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Violência entre parceiros íntimos: um fator de risco para a insegurança alimentar domiciliar? / Intimate partner violence: Is it a risk factor for household food insecurity?Emanuele Souza Marques 25 March 2014 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O primeiro objetivo da Tese consistiu na identificação e caracterização dos instrumentos de aferição epidemiológicos que vêm sendo propostos para a abordagem de IA domiciliar, bem como na síntese de suas propriedades psicométricas. Para tal, realizou-se busca sistemática em três bases de dados eletrônicas: MEDLINE, LILACS e SciELO. Não houve delimitação do período de publicação. Os resultados são apresentados no artigo intitulado Household food insecurity: a systematic review of the measuring instruments used in epidemiological studies. Foram identificados 24 instrumentos, todos breves e de fácil aplicação. A maioria foi desenvolvida nos Estados Unidos. O instrumento HFSSM apresentou o maior número de estudos de utilização e psicométricos, podendo ser recomendado sem hesitação. O segundo e principal objetivo desta Tese foi avaliar se a ocorrência de violência psicológica e física entre parceiros íntimos pode ser considerada um fator de risco para a ocorrência de Insegurança Alimentar (IA) domiciliar. As informações que subjazem a pesquisa originaram-se de um inquérito domiciliar realizado no Distrito de Campos Elíseos, Município de Duque de Caxias, entre abril a novembro de 2010. A população de estudo foi selecionada por meio de amostragem por conglomerados em três estágios (setor censitário, domicílio, indivíduo) com técnicas de amostragem inversa para a seleção dos domicílios. A amostra do estudo incluiu 849 mulheres que no período da entrevista relataram possuir algum relacionamento amoroso nos 12 meses anteriores. As informações foram obtidas por meio de entrevista utilizando-se um questionário estruturado, contendo instrumentos previamente validados, como a Revised Conflict Tatics Scales (CTS2) para a mensuração das violências e a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para a IA domiciliar. Utilizou-se a análise de caminhos (Path Analysis) na análise de dados o que permitiu explorar as relações entre as violências, entre estas e o Transtorno Mental Comum (TMC), este último e a IA, bem como as relações mais distais do modelo teórico. Os resultados são apresentados no artigo intitulado Violência entre parceiros íntimos, transtornos mentais comuns e insegurança alimentar: modelagem de equações estruturais. A hipótese central deste estudo foi corroborada, na medida em que tanto a violência psicológica, como a violência física se mostraram importantes fatores de risco para a IA, via a ocorrência de TMC. Contrariamente ao esperado, notou-se um maior efeito da violência psicológica do que da violência física na ocorrência do desfecho. Espera-se que a divulgação dos resultados desta Tese auxilie os profissionais e gestores na área de segurança alimentar e nutricional, bem como pesquisadores da área na tomada de decisões em relação ao instrumento de aferição a ser utilizado para a caracterização das situações e ampliem o olhar sobre o problema, incorporando outros fatores de risco, tais como as violências entre parceiros íntimos, aqueles estritamente econômicos, habitualmente considerados no debate sobre os determinantes e estratégias de enfrentamento da IA. / The first goal of the Thesis that consisted of identifying and characterizing the epidemiological measurement instruments that have been proposed for addressing HFI and synthesis of its psychometric properties. To this end, we performed a systematic search of three electronic databases: MEDLINE, LILACS and SciELO. There was no definition of the publication period. The results are presented in the article entitled "Household food insecurity: a systematic review of the measuring instruments used in epidemiological studies". Twenty-four instruments were identified; all brief and of easy application. The majority were devised in the United States. The HFSSM instrument had the largest number of use studies and psychometric and can be recommended without hesitation. The second and main objective of this Thesis was to evaluate the occurrence of physical intimate partner violence (IPV) of psychological type and can be considered a risk factor for the occurrence of household food insecurity (HFI). The information underlying the research originated from a household survey conducted in the District of Campos Elíseos, in the city of Duque de Caxias, between April and November 2010. The study population was selected using cluster sampling in three stages (census tract, household, individual) with inverse sampling techniques to the selection of households. The study sample included 849 women (82.03% of the interviews for the study background) than during the interview reported having a romantic relationship in the last 12 months. Information was obtained through interviews using a structured questionnaire containing previously validated instruments such as the Revised Conflict Tactics Scales (CTS2) to measure the IPV and Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA) for HFI. The results are presented in the article titled "Intimate partner violence, common mental disorders and food insecurity: a survey- based structural equation modeling analysis". The central hypothesis of this study was corroborated, and IPV psychological presented both as direct kick in the occurrence of HFI effect, while the physical type of IPV only had indirect effect via CMD . It is hoped that the dissemination of the results of this thesis assists professionals and managers in the area of food security as well as researchers in the field in making decisions regarding the measurement instrument to be used for the characterization of situations and broaden the look about the problem, incorporating other risk factors such as intimate partner violence, strictly economic ones usually considered in the debate on the determinants and coping strategies of food insecurity.
