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Estudo narratológico dos discursos de Nícias nos livros 6 e 7 de Tucídides / Narratological study about Nícias\' speeches in Thucydides\' books 6 and 7Benini, Flavia Fernandes 11 April 2019 (has links)
Nos livros 6 e 7 das Histórias, Tucídides narra a expedição de Atenas à Sicília, que terminaria com a desastrosa derrota ateniense diante dos siracusanos e seus aliados. O relato engloba desde a assembleia em Atenas na qual os preparativos são discutidos até a derrota final do exército ateniense. Nota-se o destaque que a personagem Nícias, um dos generais atenienses que comandavam a expedição, tem no relato, pois muitas das suas ações e dos seus discursos são destacados pelo narrador. O objetivo desta dissertação é investigar a construção da personagem ao longo da narrativa e compreender o motivo do seu destaque. Para isso, utilizamos o instrumental da Narratologia, enfatizando o nível da narrativa (narradores primário e secundário) e as diferenças ou semelhanças entre a focalização primária representada pelo narrador primário (que relata a história principal) e a focalização secundária representada por Nícias. Depois de fazer a comparação entre os narradores, pode-se perceber que um narrador valida as informações transmitidas pelo outro, ou seja, as palavras e ações de Nícias ratificam o relato primário e vice-versa. Além disso, funcionam como um fio condutor no efeito interno no relato, proporcionando ao narrador primário a continuidade na sequência lógica do relato, ou seja, a derrota ateniense na Sicília. A caracterização da personagem Nícias é definida pelo seu modo de ação caracterizado como inação e o medo que demonstra diante da opinião pública desde o livro 6 e se intensifica no livro 7. Nícias, tal como retratado por Tucídides, desempenha uma função proléptica, pois, desde o início, o seu comportamento e os seus discursos já sinalizavam a sua dificuldade diante da liderança do exército. A importância de Nícias está no fato de que é por meio da sua focalização que o narrador indica a mudança da sorte ateniense, ao longo dos dois livros, ante a derrota do exército ateniense. A comparação entre o teor dos discursos de Nícias a medida em que a situação ateniense vai se tornando cada vez mais prejudicada, acompanha e intensifica o desânimo representado pela narrativa primária, corroborando assim com o objetivo do narrador primário de narrar, mais do que a expedição, a derrota. / In books 6 and 7 of Histories, Thucydides recounts the expedition of Athenas to Sicily, which would end after the disastrous Athenian defeat before the Siracusans and their allies. The report includes from the assembly in Athens in which the preparations are discussed until the final defeat of the Athenian army in Sicily. It is noteworthy the prominence that the character Nícias, one of the Athenian generals who commanded the expedition, has in the story, since many of his actions and his speeches are highlighted by the narrator. The objective of the dissertation is to investigate the character\'s presentation throughout the narrative of the books 6 and 7 and to understand the reason for its prominence in the narrative. For this, we use the Narratological instruments, emphasizing the narrative level (primary and secondary narrators) and the differences or similarities between the primary focalizer represented by the primary narrator (which reports the main story) and the secondary represented by Nícias. After comparing the narrators, it can be seen that one narrator validates the information transmitted by the other, that is, the words and actions of Nícias ratify the primary narrative and vice versa. Nícias also has the function as a guiding thread in the internal in the narrative, providing the primary narrator with continuity in the logical sequence of the account, that is, the Athenian defeat in Sicily. The construction of the character Nícias, his mode of action characterized as inaction and the fear he proves before public opinion define the performance of the Athenian general since book 6 and intensifies in the book 7. Nícias, as portrayed by Thucydides, plays a proleptic function, since from the beginning his behavior and his speeches already signaled his difficulty before the leadership of the army. The importance of Nícias lies in the fact that it is through his focalization that the narrator indicates the change in Athenian fortunes over the two books of the defeat of the Athenian army. The comparison between the content of the discourses of Nícias as the Athenian situation becomes increasingly impaired, accompanies and intensifies the discouragement represented by the primary narrative, thus corroborating with the primary narrator\'s purpose of narrating, besides the expedition, the defeat.
