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Petrogênese do maciço alcalino máfico-ultramáfico Ponte Nova (SP-MG) / Petrogenesis of Ponte Nova alkaline mafic-ultramafic massif (SP-MG)

Azzone, Rogerio Guitarrari 26 June 2008 (has links)
O maciço alcalino máfico-ultramáfico Ponte Nova (SP-MG) apresenta uma associação litológica eminentemente gabróide, gerada por sucessivos pulsos magmáticos, há aproximadamente 86 Ma. Constitui a única ocorrência de tendência alcalina do setor norte da província Serra do Mar com predomínio acentuado de rochas máficas e ultramáficas cumuláticas. Apresenta duas áreas de exposição: uma principal, maior (~5,5 km2), de forma elíptica e com grande variedade de litotipos, e uma menor (~1 km2), localizada a sul da primeira, estando ambas separadas por rochas do embasamento Pré-Cambriano. Na área principal, o pulso central é constituido de uma seqüência inferior, cumulática, caracterizada pela presença de cumulatos ultramáficos e melagábricos (e.g., olivina clinopiroxenitos e melagabros com olivina), e uma seqüência superior, com rochas gábricas e monzogábricas porfiríticas e equigranulares. Tais seqüências associadas a um mesmo pulso são confirmada pelas variações crípticas em minerais, pela composição geoquímica das rochas e pelas assinaturas isotópicas obtida. À região oeste e sul deste pulso central encontra-se, separada por falhas, uma seqüência inferior muito semelhante, cumulática porém com a seqüência superior caracterizada principalmente pela ocorrência de rochas bandadas e com maior concentração de nefelina em relação às rochas da área central. Estas ocorrências parecem estar relacionadas a um segundo pulso associado à esta área principal, conforme indicado pela evolução da seqüência superior, pelas assinaturas isotópicas e condições de fO2 calculadas e por variações crípticas encontradas em alguns minerais das rochas bandadas, como olivina. Já na área satélite a sul, predominam melamonzonitos com nefelina que, embora permitam algumas correlações com as rochas da seqüência superior do pulso central, o enriquecimento em diferentes traços bem como a assinatura isotópica apontam para um pulso magmático isolado. Esta área ainda apresenta litotipos mais evoluídos (e.g., monzonitos com nefelina) que, conforme as características isotópicas e também a distribuição dos traços, permite individualizá-lo como um pulso separado. Outros pulsos isolados e menores são caracterizados, predominando rochas melagábricas, variando entre olivina melamonzodioritos a melamonzodioritos com olivina no pulso satélite norte e rochas mais evoluídas, variando entre nefelina monzodioritos a monzodioritos com nefelina, no pulso satélite leste. Diferenciados félsicos finais ocorrem sob a forma de diques, vênulas e possivelmente bolsões, e variam de leucocráticos a mesocráticos, com rochas de composições monzoníticas a monzossieníticas, chegando a nefelina sienitos em alguns casos, e podem ser considerados representativas do líquido residual dos diferentes pulsos que sofreram migração para diferentes porções do maciço. Um corpo de brecha magmática ocorre confinado à região leste, posterior aos pulsos anteriormente descritos, com fragmentos líticos de todos os litotipos gabróides anteriormente descritos. Diques máficos (lamprófiros, tefritos e basanitos) e félsicos (tefrifonólitos a fonotefritos) intrudem as rochas do maciço, sendo estes representativos de diferentes fontes mantélicas e possivelmente ocorrendo em estágios distintos. As diferentes assinaturas isotópicas registradas para os diques, que abrangem o amplo espectro obtido para os diferentes pulsos do maciço, confirmam o caráter multi-intrusivo desta ocorrência. O caráter cumulático é bastante pronunciado nos principais pulsos do maciço Ponte Nova. Os altos índices de máficos (M), os baixos conteúdos de Na e K, o caráter ultrabásico e a composição de picrito e picrobasalto de parte das amostras evidenciam este caráter e apontam a cristalização fracionada como principal mecanismo atuante na evolução do maciço. A variação composicional das fases cumulus ao longo de todo maciço, especialmente relacionada aos índices envolvendo a razão Mg/(Mg+Fe2+) tanto na olivina quanto no clinopiroxênio, com a progressiva diminuição deste índice em direção às rochas da seqüência superior, indicam que mecanismos de fracionamento magmático dominam a variação vertical modal e geoquímica do maciço em seus principais pulsos. Variações crípticas obtidas também em fases intercumulus, compatíveis com o trend evolutivo dos minerais cumulus, favorecem a idéia de estas fases serem representativas principalmente de um líquido aprisionado (trapped liquid) no momento da acumulação, guardando portanto a composição do líquido em equilíbrio com o cumulato formado. Assim, infere-se que o processo de acumulação envolvido, com conseqüente aprisionamento de líquido, deve ter-se dado de maneira relativamente rápida. Tal consideração tende a indicar um processo gravitacional de acumulação para grande parte das rochas do maciço. Já os casos onde são encontradas estruturas bandadas, alternando-se bandas máficas e félsicas (associadas a regiões próximas ao contato com o embasamento), apontam para uma possível ação mais efetiva de correntes de convecção. Com relação aos parâmetros intensivos, as rochas do maciço Ponte Nova cristalizaram-se a uma profundidade relativamente rasa (entre 1 e 0,5 kbar), conforme indicado pela composição dos clinopiroxênios. A história de cristalização do maciço inicia-se algo acima de 1030ºC, que representa o início do equilíbrio olivinaclinopiroxênio, terminando em ±600º C, com o equilíbrio apatita-biotita (fases intersticiais finais). Conforme modelamentos geoquímicos evidenciam, os diques máficos junto ao Maciço Ponte Nova e os que são encaixados no embasamento adjacente a este, de composição principalmente basanito-tefrítica, podem ser considerados representativos do magma parental que levou à formação das rochas cumuláticas do maciço. Modelos de fusão indicam que os diques máficos que cortam o maciço e, conseqüentemente, o magma parental do Maciço Ponte Nova, podem ter como fonte mantélica tanto espinélio lherzolitos como granada lherzolitos. Em ambos os casos o manto deve estar previamente enriquecido em elementos traços. A este enriquecimento é atribuido como causa o metassomatismo mantélico. As assinaturas isotópicas encontradas para os diferentes litotipos do maciço Ponte Nova pressupõe uma fonte mantélica heterogênea, sendo representativas dos diferentes graus de enriquecimento do manto litosférico. As idades modelo (TDM) obtidas, que podem ser atribuídas aos períodos de enriquecimento metassomático do manto, são correlacionáveis com os eventos regionais de evolução crustal neoproterozóica, principalmente ligados a eventos de subducção. As evidências significativas das heterogeneidades mantélicas (tanto em escala regional quanto numa escala local) com assinaturas isotópicas tipicamente litosféricas, do enriquecimento geoquímico da fonte (indicando um metassomatismo mantélico e uma fonte rica em voláteis) e do claro controle tectônico dos pulsos alcalinos (associados à reativação das principais zonas de fraqueza regionais), tendenciam uma interpretação favorável a modelos relacionados principalmente a fenômenos litosféricos, se comparadas aos modelos envolvendo plumas mantélicas. / The Ponte Nova alkaline mafic-ultramafic massif (~85 Ma) is mainly composed of a gabbroic association, generated by successive magmatic pulses. It is the single alkaline massif of the northern sector of Serra do Mar Province with predominance of mafic and ultramafic cumulitic rocks. The Ponte Nova massif crops out in two areas: the larger one (~5.5 km2), with elliptical shape and a wide variety of lithotypes, and the smaller satellite area (~1 km2), located south of the main area. These are separated by outcrops of Precambrian basement. The central pulse of the larger area is composed by a lower sequence, cumulitic, characterized by the presence of ultramafic and melagabbroic cumulates (e.g., olivine clinopyroxenites and olivine-bearing melagabbros), and an upper sequence, with porphyritic and equigranular gabbroic and monzogabbroic rocks. Such sequences are associated with the same magmatic pulse, as indicated by cryptic variations in minerals, whole-rock geochemistry and isotopic signatures. At the western and southern adjoining regions of this central pulse, separated by faults, a similar cumulitic lower sequence crops out. However, the upper sequence of these regions is characterized by the occurrence of banded rocks with higher concentration of nepheline than in the central area. These occurrences seem to be related to a second magmatic pulse, as indicated by evolution of its upper sequence, by isotopic signatures, calculated fO2 conditions and cryptic variations in some minerals of the banded rocks, such as olivine. In the southern satellite