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Violência contra o homem perpetrada por sua (seu) parceira (o) íntima (o): estudo quali/quantiCezario, Ana Claudia Ferreira 22 September 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-09-22 / A violência entre parceiros íntimos (VPI) caracteriza-se por qualquer ação dentro do
relacionamento íntimo que resulte em prejuízos físicos, psicológicos ou sexuais entre os
parceiros na relação conjugal. A VPI ocorre por meio de agressões físicas, psicológicas,
sexuais, morais e/ou patrimoniais. Desta forma, este trabalho objetivou levantar dados acerca
da ocorrência de violência contra o homem perpetrada por sua parceira íntima no país e as suas
relações com o abuso de substâncias, a ansiedade e a depressão. Trata-se de um levantamento
amostral, de caráter transversal, quali/quantitativo, com amostra não probabilística de 320
homens obtida por conveniência via coleta de questionários online. Os instrumentos utilizados
na etapa quantitativa foram: questionário sociodemográfico próprio; a Escala de Violência entre
Parceiros Íntimos (EVIPI), o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test
(ASSIST); a Escala Cognitiva de Ansiedade (ECOGA); e a Escala Baptista de Depressão
(EBADEP). Para coleta da etapa qualitativa foi utilizado um roteiro de questões semiestruturadas.
As perguntas que orientaram este estudo foram: a) existe a violência contra o homem nas
relações conjugais na amostra obtida? b) existem relações entre a violência e o uso de
substâncias, sintomas depressivos e/ou ansiosos na amostra de homens entrevistados? c) os
homens rastreados como vítimas da VPI possuem índices maiores de ansiedade, depressão e/ou
abuso de substâncias? Através da etapa qualitativa do estudo, objetivou-se identificar as
percepções dos homens rastreados como vítimas da VPI. No que se refere às análises, na
primeira etapa foram efetuadas análises estatísticas descritivas e correlacionais enquanto que
na segunda etapa, fase qualitativa, foi utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin (Bardin, 2011).
No que se refere aos resultados, da amostra de 320 homens entrevistados, 109 homens foram
enquadrados como vítimas da VPI, representando 34.1% da amostra total. Na associação entre
a VPI e o abuso de substâncias, observou-se que os homens os quais fazem uso abusivo de
tabaco e maconha possuem, respectivamente, 3 e 2,5 vezes mais risco de serem vítimas da VPI.
