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Pareceres descritivos : narrativas que a escola nos conta

Pinheiro, Claudia Gewehr January 2006 (has links)
A pesquisa intitulada Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta tem como foco os Pareceres Descritivos de classes de alfabetização, problematizando como estes Pareceres se constituem em textos onde alunos/as são narrados, suas histórias escolares são contadas e, ainda, buscando examinar como a subjetividade se dá na narrativa e produz identidades. A pesquisa tem seu aporte teórico no campo dos Estudos Culturais, da Teoria Literária e da Análise Crítica do Discurso, sendo que o primeiro possibilita analisar os Pareceres Descritivos como textos forjados para fins de avaliação, onde representações são estabelecidas discursivamente, instituindo significados de acordo com critérios de validade e legibilidade estabelecidos em tempos e espaços determinados. Considerando os discursos circulantes sobre alfabetização, os Pareceres Descritivos são examinados conforme as representações que ganham em tais textos. A partir dessa perspectiva teórica, os Pareceres Descritivos visibilizam determinadas representações dos discursos pedagógicos circulantes e constituem um conjunto de saberes regidos por uma dada ordem, estabelecido em uma disputa por imposições de significados, sendo essas representações produzidas, eleitas e reproduzidas através desses documentos. A aproximação com os estudos da teoria literária torna-se necessária para tratar os Pareceres Descritivos como narrativas sob o ponto de vista pós-moderno, que aponta a centralidade da cultura na narrativa, pois é através das histórias que compreendemos as coisas, tanto para entendermos nossas vidas quanto para entendermos o mundo. Tais narrativas escolares podem ser vislumbradas como uma prática social constitutiva do mundo e da vida dos sujeitos em questão, pois esses textos são “produzidos” pelas professoras, “assimilados” e “interpretados” pelos/as alunos/as, podendo ainda, serem “(re)produzidos” pelos seus familiares. Alunos/as são subjetivados por essas narrativas e são posicionados em relação aos níveis de aquisição da língua escrita e aos modos de comportamento escolar prescritos. Mas também, são apresentados aos seus familiares como alunos/as, sendo essa uma das identidades que serão forjadas ao longo de sua escolarização. Procuro, ainda, compreender os discursos que levam as professoras a constituir as narrativas dos Pareceres Descritivos da forma que o fazem, problematizando e analisando os discursos pedagógicos sobre a avaliação escolar e a alfabetização. Embasada na interpretação do caráter constitutivo da linguagem, a avaliação e a alfabetização são analisadas como discursos que constituem práticas escolares como os Pareceres Descritivos. É a partir do que se diz sobre a avaliação nos diferentes discursos pedagógicos que vão se produzindo diferentes jeitos de avaliar nas escolas. Os discursos veiculados através da legislação estão implicados com a construção de identidades sociais, entre elas as de quem avalia e de quem é avaliado, ou seja, diferentes significados e sentidos são produzidos pelos diferentes sistemas simbólicos. / The research entitled Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta (‘Descriptive opinions: the school tells us stories’) focuses on the teachers’ descriptive opinions wondering how these opinions are texts narrating students, their school stories, and how subjectivity occurs in the narratives and shapes identities. The theoretical contribution of this research is in the Cultural Studies, Literary Theory and Discursive Critical Analysis, in which the former enables analysing Descriptive opinions as forged texts for purposes of assessment in which representations are discursively established, producing meanings according to criteria such as validity and readability established in particular times and spaces. Considering the current discourses on literacy, the Descriptive Opinions are examined against the representations they receive in these texts. From this theoretical perspective, the Descriptive Opinions turn visible particular representations of the current pedagogical discourses and shape a set of knowledges governed by a particular rule, established in a challenge for meaning imposition, with these representations being produced, chosen and reproduced through these documents. The close position to the studies of the literary theory is necessary to take these Descriptive Opinions as narratives from the postmodern viewpoint, which show the centrality of culture in the narrative because stories make us learn things, both our lives and the world. These school stories can be visualised as a social practice making the world and life of the subjects concerned, because these texts are ‘produced’ by teachers, ‘naturalised’ and ‘read’ by (fe)male students, and may even be ‘(re)produced’ by their relatives. (Fe)male students are subjectified by these narratives and are positioned concerning written language learning and received ways of behaviour at school. And they are also introduced to their relatives as students, when this is one of the identities forged during their schooling. Further I try to understand discourses leading female teachers to make narratives for the Descriptive Opinions in the way they do it, problematising and analysing the pedagogical discourses on assessment and literacy. Based on the reading of the shaping character of the language, assessment and literacy are analysed as discourses shaping school practices and as Descriptive Opinions. It is from what is told about the assessment in different pedagogical discourses that different ways of assessment are produced at school. The discourses conveyed through the rules involve the construction of social identities, among them, those of the one who assesses and who is assessed, that is, different symbolic systems produce different meanings and senses.
