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[en] THE QUESTION OF LANGUAGE IN PAUL’S EPISTLES TO THE ROMANS AND CORINTHIANS / [pt] A QUESTÃO DA LINGUAGEM NAS EPÍSTOLAS DE PAULO AOS ROMANOS E AOS CORÍNTIOS

GUILHERME LIMA CARDOZO 06 March 2014 (has links)
[pt] O presente trabalho tem como objetivo investigar de que forma Paulo faz emergir das Escrituras Sagradas um pensamento sobre a linguagem, com foco em suas cartas aos romanos e aos coríntios. Testa-se a hipótese de que comparece ali uma perspectiva de linguagem pragmática. Dar-se-á ênfase especial a dois aspectos interligados: o modo como Paulo aborda, através de metáforas, a presença das metáforas nas Escrituras; e o modo como a questão do indizível e o gênero apofático se manifestam nas suas epístolas. Nas análises do presente estudo mostra-se que (a) apesar de haver passagens em que a metáfora é colocada no discurso tal qual uma espécie de ornamento, como um meio de obter o entendimento e a atenção dos ouvintes, conforme prevê a clássica teoria aristotélica, com a tensão letra x espírito, o apóstolo vem romper com o primado da literalidade e do significado próprio da palavra, em diversos momentos nos quais a metáfora, muito mais que agente de um impacto estético ou retórico, aparece como um recurso que permite uma aproximação indireta com Deus – o que permite entrever nos escritos paulinos elementos de teorias posteriores da metáfora, onde é tomada como fenômeno fundante; (b) ao tratar do tema do divino, Paulo lhe atribui sua característica de inefabilidade, consoante alguns pensadores gregos que lhe antecederam, porém, em seu discurso, a indizibilidade pode sair do campo do incognoscível e ser sondada pelas criaturas, contanto que se libertem da letra que mata, pois através do espírito o homem pode conhecer a Deus – que é Espírito – face a face; (c) tornar o indizível cognoscível, pela atividade do espírito, não significa, absolutamente, torná-lo dizível. / [en] The present work aims to investigate in what way Paul makes a perspective of language emerge from the Scriptures, focusing on his Epistles written to the Romans and Corinthians. It is tested the hypothesis that there is a pragmatic perspective of language in these Epistles. Special emphasis is given to two interconnected aspects: the way with which Paul approaches, using metaphors, the presence of metaphors in the Scriptures; and the way that the issue of the unspeakable and the apophatic genre manifest in his Epistles. The analyses of selected passages shows mainly that (a) although there are passages in which metaphor is put in the discourse as a kind of ornament, or lure, as a way of obtaining the understanding and attention of listeners, just as classic Aristotelic theories predict, the Apostle, with the tension between letter and spirit, breaks away from the ideas of the primacy of literalness and intrinsic word meaning, in many occasions where metaphor, considered not only as mere agent of aesthetic or rhetoric impact, appears as a resource that enables an indirect approach to God – which is something that brings Paulo’s perspective closer to later theories of metaphor in which it is taken as a founding phenomenon; (b) in order to approach the theme of the divine, Paul attributes to it the characteristic of ineffability, in accordance with some Greek intellectuals who preceded him; however, in his discourse, the unsayable can part off with the unknowable and be probed by humans, as long as they free themselves from the letter that kills, once only through the spirit men can know God – who is Spirit – face to face; (c) rendering the unspeakable acknowledgeable, through the activity of the spirit, does not mean, unquestionably, making it sayable.