Quanto à ansiedade e depressão, também foi encontrada associação apontando para um maior
escore entre os homens vítimas da VPI. Em relação a etapa qualitativa, dos 109 homens vítimas
30 aceitaram participar enviando seus depoimentos. Nestes, observou-se que a violência mais
pontuada foi a violência psicológica com destaque para o controle de comportamento, agressões
verbais, ameaças, humilhações e gritos. Quanto à busca de auxílio diante da agressão, a maior
parte dos entrevistados declararam não ter recorrido a nenhum tipo de serviço especializado e
ainda possuir contato com o (a) agressor (a). Conclui-se assim que a pesquisa atingiu seu
objetivo investigando dados acerca da VPI contra o homem no Brasil. Entretanto, diante às
limitações do mesmo, tornam-se necessários outros estudos e pesquisas que venham investigar
a VPI contra o homem e suas relações com a ansiedade, depressão e abuso de substâncias
através de uma amostra probabilística que permita maiores generalizações e inferências. / Intimate partner violence (IPV) is characterized by any action inside the intimate relationship
that results in physical, psychological or sexual harms among partners in a conjugal
relationship. The VPI occur via physical, psychological, sexual, moral and / or property
damages acts. Thus, this research aimed to collect data about the occurrence of violence against
man perpetrated by his intimate partner in Brazil and its relations with substance abuse, anxiety
and depression. This study is characterized as a cross-sectional qualitative / quantitative with a
non-probabilistic sample of 320 men obtained by online questionnaires. We used as
instruments: a sociodemographic questionnaire, the Intimate Partner Violence Scale (EVIPI),
the Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), the Anxiety
Cognitive Scale (ECOGA) and the Baptist Depression Scale (EBADEP). For the qualitative
research, a semi structured script questionnaire was used. The questions which guided this study
were: a) is there violence against man in marital relationships in the sample obtained? b) are
there associations between violence and substance use, depressive and / or anxious symptoms
in the sample interviewed? c) do men screened as victims of IPV have higher rates of anxiety,
depression and / or substance abuse? In addition the qualitative research aimed to identify men`s
perceptions when screened as IPV`s victims. Descriptive and correlational statistic were done
for quantitative analysis, while to qualitative analysis, the Bardin Content Analysis was used.
Results presented 109 men IPV`s victims of 320 interviewed, representing 34.1% of the total
sample. For the association between IPV and substance abuse, it has been observed that men
who abuse tobacco and marijuana have, respectively, three and twice and half more chances to
be IPV’s victims. For anxiety and depression, was found a positive association with IPV`s men
victims. Regarding the qualitative evaluation, 30 of the 109 victims have accepted to participate
sending their testimonies. It was observed that the most punctuated violence among the
interviewees was the psychological violence with emphasis on behavior control, verbal
aggression, threats, humiliation and shouting. Regarding to seeking for take care services, most
of the interviewees pointed that they have never searched for any kind of specialized service,
and furthermore, they still have contact with their aggressor. We concluded that the research
reached its objective which was to investigate data about IPV against men in Brazil. However,
due to its limitations, further studies are needed to investigate IPV against man and his
relationships with anxiety, depression and substance abuse in a probabilistic sample that allows
greater generalizations and inferences.
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Violência física entre parceiros íntimos na gestação: um fator de risco para depressão pós-parto? / Physical intimate partner violence in pregnancy: a risk factor for postpartum depression?Gustavo Lobato de Azevedo 26 March 2010 (has links)
