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Malgré les adultes : une ethnographie des situations non scolaires d'apprentissage chez les riverains du bas-Tapajós (Amazonie brésilienne) / Apesar de você : transmissão não intencional e aprendizagem furtiva às margens do Tapajós / Despite adults : an ethnography of non scholar learning situations on the Tapajós river banksMedaets, Chantal 30 November 2015 (has links)
Dans cette étude ethnographique menée dans les villages ruraux du bas-Tapajós (commune de Santarém, Amazonie brésilienne), j'examine comment, en l'absence de transmission explicite, sont acquis les savoirs pratiques, l'art du récit, le sens de la hiérarchie et la maîtrise émotionnelle. L'observation fine des interactions entre les personnes plus expérimentées et les novices, quel que soit leur âge, permet d'établir une modalité propre à ces populations dont la pédagogie peut paraître paradoxale. Les plus expérimentés ne font rien pour faciliter la tâche aux novices, ils n'ont aucune attitude pédagogique à proprement parler, si ce n'est précisément de multiplier les obstacles de diverses manières, y compris en leur interdisant souvent de participer aux activités. En somme, le novice n'a le droit d'intégrer une activité que lorsqu'il l'a maîtrise suffisamment, aux yeux des personnes plus expérimentées qui la mènent. L'erreur est très peu tolérée. Les maladresses ou gaucheries sont immédiatement sanctionnées par le sarcasme mordant des plus expérimentés, qui se positionnent comme les « maîtres du savoir », un savoir dont ils gardent jalousement l'accès et qu'ils ne partagent qu'avec parcimonie, lorsque leur intérêt immédiat en dépend. L'hypothèse qui résulte de mon enquête est que cette modalité singulière de transmission doit se comprendre en fonction du contexte culturel du Tapajós dans lequel elle s'insère ; un contexte marqué par la hiérarchie intergénérationnelle et par un style relationnel empreint de dérision et d'antagonisme. La modalité de l'apprentissage que j'ai appelée « malgré les adultes » contribue de manière décisive à ce que le novice acquière des compétences valorisées au sein de ce groupe. Ces compétences sont indispensables à la construction de la personne chez des riverains du Tapajós, même si elles n'apparaissent pas dans les diverses représentations explicites que ces riverains se font de leur propre « culture ». / In this thesis I analyze learning practices that take place in the everyday life (outside of school or other institutional setting) of three villages in the Amazonian region of the Tapajós River basin in Brazil. I examine, particularly, the transmission of practical knowledge (hunting, fishing, agricultural tasks), the art of storytelling, the sense of hierarchy and the acquisition of emotional control. In depth observation of interactions between more experimented persons and novices, whatever their age, reveal a way of learning that can seem paradoxical. While the learners may be keen participant observers, more experimented persons, who serve as role models somewhat despite themselves, display little interest in collaborating with novices or evince much empathy for them. Mistakes are scarcely tolerated. Clumsiness or bungling immediately trigger sarcastic comments from the more experienced, who position themselves as "masters knowledge", a knowledge they share with parsimony, only when their immediate interest is at stake. The hypothesis that stems from my fieldwork is that this unusual learning modality can only be understood if we consider broader aspects of social relationships among peoples of the Tapajós ; relations that are marked by hierarchy between generations and an interactional style tinted with antagonism and mockery. The way of learning I named "despite adults" contribute decisively to the novices' acquisition of valued competences. These competences are directly implied in the construction of personhood among the river-dwellers of the Tapajós, even if they don't appear in any of the divers representations they make of themselves. / Esta tese apresenta uma etnografia de situações de aprendizagem não escolares na região do rio Tapajós (estado do Pará). Da observação das interações entre pessoas mais e menos experientes, quaisquer que sejam suas idades, é possível depreender uma modalidade de aprendizagem própria a essas populações que, à primeira vista, parece sem dúvida paradoxal. Os mais experientes não facilitam em nada o processo de aprendizagem daqueles que são, às vezes muito pouco, menos experientes que eles. Na verdade, qualquer que seja a diferença de idade ou de competência (e mesmo entre pais e filhos), o que se observa é que aqueles que têm mais traquejo e experiência impedem ou dificultam muito a participação de qualquer pessoa que eles consideram ainda "não garantir" uma performance adequada na atividade em questão. Erros são mal tolerados; nada mais distante da modalidade local de aprendizagem que a ideia de que "é errando que se aprende". Nas interações quotidianas o sarcasmo é manifesto e é nesse registro, com provocações ou com deboche, que os deslizes são recebidos. No Tapajós, as pessoas mais experientes se comportam assim como "donos" de um saber que eles partilham parcimoniosamente, sobretudo quando seus interesses imediatos estão em jogo. A hipótese que a análise do material etnográfico me permite formular, é a de que essa modalidade particular de aprendizagem deve ser entendida considerando o contexto cultural do Tapajós no qual ela se insere; um contexto marcado pela hierarquia intergeracional e por relações sociais fortemente antagônicas. A modalidade de aprendizagem que designei pela expressão "apesar dos adultos" (ou "apesar das pessoas mais experientes", e, em português, "apesar de você") contribui de maneira decisiva à apropriação de competências extremamente valorizadas localmente. São competências cuja apropriação é intrinsecamente ligada ao processo de construção da pessoa para os ribeirinhos do Tapajós (mesmo que não seja a essas competências que eles façam referência nos diversos discursos que eles têm sobre sua própria "cultura").
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Influência de escalas espaciais de manejo e variáveis ambientais na pesca artesanal de um rio neotropicalSantos, Franciele Lausch dos January 2017 (has links)
A pesca artesanal de pequena escala representa a principal fonte de proteína animal e tem um importante papel na atividade econômica das populações que dela dependem. Entretanto, a pesca de pequena escala também pode levar à diminuição dos estoques pesqueiros. Estratégias de manejo da pesca de pequena escala costumam se dar em diferentes níveis de organização: individual, comunitário e regional. Devido à limitação logística e financeira que as instituições de manejo da pesca enfrentam, é necessário direcionar os esforços para aprimorar o manejo. O objetivo deste trabalho é determinar em qual escala espacial de manejo o desembarque pesqueiro no Rio Tapajós (Amazônia brasileira) é mais influenciado. Onze comunidades ribeirinhas pertencentes a diferentes categorias de unidades de conservação de uso sustentável tiveram seus pescadores entrevistados. Os desembarques foram avaliados por meio da biomassa capturada, da captura por unidade de esforço (CPUE) e do rendimento econômico potencial. No total, 2013 desembarques pesqueiros, de 51 pescadores, durante 12 meses foram analisados. As variáveis com mais importância sobre a biomassa de peixes, a CPUE e o rendimento potencial foram aquelas correspondentes a escala espacial de manejo individual ligadas ao comportamento do pescador, juntamente com variáveis ambientais. Portanto, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o manejo da pesca deve priorizar regras que influenciam o comportamento do pescador em face das características ambientais locais. / Small-scale artisanal fisheries represent the main source of animal protein and play an important role in the economic activity of the populations that depend on it. However, small-scale fisheries can also lead to decline of fish stocks. Small-scale fisheries management strategies tend to occur at different levels of organization: individual, communitarian and regional (groups of interest). Due to the logistical and financial limitations of fisheries management institutions, it is necessary to direct the efforts to improve management. The objective of this research is to determine in which spatial scale of management influence most the fish landings in the Tapajós River (Brazilian Amazon). Eleven riverine communities belonging to different categories of conservation units were sampled. Landings were assessed using the biomass of fish caught, catch per unit effort (CPUE) and potential economic yield. In total, 2013 fish landings of 51 fishermen during 12 months were analyzed. The variables with more importance on fish biomass, CPUE and potential yield were those corresponding to the spatial scale of individual linked to the fisherman’s behavior and environmental variables. Therefore, the results obtained in this study indicate that fisheries management should prioritize rules that influence the fisher’s behavior related to the local environmental characteristics.