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Procópio e a reapropriação do modelo Tucidideano: a representação da peste na narrativa histórica (VI século d.C.)BAPTISTA, Lyvia Vasconcelos 28 March 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-03-28 / Profundamente marcada pelos elementos da Antiguidade clássica, a literatura bizantina apresenta-se como um curioso crisol de influências e condutas, o que reflete a própria situação do Império. O tema desta dissertação resume-se na percepção dos elementos que aproximam a obra Guerras Persas construída por Procópio de Cesaréa, no VI século d.C. e a História da Guerra do Peloponeso, elaborada por Tucídides, no V século a.C.. Num primeiro momento apresentaremos os historiadores ateniense e bizantino, inseridos nos seus contextos de produção e discorreremos sobre a forma como a historiografia trabalhou e utilizou suas imagens. Em seguida analisaremos os seus relatos num movimento relacional, lançando olhares a seus projetos historiográficos, a partir de dois princípios específicos: o metodológico e o teleológico. Nesse movimento, os relatos epidêmicos presentes em suas obras são abordados como um momento vantajoso para a percepção daquilo que movia e fundamentava a escrita da história nas obras destes historiadores, e da atitude classicista existente no interior do Império Bizantino.
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A retomada da sofística em Nietzsche / The recovery of sophistry in NietzscheCarla Silvia Souza da Rocha 16 March 2011 (has links)
Dedicamo-nos ao estudo do modo como ocorre a retomada da sofística em Nietzsche. Partimos, então, do pressuposto de que há uma ligação entre Nietzsche e os sofistas e, por isso, dialogamos com os principais estudos que aproximam Nietzsche e a sofística. Nosso objetivo é, primeiramente, apresentar a visão geral entre as investigações sobre a relação de Nietzsche com a sofística. Para, então, mostrar certos equívocos no modo habitual de relacionar a filosofia nietzschiana ao movimento sofista. Nossa principal investida é contra o modo habitual de aproximação entre Nietzsche e a doutrina do homem- medida de Protágoras. Também discutimos o lugar de Cálicles no pensamento nietzschiano, principalmente, porque na visão geral que aproxima Nietzsche e os sofistas, a doutrina de Cálicles, acerca do direito do mais forte, está relacionada à idéia nietzschiana de além-homem. Acreditamos que nem na abordagem de Protágoras nem na de Cálicles, há argumentos condizentes para uma retomada da sofística no pensamento nietzschiano. Nossa defesa é de que o sofista Górgias é a palavra-chave no entendimento da relação de Nietzsche com os sofistas. Nosso argumento tem sua base na importância do historiador Tucídides para a concepção nietzschiana de história. Defendemos uma influência da retórica sofista, cujo principal representante é Górgias, tanto na apresentação quanto no modo de investigação do trabalho tucidideano. Tal influência resultará em uma articulação entre Nietzsche, Tucídides, sofística e história. Para apresentação dessa articulação, nosso estudo expõe a importância do elemento ficcional, tanto para as reflexões nietzschianas quanto para a retórica sofística de Górgias, de modo relacionar essa importância à concepção de história de Tucídides. / We are dedicated to the study of how the recovery occurs in Nietzsche's sophistry. We follow the assumption that there is a connection between Nietzsche and the Sophists, and therefore, we dialogue with major studies nearing Nietzsche and sophistry. Our first objective is to show an overview of the research on the relationship of Nietzsche to sophistry. To then show some errors in the usual way of relating to the Nietzschean philosophy with sophistic movement. Our main onslaught is against the usual way of rapprochement between Nietzsche and the doctrine of man-measure of Protagoras. We also discussed the place of Callicles in Nietzsche's thought, mainly because the general view that approximates Nietzsche and the Sophists, the doctrine of Callicles, on the right of the strongest, is related to the Nietzschean idea of beyond-man. We believe that neither the approach of the Protagoras neither Callicles, there are consistent arguments for a resumption of sophistry in Nietzsche. Our defense is that the sophist Gorgias is the keyword in the understanding of Nietzsche's relationship with the Sophists. Our argument has its basis in the importance of the historian Thucydides to the Nietzschean conception of history. We support an influence of sophistic rhetoric, whose main representative is Gorgias, both in presentation as in the way research work tucidideano. Such influence will result in a connection between Nietzsche, Thucydides, sophistry and history. In this joint presentation, our study shows the importance of the fictional element for both Nietzschean reflections as to the rhetoric of Gorgias sophistry relating this to the importance of design history of Thucydides.
