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Perspectivas indígenas sobre e na internet: ensaio regressivo sobre a construção e o uso da comunicação em grupos ameríndios do Brasil / Indigenous perspectives on and about the internet: a regressive essay on the use of communication in amerindian groups in BrazilRenesse, Nicodeme Costia de 01 March 2012 (has links)
Esta dissertação divide-se em duas partes, dedicadas respectivamente aos discursos indígenas sobre e na internet, por parte de grupos ou de seus membros envolvidos em experiências de inclusão digital. Trata-se de entender, pela análise desses enunciados, com quais razões e objetivos o uso deste meio de comunicação interessa, ou não, os agentes indígenas em questão, e de compreender, assim, suas perspectivas sobre as relações que constroem com a sociedade não-indígena e o papel da comunicação nessas relações. O trabalho aborda em particular as experiências suruí, ikpeng, kuikuro e guarani mbya, entre outros. A proposta, no título, de ensaio regressivo não remete a uma retrospecção histórica, mas a uma inversão metodológica. Se comumente etnografar significa acompanhar processos, proponho aqui fazer o contrário. Na presente impossibilidade de acompanhar processos de comunicação, lido com seus produtos: os discursos. Trata-se assim de proceder de uma forma um tanto reversa, de alcançar e compreender processos a partir de seus resultados. A análise desse material sugere que a comunicação, nos contextos considerados, consiste menos num esforço orientado para marcar diferenças que para conectar e articular o próprio universo cognitivo com o da sociedade não-indígena, estabelecendo equivalências e complementaridade. / This work is divided in two parts, dedicated respectively to the indigenous discourses about, and on the internet, by groups or by their members involved in so called digital inclusion experiences. Through the analysis of such discourses, it seeks to understand the reasons and objectives underlying the interest or disinterest that the indigenous agents have with regard to the use of this means of communication. Beyond that point, it aims to comprehend, in broader terms, their perspectives on their relationships with the nonindigenous society and the role of communication in these relationships. The work is mainly discussing the experiences of the Suruí, Ikpeng, Kuikuro and Guarani Mbya peoples of Brazil, among others. The proposal, in the title, of a regressive essay does not refer to an historical retrospection, but rather to a methodological inversion. If, in general terms, \"doing ethnography\" means accompanying processes, I here propose to do things the other way around. Due to the current impossibility of following the communication processes, I am actually dealing with their products: the discourses. This is therefore about proceeding conversely, reaching and understanding processes from their results. The analysis of these materials suggests that communication, in the considered contexts, consists much less in an effort directed towards emphasizing differences than towards connecting and articulating cognitive universes, establishing equivalences and complementarity.
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Perspectivas indígenas sobre e na internet: ensaio regressivo sobre a construção e o uso da comunicação em grupos ameríndios do Brasil / Indigenous perspectives on and about the internet: a regressive essay on the use of communication in amerindian groups in BrazilNicodeme Costia de Renesse 01 March 2012 (has links)
Esta dissertação divide-se em duas partes, dedicadas respectivamente aos discursos indígenas sobre e na internet, por parte de grupos ou de seus membros envolvidos em experiências de inclusão digital. Trata-se de entender, pela análise desses enunciados, com quais razões e objetivos o uso deste meio de comunicação interessa, ou não, os agentes indígenas em questão, e de compreender, assim, suas perspectivas sobre as relações que constroem com a sociedade não-indígena e o papel da comunicação nessas relações. O trabalho aborda em particular as experiências suruí, ikpeng, kuikuro e guarani mbya, entre outros. A proposta, no título, de ensaio regressivo não remete a uma retrospecção histórica, mas a uma inversão metodológica. Se comumente etnografar significa acompanhar processos, proponho aqui fazer o contrário. Na presente impossibilidade de acompanhar processos de comunicação, lido com seus produtos: os discursos. Trata-se assim de proceder de uma forma um tanto reversa, de alcançar e compreender processos a partir de seus resultados. A análise desse material sugere que a comunicação, nos contextos considerados, consiste menos num esforço orientado para marcar diferenças que para conectar e articular o próprio universo cognitivo com o da sociedade não-indígena, estabelecendo equivalências e complementaridade. / This work is divided in two parts, dedicated respectively to the indigenous discourses about, and on the internet, by groups or by their members involved in so called digital inclusion experiences. Through the analysis of such discourses, it seeks to understand the reasons and objectives underlying the interest or disinterest that the indigenous agents have with regard to the use of this means of communication. Beyond that point, it aims to comprehend, in broader terms, their perspectives on their relationships with the nonindigenous society and the role of communication in these relationships. The work is mainly discussing the experiences of the Suruí, Ikpeng, Kuikuro and Guarani Mbya peoples of Brazil, among others. The proposal, in the title, of a regressive essay does not refer to an historical retrospection, but rather to a methodological inversion. If, in general terms, \"doing ethnography\" means accompanying processes, I here propose to do things the other way around. Due to the current impossibility of following the communication processes, I am actually dealing with their products: the discourses. This is therefore about proceeding conversely, reaching and understanding processes from their results. The analysis of these materials suggests that communication, in the considered contexts, consists much less in an effort directed towards emphasizing differences than towards connecting and articulating cognitive universes, establishing equivalences and complementarity.