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Influência de escalas espaciais de manejo e variáveis ambientais na pesca artesanal de um rio neotropicalSantos, Franciele Lausch dos January 2017 (has links)
A pesca artesanal de pequena escala representa a principal fonte de proteína animal e tem um importante papel na atividade econômica das populações que dela dependem. Entretanto, a pesca de pequena escala também pode levar à diminuição dos estoques pesqueiros. Estratégias de manejo da pesca de pequena escala costumam se dar em diferentes níveis de organização: individual, comunitário e regional. Devido à limitação logística e financeira que as instituições de manejo da pesca enfrentam, é necessário direcionar os esforços para aprimorar o manejo. O objetivo deste trabalho é determinar em qual escala espacial de manejo o desembarque pesqueiro no Rio Tapajós (Amazônia brasileira) é mais influenciado. Onze comunidades ribeirinhas pertencentes a diferentes categorias de unidades de conservação de uso sustentável tiveram seus pescadores entrevistados. Os desembarques foram avaliados por meio da biomassa capturada, da captura por unidade de esforço (CPUE) e do rendimento econômico potencial. No total, 2013 desembarques pesqueiros, de 51 pescadores, durante 12 meses foram analisados. As variáveis com mais importância sobre a biomassa de peixes, a CPUE e o rendimento potencial foram aquelas correspondentes a escala espacial de manejo individual ligadas ao comportamento do pescador, juntamente com variáveis ambientais. Portanto, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o manejo da pesca deve priorizar regras que influenciam o comportamento do pescador em face das características ambientais locais. / Small-scale artisanal fisheries represent the main source of animal protein and play an important role in the economic activity of the populations that depend on it. However, small-scale fisheries can also lead to decline of fish stocks. Small-scale fisheries management strategies tend to occur at different levels of organization: individual, communitarian and regional (groups of interest). Due to the logistical and financial limitations of fisheries management institutions, it is necessary to direct the efforts to improve management. The objective of this research is to determine in which spatial scale of management influence most the fish landings in the Tapajós River (Brazilian Amazon). Eleven riverine communities belonging to different categories of conservation units were sampled. Landings were assessed using the biomass of fish caught, catch per unit effort (CPUE) and potential economic yield. In total, 2013 fish landings of 51 fishermen during 12 months were analyzed. The variables with more importance on fish biomass, CPUE and potential yield were those corresponding to the spatial scale of individual linked to the fisherman’s behavior and environmental variables. Therefore, the results obtained in this study indicate that fisheries management should prioritize rules that influence the fisher’s behavior related to the local environmental characteristics.
