. Recentemente, no entanto, as ciências naturais vêm se deparando com o rápido desenvolvimento de algumas disciplinas, como as neurociências, a genética comportamental e a psicologia evolucionista, que podem eventualmente trazer novas luzes para a compreensão do fenômeno delitivo, pois procuram superar a dicotomia, abordando o ser humano não apenas como uma unidade biológica separada de sua dimensão social, mas buscam uma visão integradora. Assim, o presente trabalho tem por objetivo analisar as eventuais contribuições de um desses novos saberes: a psicologia evolucionista. Para isso foi necessário fazer um estudo breve das diversas teorias criminológicas de cunho etiológico, uma sucinta apresentação dos pontos fundamentais da psicologia evolucionista e, finalmente, os contributos que os teóricos evolucionistas vêm realizando para a compreensão do fenômeno criminal. Diante das limitações inerentes ao trabalho e considerando a variedade dos assuntos, cuja apresentação ficaria muito extensa, serão escolhidos alguns tópicos em que se analisarão, de forma sucinta, algumas perspectivas dos teóricos evolucionistas acerca de temas relevantes para o estudo da criminalidade. Ao final do trabalho, concluiu-se que a psicologia evolucionista pode oferecer um novo olhar sobre a criminalidade, complementando as demais teorias já desenvolvidas. / The history of the criminology theories has been marked by the constant dichotomy into nature and culture as a pendulum oscillating either between nature , as seen in positivism, or culture as seen in sociological theories. Recently, however, the natural sciences sees a quickly development in some disciplines, as the neurosciences, behavior genetics and evolutionary psychology, that can eventually bring new lights to the comprehension of the criminal phenomenon. They intend not only to surpass the dichotomy, understanding the human being as a biological unit separate from its social dimension, but seeks for an integrated perception. So, the present work aims to analyze the eventual contribution of a new acquaintance, the evolutionary psychology. To achieve this goal, it was necessary to make a brief study of the etiological criminological theories, to display a brief presentation of the fundamental points of the evolutionary psychology and finally to present the contribution that the evolutionary theorists are carrying through for the understanding of the criminal phenomenon. Despite the inherent limitation of the work and considering the variety of subjects we will concentrate on the ones that present relevant contribution from the above mentioned theorists concerning pertinent new perspectives upon crime. It was concluded that the evolutionist psychology can offer a new look upon criminality, complementing such theories already developed.

Inspiré par la réflexion épistémologique de l'anthropologue Michel Verdon, ce mémoire propose un cadre conceptuel pour l'étude de l'organisation sociale des castes en Inde. L'ethnographie de Jonathan Parry, Caste and Kinship in Kangra, est analysée et réinterprétée dans un langage dit « opérationnel ». Les différentes approches des castes oscillent entre deux pôles théoriques opposés : l'idéalisme, représenté notamment par la démarche structuraliste de Louis Dumont, et le substantialisme, jadis adopté par les dirigeants coloniaux et incarné plus récemment dans les travaux de Dipankar Gupta. Toutes deux holistes, ces options conduisent pourtant à une impasse dans l'étude comparative de l'organisation sociale, car elles rendent les groupes « ontologiquement variables » et, par conséquent, incomparables. En repensant les prémisses sur lesquelles repose la conception générale de l'organisation sociale, un cadre opérationnel confère à la notion de groupe une réalité binaire, discontinue, évitant ainsi la variabilité ontologique des groupes et favorisant le comparatisme. Il rend également possible l'étude des rapports entre groupes et réseaux. La relecture de l'ethnographie Caste and Kinship in Kangra montre la pertinence d'une telle approche dans l'étude des castes. Le caractère segmentaire de ces dernières est remis en cause et l'autonomie des foyers, qui forment des réseaux d'alliances en matière d'activités rituelles, est mise de l'avant. Cette nouvelle description incite enfin à de nouvelles comparaisons. / Inspired by Michel Verdon’s epistemological and anthropological work, this thesis presents a new conceptual grid to study the caste social organization in India. Jonathan Parry’s ethnography, Caste and Kinship in Kangra, is re-analyzed and re-interpreted with the “operational language”. The different approaches to caste's analysis oscillate between two theoretical poles: idealism on one side, notably represented by Louis Dumont’s structuralism, and substantialism on the other, formerly adopted by the colonial administrators and developed more recently in Dipankar Gupta’s work. Unfortunately, these two holistic options mislead the social organization comparative study, because they ultimately render group “ontologically variable” and, thus, not comparable. Rethinking the premises on which rely the mainstream of the theories on social organization, this conceptual grid confers a binary, dis-continued meaning to the group notion, therefore avoiding ontological variability and allowing comparisons. It also favors the study of the relationships between groups and social networks. The re-reading of Caste and Kinship in Kangra ethnography shows its relevance in the study of the caste organization. Instead, in this thesis, the autonomy of households, with their ritual activities alliance networks, is opposed to the segmented caste view. This new description finally calls for new comparisons.