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Esporte competitivo: empatia ou vontade de vencer?Ribeiro, Elizabeth Pedrosa 31 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-31 / Nenhuma / No esporte competitivo a busca da vitória parece exigir dos atletas certo grau de "imoralidade". Simulações e faltas provocadas intencionalmente, bem como provocações e mesmo agressões não são exatamente raras em esportes coletivos; em esportes individuais, o doping é um exemplo bem conhecido. Seriam esses comportamentos inerentes à prática do esporte? Estudos recentes mostram, por outro lado, que tais condutas dependem de certa anulação ou bloqueio dos mecanismos empáticos em nosso cérebro. Ao que parece, para que haja uma "vontade de vencer", é preciso menos empatia do que a moralidade exige. Contudo, sentimentos empáticos são condições fundamentais para que haja comportamentos morais adequados. Por outro lado, para que a competição aconteça é necessário que se manifeste uma vontade de vencer naqueles que estão competindo. Isso representa um problema para pensar a ética no esporte, visto que a vontade de vencer pode tornar-se uma paixão desimpedida. Neste trabalho, assume-se que somos seres morais e empáticos por natureza, mas que a empatia pode ser desenvolvida ou reprimida por uma série de contingências. Por outro lado, assumimos também que a vontade de vencer é uma dessas contingências, sendo inerente à competição. Assim, o que pode ou não acontecer durante um jogo parece estar diretamente relacionado à relevância do resultado e suas consequências. Conjugar empatia e vontade de vencer significa, portanto, conjugar variáveis morais eventualmente opostas, ambas, porém, necessárias para que o próprio esporte exista. Nesta tese, argumentarei que, durante uma competição, é inevitável que os atletas expressem sentimentos conflitantes e que há uma tensão inerente ao esporte entre a vontade de vencer e a empatia. Esses dois impulsos estão sempre presentes no esporte, pois eles representam, de um lado, o desejo do desportista em obter sucesso e, de outro, o desejo de respeitar o adversário, a fim de garantir uma competição justa. Combinar esses dois recursos sem fazer com que eles sejam anulados é talvez o maior valor do esporte competitivo. Como conclusão, defenderei, em termos metaéticos, que o exemplo do esporte mostra que uma concepção pluralista sobre os valores está mais próxima da verdade do que uma concepção monista. / In competitive sport, the pursuit of victory seems to require athletes a degree of "immorality." Intentional simulations and fouls, as well as provocations and even aggressions are not exactly rare in collective sports; in individual sports, doping is a well-known example. Are these behaviors inherent in the practice of sports? Recent studies show, on the other hand, that such behaviors depend on a certain nullification or blockage of the empathic mechanisms in our brain. It seems that a "will to win" requires less empathy than morality requires. However, empathic feelings are fundamental conditions for appropriate moral behavior. On the other hand, for the competition to happen it is necessary that a will to win be manifest in those who are competing. This presents a problem for thinking about sport ethics, since the will to win can become a passion unimpeded. In this work, it is assumed that we are moral and empathetic beings by nature, but that empathy can be developed or repressed by a series of contingencies. On the other hand, we also assume that the will to win is one of those contingencies, being inherent in competition. Thus, what may or may not happen during a game seems to be directly related to the relevance of the result and its consequences. Hence, to conjugate empathy and the will to win means to conjugate moral variables eventually opposed, since both of them are necessary for the sport itself to exist. In this thesis, I will argue that, during a competition, it is inevitable that athletes express conflicting feelings and that there is an inherent tension in the sport between the will to win and empathy. These two impulses are always present in the sport, since they represent, on the one hand, the desire of the sportsman to be successful and, on the other, the desire to respect the adversary, in order to guarantee a fair competition. Combining these two features without making them void is perhaps the greatest value of competitive sport. In conclusion, I will argue metaethically that the sport example shows that a pluralist conception of values is closer to truth than a monistic conception.
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