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Assombro de olhada de bicho : uma etnografia das concepções e ações em saúde entre ribeirinhos do baixo rio Tapajós, Pará Brasil.Wawzyniak, João Valentin 15 October 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:24:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2008-10-15 / This ethnography has as an objective to comprehend the logic in which the riverside population from the low river Tapajós, Pará State, Brazil, conceive the diseases and the
treatments facing the Public Health programs which seek to orient these conceptions according to an own logic, and also how they answer to that according to their cosmological
system. The central question consists on knowing how they acquire the biomedical speech, the clinical practice, and the public policies in Health and associate them to their therapeutic traditional model. The ethnographic material described and analyzed here was obtained during a field research (participant observation and interviews), carried out in three periods, between 2005 and 2007, in the communities Prainha do Tapajós, Prainha, Taquara, Itapaiuna and Paraíso situated in the perimeter of a federal conservation unit, and in Santarém and Belterra cities. It is noted that the riverside population acquire the outside agents and proposed changes according to pre-existing cultural schemes and articulate the biomedical model procedures with the therapeutic traditional model, as they do not see incongruence between them, even with some tension points. The Cure local specialists and the health community agents are found as fundamental subjects of this articulation and of the therapeutic itinerary. / Esta etnografia tem por objetivo compreender a lógica pela qual os ribeirinhos do baixo rio Tapajós, estado do Pará, Brasil, concebem as doenças e os tratamentos face a programas de
saúde pública que procuram orientar essas concepções de acordo com uma lógica própria, e como respondem a isso segundo seu sistema cosmológico. A questão central consiste em saber como eles apreendem o discurso biomédico, a prática clínica e as políticas públicas em saúde e os associam ao seu modelo terapêutico tradicional. O material etnográfico aqui descrito e analisado foi obtido durante a pesquisa de campo (observação participante e entrevistas), realizada, em três períodos, entre 2005 e 2007, nas comunidades Prainha do
Tapajós, Prainha, Taquara, Itapaiuna e Paraíso, localizadas no perímetro de uma unidade de conservação federal, e nas cidades de Santarém e Belterra. Verifica-se que os ribeirinhos
apreendem os agentes externos e as mudanças propostas segundo esquemas culturais préexistentes e articulam os procedimentos do modelo biomédico com o modelo terapêutico
tradicional, pois não vêem incongruências entre eles, mesmo havendo pontos de tensão. Os especialistas locais de cura e os agentes comunitários de saúde situam-se como sujeitos
fundamentais dessa articulação e do itinerário terapêutico.
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Influência de escalas espaciais de manejo e variáveis ambientais na pesca artesanal de um rio neotropicalSantos, Franciele Lausch dos January 2017 (has links)
A pesca artesanal de pequena escala representa a principal fonte de proteína animal e tem um importante papel na atividade econômica das populações que dela dependem. Entretanto, a pesca de pequena escala também pode levar à diminuição dos estoques pesqueiros. Estratégias de manejo da pesca de pequena escala costumam se dar em diferentes níveis de organização: individual, comunitário e regional. Devido à limitação logística e financeira que as instituições de manejo da pesca enfrentam, é necessário direcionar os esforços para aprimorar o manejo. O objetivo deste trabalho é determinar em qual escala espacial de manejo o desembarque pesqueiro no Rio Tapajós (Amazônia brasileira) é mais influenciado. Onze comunidades ribeirinhas pertencentes a diferentes categorias de unidades de conservação de uso sustentável tiveram seus pescadores entrevistados. Os desembarques foram avaliados por meio da biomassa capturada, da captura por unidade de esforço (CPUE) e do rendimento econômico potencial. No total, 2013 desembarques pesqueiros, de 51 pescadores, durante 12 meses foram analisados. As variáveis com mais importância sobre a biomassa de peixes, a CPUE e o rendimento potencial foram aquelas correspondentes a escala espacial de manejo individual ligadas ao comportamento do pescador, juntamente com variáveis ambientais. Portanto, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o manejo da pesca deve priorizar regras que influenciam o comportamento do pescador em face das características ambientais locais. / Small-scale artisanal fisheries represent the main source of animal protein and play an important role in the economic activity of the populations that depend on it. However, small-scale fisheries can also lead to decline of fish stocks. Small-scale fisheries management strategies tend to occur at different levels of organization: individual, communitarian and regional (groups of interest). Due to the logistical and financial limitations of fisheries management institutions, it is necessary to direct the efforts to improve management. The objective of this research is to determine in which spatial scale of management influence most the fish landings in the Tapajós River (Brazilian Amazon). Eleven riverine communities belonging to different categories of conservation units were sampled. Landings were assessed using the biomass of fish caught, catch per unit effort (CPUE) and potential economic yield. In total, 2013 fish landings of 51 fishermen during 12 months were analyzed. The variables with more importance on fish biomass, CPUE and potential yield were those corresponding to the spatial scale of individual linked to the fisherman’s behavior and environmental variables. Therefore, the results obtained in this study indicate that fisheries management should prioritize rules that influence the fisher’s behavior related to the local environmental characteristics.