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A retomada da sofística em Nietzsche / The recovery of sophistry in NietzscheCarla Silvia Souza da Rocha 16 March 2011 (has links)
Dedicamo-nos ao estudo do modo como ocorre a retomada da sofística em Nietzsche. Partimos, então, do pressuposto de que há uma ligação entre Nietzsche e os sofistas e, por isso, dialogamos com os principais estudos que aproximam Nietzsche e a sofística. Nosso objetivo é, primeiramente, apresentar a visão geral entre as investigações sobre a relação de Nietzsche com a sofística. Para, então, mostrar certos equívocos no modo habitual de relacionar a filosofia nietzschiana ao movimento sofista. Nossa principal investida é contra o modo habitual de aproximação entre Nietzsche e a doutrina do homem- medida de Protágoras. Também discutimos o lugar de Cálicles no pensamento nietzschiano, principalmente, porque na visão geral que aproxima Nietzsche e os sofistas, a doutrina de Cálicles, acerca do direito do mais forte, está relacionada à idéia nietzschiana de além-homem. Acreditamos que nem na abordagem de Protágoras nem na de Cálicles, há argumentos condizentes para uma retomada da sofística no pensamento nietzschiano. Nossa defesa é de que o sofista Górgias é a palavra-chave no entendimento da relação de Nietzsche com os sofistas. Nosso argumento tem sua base na importância do historiador Tucídides para a concepção nietzschiana de história. Defendemos uma influência da retórica sofista, cujo principal representante é Górgias, tanto na apresentação quanto no modo de investigação do trabalho tucidideano. Tal influência resultará em uma articulação entre Nietzsche, Tucídides, sofística e história. Para apresentação dessa articulação, nosso estudo expõe a importância do elemento ficcional, tanto para as reflexões nietzschianas quanto para a retórica sofística de Górgias, de modo relacionar essa importância à concepção de história de Tucídides. / We are dedicated to the study of how the recovery occurs in Nietzsche's sophistry. We follow the assumption that there is a connection between Nietzsche and the Sophists, and therefore, we dialogue with major studies nearing Nietzsche and sophistry. Our first objective is to show an overview of the research on the relationship of Nietzsche to sophistry. To then show some errors in the usual way of relating to the Nietzschean philosophy with sophistic movement. Our main onslaught is against the usual way of rapprochement between Nietzsche and the doctrine of man-measure of Protagoras. We also discussed the place of Callicles in Nietzsche's thought, mainly because the general view that approximates Nietzsche and the Sophists, the doctrine of Callicles, on the right of the strongest, is related to the Nietzschean idea of beyond-man. We believe that neither the approach of the Protagoras neither Callicles, there are consistent arguments for a resumption of sophistry in Nietzsche. Our defense is that the sophist Gorgias is the keyword in the understanding of Nietzsche's relationship with the Sophists. Our argument has its basis in the importance of the historian Thucydides to the Nietzschean conception of history. We support an influence of sophistic rhetoric, whose main representative is Gorgias, both in presentation as in the way research work tucidideano. Such influence will result in a connection between Nietzsche, Thucydides, sophistry and history. In this joint presentation, our study shows the importance of the fictional element for both Nietzschean reflections as to the rhetoric of Gorgias sophistry relating this to the importance of design history of Thucydides.
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Um estudo sobre Alcibíades a partir do debate siciliano em Tucídides VI.9-23 - entre a physis anthropon e o governo de si / A study on Alcibíades from the Sicilian debate in Thucydides VI.9 -23 between physis anthropon and self-governmentCosta, Luiza Moreira da 18 November 2014 (has links)
Tucídides, ateniense, pensador político do quinto século antes de Cristo, narrou, em sua única obra, grande parte da história da Guerra do Peloponeso. Convicto de que ela seria grande e mais importante que todas as anteriores (TUCÍDIDES, I.1), o historiador antigo, seguindo o critério da própria razão, reuniu relatos, dados e informações gerais sobre a contenda e as nações envolvidas, selecionou personagens, acontecimentos e discursos para compor sua obra de criação (ROMILLY, 1998). O resultado disso é a impressão, por parte dos leitores, de que acompanharam a guerra, compreenderam suas motivações e entenderam o impacto das ações de seus personagens no desenrolar da contenda. Tal papel foi criteriosamente analisado por Tucídides, que buscou indicar ao longo de sua narrativa histórica a