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O enigma do espelho. A retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona / The Enigma of the Mirror: The Rhetoric of Silence in the Confessions of Augustine of Hippo

Taurisano, Ricardo Reali 19 September 2014 (has links)
Três eram as principais tarefas da retórica clássica: instruir, deleitar e mover as almas à ação. Nas Confissões, contudo, percebe-se que elas são excedidas por um emprego nada convencional dos recursos da ars, de que rhetor Agostinho era mestre, a fim de perse-guir finalidade filosófica ulterior: dizer o indizível. Trata-se do uso duma palavra retórica que se quer circular, tautócrona, oblíqua, poética, oracular e paradoxal, em sua eloquência silenciosa. Numa primeira parte, pretende-se ressaltar a circularidade e tautocronia dessa palavra retórica que quer invocar, louvar e conhecer o incognoscível, mas que não prescinde da fé, tampouco da inteligência daquilo em que pretende crer e que quer apregoar, o que se faz por meio duma leitura analítica dos dois primeiros parágrafos do livro inaugural (Conf. 1,1,1-2). Na sequência, procura-se analisar os mecanismos elocutórios, de modo especial o oximoro, da palavra retórica com que Agostinho pretende dar conta da própria Palavra divina, Verbum que se fez carne. De duas maneiras se destacam essas ferramentas retóricas. Primeiro, por sua obliquidade, própria a uma linguagem que busca incessantemente extrapolar seus limites, encontrando um certo modo novo de dizer com arte, segundo a definição de figura de Quintiliano. Depois, por seu inusitado silêncio, próprio dum dizer que nada diz, em sua pretensão de exprimir o inexprimível, e que nesse não dizer diz mais do que se tivesse dito muito. Trata-se, pois, duma retórica do silêncio, que não se conforma em não dizer o indizível, pretendendo superar os limites impostos por um discurso de gênero redutor, que nega qualquer possibilidade de dizer aquilo que se tem por inefável, o Ser supremo, ainda que se veja reduzida a fazê-lo através dum espelho, em enigma (1Cor 13,12). Lo-go, desenvolve-se neste trabalho um estudo filosófico das técnicas retóricas utilizadas pelo pensador de Hipona, de modo especial as figuras de elocução, que se utilizam como meio de ultrapassar os limites duma linguagem estritamente apofática, a fim de que se cumprisse a missão cristã da pregação do Verbo encarnado. / Three were the main tasks of classical rhetoric: instruct, delight and move souls to action. In the Confessions, however, one realizes that they are exceeded by an uncon-ventional application of the arss resources, of which the rhetor Augustine was master, in order to pursue a further philosophical purpose: saying the unsayable. This is done primarily by the use of a rhetoric word that pretends to be circular, simultaneous, oblique, poetic, oracular and paradoxical, in its silent eloquence. Firstly it is intended to emphasize the circularity and simultaneity of this rhetoric word that wants to invoke, praise and know the unknowable, but that neither prescinds from faith nor from the un-derstanding of what it wants to believe in and proclaim, what is done by means of an analytical reading of the first two paragraphs of the opening book (Conf. 1.1.1-2). Sub-sequently, with an special emphasis on the oxymoron, the elocution mechanisms are analyzed: the rhetoric word with which Augustine gives an account of the divine Word, the Verbum that was made flesh. These rhetorical tools stand out in two ways. First, by their obliquity, peculiar to a language that ceaselessly seeks to extrapolate its limits, finding a certain new way to say with art, according to Quintilians definition of figure. Then, by its unaccustomed silence, peculiar to a saying that nothing says, in its aspira-tion to express the inexpressible, and by not saying it says more than if it had much said. And that is what is named a rhetoric of silence: one that does not resign itself to not saying the unsayable and intends to overcome the limits imposed by a reductive gender of discourse which denies any possibility of saying what is considered to be ineffable, the Supreme Being, even if it sees itself obliged to perform it through a mirror, in a riddle (1Cor 13,12). Therefore, it is developed in this work a philosophical study of the rhetorical techniques utilized by the thinker of Hippo, especially the figures of speech, which are put to use as a means to overcome the limits of a strictly apophatic language, so that the Christian mission could be fulfilled, preaching the Incarnate Word.