area, nepheline-bearing melamonzonites are the predominant rocks. Although correlations with rocks of central pulse upper sequence can be established, the enrichment in several trace elements as well as its isotopic signatures point to an isolated magmatic pulse. This area also presents more evolved lithotypes (e.g., nepheline-bearing monzonites) that, as indicated by isotopic characteristics and the distribution of the trace elements, could be interpreted as a distinct pulse. There are other isolated and smaller pulses in the larger area. Melagabbroic rocks varying between olivine melamonzodiorites to olivine-bearing melamonzodiorites are found in a northern satellite pulse. More evolved rocks varying between nepheline monzodiorites and nepheline-bearing monzodiorites are found in an eastern satellite body. Late-stage felsic rocks occur as dykes, venules and patches, and vary from leucocratic to mesocratic rocks, monzonitic to monzosyenitic in composition (nepheline syenites in some cases). These rocks are possibly representative of residual liquids that had suffered migration for different portions of the massif. A magmatic breccia occurs in the eastern region of the main area, subsequent to the described pulses, with the previously described lithic fragments of all gabbroic lithotypes. Mafic (lamprophyres, tephrites, basanites) and felsic (tephriphonolites to phonotephrites) dykes intrude the massif rocks. These are representative of different mantle sources and possibly occur in distinct magmatic stages. The wide-range isotopic signatures of these dykes, that comprise the wide range obtained for the different pulses of the massif, confirm the multi-intrusive character of this occurrence. The cumulitic character is strongly characterized in the main pulses of the Ponte Nova massif. The high mafic index (M), the low Na and K contents, the ultrabasic character and the composition of picrite and picribasalt of part of the samples evidence this character and point to fractional crystallization as the main operating mechanism in the evolution of the massif. The compositional variation of the cumulus phases throughout all the massif, particularly in terms of Mg/ (Mg+Fe2+) ratios, either in olivine or clinopyroxene, with the gradual reduction of this index towards the upper sequence, indicates that magmatic fractionation dominates the modal and geochemical vertical variation of the massif in its main pulses. Cryptic variations obtained also in intercumulus phases, compatible with evolutive trend of cumulus minerals, suggest that these phases represent a trapped liquid at the moment of the accumulation, and the composition of liquid and cumulate were in equilibrium. Thus, it may be inferred that the process of accumulation must have been relatively fast, indicating a gravitational process of accumulation for most rocks of the massif. The banded structures near the contact with the basement, alternating mafic and felsic banding, suggest a more effective action of convection currents. The Ponte Nova massif crystallized at relatively low depth (between 1 and 0,5 kbar), as indicated by clinopyroxene compositions. The massif crystallization sequence begins above 1030ºC, representing the beginning of the olivine-clinopyroxene equilibrium, and did proceed until ±600oC, with the apatite-biotite equilibrium (final interstitial phases). The mafic dykes intruding the Ponte Nova massif and those in the adjacent basement, mainly of basanitictephritic composition, possibly represent the parental magma of the cumulitic rocks of the massif, as indicated by geochemical models. The Ponte Nova massif isotopic signatures of the different lithotypes indicate a heterogeneous mantle source, with variable degrees of lithospheric mantle enrichment. Model ages (TDM) can be attributed to periods of mantle metassomatic enrichment and are correlated with the regional events of Neoproterozoic crustal evolution, mainly related to subduction events. The significative evidences of mantle heterogeneities (both at regional and local scale) with typically lithospheric isotopic signatures, of geochemical source enrichment (indicative of mantle metassomatism and a volatile-rich source) and of clearly tectonic control of the alkaline pulses (associated to the reactivation of the main regional zones of weakness), led to a favorable interpretation of models mainly related to lithospheric phenomena, if compared with models involving mantle plumes.
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Petrogênese do maciço alcalino máfico-ultramáfico Ponte Nova (SP-MG) / Petrogenesis of Ponte Nova alkaline mafic-ultramafic massif (SP-MG)

Rogerio Guitarrari Azzone 26 June 2008 (has links)
O maciço alcalino máfico-ultramáfico Ponte Nova (SP-MG) apresenta uma associação litológica eminentemente gabróide, gerada por sucessivos pulsos magmáticos, há aproximadamente 86 Ma. Constitui a única ocorrência de tendência alcalina do setor norte da província Serra do Mar com predomínio acentuado de rochas máficas e ultramáficas cumuláticas. Apresenta duas áreas de exposição: uma principal, maior (~5,5 km2), de forma elíptica e com grande variedade de litotipos, e uma menor (~1 km2), localizada a sul da primeira, estando ambas separadas por rochas do embasamento Pré-Cambriano. Na área principal, o pulso central é constituido de uma seqüência inferior, cumulática, caracterizada pela presença de cumulatos ultramáficos e melagábricos (e.g., olivina clinopiroxenitos e melagabros com olivina), e uma seqüência superior, com rochas gábricas e monzogábricas porfiríticas e equigranulares. Tais seqüências associadas a um mesmo pulso são confirmada pelas variações crípticas em minerais, pela composição geoquímica das rochas e pelas assinaturas isotópicas obtida. À região oeste e sul deste pulso central encontra-se, separada por falhas, uma seqüência inferior muito semelhante, cumulática porém com a seqüência superior caracterizada principalmente pela ocorrência de rochas bandadas e com maior concentração de nefelina em relação às rochas da área central. Estas ocorrências parecem estar relacionadas a um segundo pulso associado à esta área principal, conforme indicado pela evolução da seqüência superior, pelas assinaturas isotópicas e condições de fO2 calculadas e por variações crípticas encontradas em alguns minerais das rochas bandadas, como olivina. Já na área satélite a sul, predominam melamonzonitos com nefelina que, embora permitam algumas correlações com as rochas da seqüência superior do pulso central, o enriquecimento em diferentes traços bem como a assinatura isotópica apontam para um pulso magmático isolado. Esta área ainda apresenta litotipos mais evoluídos (e.g., monzonitos com nefelina) que, conforme as características isotópicas e também a distribuição dos traços, permite individualizá-lo como um pulso separado. Outros pulsos isolados e menores são caracterizados, predominando rochas melagábricas, variando entre olivina melamonzodioritos a melamonzodioritos com olivina no pulso satélite norte e rochas mais evoluídas, variando entre nefelina monzodioritos a monzodioritos com nefelina, no pulso satélite leste. Diferenciados félsicos finais ocorrem sob a forma de diques, vênulas e possivelmente bolsões, e variam de leucocráticos a mesocráticos, com rochas de composições monzoníticas a monzossieníticas, chegando a nefelina sienitos em alguns casos, e podem ser considerados representativas do líquido residual dos diferentes pulsos que sofreram migração para diferentes porções do maciço. Um corpo de brecha magmática ocorre confinado à região leste, posterior aos pulsos anteriormente descritos, com fragmentos líticos de todos os litotipos gabróides anteriormente descritos. Diques máficos (lamprófiros, tefritos e basanitos) e félsicos (tefrifonólitos a fonotefritos) intrudem as rochas do maciço, sendo estes representativos de diferentes fontes mantélicas e possivelmente ocorrendo em estágios distintos. As diferentes assinaturas isotópicas registradas para os diques, que abrangem o amplo espectro obtido para os diferentes pulsos do maciço, confirmam o caráter multi-intrusivo desta ocorrência. O caráter cumulático é bastante pronunciado nos principais pulsos do maciço Ponte Nova. Os altos índices de máficos (M), os baixos conteúdos de Na e K, o caráter ultrabásico e a composição de picrito e picrobasalto de parte das amostras evidenciam este caráter e apontam a cristalização fracionada como principal mecanismo atuante na evolução do maciço. A variação composicional das fases cumulus ao longo de todo maciço, especialmente relacionada aos índices envolvendo a razão Mg/(Mg+Fe2+) tanto na olivina quanto no clinopiroxênio, com a progressiva diminuição deste índice em direção às rochas da seqüência superior, indicam que mecanismos de fracionamento magmático dominam a variação vertical modal e geoquímica do maciço em seus principais pulsos. Variações crípticas obtidas