força da physis anthropon na condução da polis. Explorar a natureza humana como causadora da crise e da derrota de Atenas é a resposta de Tucídides para compreender o fim do Império Ateniense e marca o rompimento com a justificativa fantasiosa ou divina que constava, até então, nos registros do passado. Para mostrar isso, fizemos uso do personagem Alcibíades no contexto do debate siciliano (TUCÍDIDES, VI.9-23). Ambientado na assembleia que buscava definir os passos seguintes da Expedição à Sicília, esse debate se originou da negativa de Nícias, um dos comandantes da expedição, de os atenienses partirem em auxílio aos aliados, empregando as forças atenienses contra a Sicília; e se consumou com a resposta de Alcibíades, que ao subir à tribuna, fez a sua grande defesa diante da ekklesia. Deste debate depreende-se a figura de Alcibíades: a do orador que reúne as habilidades para conquistar a confiança de seus ouvintes e para convencê-los sobre o que é benéfico ou não à polis, incitando o medo e inflamando os ânimos dentro de uma lógica argumentativa que atravessou os impulsos e os desejos dos atenienses. As palavras que Tucídides selecionou para o discurso de Alcibíades formam a imagem de um homem intemperante, dominado pela hybris, que se propôs a governar os outros sem antes ter governado a si mesmo. Aliado a esta reflexão, tornou-se possível alargar o quadro proporcionado pelo historiador antigo, tendo em vista as conexões observadas ao longo da pesquisa entre a narrativa histórica tucidideana e as leis de Sólon e a formação do cidadão, proposta pelo Sócrates platônico. A preocupação de Sócrates é a mesma que Sólon explorou em seus versos e na elaboração das leis e é a mesma que Tucídides retratou em sua obra. Enquanto Sólon versou sobre as leis da comunidade social e política (JAEGER, 2010), Sócrates empreendeu uma missão de formar o verdadeiro cidadão para evitar que a mais justa forma de governo se degenerasse. / Thucydides, an Athenian, political thinker of the fifth century before Christ, narrated, in his only work, much of The Peloponnesian War history. Convinced that it would be great and more important than all the previous ones (THUCYDIDES, I. 1), the ancient historian, according to the criteria of his own reason, collected reports, data and general information about the strife and the nations involved, selected characters, events and speeches to compose his work of creation (ROMILLY, 1998). The result of this is the impression on the part of the readers, who accompanied the war, understood its motivations and perceived the impact of the actions of his characters in the unfolding of the strife. This role has been carefully analyzed by Thucydides, who sought to demonstrate over the course of its historical narrative the strength of the physis anthropon leading the polis. Exploring the human nature as the cause of the crisis and Athenss defeat is the response from Thucydides to understand the end of the Athenian Empire, and marks a break with the unrealistic or divine justification that was, until then, in records of the past. To demonstrate this, we have made use of the character Alcibíades in the context of the Sicilian debate (THUCYDIDES, VI.9 -23). Set up in the assembly that sought setting the following steps to the Sicilian Expedition, this debate is originated from the negative of Nícias, a commander of the expedition, from the Athenians breaking in aid to allies, undertaking the Athenian forces against the Sicily; and was consummated with Alcibíadess answer, who climbing up the tribune, made his great defense before the ekklesia. This debate makes it clear that the figure of Alcibíades: the speaker that brings together the skills to win the trust and confidence of his listeners and to convince them of what is beneficial or not to the polis, inciting fear and by exaggerating within a logical argument that crossed the impulses and the desires of the Athenians. The words that Thucydides selected for the Alcibíadess speech constituted the image of an intemperate man, dominated by hybris, who proposed governing others without having governed himself first. Allied to this reflection, it has become possible to extend the framework provided by the ancient historian, having in mind the connections observed along the research between the Thucydidess historical narrative and the Solons laws and the formation of the citizen, proposed by the platonic Socrates. Socratess concern is the same that Solon explored in his lyrics and in the drafting of laws and it is the same as Thucydides portrayed in his work. While Solon focused on the community\'s laws and social policy (JAEGER, 2010), Socrates embarked on a mission to form the true citizen to prevent the most fair form of government of degenerating.