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A beiradeira e o grilador: ocupação no oeste do Pará / The \'beiradeira\' and the \'grilador\': ocupation and conflict in West ParáMauricio Gonsalves Torres 30 June 2008 (has links)
Como tantos outros extrativistas da Amazônia, a população de Montanha e Mangabal teve seu embrião no primeiro ciclo da borracha, em meados do século XIX, quando parte de seus ascendentes se instalou naquelas margens do Alto Tapajós. Desde então, eles resistiram à escravização por dívida na forma do aviamento; venceram as incertezas vindas com o fim dos tempos da seringa; encontraram soluções quando acabou o comércio das peles de gatos; sobreviveram à chegada e à derrocada dos garimpos, à malária, à contaminação por mercúrio e ao que mais foi preciso. Na década de 1970, muitos deles foram expulsos com requintes de truculência de parte de seu território com a criação do Parque Nacional da Amazônia. Mas a gente de Montanha e Mangabal persistiu também a isso e todos se reagruparam rio acima. Os anos 70 trouxeram ainda o acirramento da grilagem incentivada pelo garimpo e pelas obras da BR-163. Os beiradeiros concentraram-se na margem esquerda do rio Tapajós e, unidos, resistiram. Então apareceu a Indussolo, uma empresa paranaense autora da mais grandiosa e sofisticada fraude fundiária das tantas que a Amazônia é palco. Por meio de sentença judicial, obtiveram um Registro Torrens, uma espécie rara de título fundiário que, legitimado pelo Judiciário, torna a matrícula do imóvel incancelável e irretificável. Assim, a empresa engoliu a espantosa dimensão de 1.138.000 hectares e, dentro deles, quase todo o território de Montanha e Mangabal. Por anos eles vinham lutando contra a Indussolo, quando, em 2006, o Ministério Público Federal instaurou uma ação civil pública atacando a matrícula Torrens, a fim de tutelar a ocupação ancestral da população de Mangabal e Montanha. Esse trabalho nasceu desse momento, na intenção inicial de elaborar um levantamento fundiário que evidenciou o imenso ardil da empresa. Por outro lado, com base na viva fidelidade da tradição oral do grupo, pode-se retratar a outra face da ocupação daquelas terras: oito gerações daquelas pessoas, nascidas e enterradas, naquela terra / Like so many other Amazonian extractivists, the populations of Montanha and Mangabal trace their beginnings back to the first rubber cycle in the mid XIXth century when some of their ancestors installed themselves along the banks of the Upper Tapajos. Since then they have survived the debt bondage of the river trading system, the uncertain times that followed the end of the rubber epoch, the end of the trade in animal skins, the arrival and eventual collapse of the goldmining camps, malaria, mercury contamination and whatever else fate threw at them. In the 1970s many of them were expelled, often with violence, from part of their territory, by the creation of the Amazonia National Park. They resisted this too and regrouped further upriver. The 1970s also brought a worsening of landgrabbing practices, as a result of the goldmining and the building of the BR-163 highway. This led the inhabitants of Montanha and Mangabal to concentrate their dwellings on the left bank of the Tapajos and together, resist the pressures brought to bear on them. A Parana-based company called Indussolo then appeared on the scene. Armed with a court sentence, they obtained the Torrens register, an archaic and extremely rare form of land title, which legitimised their unchallengeable claim to the land . In this way they obtained an area of 1.138.000 hectares, which included almost all the land of the inhabitants of Montanha and Mangabeira. Again, these populations resisted expulsion, until in 2006 the federal prosecutors office brought a civic case against the legitimacy of the Torrens register, in defence of the ancestral rights of occupation of the existing populations. The elaboration of a land survey to demonstrate the scale of the fraud practised by the company was the origin of this thesis. The continuing practice of a lively oral tradition among the population enabled the accurate mapping of eight generations, born and buried in their lands