também em fases intercumulus, compatíveis com o trend evolutivo dos minerais cumulus, favorecem a idéia de estas fases serem representativas principalmente de um líquido aprisionado (trapped liquid) no momento da acumulação, guardando portanto a composição do líquido em equilíbrio com o cumulato formado. Assim, infere-se que o processo de acumulação envolvido, com conseqüente aprisionamento de líquido, deve ter-se dado de maneira relativamente rápida. Tal consideração tende a indicar um processo gravitacional de acumulação para grande parte das rochas do maciço. Já os casos onde são encontradas estruturas bandadas, alternando-se bandas máficas e félsicas (associadas a regiões próximas ao contato com o embasamento), apontam para uma possível ação mais efetiva de correntes de convecção. Com relação aos parâmetros intensivos, as rochas do maciço Ponte Nova cristalizaram-se a uma profundidade relativamente rasa (entre 1 e 0,5 kbar), conforme indicado pela composição dos clinopiroxênios. A história de cristalização do maciço inicia-se algo acima de 1030ºC, que representa o início do equilíbrio olivinaclinopiroxênio, terminando em ±600º C, com o equilíbrio apatita-biotita (fases intersticiais finais). Conforme modelamentos geoquímicos evidenciam, os diques máficos junto ao Maciço Ponte Nova e os que são encaixados no embasamento adjacente a este, de composição principalmente basanito-tefrítica, podem ser considerados representativos do magma parental que levou à formação das rochas cumuláticas do maciço. Modelos de fusão indicam que os diques máficos que cortam o maciço e, conseqüentemente, o magma parental do Maciço Ponte Nova, podem ter como fonte mantélica tanto espinélio lherzolitos como granada lherzolitos. Em ambos os casos o manto deve estar previamente enriquecido em elementos traços. A este enriquecimento é atribuido como causa o metassomatismo mantélico. As assinaturas isotópicas encontradas para os diferentes litotipos do maciço Ponte Nova pressupõe uma fonte mantélica heterogênea, sendo representativas dos diferentes graus de enriquecimento do manto litosférico. As idades modelo (TDM) obtidas, que podem ser atribuídas aos períodos de enriquecimento metassomático do manto, são correlacionáveis com os eventos regionais de evolução crustal neoproterozóica, principalmente ligados a eventos de subducção. As evidências significativas das heterogeneidades mantélicas (tanto em escala regional quanto numa escala local) com assinaturas isotópicas tipicamente litosféricas, do enriquecimento geoquímico da fonte (indicando um metassomatismo mantélico e uma fonte rica em voláteis) e do claro controle tectônico dos pulsos alcalinos (associados à reativação das principais zonas de fraqueza regionais), tendenciam uma interpretação favorável a modelos relacionados principalmente a fenômenos litosféricos, se comparadas aos modelos envolvendo plumas mantélicas. / The Ponte Nova alkaline mafic-ultramafic massif (~85 Ma) is mainly composed of a gabbroic association, generated by successive magmatic pulses. It is the single alkaline massif of the northern sector of Serra do Mar Province with predominance of mafic and ultramafic cumulitic rocks. The Ponte Nova massif crops out in two areas: the larger one (~5.5 km2), with elliptical shape and a wide variety of lithotypes, and the smaller satellite area (~1 km2), located south of the main area. These are separated by outcrops of Precambrian basement. The central pulse of the larger area is composed by a lower sequence, cumulitic, characterized by the presence of ultramafic and melagabbroic cumulates (e.g., olivine clinopyroxenites and olivine-bearing melagabbros), and an upper sequence, with porphyritic and equigranular gabbroic and monzogabbroic rocks. Such sequences are associated with the same magmatic pulse, as indicated by cryptic variations in minerals, whole-rock geochemistry and isotopic signatures. At the western and southern adjoining regions of this central pulse, separated by faults, a similar cumulitic lower sequence crops out. However, the upper sequence of these regions is characterized by the occurrence of banded rocks with higher concentration of nepheline than in the central area. These occurrences seem to be related to a second magmatic pulse, as indicated by evolution of its upper sequence, by isotopic signatures, calculated fO2 conditions and cryptic variations in some minerals of the banded rocks, such as olivine. In the southern satellite area, nepheline-bearing melamonzonites are the predominant rocks. Although correlations with rocks of central pulse upper sequence can be established, the enrichment in several trace elements as well as its isotopic signatures point to an isolated magmatic pulse. This area also presents more evolved lithotypes (e.g., nepheline-bearing monzonites) that, as indicated by isotopic characteristics and the distribution of the trace elements, could be interpreted as a distinct pulse. There are other isolated and smaller pulses in the larger area. Melagabbroic rocks varying between olivine melamonzodiorites to olivine-bearing melamonzodiorites are found in a northern satellite pulse. More evolved rocks varying between nepheline monzodiorites and nepheline-bearing monzodiorites are found in an eastern satellite body. Late-stage felsic rocks occur as dykes, venules and patches, and vary from leucocratic to mesocratic rocks, monzonitic to monzosyenitic in composition (nepheline syenites in some cases). These rocks are possibly representative of residual liquids that had suffered migration for different portions of the massif. A magmatic breccia occurs in the eastern region of the main area, subsequent to the described pulses, with the previously described lithic fragments of all gabbroic lithotypes. Mafic (lamprophyres, tephrites, basanites) and felsic (tephriphonolites to phonotephrites) dykes intrude the massif rocks. These are representative of different mantle sources and possibly occur in distinct magmatic stages. The wide-range isotopic signatures of these dykes, that comprise the wide range obtained for the different pulses of the massif, confirm the multi-intrusive character of this occurrence. The cumulitic character is strongly characterized in the main pulses of the Ponte Nova massif. The high mafic index (M), the low Na and K contents, the ultrabasic character and the composition of picrite and picribasalt of part of the samples evidence this character and point to fractional crystallization as the main operating mechanism in the evolution of the massif. The compositional variation of the cumulus phases throughout all the massif, particularly in terms of Mg/ (Mg+Fe2+) ratios, either in olivine or clinopyroxene, with the gradual reduction of this index towards the upper sequence, indicates that magmatic fractionation dominates the modal and geochemical vertical variation of the massif in its main pulses. Cryptic variations obtained also in intercumulus phases, compatible with evolutive trend of cumulus minerals, suggest that these phases represent a trapped liquid at the moment of the accumulation, and the composition of liquid and cumulate were in equilibrium. Thus, it may be inferred that the process of accumulation must have been relatively fast, indicating a gravitational process of accumulation for most rocks of the massif. The banded structures near the contact with the basement, alternating mafic and felsic banding, suggest a more effective action of convection currents. The Ponte Nova massif crystallized at relatively low depth (between 1 and 0,5 kbar), as indicated by clinopyroxene compositions. The massif crystallization sequence begins above 1030ºC, representing the beginning of the olivine-clinopyroxene equilibrium, and did proceed until ±600oC, with the apatite-biotite equilibrium (final interstitial phases). The mafic dykes intruding the Ponte Nova massif and those in the adjacent basement, mainly of basanitictephritic composition, possibly represent the parental magma of the cumulitic rocks of the massif, as indicated by geochemical models. The Ponte Nova massif isotopic signatures of the different lithotypes indicate a heterogeneous mantle source, with variable degrees of lithospheric mantle enrichment. Model ages (TDM) can be attributed to periods of mantle metassomatic enrichment and are correlated with the regional events of Neoproterozoic crustal evolution, mainly related to subduction events. The significative evidences of mantle heterogeneities (both at regional and local scale) with typically lithospheric isotopic signatures, of geochemical source enrichment (indicative of mantle metassomatism and a volatile-rich source) and of clearly tectonic control of the alkaline pulses (associated to the reactivation of the main regional zones of weakness), led to a favorable interpretation of models mainly related to lithospheric phenomena, if compared with models involving mantle plumes.