A violência entre parceiros íntimos (VPI) e a depressão pós-parto (DPP) são as temáticas principais dessa Tese. Seu objetivo principal foi investigar se a violência física entre parceiros íntimos (VFPI) é um fator de risco para DPP. Adicionalmente, a estrutura dimensional da Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) foi reavaliada, e outro estudo estimou a prevalência de DPP entre mulheres usuárias de unidades básicas de saúde na cidade do Rio de Janeiro, Brazil. As informações que subjazem esses três artigos originaram-se de um inquérito realizado em cinco UABS no Rio de Janeiro, entre janeiro e junho de 2007. Foram selecionadas aleatoriamente mulheres com até cinco meses pós-parto que estivessem aguardando por consultas pediátricas, sendo consideradas inelegíveis aquelas que não haviam vivenciado ao menos um mês de relação íntima no ciclo grávido-puerperal, cujas gestações-índice foram gemelares, ou se houvesse contra-indicação absoluta para a amamentação. Dentre 852 mulheres selecionadas, 18 (2,1%) eram inelegíveis e 23 (2,8%) recusaram-se a participar, totalizando então 811 entrevistas completas. No artigo inicial a validade dimensional da EPDS foi reavaliada através de análise fatorial exploratória (AFE) e, em seguida, análise fatorial confirmatória (AFC). Os resultados da AFC apontaram que a EPDS é mais bem definida por uma solução fatorial que inclui três fatores de primeira ordem (―stress comum‖, ―ansiedade‖ e ―depressão‖) e um fator de segunda ordem, o qual parece representar o construto depressão pós-parto. O segundo artigo mostrou uma prevalência geral estimada de DPP na população estudada de 24,3%. Contudo, houve um pico de sintomas depressivos próximo ao terceiro mês pós-parto, quando a magnitude projetada de DPP atingiu 37,5%. Ainda neste período crítico, a prevalência estimada de DPP ultrapassou 50% entre mulheres com bebês prematuros ou cujos parceiros faziam uso excessivo de álcool. Quadro ainda mais grave foi observado entre mães sem parceiros fixos ou cujos companheiros usavam drogas ilícitas ou psicotrópicas, com mais de 70% delas apresentando-se provavelmente deprimidas. Em relação ao artigo principal dessa Tese, este revelou que a VFPI é um fator de risco para DPP mesmo após essa relação ser controlada para diversas covariadas. Foi também identificada uma interação significativa entre VFPI e o uso demasiado de álcool pelos companheiros (p-valor=0,026). Entre as mulheres cujos parceiros faziam mal uso de álcool, apenas um ato de VFPI não aumentou a probabilidade de DPP (OR=0,87, IC 95% 0,25-3,03), enquanto dois ou mais eventos foram significativamente associados à DPP (OR=3,62, IC 95% 1,64-7,99). Já entre aquelas cujos companheiros não faziam mal uso de álcool, o aumento na probabilidade de DPP deu-se especialmente com a ocorrência de um episódio de VFPI (OR=2,47, IC 95% 1,31-4,66), enquanto dois ou mais episódios mostraram uma menor associação com DPP (OR=1,66, IC 95% 1,00-2,75). Em síntese, vislumbra-se que os resultados dessa Tese possam colaborar para uma melhor saúde materno-infantil em nosso meio. Conforme já discutido por outros autores, a utilização da EPDS para uma abordagem inicial dos quadros depressivos pós-natais deve ser encorajada, especialmente em situações de elevado risco psicossocial. Adicionalmente, ações que visem à prevenção da DPP devem contemplar o enfrentamento da VPI. / The intimate partner violence (IPV) and the postpartum depression (PPD) are the main themes of this Thesis, whose main purpose was to investigate whether physical intimate partner violence (PIPV) is a risk factor for postpartum depression (PPD). Additionally, a methodological study reappraised the dimensional structure of the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), and another descriptive study provided estimates of the prevalence of PPD among women seeking care in primary health care (PHC) settings. The information underlying these manuscripts were derived from a survey performed in five PHC units in Rio de Janeiro, between January and June 2007. The participants were randomly selected among women whose children were under five months of age and were waiting for pediatric care. Women were considered ineligible if they have not experienced at least one month of intimate relationship during pregnancy or postpartum period, whether their index pregnancies were twins, or there was an absolute contraindication for breastfeeding. Among 853 women invited to participate, 18 (2.1%) were ineligible and 23 (2.7%) refused to participate, then totalizing 811 completed interviews. In the first study the dimensional validity of the EPDS was reevaluated through exploratory factorial analysis (EFA) and, subsequently, confirmatory factor analysis (CFA). The CFA results disclosed that the EPDS is better defined by a factorial solution that includes