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A construção de Roberto Cardoso de Oliveira como instituição antropológica /Rosa, Álvaro Matheus Valim. January 2019 (has links)
Orientador: Paulo Eduardo Teixeira / Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o processo de construção da visibilidade de Roberto Cardoso de Oliveira para o campo da antropologia brasileira, mais especificamente na elaboração do conceito de fricção interétnica, na elaboração do conceito de equilíbrio poliparadigmático na antropologia mundial, no papel das antropologias periféricas na renovação da disciplina, e nos itinerários intelectuais na fundação dos modernos Programas de Pós-graduação em Antropologia Social do País. Para tanto, além de analisarmos as obras do autor que tratem especificamente de nosso objetivo, analisamos também duas perspectivas distintas que classificam o autor de diferentes formas, uma que entende que ser Cardoso de Oliveira o produtor da antropologia mais original feita em nossa história disciplinar, e outra que entende a sua contribuição, pelo contrário, como sociológica. / Abstract: This research aims to analyze the process of constructing the visibility of Roberto Cardoso de Oliveira to the field of Brazilian anthropology, more specifically in the elaboration of the concept of interethnic friction, in the elaboration of the concept of Polyparadigmatic equilibrium in world anthropology, in the role of peripheral anthropologies in the renewal of discipline, and in the intellectual itineraries in the founding of modern postgraduate programs in Social Anthropology of the country. To do so, besides analyzing the author's works specifically addressing our goal, we also analyze two distinct perspectives that classify the author in different ways, one that understands that being Cardoso de Oliveira the producer of anthropology more Original made in our disciplinary history, and another that understands its contribution, on the contrary, as sociological. / Mestre
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Redes xamânicas e redes digitais: por uma concepção ecológica de comunicação / -Moreira, Fernanda Cristina 13 November 2014 (has links)
Partimos de um contexto tecnológico-comunicativo marcado, especialmente, pela ubiquidade, pela pervasividade, pela comunicação das coisas (LEMOS), por eventos e existências que transcorrem em metaterritorialidades informativas (DI FELICE) e pela enorme quantidade de dados gerados por tecnologias móveis, tais como smartphones, sensores, e etiquetas RFID. Tal situação tecnológica aponta para a possibilidade sempre presente de qualquer entidade, humana ou não (geleiras, animais, árvores, alimentos, embalagens etc.), assumir a qualidade informativo-digital, ou a metalinguagem do código, experienciar perspectivas outras e entrar em agenciamentos que a transformam ontologicamente. Essa \"ecologia digital\", ao trazer à tona a constituição reticular dos seres e ambientes, tornando transponíveis as fronteiras e experienciáveis as diferenças, inaugura uma condição habitativa atópica (DI FELICE) que reúne corpos, tecnologias, naturezas em uma relação simbiótica e dinâmica. Esses processos inéditos engendrados pelas novas tecnologias de comunicação e informação nos impõem a necessidade de buscar alternativas teóricas e conceituais aos dualismos derivados da Grande Divisão (LATOUR) entre Natureza e Sociedade que fundou o pensamento moderno ocidental e fundamentou as próprias concepções predominantes no campo científico da comunicação. O contexto latino-americano em que esta pesquisa se insere representa uma oportunidade para o estabelecimento de \"alianças perturbadoras\" (STENGERS) com práticas não-científicas e pensamentos não (somente) europeus, entre os quais destacamos o xamanismo e o perspectivismo ameríndio (VIVEIROS DE CASTRO), que, além de se mostrarem reticulares e ecológicos em sua constituição, engendrando desde sempre outros tipos de relação (não-instrumentais e nem dialógicas ou separatistas) com não-humanos, considerados todos sujeitos potenciais e parte de seu \"social\", revelam também sua dimensão comunicativa quando seus próprios praticantes, os xamãs, comparam-se às tecnologias comunicativas dos \"brancos\" (FERREIRA). Desse encontro, apresentamos uma possível ideia xamânica de redes comunicativas que, ao ultrapassar a dimensão somente humana, hermenêutica e a interação dialógica e conceber a relação com a terra-floresta (ALBERT e KOPENAWA) e suas agências emaranhadas a partir de uma \"anarquia ontológica\" (VIVEIROS DE CASTRO), do trânsito e da conexão entre