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Análise da tectônica de colocação de diques cretácicos na região de São Sebastião, SP / Tectonic emplacement of cretaceous dykes at São Sebastião, SP

Leonardo Corrêa Gomes 29 February 2012 (has links)
O trabalho foi desenvolvido no litoral norte do estado de São Paulo, onde ocorrem boas exposições de rochas intrusivas da porção meridional do Enxame de Diques da Serra do Mar, de idade eocretácica. O objetivo principal da dissertação é caracterizar os regimes tectônicos associados à colocação e à deformação de diques máficos na área de São Sebastião (SP) e sua distribuição espacial, a partir de interpretações de imagens de sensores remotos, análise de dados estruturais de campo e descrição petrográfica das rochas ígneas. A área apresenta grande complexidade no tocante ao magmatismo, uma vez que ocorrem diques de diabásios toleítico e alcalino, lamprófiro e rochas alcalinas félsicas como fonolitos, traquitos e sienitos, estes sob a forma diques, sills e plugs. Os diabásios toleíticos tem idades em torno 134 Ma, correlatas com o início do rifteamento sul-atlântico, enquanto que as rochas alcalinas datam de 86 Ma e estão relacionadas com um magmatismo intraplaca posterior. Os lineamentos estruturais orientam-se majoritariamente na direção ENE-WSW, paralela às foliações metamórficas e zonas de cisalhamento observadas no campo e descritas na literatura, referentes ao Domínio Costeiro da Faixa Ribeira. Os diques se orientam na direção NE-SW, com azimute semelhante porém ângulos de mergulho discordantes da foliação em grande parte da área, onde as foliações são de baixo ângulo. Um segundo conjunto de lineamentos orientado NW-SE ocorre como um importante conjunto de fraturas que cortam tanto as rochas do embasamento proterozóico quanto as rochas alcalinas neocretácicas. Diques com esta orientação são escassos. Um terceiro conjunto NNE-SSW ocorre na porção oeste da área, associado à presença de diques de diabásio que por vezes mostram indicadores de movimentação sinistral. A análise cinemática dos diques mostra um predomínio de distensão pura durante sua colocação, com um tensor de compressão mínima de orientação NW-SE, ortogonal ao principal trend dos diques. Componentes direcionais, por vezes ambíguas, são comumente observadas, com um discreto predomínio de componente sinistral. O mesmo padrão cinemático é observado para os diques toleíticos e para os alcalinos, sugerindo que o campo de tensões local pouco variou durante o Cretáceo. Embora o embasamento não tenha sido diretamente reativado durante a colocação dos diques, sua anisotropia pode ter controlado de certa forma a orientação do campo de tensões local durante o Cretáceo. Os mapas geofísicos da bacia de Santos existentes na literatura sugerem certo paralelismo entre as estruturas observadas na área de estudo e aquelas interpretadas na bacia. As estruturas NNE-SSW são paralelas ao trend das sub-bacias e ao gráben de Merluza, enquanto que as estruturas NW-SE são paralelas a zonas de transferência descritas na literatura. / The study was developed at the northern coast of São Paulo state, southeastern Brazil, where there are good exposures of intrusive rocks of the southern portion of the Early Cretaceous Serra do Mar Dyke Swarm. The main purpose is to define the tectonic regimes related to the emplacement and deformation of mafic dykes in the area of São Sebastião (SP) and their spatial and relative temporal distribution, based on interpretations of remote sensing images, field analysis of structural data, and petrographic description of igneous rocks. The area is quite complex in terms of Cretaceous magmatim, since there are dolerite dykes (tholeiitic and alkaline), lamprophyric dykes and felsic alkaline rocks (mainly phonolites, trachytes and syenites) which occur as dykes, sills and plugs. The tholeiitic dolerites yield ages around 134 Ma, related to the early South Atlantic rifting, while the alkaline rocks are dated as 86 Ma and are related to a subsequent intraplate magmatism. The structural lineaments are oriented mostly ENE-WSW, parallel to the metamorphic foliation and shear zones observed in the field and described in the literature, as part of the Costeiro Complex of the Ribeira Belt. The dykes are oriented NE-SW, with similar azimuth but different dip angles compared to the foliations, which are gently dipping in many areas. A second set of lineaments oriented NW-SE occurs as a major set of brittle fractures which cut both the Proterozoic rocks and the Late Cretaceous alkaline rocks. Dykes with this orientation are scarce. A third set oriented NNE-SSW occurs in the western area associated with some dolerite dykes which sometimes show evidence of sinistral component during emplacement. The kinematic analysis of the dykes shows a predominance of pure extension during emplacement, with an extension direction oriented NW-SE, orthogonal to the main dyke trend. Directional components, sometimes ambiguous, are commonly observed, with a slight predominance of sinistral components. The same kinematic pattern is observed for both tholeiitic and alkaline dykes, so that the local stress field orientation remained unaltered during the Cretaceous. Although the basement has not been directly reactivated during dyke emplacement, their anisotropies can account for some control on the orientation of the local stress field during the Cretaceous. The available geophysical maps of the Santos Basin suggest certain parallelism among the structures observed in the study area and those interpreted in the basin. The NNE-SSW trending structures are parallel to the trend of sub-basins and to the Merluza graben, while the NW-SE structures are parallel to transfer zones described in the literature.
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Análise da tectônica de colocação de diques cretácicos na região de São Sebastião, SP / Tectonic emplacement of cretaceous dykes at São Sebastião, SP

Leonardo Corrêa Gomes 29 February 2012 (has links)
O trabalho foi desenvolvido no litoral norte do estado de São Paulo, onde ocorrem boas exposições de rochas intrusivas da porção meridional do Enxame de Diques da Serra do Mar, de idade eocretácica. O objetivo principal da dissertação é caracterizar os regimes tectônicos associados à colocação e à deformação de diques máficos na área de São Sebastião (SP) e sua distribuição espacial, a partir de interpretações de imagens de sensores remotos, análise de dados estruturais de campo e descrição petrográfica das rochas ígneas. A área apresenta grande complexidade no tocante ao magmatismo, uma vez que ocorrem diques de diabásios toleítico e alcalino, lamprófiro e rochas alcalinas félsicas como fonolitos, traquitos e sienitos, estes sob a forma diques, sills e plugs. Os diabásios toleíticos tem idades em torno 134 Ma, correlatas com o início do rifteamento sul-atlântico, enquanto que as rochas alcalinas datam de 86 Ma e estão relacionadas com um magmatismo intraplaca posterior. Os lineamentos estruturais orientam-se majoritariamente na direção ENE-WSW, paralela às foliações metamórficas e zonas de cisalhamento observadas no campo e descritas na literatura, referentes ao Domínio Costeiro da Faixa Ribeira. Os diques se orientam na direção NE-SW, com azimute semelhante porém ângulos de mergulho discordantes da foliação em grande parte da área, onde as foliações são de baixo ângulo. Um segundo conjunto de lineamentos orientado NW-SE ocorre como um importante conjunto de fraturas que cortam tanto as rochas do embasamento proterozóico quanto as rochas alcalinas neocretácicas. Diques com esta orientação são escassos. Um terceiro conjunto NNE-SSW ocorre na porção oeste da área, associado à presença de diques de diabásio que por vezes mostram indicadores de movimentação sinistral. A análise cinemática dos diques mostra um predomínio de distensão pura durante sua colocação, com um tensor de compressão mínima de orientação NW-SE, ortogonal ao principal trend dos diques. Componentes direcionais, por vezes ambíguas, são comumente observadas, com um discreto predomínio de componente sinistral. O mesmo padrão cinemático é observado para os diques toleíticos e para os alcalinos, sugerindo que o campo de tensões local pouco variou durante o Cretáceo. Embora o embasamento não tenha sido diretamente reativado durante a colocação dos diques, sua anisotropia pode ter controlado de certa forma a orientação do campo de tensões local durante o Cretáceo. Os mapas geofísicos da bacia de Santos existentes na literatura sugerem certo paralelismo entre as estruturas observadas na área de estudo e aquelas interpretadas na bacia. As estruturas NNE-SSW são paralelas ao trend das sub-bacias e ao gráben de Merluza, enquanto que as estruturas NW-SE são paralelas a zonas de transferência descritas na literatura. / The study was developed at the northern coast of São Paulo state, southeastern Brazil, where there are good exposures of intrusive rocks of the southern portion of the Early Cretaceous Serra do Mar Dyke Swarm. The main purpose is to define the tectonic regimes related to the emplacement and deformation of mafic dykes in the area of São Sebastião (SP) and their spatial and relative temporal distribution, based on interpretations of remote sensing images, field analysis of structural data, and petrographic description of igneous rocks. The area is quite complex in terms of Cretaceous magmatim, since there are dolerite dykes (tholeiitic and alkaline), lamprophyric dykes and felsic alkaline rocks (mainly phonolites, trachytes and syenites) which occur as dykes, sills and plugs. The tholeiitic dolerites yield ages around 134 Ma, related to the early South Atlantic rifting, while the alkaline rocks are dated as 86 Ma and are related to a subsequent intraplate magmatism. The structural lineaments are oriented mostly ENE-WSW, parallel to the metamorphic foliation and shear zones observed in the field and described in the literature, as part of the Costeiro Complex of the Ribeira Belt. The dykes are oriented NE-SW, with similar azimuth but different dip angles compared to the foliations, which are gently dipping in many areas. A second set of lineaments oriented NW-SE occurs as a major set of brittle fractures which cut both the Proterozoic rocks and the Late Cretaceous alkaline rocks. Dykes with this orientation are scarce. A third set oriented NNE-SSW occurs in the western area associated with some dolerite dykes which sometimes show evidence of sinistral component during emplacement. The kinematic analysis of the dykes shows a predominance of pure extension during emplacement, with an extension direction oriented NW-SE, orthogonal to the main dyke trend. Directional components, sometimes ambiguous, are commonly observed, with a slight predominance of sinistral components. The same kinematic pattern is observed for both tholeiitic and alkaline dykes, so that the local stress field orientation remained unaltered during the Cretaceous. Although the basement has not been directly reactivated during dyke emplacement, their anisotropies can account for some control on the orientation of the local stress field during the Cretaceous. The available geophysical maps of the Santos Basin suggest certain parallelism among the structures observed in the study area and those interpreted in the basin. The NNE-SSW trending structures are parallel to the trend of sub-basins and to the Merluza graben, while the NW-SE structures are parallel to transfer zones described in the literature.