three first-order factors (―general distress‖, ―anxiety‖ and ―depression‖) and a second-order factor, which can be interpreted as a synthesis of the construct ―postpartum depression‖. The second article shows that the estimated overall prevalence of PPD in the study population was 24.3%. However, there was a peak of depressive symptoms around the third postnatal month, when the magnitude of women probably depressed reached 37.5%. Moreover, in this critical period, the estimated prevalence of PPD was more than 50% among women with premature babies or whose partners misused alcohol. Situation even more serious was observed among mothers without steady partners or whose partners used illicit or psychotropic substances, with more than 70% of them presenting probable PPD. Finally, the principal article of this thesis showed that the PIPV is a risk factor for PPD, even after this relationship is controlled for several covariates. It was also identified a significant interaction between PIPV and misuse of alcohol by partners (p-valor=0.026). Among women whose partners misused alcohol, only one act of PIPV did not increase the likelihood of PPD (OR=0.87, IC 95% 0.25-3.03), whereas two or more events were significantly associated with PPD (OR=3.62, IC 95% 1.64-7.99). In contrast, among those women whose partners did not misuse alcohol, the likelihood of PPD increased principally after a single episode of VFPI, whereas two or more episodes showed a lower association with PPD (OR=1.66, IC 95% 1.00-2.75). As a synthesis, the results of this Thesis can contribute to improve the maternal and child health. As already discussed by other authors, the EPDS should be used in a first approach of depressive disorders after birth, especially among people presenting a high-risk psicossocial profile. In addition, actions directed to the prevention of PPD should address IPV.
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Violência física entre parceiros íntimos na gestação: um fator de risco para depressão pós-parto? / Physical intimate partner violence in pregnancy: a risk factor for postpartum depression?Gustavo Lobato de Azevedo 26 March 2010 (has links)
A violência entre parceiros íntimos (VPI) e a depressão pós-parto (DPP) são as temáticas principais dessa Tese. Seu objetivo principal foi investigar se a violência física entre parceiros íntimos (VFPI) é um fator de risco para DPP. Adicionalmente, a estrutura dimensional da Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) foi reavaliada, e outro estudo estimou a prevalência de DPP entre mulheres usuárias de unidades básicas de saúde na cidade do Rio de Janeiro, Brazil. As informações que subjazem esses três artigos originaram-se de um inquérito realizado em cinco UABS no Rio de Janeiro, entre janeiro e junho de 2007. Foram selecionadas aleatoriamente mulheres com até cinco meses pós-parto que estivessem aguardando por consultas pediátricas, sendo consideradas inelegíveis aquelas que não haviam vivenciado ao menos um mês de relação íntima no ciclo grávido-puerperal, cujas gestações-índice foram gemelares, ou se houvesse contra-indicação absoluta para a amamentação. Dentre 852 mulheres selecionadas, 18 (2,1%) eram inelegíveis e 23 (2,8%) recusaram-se a participar, totalizando então 811 entrevistas completas. No artigo inicial a validade dimensional da EPDS foi reavaliada através de análise fatorial exploratória (AFE) e, em seguida, análise fatorial confirmatória (AFC). Os resultados da AFC apontaram que a EPDS é mais bem definida por uma solução fatorial que inclui três fatores de primeira ordem (―stress comum‖, ―ansiedade‖ e ―depressão‖) e um fator de segunda ordem, o qual parece representar o construto depressão pós-parto. O segundo artigo mostrou uma prevalência geral estimada de DPP na população estudada de 24,3%. Contudo, houve um pico de sintomas depressivos próximo ao terceiro mês pós-parto, quando a magnitude projetada de DPP atingiu 37,5%. Ainda neste período crítico, a prevalência estimada de DPP ultrapassou 50% entre mulheres com bebês prematuros ou cujos parceiros faziam uso excessivo de álcool. Quadro ainda mais grave foi observado entre mães sem parceiros fixos ou cujos companheiros usavam drogas ilícitas ou psicotrópicas, com mais de 70% delas apresentando-se provavelmente deprimidas. Em relação ao artigo principal dessa Tese, este revelou que a VFPI é um fator de risco para DPP mesmo após essa relação ser controlada para diversas covariadas. Foi também