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O enigma do espelho. A retórica do silêncio nas Confissões de Agostinho de Hipona / The Enigma of the Mirror: The Rhetoric of Silence in the Confessions of Augustine of Hippo

Ricardo Reali Taurisano 19 September 2014 (has links)
Três eram as principais tarefas da retórica clássica: instruir, deleitar e mover as almas à ação. Nas Confissões, contudo, percebe-se que elas são excedidas por um emprego nada convencional dos recursos da ars, de que rhetor Agostinho era mestre, a fim de perse-guir finalidade filosófica ulterior: dizer o indizível. Trata-se do uso duma palavra retórica que se quer circular, tautócrona, oblíqua, poética, oracular e paradoxal, em sua eloquência silenciosa. Numa primeira parte, pretende-se ressaltar a circularidade e tautocronia dessa palavra retórica que quer invocar, louvar e conhecer o incognoscível, mas que não prescinde da fé, tampouco da inteligência daquilo em que pretende crer e que quer apregoar, o que se faz por meio duma leitura analítica dos dois primeiros parágrafos do livro inaugural (Conf. 1,1,1-2). Na sequência, procura-se analisar os mecanismos elocutórios, de modo especial o oximoro, da palavra retórica com que Agostinho pretende dar conta da própria Palavra divina, Verbum que se fez carne. De duas maneiras se destacam essas ferramentas retóricas. Primeiro, por sua obliquidade, própria a uma linguagem que busca incessantemente extrapolar seus limites, encontrando um certo modo novo de dizer com arte, segundo a definição de figura de Quintiliano. Depois, por seu inusitado silêncio, próprio dum dizer que nada diz, em sua pretensão de exprimir o inexprimível, e que nesse não dizer diz mais do que se tivesse dito muito. Trata-se, pois, duma retórica do silêncio, que não se conforma em não dizer o indizível, pretendendo superar os limites impostos por um discurso de gênero redutor, que nega qualquer possibilidade de dizer aquilo que se tem por inefável, o Ser supremo, ainda que se veja reduzida a fazê-lo através dum espelho, em enigma (1Cor 13,12). Lo-go, desenvolve-se neste trabalho um estudo filosófico das técnicas retóricas utilizadas pelo pensador de Hipona, de modo especial as figuras de elocução, que se utilizam como meio de ultrapassar os limites duma linguagem estritamente apofática, a fim de que se cumprisse a missão cristã da pregação do Verbo encarnado. / Three were the main tasks of classical rhetoric: instruct, delight and move souls to action. In the Confessions, however, one realizes that they are exceeded by an uncon-ventional application of the arss resources, of which the rhetor Augustine was master, in order to pursue a further philosophical purpose: saying the unsayable. This is done primarily by the use of a rhetoric word that pretends to be circular, simultaneous, oblique, poetic, oracular and paradoxical, in its silent eloquence. Firstly it is intended to emphasize the circularity and simultaneity of this rhetoric word that wants to invoke, praise and know the unknowable, but that neither prescinds from faith nor from the un-derstanding of what it wants to believe in and proclaim, what is done by means of an analytical reading of the first two paragraphs of the opening book (Conf. 1.1.1-2). Sub-sequently, with an special emphasis on the oxymoron, the elocution mechanisms are analyzed: the rhetoric word with which Augustine gives an account of the divine Word, the Verbum that was made flesh. These rhetorical tools stand out in two ways. First, by their obliquity, peculiar to a language that ceaselessly seeks to extrapolate its limits, finding a certain new way to say with art, according to Quintilians definition of figure. Then, by its unaccustomed silence, peculiar to a saying that nothing says, in its aspira-tion to express the inexpressible, and by not saying it says more than if it had much said. And that is what is named a rhetoric of silence: one that does not resign itself to not saying the unsayable and intends to overcome the limits imposed by a reductive gender of discourse which denies any possibility of saying what is considered to be ineffable, the Supreme Being, even if it sees itself obliged to perform it through a mirror, in a riddle (1Cor 13,12). Therefore, it is developed in this work a philosophical study of the rhetorical techniques utilized by the thinker of Hippo, especially the figures of speech, which are put to use as a means to overcome the limits of a strictly apophatic language, so that the Christian mission could be fulfilled, preaching the Incarnate Word.