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Termocronologia (U-Th)He e reativação da margem continental do sudeste do Brasil: seção Serra da Mantiqueira - Gráben da Guanabara / (U-Th)He thermochronology and reactivation of the southeastern continental margin of Brazil: from Mantiqueira Mountains to Guanabara Graben

Laura Delgado Mendes 27 February 2013 (has links)
A evolução da margem continental do sudeste do Brasil tem sido discutida por diversos autores desde meados do século passado até os dias atuais, especialmente no contexto da origem e evolução dos escarpamentos e das bacias tafrogênicas. Buscou-se contribuir com novos dados sobre a evolução da área a partir da aplicação da termocronologia de baixa temperatura (U-Th)/He em apatita, que oferece uma sensibilidade significativa para registrar movimentações tectônicas na crosta superior. Foi possível obter idades em 107 cristais de apatita de 18 amostras do embasamento coletadas no perfil com orientação NW-SE, numa seção entre a Serra da Mantiqueira e o Gráben da Guanabara. As idades corrigidas variam entre 250,1 8,7 Ma e 43,5 1,9 Ma (2 σ) e as não corrigidas entre 174,13 3,03 Ma e 27,07 0,60 Ma (1 σ). O Neocretáceo, o Eocretáceo e o Paleoceno são os principais registros no conjunto de dados, em ordem de importância. No Neocretáceo, o intervalo entre 83,6 e 72,1 Ma (Campaniano) representa o maior destaque nos registros termocronológicos, embora os outros registros (Maastrichtiano e Santoniano) também estejam presentes e sejam importantes. As idades do Neocretáceo destacam a importância dos eventos tectonomagmáticos e soerguimento regional na história térmica dessa área, inclusive com idades (~86 Ma) atribuídas ao contexto de soerguimento da Serra do Mar. As idades do Eocretáceo indicam o registro de eventos térmicos mais antigos, vinculados à evolução pré-rifte. Já os dados do Paleoceno estariam associados ao evento de reativação responsável pela implantação do sistema de riftes continentais (~65 Ma) e as idades do Eoceno, restritas à borda de falha da bacia de Resende (49,7 Ma e 43,5 Ma), à reativação do sistema de riftes nessa área. A dispersão de idades foi interpretada como efeito dos danos de radiação já que muitos grãos apresentam correlação entre idade e concentração de urânio (eU). Os padrões de tempo-temperatura (t-T), definidos a partir dos modelos HeFTy calibrados para o modelo de difusão que considera os efeitos de danos de radiação nos cristais, registraram eventos de resfriamento rápido, os quais mostram correlação direta com episódios de reativação e soerguimento na margem continental e com registros nas bacias continentais e marginais. O padrão de aumento das idades com a elevação, assim como da costa em direção ao interior é observado, mas mostra-se alterado pela ocorrência de idades mais jovens associadas à complexa evolução dessa margem continental com desnivelamentos de blocos vinculados à tectônica pós-rift, numa situação que ressalta a influência dos episódios de reativação. As estimativas de denudação total variam entre 1,2 e 2,8 km. As taxas de erosão variam entre 15,2 e 35,3 m/Ma. A evolução da área indica não apenas a influência de um evento específico mas, possivelmente, uma combinação de episódios que se alternaram e/ou atuaram em conjunto em determinados períodos. Os eventos de reativação mais antigos, combinados com os mais recentes, exibem os seus remanescentes na paisagem (serras da Mantiqueira e do Mar e os grábens e bacias sedimentares) e assumem papel fundamental na evolução da área. Os registros de tais episódios podem ser observados nas histórias térmicas das rochas e nos depósitos correlativos nas bacias sedimentares marginais e intracontinentais. / This doctoral dissertation involves low-temperature thermochronologic investigations to constrain the Mesozoic and Cenozoic tectonic reactivation of the continental margin of southeast Brazil. The study area is located in a segment of the Neoproterozoic Ribeira belt in southeastern Brazil, which occupied a central position in Western Gondwana. Lately, during the Mesozoic and Cenozoic, fault zones related to the development of the continental rifts in southeast Brazil reactivated. Using apatite (U-Th)/He thermochronology (AHe), we have presented the results of analysis on 107 apatite crystals of basement samples collected from a NWSE transect in the Mantiqueira Mountains to the Guanabara Graben, as well as from the NESE transverse faults. The data range from 27.07 0.60 Ma to 174.13 3.03 Ma (1 σ) for uncorrected ages, and from 43.5 1.9 Ma to 250.1 8.7 Ma (2 σ) for corrected ages. The Neo-Cretaceous, Eo-Cretaceous, and Paleocene are the main recorded AHe ages, in order of importance. The Eo-Cretaceous ages indicate the occurrence of older thermal events related to a pre-rifting phase (~121 Ma). The Neo-Cretaceous ages signify the importance of tectonic and magmatic events, and regional uplifting for the thermal history of the study area, including ages related to the Serra do Mar Mountains uplift (~86 Ma). Paleocene ages seem to be related to the reactivation (~65 Ma), which was responsible for the continental rifts in the southeastern Brazil. Finally, the Eocene ages (49.7 Ma and 43.5 Ma), which are from samples restricted to the Resende Basin border faults, indicate a continental rift reactivation. We investigated the age dispersion data, which were interpreted as an effect of radiation damage. Several samples show correlations between apatite (U-Th)/He age and effective U concentration (eU). We have applied HeFTy thermal modeling to obtain timetemperature (t T) paths using a radiation damage diffusion model. Inverse modeling of (U-Th)/He age data suggests rapid cooling episodes for all samples. The main thermal events recorded by the HeFTy models show a direct correlation with the timing of regional tectonic events: reactivation phases, continental margin uplift, and the sedimentary record. Apatite (U-Th)/He ages increase with distance from the coast and with elevation. However, these patterns are discontinued by samples of younger ages as a result of the reactivation process of pre-existing structures in the Brazilian continental margin. The total estimated denudation range from 1.2 to 2.8 km. The erosion rates range from 15.2 to 35.3 m/My. Thus, the multi-episodic thermal events, which led to the formation of important regional tectonic and geomorphological features (Mantiqueira Mountains, Serra do Mar Mountains, grabens, and sedimentary basins), seem to play a fundamental role in the evolution of the Brazilian continental margin. The records can be found in the thermal history of rocks and its correlated deposits in the continental margin.