mundos, torna-se uma chave conceitual fértil para pensar a comunicação digital e suas potencialidades. / We start from a technological communicative context marked especially by ubiquity, pervasiveness, the communication of things (LEMOS), events and beings that flow in information metaterritorialidades (DI FELICE) and by a huge amount of data generated by mobile technologies such as smartphones, sensors, and RFID tags. Such technological situation points to the ever-present possibility of any entity, human or not (glaciers, animals, trees, food, packaging, etc..), take digital-informative qualities, or meta code, experience other perspectives and enter into assemblages that transform them ontologically. This \"digital ecology\", bringing up the reticular formation of beings and environments, making transposable borders and diferences graspable, inaugurates an \"atopic dwelling condition\" (DI FELICE) which brings together bodies, technologies, still in a symbiotic and dynamic relationship. These novel processes engendered by new communication and information technologies impose on us the need to seek theoretical and conceptual alternatives for the dualisms derived from Great Divide (LATOUR) between Nature and Society, which founded the Modern Western thought and grounded the predominant conceptions in the scientific field of communication. The Latin American context in which this research is part represents an opportunity to establish not (only) European \"disturbing alliances\" (STENGERS) with non-scientific practices and thoughts, among which include Shamanism and Amerindian Perspectivism (VIVEIROS DE CASTRO), which , showed to reticular and ecological in its constitution, always engendering other types of relationship (or non-instrumental and dialogical or separatists) with nonhumans, considering all potential subjects, and part of his \"social\" also reveal their size communicative when their own practitioners, shamans, we compare the communication technologies of the \"whites\" (FERREIRA). From this contact, we present a possible shamanic idea of communicative networks, which, including not only the human dimension, the hermeneutics and the dialogical interaction, and understanding the relationship with the forest-land (ALBERT and KOPENAWA) and its entangled agents from an \"ontological anarchy\" (VIVEIROS DE CASTRO), a transit and a conection between worlds, becomes a fertile key concept to think digital communication and its potential
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Redes xamânicas e redes digitais: por uma concepção ecológica de comunicação / -Fernanda Cristina Moreira 13 November 2014 (has links)
Partimos de um contexto tecnológico-comunicativo marcado, especialmente, pela ubiquidade, pela pervasividade, pela comunicação das coisas (LEMOS), por eventos e existências que transcorrem em metaterritorialidades informativas (DI FELICE) e pela enorme quantidade de dados gerados por tecnologias móveis, tais como smartphones, sensores, e etiquetas RFID. Tal situação tecnológica aponta para a possibilidade sempre presente de qualquer entidade, humana ou não (geleiras, animais, árvores, alimentos, embalagens etc.), assumir a qualidade informativo-digital, ou a metalinguagem do código, experienciar perspectivas outras e entrar em agenciamentos que a transformam ontologicamente. Essa \"ecologia digital\", ao trazer à tona a constituição reticular dos seres e ambientes, tornando transponíveis as fronteiras e experienciáveis as diferenças, inaugura uma condição habitativa atópica (DI FELICE) que reúne corpos, tecnologias, naturezas em uma relação simbiótica e dinâmica. Esses processos inéditos engendrados pelas novas tecnologias de comunicação e informação nos impõem a necessidade de buscar alternativas teóricas e conceituais aos dualismos derivados da Grande Divisão (LATOUR) entre Natureza e Sociedade que fundou o pensamento moderno ocidental e fundamentou as próprias concepções predominantes no campo científico da comunicação. O contexto latino-americano em que esta pesquisa se insere representa uma oportunidade para o estabelecimento de \"alianças perturbadoras\" (STENGERS) com práticas não-científicas e pensamentos não (somente) europeus, entre os quais destacamos o xamanismo e o perspectivismo ameríndio (VIVEIROS DE CASTRO), que, além de se mostrarem reticulares e ecológicos em sua constituição, engendrando desde sempre outros tipos de relação (não-instrumentais e nem dialógicas ou separatistas) com não-humanos, considerados todos sujeitos potenciais e parte de seu \"social\", revelam também