identificada uma interação significativa entre VFPI e o uso demasiado de álcool pelos companheiros (p-valor=0,026). Entre as mulheres cujos parceiros faziam mal uso de álcool, apenas um ato de VFPI não aumentou a probabilidade de DPP (OR=0,87, IC 95% 0,25-3,03), enquanto dois ou mais eventos foram significativamente associados à DPP (OR=3,62, IC 95% 1,64-7,99). Já entre aquelas cujos companheiros não faziam mal uso de álcool, o aumento na probabilidade de DPP deu-se especialmente com a ocorrência de um episódio de VFPI (OR=2,47, IC 95% 1,31-4,66), enquanto dois ou mais episódios mostraram uma menor associação com DPP (OR=1,66, IC 95% 1,00-2,75). Em síntese, vislumbra-se que os resultados dessa Tese possam colaborar para uma melhor saúde materno-infantil em nosso meio. Conforme já discutido por outros autores, a utilização da EPDS para uma abordagem inicial dos quadros depressivos pós-natais deve ser encorajada, especialmente em situações de elevado risco psicossocial. Adicionalmente, ações que visem à prevenção da DPP devem contemplar o enfrentamento da VPI. / The intimate partner violence (IPV) and the postpartum depression (PPD) are the main themes of this Thesis, whose main purpose was to investigate whether physical intimate partner violence (PIPV) is a risk factor for postpartum depression (PPD). Additionally, a methodological study reappraised the dimensional structure of the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), and another descriptive study provided estimates of the prevalence of PPD among women seeking care in primary health care (PHC) settings. The information underlying these manuscripts were derived from a survey performed in five PHC units in Rio de Janeiro, between January and June 2007. The participants were randomly selected among women whose children were under five months of age and were waiting for pediatric care. Women were considered ineligible if they have not experienced at least one month of intimate relationship during pregnancy or postpartum period, whether their index pregnancies were twins, or there was an absolute contraindication for breastfeeding. Among 853 women invited to participate, 18 (2.1%) were ineligible and 23 (2.7%) refused to participate, then totalizing 811 completed interviews. In the first study the dimensional validity of the EPDS was reevaluated through exploratory factorial analysis (EFA) and, subsequently, confirmatory factor analysis (CFA). The CFA results disclosed that the EPDS is better defined by a factorial solution that includes three first-order factors (―general distress‖, ―anxiety‖ and ―depression‖) and a second-order factor, which can be interpreted as a synthesis of the construct ―postpartum depression‖. The second article shows that the estimated overall prevalence of PPD in the study population was 24.3%. However, there was a peak of depressive symptoms around the third postnatal month, when the magnitude of women probably depressed reached 37.5%. Moreover, in this critical period, the estimated prevalence of PPD was more than 50% among women with premature babies or whose partners misused alcohol. Situation even more serious was observed among mothers without steady partners or whose partners used illicit or psychotropic substances, with more than 70% of them presenting probable PPD. Finally, the principal article of this thesis showed that the PIPV is a risk factor for PPD, even after this relationship is controlled for several covariates. It was also identified a significant interaction between PIPV and misuse of alcohol by partners (p-valor=0.026). Among women whose partners misused alcohol, only one act of PIPV did not increase the likelihood of PPD (OR=0.87, IC 95% 0.25-3.03), whereas two or more events were significantly associated with PPD (OR=3.62, IC 95% 1.64-7.99). In contrast, among those women whose partners did not misuse alcohol, the likelihood of PPD increased principally after a single episode of VFPI, whereas two or more episodes showed a lower association with PPD (OR=1.66, IC 95% 1.00-2.75). As a synthesis, the results of this Thesis can contribute to improve the maternal and child health. As already discussed by other authors, the EPDS should be used in a first approach of depressive disorders after birth, especially among people presenting a high-risk psicossocial profile. In addition, actions directed to the prevention of PPD should address IPV.
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