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Termocronologia (U-Th)He e reativação da margem continental do sudeste do Brasil: seção Serra da Mantiqueira - Gráben da Guanabara / (U-Th)He thermochronology and reactivation of the southeastern continental margin of Brazil: from Mantiqueira Mountains to Guanabara Graben

Laura Delgado Mendes 27 February 2013 (has links)
A evolução da margem continental do sudeste do Brasil tem sido discutida por diversos autores desde meados do século passado até os dias atuais, especialmente no contexto da origem e evolução dos escarpamentos e das bacias tafrogênicas. Buscou-se contribuir com novos dados sobre a evolução da área a partir da aplicação da termocronologia de baixa temperatura (U-Th)/He em apatita, que oferece uma sensibilidade significativa para registrar movimentações tectônicas na crosta superior. Foi possível obter idades em 107 cristais de apatita de 18 amostras do embasamento coletadas no perfil com orientação NW-SE, numa seção entre a Serra da Mantiqueira e o Gráben da Guanabara. As idades corrigidas variam entre 250,1 8,7 Ma e 43,5 1,9 Ma (2 σ) e as não corrigidas entre 174,13 3,03 Ma e 27,07 0,60 Ma (1 σ). O Neocretáceo, o Eocretáceo e o Paleoceno são os principais registros no conjunto de dados, em ordem de importância. No Neocretáceo, o intervalo entre 83,6 e 72,1 Ma (Campaniano) representa o maior destaque nos registros termocronológicos, embora os outros registros (Maastrichtiano e Santoniano) também estejam presentes e sejam importantes. As idades do Neocretáceo destacam a importância dos eventos tectonomagmáticos e soerguimento regional na história térmica dessa área, inclusive com idades (~86 Ma) atribuídas ao contexto de soerguimento da Serra do Mar. As idades do Eocretáceo indicam o registro de eventos térmicos mais antigos, vinculados à evolução pré-rifte. Já os dados do Paleoceno estariam associados ao evento de reativação responsável pela implantação do sistema de riftes continentais (~65 Ma) e as idades do Eoceno, restritas à borda de falha da bacia de Resende (49,7 Ma e 43,5 Ma), à reativação do sistema de riftes nessa área. A dispersão de idades foi interpretada como efeito dos danos de radiação já que muitos grãos apresentam correlação entre idade e concentração de urânio (eU). Os padrões de tempo-temperatura (t-T), definidos a partir dos modelos HeFTy calibrados para o modelo de difusão que considera os efeitos de danos de radiação nos cristais, registraram eventos de resfriamento rápido, os quais mostram correlação direta com episódios de reativação e soerguimento na margem continental e com registros nas bacias continentais e marginais. O padrão de aumento das idades com a elevação, assim como da costa em direção ao interior é observado, mas mostra-se alterado pela ocorrência de idades mais jovens associadas à complexa evolução dessa margem continental com desnivelamentos de blocos vinculados à tectônica pós-rift, numa situação que ressalta a influência dos episódios de reativação. As estimativas de denudação total variam entre 1,2 e 2,8 km. As taxas de erosão variam entre 15,2 e 35,3 m/Ma. A evolução da área indica não apenas a influência de um evento específico mas, possivelmente, uma combinação de episódios que se alternaram e/ou atuaram em conjunto em determinados períodos. Os eventos de reativação mais antigos, combinados com os mais recentes, exibem os seus remanescentes na paisagem (serras da Mantiqueira e do Mar e os grábens e bacias sedimentares) e assumem papel fundamental na evolução da área. Os registros de tais episódios podem ser observados nas histórias térmicas das rochas e nos depósitos correlativos nas bacias sedimentares marginais e intracontinentais. / This doctoral dissertation involves low-temperature thermochronologic investigations to constrain the Mesozoic and Cenozoic tectonic reactivation of the continental margin of southeast Brazil. The study area is located in a segment of the Neoproterozoic Ribeira belt in southeastern Brazil, which occupied a central position in Western Gondwana. Lately, during the Mesozoic and Cenozoic, fault zones related to the development of the continental rifts in southeast Brazil reactivated. Using apatite (U-Th)/He thermochronology (AHe), we have presented the results of analysis on 107 apatite crystals of basement samples collected from a NWSE transect in the Mantiqueira Mountains to the Guanabara Graben, as well as from the NESE transverse faults. The data range from 27.07 0.60 Ma to 174.13 3.03 Ma (1 σ) for uncorrected ages, and from 43.5 1.9 Ma to 250.1 8.7 Ma (2 σ) for corrected ages. The Neo-Cretaceous, Eo-Cretaceous, and Paleocene are the main recorded AHe ages, in order of importance. The Eo-Cretaceous ages indicate the occurrence of older thermal events related to a pre-rifting phase (~121 Ma). The Neo-Cretaceous ages signify the importance of tectonic and magmatic events, and regional uplifting for the thermal history of the study area, including ages related to the Serra do Mar Mountains uplift (~86 Ma). Paleocene ages seem to be related to the reactivation (~65 Ma), which was responsible for the continental rifts in the southeastern Brazil. Finally, the Eocene ages (49.7 Ma and 43.5 Ma), which are from samples restricted to the Resende Basin border faults, indicate a continental rift reactivation. We investigated the age dispersion data, which were interpreted as an effect of radiation damage. Several samples show correlations between apatite (U-Th)/He age and effective U concentration (eU). We have applied HeFTy thermal modeling to obtain timetemperature (t T) paths using a radiation damage diffusion model. Inverse modeling of (U-Th)/He age data suggests rapid cooling episodes for all samples. The main thermal events recorded by the HeFTy models show a direct correlation with the timing of regional tectonic events: reactivation phases, continental margin uplift, and the sedimentary record. Apatite (U-Th)/He ages increase with distance from the coast and with elevation. However, these patterns are discontinued by samples of younger ages as a result of the reactivation process of pre-existing structures in the Brazilian continental margin. The total estimated denudation range from 1.2 to 2.8 km. The erosion rates range from 15.2 to 35.3 m/My. Thus, the multi-episodic thermal events, which led to the formation of important regional tectonic and geomorphological features (Mantiqueira Mountains, Serra do Mar Mountains, grabens, and sedimentary basins), seem to play a fundamental role in the evolution of the Brazilian continental margin. The records can be found in the thermal history of rocks and its correlated deposits in the continental margin.
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Vegetation, climate and fire dynamics of Upper Montane Forest and Campos de Altitude during the Holocene in southeastern Brazil

Guarinello de Oliveira Portes, Maria Carolina 23 September 2019 (has links)
O bioma Mata Atlântica é mundialmente reconhecido como uma das regiões de maior diversidade biológica do planeta, abrigando elevada riqueza de espécies e um elevado número de espécies endêmicas, se estendendo por cerca de 1.300.000 km2 ao longo da costa brasileira, entre as latitudes 3º e 33º S e longitudes 35º e 57º L. Como resultado do incremento das atividades humanas de uso da terra e, consequentemente, de ampla modificação da paisagem ao longo dos séculos, cerca de apenas 10-15% do bioma Mata Atlântica ainda se encontra em estado natural ou próximo ao natural, sendo considerados áreas prioritárias para conservação. Devido à grande variedade climática e geomorfológica, o bioma Mata Atlântica é um complexo mosaico de diferentes ecossistemas. Dentre estes, a floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Mista), a floresta nebular (Floresta Ombrófila Densa Altomontana) e os campos de altitude ocupam as médias e altas altitudes da Serra do Mar, que se estende por cerca de 1000 km paralela à costa, do sul ao sudeste brasileiro. A distribuição da floresta com Araucária está relacionada ao clima úmido e relativamente frio, entre 400 e 1400 m s.n.m. no sul do Brasil e em fragmentos menores entre as altitudes de 1400 a 1800 m s.n.m. no Sudeste. Atualmente, está reduzida a não mais do que 7% da sua distribuição original. A floresta nebular se estende nas encostas do alto da Serra do mar, normalmente acima de 1100 m s.n.m. no Sul e acima de 1500 m s.n.m. no sudeste do Brasil, nos pequenos vales e sítios protegidos. Os campos de altitude são uma vegetação tipicamente herbácea, restrita aos cumes e picos da serra e aos platôs mais elevados. Estudos paleoecológicos demonstraram que, apesar deste mosaico de ecossistemas ter persistido durante o Holoceno, a perpetuação dos campos de altitude é muito frágil. Como a vegetação campestre se expande em condições climáticas mais frias e secas e parece ser adaptada ao fogo, sugere-se que a presente área de campos de altitude é maior do que esperada sobre as condições climáticas atuais, especialmente em locais mais quentes em altitudes mais baixas. Além disso, estudos de mudanças climáticas preveem um clima mais quente e úmido durante o século 21, que provavelmente irá intensificar a migração da floresta atlântica para maiores altitudes, em detrimento da vegetação campestre. Nesta pesquisa, as relações passadas e presentes do mosaico de campos de altitude e florestas altomontanas (floresta com Araucária e floresta Atlântica nebular) são exploradas por meio de análises palinológicas. Inicialmente, foi investigada a correlação atual entre cobertura vegetal e produção de pólen. Observou-se que os taxa arbóreos são superestimados no conjunto de pólen de campos de altitude, constituindo uma área muito maior de captação de pólen do que no conjunto de pólen arbóreos. Sendo assim, o conjunto de pólen que caracteriza a vegetação de campos de altitude apresenta uma grande proporção de taxa de vegetação arbórea. Posteriormente, um sedimento de quase 10.000 anos foi analisado, demonstrando que, apesar dos taxa representantes da floresta altomontana estarem presentes na região de estudo durante todo o Holoceno, a vegetação florestal expandiu majoritariamente durante o Holoceno Tardio. Até cerca de 1350 cal a AP, a vegetação de campos de altitude ocupava áreas mais extensas. Em geral, os resultados demonstraram que o aumento de temperatura e precipitação ao longo do Holoceno favoreceram a migração da floresta para altitudes mais elevadas. Além disso, a pesquisa indicou que o fogo já estava presente na região antes da chegada dos primeiros humanos no Sudeste do Brasil, implicando na adaptação da vegetação campestre ao fogo. Por último analisou-se a dinâmica da vegetação nos últimos sete séculos. Os resultados indicaram que interferências antropogênicas como fogo, pastoreio e exploração madeireira desempenharam um importante papel na relação campos-floresta na Serra do Mar do Sudeste do Brasil. Com base nestes estudos, sugere-se que a manutenção do mosaico de campos de altitude e floresta no clima presente e futuro depende tanto de um manejo ativo quanto da mudança de foco da conservação de ambientes florestais para ambientes campestres.