sua dimensão comunicativa quando seus próprios praticantes, os xamãs, comparam-se às tecnologias comunicativas dos \"brancos\" (FERREIRA). Desse encontro, apresentamos uma possível ideia xamânica de redes comunicativas que, ao ultrapassar a dimensão somente humana, hermenêutica e a interação dialógica e conceber a relação com a terra-floresta (ALBERT e KOPENAWA) e suas agências emaranhadas a partir de uma \"anarquia ontológica\" (VIVEIROS DE CASTRO), do trânsito e da conexão entre mundos, torna-se uma chave conceitual fértil para pensar a comunicação digital e suas potencialidades. / We start from a technological communicative context marked especially by ubiquity, pervasiveness, the communication of things (LEMOS), events and beings that flow in information metaterritorialidades (DI FELICE) and by a huge amount of data generated by mobile technologies such as smartphones, sensors, and RFID tags. Such technological situation points to the ever-present possibility of any entity, human or not (glaciers, animals, trees, food, packaging, etc..), take digital-informative qualities, or meta code, experience other perspectives and enter into assemblages that transform them ontologically. This \"digital ecology\", bringing up the reticular formation of beings and environments, making transposable borders and diferences graspable, inaugurates an \"atopic dwelling condition\" (DI FELICE) which brings together bodies, technologies, still in a symbiotic and dynamic relationship. These novel processes engendered by new communication and information technologies impose on us the need to seek theoretical and conceptual alternatives for the dualisms derived from Great Divide (LATOUR) between Nature and Society, which founded the Modern Western thought and grounded the predominant conceptions in the scientific field of communication. The Latin American context in which this research is part represents an opportunity to establish not (only) European \"disturbing alliances\" (STENGERS) with non-scientific practices and thoughts, among which include Shamanism and Amerindian Perspectivism (VIVEIROS DE CASTRO), which , showed to reticular and ecological in its constitution, always engendering other types of relationship (or non-instrumental and dialogical or separatists) with nonhumans, considering all potential subjects, and part of his \"social\" also reveal their size communicative when their own practitioners, shamans, we compare the communication technologies of the \"whites\" (FERREIRA). From this contact, we present a possible shamanic idea of communicative networks, which, including not only the human dimension, the hermeneutics and the dialogical interaction, and understanding the relationship with the forest-land (ALBERT and KOPENAWA) and its entangled agents from an \"ontological anarchy\" (VIVEIROS DE CASTRO), a transit and a conection between worlds, becomes a fertile key concept to think digital communication and its potential
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Uma relação sempre atual: a liberdade recalcitrante de Michel Foucault / An always current relationship: Michel Foucault\'s recalcitrant libertyIbarra, Andres Alfredo Rodriguez 09 May 2008 (has links)
A presente tese parte da afirmação reiterada e desconcertante desse filósofo francês de que ele não seria, de modo algum, um \"teórico do poder\", para mostrar que, para além das discussões em torno de se o primeiro Foucault (da arqueologia dos saberes), o segundo (da genealogia do poder), ou o terceiro (da ética e das condutas individuas), seria o mais importante, o \"melhor\", é possível falar numa unidade no que diz respeito à trajetória do seu pensamento e que essa unidade se dá em torno das relações políticas entre os homens, o que faz com que ele seja, eminentemente, um pensador da política, ou melhor, do político. Só que a política tal qual ele a entende não tem nada a ver com a aquela dos teóricos da política ou do poder e, sim, com a relação que ele passou a perseguir em um determinado momento dessa trajetória: a relação entre governantes e governados. Essa relação, cuja percepção se tornou possível por meio do conceito de governamentalidade, gestado no ano de 1978, constitui-se numa nova \"grade de leitura\" para a política, que permite: 1) dar um basta à idéia de que haja, nesse âmbito, modelos universais que possam dar respostas a todos os tipos de questões--modelos esses que legitimam a existência de \"intelectuais universais\", incumbidos de conceber esses modelos e apresentá-los aos \"explorados\" e \"ignorantes\", prometendo-lhes a sua