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Um estudo sobre Alcibíades a partir do debate siciliano em Tucídides VI.9-23 - entre a physis anthropon e o governo de si / A study on Alcibíades from the Sicilian debate in Thucydides VI.9 -23 between physis anthropon and self-governmentLuiza Moreira da Costa 18 November 2014 (has links)
Tucídides, ateniense, pensador político do quinto século antes de Cristo, narrou, em sua única obra, grande parte da história da Guerra do Peloponeso. Convicto de que ela seria grande e mais importante que todas as anteriores (TUCÍDIDES, I.1), o historiador antigo, seguindo o critério da própria razão, reuniu relatos, dados e informações gerais sobre a contenda e as nações envolvidas, selecionou personagens, acontecimentos e discursos para compor sua obra de criação (ROMILLY, 1998). O resultado disso é a impressão, por parte dos leitores, de que acompanharam a guerra, compreenderam suas motivações e entenderam o impacto das ações de seus personagens no desenrolar da contenda. Tal papel foi criteriosamente analisado por Tucídides, que buscou indicar ao longo de sua narrativa histórica a força da physis anthropon na condução da polis. Explorar a natureza humana como causadora da crise e da derrota de Atenas é a resposta de Tucídides para compreender o fim do Império Ateniense e marca o rompimento com a justificativa fantasiosa ou divina que constava, até então, nos registros do passado. Para mostrar isso, fizemos uso do personagem Alcibíades no contexto do debate siciliano (TUCÍDIDES, VI.9-23). Ambientado na assembleia que buscava definir os passos seguintes da Expedição à Sicília, esse debate se originou da negativa de Nícias, um dos comandantes da expedição, de os atenienses partirem em auxílio aos aliados, empregando as forças atenienses contra a Sicília; e se consumou com a resposta de Alcibíades, que ao subir à tribuna, fez a sua grande defesa diante da ekklesia. Deste debate depreende-se a figura de Alcibíades: a do orador que reúne as habilidades para conquistar a confiança de seus ouvintes e para convencê-los sobre o que é benéfico ou não à polis, incitando o medo e inflamando os ânimos dentro de uma lógica argumentativa que atravessou os impulsos e os desejos dos atenienses. As palavras que Tucídides selecionou para o discurso de Alcibíades formam a imagem de um homem intemperante, dominado pela hybris, que se propôs a governar os outros sem antes ter governado a si mesmo. Aliado a esta reflexão, tornou-se possível alargar o quadro proporcionado pelo historiador antigo, tendo em vista as conexões observadas ao longo da pesquisa entre a narrativa histórica tucidideana e as leis de Sólon e a formação do cidadão, proposta pelo Sócrates platônico. A preocupação de Sócrates é a mesma que Sólon explorou em seus versos e na elaboração das leis e é a mesma que Tucídides retratou em sua obra. Enquanto Sólon versou sobre as leis da comunidade social e política (JAEGER, 2010), Sócrates empreendeu uma missão de formar o verdadeiro cidadão para evitar que a mais justa forma de governo se degenerasse. / Thucydides, an Athenian, political thinker of the fifth century before Christ, narrated, in his only work, much of The Peloponnesian War history. Convinced that it would be great and more important than all the previous ones (THUCYDIDES, I. 1), the ancient historian, according to the criteria of his own reason, collected reports, data and general information about the strife and the nations involved, selected characters, events and speeches to compose his work of creation (ROMILLY, 1998). The result of this is the impression on the part of the readers, who accompanied the war, understood its motivations and perceived the impact of the actions of his characters in the unfolding of the strife. This role has been carefully analyzed by Thucydides, who sought to demonstrate over the course of its historical narrative the strength of the physis anthropon leading the polis. Exploring the human nature as the cause of the crisis and Athenss defeat is the response from Thucydides to understand the end of the Athenian Empire, and marks a break with the unrealistic or divine justification that was, until then, in records of the past. To demonstrate this, we have made use of the character Alcibíades in the context of the Sicilian debate (THUCYDIDES, VI.9 -23). Set up in the assembly that sought setting the following steps to the Sicilian Expedition, this debate is originated from the negative of Nícias, a commander of the expedition, from the Athenians breaking in aid to allies, undertaking the Athenian forces against the Sicily; and was consummated with Alcibíadess answer, who climbing up the tribune, made his great defense before the ekklesia. This debate makes it clear that the figure of Alcibíades: the speaker that brings together the skills to win the trust and confidence of his listeners and to convince them of what is beneficial or not to the polis, inciting fear and by exaggerating within a logical argument that crossed the impulses and the desires of the Athenians. The words that Thucydides selected for the Alcibíadess speech constituted the image of an intemperate man, dominated by hybris, who proposed governing others without having governed himself first. Allied to this reflection, it has become possible to extend the framework provided by the ancient historian, having in mind the connections observed along the research between the Thucydidess historical narrative and the Solons laws and the formation of the citizen, proposed by the platonic Socrates. Socratess concern is the same that Solon explored in his lyrics and in the drafting of laws and it is the same as Thucydides portrayed in his work. While Solon focused on the community\'s laws and social policy (JAEGER, 2010), Socrates embarked on a mission to form the true citizen to prevent the most fair form of government of degenerating.
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