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Estudo da conexão entre as drenagens do Médio Paraíba do Sul e do Alto Tietê: o caso do cotovelo de Guararema - SP, Brasil / Study of the connection between the drainages of the rivers Tietê and Paraíba do Sul: the case of Guararemas elbow - SP, Brazil

Pasa, Vaniza 12 August 2013 (has links)
Este trabalho trata da caracterização regional entre as drenagens dos rios Paraíba do Sul e Tietê, associada ao processo de captura fluvial, situado entre os municípios de Guararema e Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo. Parte-se da hipótese de processo de captura fluvial no médio curso do Paraíba do Sul e formação do cotovelo de Guararema, o que caracteriza essa anomalia como uma das mais interessantes do planeta Terra. É comum na região o padrão dendrítico e adensamento de drenagens cortados por falhas e fraturas de diversas idades. O embasamento é composto de estruturas cristalinas recobertas por pacotes sedimentares do Terciário e Quaternário. No Graben do Paraíba, superfície alongada e rebaixada entre as Serras do Mar e Mantiqueira, a forte declividade favorece o processo erosivo. A área caracterizada por esses dois importantes rios do território brasileiro é parte integrante do Sistema de Bacias Tafrogênicas do Rift Continental do Sudeste do Brasil (RCSB), a qual foi afetada por falhas NE-SW de grande expressão regional, e o processo de captura seria o responsável pela atual configuração da rede de drenagem. A reativação e movimento de blocos regionais dos períodos Mesozóico e Cenozóico inverteu a direção do Rio Paraíba do Sul em seu setor central, que no passado tributava suas águas no Rio Tietê. Como consequência desse reajustamento regional, alguns dos seus tributários teriam rompido os divisores de água que o separavam das cabeceiras do Tietê e capturado parte de suas drenagens através de processo de recuo de regressivo. O que comprova a captura é a localização do vale seco, feição que pode indicar a antiga ligação entre os dois rios, que foi identificada na área desta pesquisa por meio de análise de cartas, mapas, perfis e fotointerpretação. Devido ao elevado poder erosivo no setor do médio vale do Rio Paraíba, novas capturas podem estar em processo de evolução. / This work deals with the characterization regional drainages between the rivers Tietê and Paraíba do Sul, associated with the capture process river, located between the cities of Guararema and Mogi das Cruzes, State of São Paulo. It starts with the hypothesis capture process in middle course of river Paraíba do Sul and training elbow Guararema what characterizes this anomaly as one of the most interesting of the planet Earth. It is common in the region and the dendritic pattern of drainage densification cut by faults and fractures of various ages. The basement consists of crystalline structures covered by sedimentary packages Tertiary and Quaternary. The Graben Paraíba, elongated surface and lowered between the Serra do Mar and Mantiqueira, the strong declivity favors the erosion process. The area is characterized by these two important rivers of the Brazilian territory is part of the Watershed System Tafrogênicas Continental Rift of Southeastern Brazil (RCSB), which was affected by NE-SW faults of great regional expression, and the capture process would be responsible for the present configuration of the drainage network. The reactivation and movement of regional blocks of Mesozoic and Cenozoic periods inverted the direction of the Paraíba do Sul River in its central section, which in the past taxed waters in Rio Tietê. As a result of this regional readjustment, some of its tributaries have broken the watershed that separated him the headwaters of the Tietê and captured part of its drainage through the process of regressive retreat. This proves the catch is the location of the valley dry feature that may indicate the ancient link between the two rivers, which was identified in this research area through the analysis of charts, maps, profiles and photo interpretation. Due to the high erosive power sector in the middle valley of the River Paraíba, new catch may be in the process of evolution.
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Morcego hematófago comum Desmodus rotundus no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo: abrigos diurnos, agrupamentos, lesões corporais e sorologia antirrábica / The common hematophagous bat Desmodus rotundus in the Paraíba Valley, State of São Paulo: diurnal shelters, groups, body injuries and rabies sorology

Ferrari, João José de Freitas 30 April 2015 (has links)
Apesar dos morcegos hematófagos serem muito estudados, diversos aspectos de sua biologia e de seu papel na transmissão da raiva ainda não são conhecidos. O objetivo da presente tese foi estudar os abrigos diurnos, os agrupamentos e o comportamento agonístico do morcego hematófago comum, Desmodus rotundus, e sua relação com a raiva dos herbívoros no Vale do Paraíba. Foi possível também obter informações sobre as duas outras espécies de morcegos hematófagos, especialmente de Diphylla ecaudata. Entre 2011 e 2014, dados sobre abrigos diurnos, composição dos agrupamentos, lesões corporais, diagnóstico de raiva e sorologia antirrábica de D. rotundus foram obtidos nos municípios de Jacareí, Paraibuna, Pindamonhangaba, Salesópolis, Santa Branca e São Luiz do Paraitinga no Vale do Paraíba, Sudeste do estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. Foram estudados 14 abrigos diurnos de D. rotundus, dos quais 12 eram construções abandonadas na área rural. Desmodus rotundus partilhou abrigos diurnos com apenas cinco espécies de filostomídeos: Diphylla ecaudata, Chrotopterus auritus, Carollia perspicillata, Glossophaga soricina e Anoura caudifer. O tempo de recolonização desses abrigos diurnos por D. rotundus foi em média 12,5 meses, com uma variação entre três e 25 meses. O tamanho dos agrupamentos variou de dois a 79 indivíduos, com uma média de 15,6 morcegos/grupo. Fêmeas foram encontradas em 15 agrupamentos, com uma média de 13 fêmeas e uma variação entre uma e 55 fêmeas/grupo. Por outro lado, machos estiveram mais presentes nos agrupamentos, ocorrendo em quase todos (N=21), com uma média de 7,1 machos/grupo e uma variação de um a 24 machos. Sete agrupamentos foram considerados de machos solteiros. Onze dos 22 agrupamentos eram constituídos de colônia e grupo de machos solteiros. O dimorfismo sexual no comprimento do antebraço de D. rotundus do Vale do Paraíba foi estatisticamente significativo e sugere que as fêmeas são maiores 13 do que os machos. Lesões corporais, atribuídas às mordeduras provocadas por outros morcegos, foram encontradas em 76,7 por cento dos indivíduos de D. rotundus, tanto em machos como em fêmeas. A região mais atingida foram as membranas alares, com 68 por cento , porém lesões nas orelhas, face e membros foram menos frequentes (23,1 por cento nas fêmeas e 26,9 por cento nos machos). Acredita-se que as lesões nessas regiões sejam mais importantes nos mecanismos de transmissão de raiva. Apesar de ter analisado 310 amostras de encéfalos de D. rotundus do Vale do Paraíba, o resultado foi negativo em todas as amostras. A sorologia mostrou que todos os morcegos apresentaram positividade em diferentes graus. Contudo, se considerarmos o ponto de corte 0,5 UI/ml, o número de indivíduos positivos caiu para 30,1 por cento (N=90), sendo 30,9 por cento nas fêmeas e 28,8 por cento em machos. Apesar de nenhum indivíduo de D. rotundus positivo para a raiva ter sido encontrado no Vale do Paraíba durante a presente tese, a sorologia positiva de, pelo menos, 30 por cento mostra que há vírus da raiva circulando em sua população. Essa alta circulação viral pode ter sido favorecida pelas interações agonísticas, que causam lesões em mais de 75 por cento dos morcegos, a formação compacta (em penca) dos agrupamentos, o grooming social, a reciprocidade e partilha alimentar / Despite the hematophagous bats are very studied, many aspects of their biology and their role in the transmission of rabies are not yet known. The aim of this thesis was to study the diurnal shelters, groups and the agonistic behavior of the common hematophagous, Desmodus rotundus, and its relation to the cattle rabies in the Paraíba Valley. It was also possible to obtain information about the two other species of vampire bats, especially Diphylla ecaudata. Between 2011 and 2014, data on diurnal shelters, composition of groups, body injuries, diagnosis of rabies and rabies serology D. rotundus were gathered from the cities of Jacarei, Paraibuna, Pindamonhangaba, Salesópolis, Santa Branca and São Luiz do Paraitinga in the Valley Paraíba, Southeastern of São Paulo State, Southeastern Brazil. Fourteen diurnal shelters of D. rotundus were studied here and 12 were abandoned buildings in rural areas. Desmodus rotundus shared daytime shelters with only five species of phyllostomid bats: Diphylla ecaudata, Chrotopterus auritus, Carollia perspicillata, Glossophaga soricina and Anoura caudifer. The time of recolonization of these roosts by D. rotundus was on average 12.5 months, ranging from three to 25 months. The size of the groups ranged from two to 79 individuals, with a mean of 15.6 bats/group. Females were found in 15 groups with an average of 13 females/group and ranging between one and 55 females. Moreover, males were present in most groups from Paraíba Valley, occurring in almost all (N = 21), with an average of 7.1 males/group, and a variation of 24 males. Seven groups were considered to be single males groups. Eleven of the 22 groups were made up of colony and single male groups. Sexual dimorphism in the forearm length of D. rotundus from the Paraíba Valley was statistically significant and suggests that females are larger than males. Body Injuries, attributed to bites caused by other bats were found in 76.7 per cent of individuals of D. rotundus, in both males and females. The most affected region was the wing membranes, with 68 per cent , but lesions on the ears, face and limbs were less frequent (23.1 per cent in females and 26.9 per cent in males). It is believed that injuries in these regions are more important in the rabies transmission mechanism. Despite having analyzed 310 samples of brains of D. rotundus from the Paraíba Valley, the result was negative in all samples. Serology showed that all bats were positive in varying degrees. However, if we consider the cut off 0.5 IU/ml, the number of positive samples dropped to 30.1 per cent (N = 90) and 30.9 per cent in females and 28.8 per cent males. Although no individual of D. rotundus positive for rabies was found in the Paraíba Valley during this thesis, the positive serology at least 30 per cent shows that there is rabies virus circulating in this bat population. This high viral circulation may have been favored by agonistic interactions, that cause lesions in more than 75 per cent of the bats, the compact formation (in clusters) of groups, social grooming, reciprocity and food sharing.