libertação, bem como da \"vida política\" nas atuais democracias representativas--; 2) conceber uma noção de liberdade--enquanto uma relação entre governantes e governados que não possui limites a priori--que escapa à da tradição liberal que, gestada nos séculos XVII-XVIII, se tornou hegemônica no Ocidente a partir do século XIX, não só no plano discursivo, mas enquanto realidade sócio-econômica global. Onde quer que existam essas relações--e elas sempre existirão, para Foucault, do micro ao macro--é necessário que seja possível, sempre, pô-las sob questão; o que só acontece quando o pensamento é deixado solto para ser capaz de levantar o maior número de conflitos possível--e não de consensos--; para, crítico, apontar o maior número de problemas a serem resolvidos dentro do âmbito dessas. Algumas dessas relações irão, então, se sustentar, conseguir se justificar; outras, não, terão que ser revistas, num interminável trabalho de extensão dos limites da liberdade humana. Essa nova noção de liberdade, por sua vez, traz consigo a possibilidade de interrogação do fenômeno da subjetividade, na medida em que são sujeitos, sempre, os que participam dessas relações entre governantes e governados. Por isso, o presente trabalho se esforça em mostrar percursos intelectuais que, tendo sido percebidos e diretamente abordados por Foucault (caso de Kant e de Platão) ou não (segunda clínica lacaniana e perspectivismo ameríndio), mantêm, na ênfase que dão ao sujeito, uma visada em comum com a empreitada foucaultiana. / This thesis initiates itself by the reiterated and astonishing declaration by this French philosopher that he would not be, under any circumstance, a \"power theoretician\", in order to show that, beyond the debates on whether it would be the first Foucault (the archeology of knowledge one), the second (genealogy of power one), or the third (the ethics and the individual conduct one), the most important one, the \"best\", it is possible to talk about a unity in what concerns the trajectory of his thought and that such unity concerns the political relations between men, which results in that he is, eminently, a thinker of politics, or rather, of the political. Except that politics as he understands it has nothing to do with that of the theorists of politics or of power but with a relationship that he began to pursue somewhere along such a trajectory: the relationship that exists between the governing and the governed. Such a relationship, whose perception became possible by means of the concept of governmentality, conceived in the year of 1978, constitutes itself as a \"grid of understanding\" for politics, which allows to: 1) declare that we\'ve had enough of the idea that there shall exist, in such domain, universal models that may answer all kinds of questions--models which legitimate the existence of \"universal intellectuals\", held responsible for conceiving such models and for presenting them to the \"exploited\" and \"ignorant\", promising their liberation, as well as of \"political life\" in current representative democracies--; 2) to conceive a notion of liberty--as a relationship between the governing and the governed which has no a priori limits--that escapes from the liberal tradition one which, created along the XVII/XVIIIth century, became hegemonic in the West since the XIXth century, not only on the discursive level, but as socio-economic global reality. Wherever such relations exist--and they will always do, for Foucault, from micro to macro--it is necessary that it be possible, always, to put them open to question; that which only occurs when thought is left free to be able to raise the highest number possible of conflicts--and not consensuses--, in order to, critic as it is, point out the highest number of problems to be solved in such domain. Some of those relationships will be able, then, to sustain themselves, to justify themselves; others, won\'t, they will have to be modified, in an interminable labor of extending the limits of human liberty. This new notion of liberty, by its turn, carries along with itself the possibility of the inquiry of the phenomenon of subjectivity, as it is that it is always subjects that participate in such relations between the governing and the governed. For this reason, this thesis makes an effort to present intellectual paths which, having been noticed and approached by Foucault (the case of Kant and Plato) or not (second Lacanian clinic and Amerindian perspectivism), maintain, in the emphasis they give to the subject, a common viewpoint with the Foucauldian enterprise.
