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Violência, magia e técnicaCalazans, Diego Rodrigues Souto 27 March 2009 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The objective of this work is to understand the relation among violence, magic and technic, taking as a starting-point an hypothesis by René Girard about the real function of
sacrificial mechanism as a form that society has to defend itself. Our research also seeks to trace new ways to comprehend the studied phenomena. Violence is approached since its ontological fundament till the core of its menace to social cohesion; we searched also the options human groups dispose to keep it under acceptable parameters. The institution of sacrifice in societies where there is not a sufficiently established penal system, as it presents to colective fury a comum target, personates a chance to avoid an endless cicle of vengeances, with catastrophical consequences. Even rites of passage and, especially, of cure refer to scapegoat mechanism. Magic, so, is taken in this work as an inexhaustive source of cathartical rites, that expurgate group from its intrinsic agressiveness, potentially disaggregative, reinforcing thus solidarity. Modern technic, on the other side, most of cases, instead of helping on violence deflection, has been instigating us to take it as an instrument,
transforming it on a mere social engineering tool. However, violence did not just prove, once and again, being uncontrolable, but even it manipulated repeatedly the ones who tried to manipulate it. Modernity, whether through national States or their rival actors, is full of exemples. We opted to exemplify the principles of this dissertation through an analysis of the period in russian history known as Red Terror , when millions of human deaths were directly provoked by government actions. In the end, we present a possibility to control
violence in modern societies. / O objetivo desse trabalho é compreender a relação existente entre violência, magia e técnica, a partir de uma hipótese apontada por René Girard sobre a real função do mecanismo
sacrificial para a defesa da sociedade. Nosso estudo busca também traçar novos caminhos de compreensão para os fenômenos pesquisados. A violência é abordada desde seu fundamento ontológico até o cerne de sua ameaça à coesão social. Pesquisamos as opções de que os grupos humanos dispõem para contê-la sob parâmetros aceitáveis. A instituição do sacrifício em sociedades sem sistema penal suficientemente estabelecido, ao apresentar um alvo comum
para a fúria coletiva, representa uma chance de evitar um ciclo infindável de vinganças, de consequências catastróficas. Mesmo os ritos de passagem e, principalmente, os de cura
remetem ao mecanismo do bode expiatório. A magia, assim, é tomada nesse trabalho como inesgotável manancial de ritos catárticos, que expurgam o grupo de sua agressividade
intrínseca, potencialmente desagregadora, reforçando com isso a solidariedade. A técnica moderna, por outro lado, na maioria dos casos, em vez de servir como auxílio no desvio da
violência, tem nos instigado a instrumentalizá-la, transformando-a em mera ferramenta de engenharia social. Contudo, a violência provou mais de uma vez ser não só incontrolável, mas até mesmo manipular os que tentavam manipulá-la. A modernidade, seja através dos Estados
nacionais ou de atores rivais do poder estatal, está repleta de exemplos. Optamos por exemplificar os princípios dessa dissertação através de uma análise do período da história
russa conhecido como Terror Vermelho , em que milhões de mortes humanas foram provocadas diretamente por ações governamentais. Ao fim, apresentamos uma possibilidade
de controle da violência em sociedades modernas.
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