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A beiradeira e o grilador: ocupação no oeste do Pará / The \'beiradeira\' and the \'grilador\': ocupation and conflict in West ParáTorres, Mauricio Gonsalves 30 June 2008 (has links)
Como tantos outros extrativistas da Amazônia, a população de Montanha e Mangabal teve seu embrião no primeiro ciclo da borracha, em meados do século XIX, quando parte de seus ascendentes se instalou naquelas margens do Alto Tapajós. Desde então, eles resistiram à escravização por dívida na forma do aviamento; venceram as incertezas vindas com o fim dos tempos da seringa; encontraram soluções quando acabou o comércio das peles de gatos; sobreviveram à chegada e à derrocada dos garimpos, à malária, à contaminação por mercúrio e ao que mais foi preciso. Na década de 1970, muitos deles foram expulsos com requintes de truculência de parte de seu território com a criação do Parque Nacional da Amazônia. Mas a gente de Montanha e Mangabal persistiu também a isso e todos se reagruparam rio acima. Os anos 70 trouxeram ainda o acirramento da grilagem incentivada pelo garimpo e pelas obras da BR-163. Os beiradeiros concentraram-se na margem esquerda do rio Tapajós e, unidos, resistiram. Então apareceu a Indussolo, uma empresa paranaense autora da mais grandiosa e sofisticada fraude fundiária das tantas que a Amazônia é palco. Por meio de sentença judicial, obtiveram um Registro Torrens, uma espécie rara de título fundiário que, legitimado pelo Judiciário, torna a matrícula do imóvel incancelável e irretificável. Assim, a empresa engoliu a espantosa dimensão de 1.138.000 hectares e, dentro deles, quase todo o território de Montanha e Mangabal. Por anos eles vinham lutando contra a Indussolo, quando, em 2006, o Ministério Público Federal instaurou uma ação civil pública atacando a matrícula Torrens, a fim de tutelar a ocupação ancestral da população de Mangabal e Montanha. Esse trabalho nasceu desse momento, na intenção inicial de elaborar um levantamento fundiário que evidenciou o imenso ardil da empresa. Por outro lado, com base na viva fidelidade da tradição oral do grupo, pode-se retratar a outra face da ocupação daquelas terras: oito gerações daquelas pessoas, nascidas e enterradas, naquela terra / Like so many other Amazonian extractivists, the populations of Montanha and Mangabal trace their beginnings back to the first rubber cycle in the mid XIXth century when some of their ancestors installed themselves along the banks of the Upper Tapajos. Since then they have survived the debt bondage of the river trading system, the uncertain times that followed the end of the rubber epoch, the end of the trade in animal skins, the arrival and eventual collapse of the goldmining camps, malaria, mercury contamination and whatever else fate threw at them. In the 1970s many of them were expelled, often with violence, from part of their territory, by the creation of the Amazonia National Park. They resisted this too and regrouped further upriver. The 1970s also brought a worsening of landgrabbing practices, as a result of the goldmining and the building of the BR-163 highway. This led the inhabitants of Montanha and Mangabal to concentrate their dwellings on the left bank of the Tapajos and together, resist the pressures brought to bear on them. A Parana-based company called Indussolo then appeared on the scene. Armed with a court sentence, they obtained the Torrens register, an archaic and extremely rare form of land title, which legitimised their unchallengeable claim to the land . In this way they obtained an area of 1.138.000 hectares, which included almost all the land of the inhabitants of Montanha and Mangabeira. Again, these populations resisted expulsion, until in 2006 the federal prosecutors office brought a civic case against the legitimacy of the Torrens register, in defence of the ancestral rights of occupation of the existing populations. The elaboration of a land survey to demonstrate the scale of the fraud practised by the company was the origin of this thesis. The continuing practice of a lively oral tradition among the population enabled the accurate mapping of eight generations, born and buried in their lands
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