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Uma relação sempre atual: a liberdade recalcitrante de Michel Foucault / An always current relationship: Michel Foucault\'s recalcitrant libertyAndres Alfredo Rodriguez Ibarra 09 May 2008 (has links)
A presente tese parte da afirmação reiterada e desconcertante desse filósofo francês de que ele não seria, de modo algum, um \"teórico do poder\", para mostrar que, para além das discussões em torno de se o primeiro Foucault (da arqueologia dos saberes), o segundo (da genealogia do poder), ou o terceiro (da ética e das condutas individuas), seria o mais importante, o \"melhor\", é possível falar numa unidade no que diz respeito à trajetória do seu pensamento e que essa unidade se dá em torno das relações políticas entre os homens, o que faz com que ele seja, eminentemente, um pensador da política, ou melhor, do político. Só que a política tal qual ele a entende não tem nada a ver com a aquela dos teóricos da política ou do poder e, sim, com a relação que ele passou a perseguir em um determinado momento dessa trajetória: a relação entre governantes e governados. Essa relação, cuja percepção se tornou possível por meio do conceito de governamentalidade, gestado no ano de 1978, constitui-se numa nova \"grade de leitura\" para a política, que permite: 1) dar um basta à idéia de que haja, nesse âmbito, modelos universais que possam dar respostas a todos os tipos de questões--modelos esses que legitimam a existência de \"intelectuais universais\", incumbidos de conceber esses modelos e apresentá-los aos \"explorados\" e \"ignorantes\", prometendo-lhes a sua libertação, bem como da \"vida política\" nas atuais democracias representativas--; 2) conceber uma noção de liberdade--enquanto uma relação entre governantes e governados que não possui limites a priori--que escapa à da tradição liberal que, gestada nos séculos XVII-XVIII, se tornou hegemônica no Ocidente a partir do século XIX, não só no plano discursivo, mas enquanto realidade sócio-econômica global. Onde quer que existam essas relações--e elas sempre existirão, para Foucault, do micro ao macro--é necessário que seja possível, sempre, pô-las sob questão; o que só acontece quando o pensamento é deixado solto para ser capaz de levantar o maior número de conflitos possível--e não de consensos--; para, crítico, apontar o maior número de problemas a serem resolvidos dentro do âmbito dessas. Algumas dessas relações irão, então, se sustentar, conseguir se justificar; outras, não, terão que ser revistas, num interminável trabalho de extensão dos limites da liberdade humana. Essa nova noção de liberdade, por sua vez, traz consigo a possibilidade de interrogação do fenômeno da subjetividade, na medida em que são sujeitos, sempre, os que participam dessas relações entre governantes e governados. Por isso, o presente trabalho se esforça em mostrar percursos intelectuais que, tendo sido percebidos e diretamente abordados por Foucault (caso de Kant e de Platão) ou não (segunda clínica lacaniana e perspectivismo ameríndio), mantêm, na ênfase que dão ao sujeito, uma visada em comum com a empreitada foucaultiana. / This thesis initiates itself by the reiterated and astonishing declaration by this French philosopher that he would not be, under any circumstance, a \"power theoretician\", in order to show that, beyond the debates on whether it would be the first Foucault (the archeology of knowledge one), the second (genealogy of power one), or the third (the ethics and the individual conduct one), the most important one, the \"best\", it is possible to talk about a unity in what concerns the trajectory of his thought and that such unity concerns the political relations between men, which results in that he is, eminently, a thinker of politics, or rather, of the political. Except that politics as he understands it has nothing to do with that of the theorists of politics or of power but with a relationship that he began to pursue somewhere along such a trajectory: the relationship that exists between the governing and the governed. Such a relationship, whose perception became possible by means of the concept of governmentality, conceived in the year of 1978, constitutes itself as a \"grid of understanding\" for politics, which allows to: 1) declare that we\'ve had enough of the idea that there shall exist, in such domain, universal models that may answer all kinds of questions--models which legitimate the existence of \"universal intellectuals\", held responsible for conceiving such models and for presenting them to the \"exploited\" and \"ignorant\", promising their liberation, as well as of \"political life\" in current representative democracies--; 2) to conceive a notion of liberty--as a relationship between the governing and the governed which has no a priori limits--that escapes from the liberal tradition one which, created along the XVII/XVIIIth century, became hegemonic in the West since the XIXth century, not only on the discursive level, but as socio-economic global reality. Wherever such relations exist--and they will always do, for Foucault, from micro to macro--it is necessary that it be possible, always, to put them open to question; that which only occurs when thought is left free to be able to raise the highest number possible of conflicts--and not consensuses--, in order to, critic as it is, point out the highest number of problems to be solved in such domain. Some of those relationships will be able, then, to sustain themselves, to justify themselves; others, won\'t, they will have to be modified, in an interminable labor of extending the limits of human liberty. This new notion of liberty, by its turn, carries along with itself the possibility of the inquiry of the phenomenon of subjectivity, as it is that it is always subjects that participate in such relations between the governing and the governed. For this reason, this thesis makes an effort to present intellectual paths which, having been noticed and approached by Foucault (the case of Kant and Plato) or not (second Lacanian clinic and Amerindian perspectivism), maintain, in the emphasis they give to the subject, a common viewpoint with the Foucauldian enterprise.
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