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Morcego hematófago comum Desmodus rotundus no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo: abrigos diurnos, agrupamentos, lesões corporais e sorologia antirrábica / The common hematophagous bat Desmodus rotundus in the Paraíba Valley, State of São Paulo: diurnal shelters, groups, body injuries and rabies sorology

João José de Freitas Ferrari 30 April 2015 (has links)
Apesar dos morcegos hematófagos serem muito estudados, diversos aspectos de sua biologia e de seu papel na transmissão da raiva ainda não são conhecidos. O objetivo da presente tese foi estudar os abrigos diurnos, os agrupamentos e o comportamento agonístico do morcego hematófago comum, Desmodus rotundus, e sua relação com a raiva dos herbívoros no Vale do Paraíba. Foi possível também obter informações sobre as duas outras espécies de morcegos hematófagos, especialmente de Diphylla ecaudata. Entre 2011 e 2014, dados sobre abrigos diurnos, composição dos agrupamentos, lesões corporais, diagnóstico de raiva e sorologia antirrábica de D. rotundus foram obtidos nos municípios de Jacareí, Paraibuna, Pindamonhangaba, Salesópolis, Santa Branca e São Luiz do Paraitinga no Vale do Paraíba, Sudeste do estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. Foram estudados 14 abrigos diurnos de D. rotundus, dos quais 12 eram construções abandonadas na área rural. Desmodus rotundus partilhou abrigos diurnos com apenas cinco espécies de filostomídeos: Diphylla ecaudata, Chrotopterus auritus, Carollia perspicillata, Glossophaga soricina e Anoura caudifer. O tempo de recolonização desses abrigos diurnos por D. rotundus foi em média 12,5 meses, com uma variação entre três e 25 meses. O tamanho dos agrupamentos variou de dois a 79 indivíduos, com uma média de 15,6 morcegos/grupo. Fêmeas foram encontradas em 15 agrupamentos, com uma média de 13 fêmeas e uma variação entre uma e 55 fêmeas/grupo. Por outro lado, machos estiveram mais presentes nos agrupamentos, ocorrendo em quase todos (N=21), com uma média de 7,1 machos/grupo e uma variação de um a 24 machos. Sete agrupamentos foram considerados de machos solteiros. Onze dos 22 agrupamentos eram constituídos de colônia e grupo de machos solteiros. O dimorfismo sexual no comprimento do antebraço de D. rotundus do Vale do Paraíba foi estatisticamente significativo e sugere que as fêmeas são maiores 13 do que os machos. Lesões corporais, atribuídas às mordeduras provocadas por outros morcegos, foram encontradas em 76,7 por cento dos indivíduos de D. rotundus, tanto em machos como em fêmeas. A região mais atingida foram as membranas alares, com 68 por cento , porém lesões nas orelhas, face e membros foram menos frequentes (23,1 por cento nas fêmeas e 26,9 por cento nos machos). Acredita-se que as lesões nessas regiões sejam mais importantes nos mecanismos de transmissão de raiva. Apesar de ter analisado 310 amostras de encéfalos de D. rotundus do Vale do Paraíba, o resultado foi negativo em todas as amostras. A sorologia mostrou que todos os morcegos apresentaram positividade em diferentes graus. Contudo, se considerarmos o ponto de corte 0,5 UI/ml, o número de indivíduos positivos caiu para 30,1 por cento (N=90), sendo 30,9 por cento nas fêmeas e 28,8 por cento em machos. Apesar de nenhum indivíduo de D. rotundus positivo para a raiva ter sido encontrado no Vale do Paraíba durante a presente tese, a sorologia positiva de, pelo menos, 30 por cento mostra que há vírus da raiva circulando em sua população. Essa alta circulação viral pode ter sido favorecida pelas interações agonísticas, que causam lesões em mais de 75 por cento dos morcegos, a formação compacta (em penca) dos agrupamentos, o grooming social, a reciprocidade e partilha alimentar / Despite the hematophagous bats are very studied, many aspects of their biology and their role in the transmission of rabies are not yet known. The aim of this thesis was to study the diurnal shelters, groups and the agonistic behavior of the common hematophagous, Desmodus rotundus, and its relation to the cattle rabies in the Paraíba Valley. It was also possible to obtain information about the two other species of vampire bats, especially Diphylla ecaudata. Between 2011 and 2014, data on diurnal shelters, composition of groups, body injuries, diagnosis of rabies and rabies serology D. rotundus were gathered from the cities of Jacarei, Paraibuna, Pindamonhangaba, Salesópolis, Santa Branca and São Luiz do Paraitinga in the Valley Paraíba, Southeastern of São Paulo State, Southeastern Brazil. Fourteen diurnal shelters of D. rotundus were studied here and 12 were abandoned buildings in rural areas. Desmodus rotundus shared daytime shelters with only five species of phyllostomid bats: Diphylla ecaudata, Chrotopterus auritus, Carollia perspicillata, Glossophaga soricina and Anoura caudifer. The time of recolonization of these roosts by D. rotundus was on average 12.5 months, ranging from three to 25 months. The size of the groups ranged from two to 79 individuals, with a mean of 15.6 bats/group. Females were found in 15 groups with an average of 13 females/group and ranging between one and 55 females. Moreover, males were present in most groups from Paraíba Valley, occurring in almost all (N = 21), with an average of 7.1 males/group, and a variation of 24 males. Seven groups were considered to be single males groups. Eleven of the 22 groups were made up of colony and single male groups. Sexual dimorphism in the forearm length of D. rotundus from the Paraíba Valley was statistically significant and suggests that females are larger than males. Body Injuries, attributed to bites caused by other bats were found in 76.7 per cent of individuals of D. rotundus, in both males and females. The most affected region was the wing membranes, with 68 per cent , but lesions on the ears, face and limbs were less frequent (23.1 per cent in females and 26.9 per cent in males). It is believed that injuries in these regions are more important in the rabies transmission mechanism. Despite having analyzed 310 samples of brains of D. rotundus from the Paraíba Valley, the result was negative in all samples. Serology showed that all bats were positive in varying degrees. However, if we consider the cut off 0.5 IU/ml, the number of positive samples dropped to 30.1 per cent (N = 90) and 30.9 per cent in females and 28.8 per cent males. Although no individual of D. rotundus positive for rabies was found in the Paraíba Valley during this thesis, the positive serology at least 30 per cent shows that there is rabies virus circulating in this bat population. This high viral circulation may have been favored by agonistic interactions, that cause lesions in more than 75 per cent of the bats, the compact formation (in clusters) of groups, social grooming, reciprocity and food sharing.

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