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[en] DIONYSIUS, THE AREOPAGITE AND NAGARJUNA: THE UNSPEAKABLE IN THE WEST AND THE EAST / [pt] DIONÍSIO AREOPAGITA E NAGARJUNA: O INDIZÍVEL NO OCIDENTE E NO ORIENTE

BRUNO CARRICO DE AZEVEDO 04 May 2021 (has links)
[pt] Esta dissertação investiga o uso de discursos apofáticos como ferramentas epistemológicas nas situações em que a linguagem parece alcançar seus limites, com ênfase especial no contexto místico-religioso. Como falar de Deus, compreender a natureza última da realidade ou conceber o que havia “antes” da origem do universo? Tanto místicos, religiosos e poetas quanto filósofos, físicos e cosmólogos lidam com questões como essas há bastante tempo. Ao longo da história, a linguagem catafática (afirmativa) pareceu a muitos destes não dar conta de respondê-las; e, percebendo-a como insuficiente, as grandes religiões, em especial, adotaram um tipo de discurso que veio a ser conhecido como discurso apofático, ou via negativa. A fim de examinar algumas técnicas de negação empregadas por místicos e contemplativos diante das dificuldades que encontram para falar sobre o inefável, esta dissertação contrasta as obras de duas figuras centrais em suas respectivas tradições religiosas: Teologia Mística, do cristão Dionísio Areopagita, e Fundamentos do Caminho do meio, do budista Nagarjuna - textos conhecidos por levarem a negação ao extremo. Por meio dessa comparação, e apoiando-se, principalmente, nos comentadores Denys Turner, Eric Perl e Giuseppe Ferraro, este estudo aponta e discute diferenças significativas entre as linguagens negativas empregadas nas duas obras. Discute por fim, de modo pontual, como esses discursos se relacionam com contrapartes e paralelos contemporâneos, como o pensamento filosófico de Jacques Derrida e as descobertas da física moderna no início do século XX. / [en] This dissertation seeks to investigate the use of apophatic discourses as epistemological tools in situations where language seems to reach its limits, with special emphasis on the mystical-religious context. How to talk about God, understand the ultimate nature of reality or conceive what was before the origin of the universe? Mystics, religious people and poets, as well as philosophers, physicists and cosmologists have been dealing with issues like these for a long time. Throughout history, catapathic (affirmative) language has seemed, to many of them, to be unable to answer these questions; and, perceiving it as insufficient, the great religions, in particular, adopted a type of discourse that came to be known as apophatic discourse, or via negativa. In order to examine some techniques of negation employed by mystics and contemplatives in the face of the difficulties they encounter in talking about the ineffable, this dissertation contrasts the works of two central figures in their respective religious traditions: Mystical Theology, by the Christian Dionysius, the Areopagite, and The Fundamental Wisdom of the Middle Way, by the Buddhist Nagarjuna - texts known for taking denial to the extreme. Through this comparison, and relying mainly on the commentators Denys Turner, Eric Perl and Giuseppe Ferraro, this study points out and discusses significant differences between the negative languages used in the two works. Finally, it discusses, briefly, how these discourses relate to contemporary counterparts and parallels, such as the philosophical thought of Jacques Derrida and the discoveries of modern physics in the early 20th century.
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A New Language: Apophatic Discourse in John Donne's "Devotions"

Farris, Jessica M 09 August 2023 (has links) (PDF)
Not much ink has been spilled over John Donne’s relationship to negative, or apophatic, theology. A few scholars have written about apophatic discourse in Donne’s poetry and sermons, but, in general, the subject continues to be overlooked. This thesis seeks to (re)start the conversation by shedding light on Devotions Upon Emergent Occasions, a text which has yet to be linked to the negative tradition despite its clear engagement in apophatic discourse. Indeed, throughout Devotions, Donne wields several apophatic strategies when speaking of God including via negativa, predicates of action, linguistic regress, paradox, and a consistent reliance upon metaphorical language. Each of these strategies uphold the two guiding principles of negative theology: the epistemic thesis which asserts that God is incomprehensible, and the semantic thesis which asserts that God is unspeakable therefore can only stand as the subject term in negative propositions. Significantly, my objective is not merely to qualify Devotions as an example of apophatic discourse; I also intend to contemplate the implications of qualifying it as such, namely how Devotions challenges the long-held assumption that apophasis requires the user to relinquish the body. Across the text, Donne’s apophasis does not lead him to un-body; on the contrary, the body gains new importance as Donne imagines the risen body, the interpersonal body, the body that cannot be lost because it is an inextricable facet of selfhood. Again, my hope is that this thesis will (re)start or (re)energize the conversation around Donne’s relationship to negative theology, a relationship that is much richer and more extensive than current scholarship suggests.

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