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Pareceres descritivos : narrativas que a escola nos conta

Pinheiro, Claudia Gewehr January 2006 (has links)
A pesquisa intitulada Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta tem como foco os Pareceres Descritivos de classes de alfabetização, problematizando como estes Pareceres se constituem em textos onde alunos/as são narrados, suas histórias escolares são contadas e, ainda, buscando examinar como a subjetividade se dá na narrativa e produz identidades. A pesquisa tem seu aporte teórico no campo dos Estudos Culturais, da Teoria Literária e da Análise Crítica do Discurso, sendo que o primeiro possibilita analisar os Pareceres Descritivos como textos forjados para fins de avaliação, onde representações são estabelecidas discursivamente, instituindo significados de acordo com critérios de validade e legibilidade estabelecidos em tempos e espaços determinados. Considerando os discursos circulantes sobre alfabetização, os Pareceres Descritivos são examinados conforme as representações que ganham em tais textos. A partir dessa perspectiva teórica, os Pareceres Descritivos visibilizam determinadas representações dos discursos pedagógicos circulantes e constituem um conjunto de saberes regidos por uma dada ordem, estabelecido em uma disputa por imposições de significados, sendo essas representações produzidas, eleitas e reproduzidas através desses documentos. A aproximação com os estudos da teoria literária torna-se necessária para tratar os Pareceres Descritivos como narrativas sob o ponto de vista pós-moderno, que aponta a centralidade da cultura na narrativa, pois é através das histórias que compreendemos as coisas, tanto para entendermos nossas vidas quanto para entendermos o mundo. Tais narrativas escolares podem ser vislumbradas como uma prática social constitutiva do mundo e da vida dos sujeitos em questão, pois esses textos são “produzidos” pelas professoras, “assimilados” e “interpretados” pelos/as alunos/as, podendo ainda, serem “(re)produzidos” pelos seus familiares. Alunos/as são subjetivados por essas narrativas e são posicionados em relação aos níveis de aquisição da língua escrita e aos modos de comportamento escolar prescritos. Mas também, são apresentados aos seus familiares como alunos/as, sendo essa uma das identidades que serão forjadas ao longo de sua escolarização. Procuro, ainda, compreender os discursos que levam as professoras a constituir as narrativas dos Pareceres Descritivos da forma que o fazem, problematizando e analisando os discursos pedagógicos sobre a avaliação escolar e a alfabetização. Embasada na interpretação do caráter constitutivo da linguagem, a avaliação e a alfabetização são analisadas como discursos que constituem práticas escolares como os Pareceres Descritivos. É a partir do que se diz sobre a avaliação nos diferentes discursos pedagógicos que vão se produzindo diferentes jeitos de avaliar nas escolas. Os discursos veiculados através da legislação estão implicados com a construção de identidades sociais, entre elas as de quem avalia e de quem é avaliado, ou seja, diferentes significados e sentidos são produzidos pelos diferentes sistemas simbólicos. / The research entitled Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta (‘Descriptive opinions: the school tells us stories’) focuses on the teachers’ descriptive opinions wondering how these opinions are texts narrating students, their school stories, and how subjectivity occurs in the narratives and shapes identities. The theoretical contribution of this research is in the Cultural Studies, Literary Theory and Discursive Critical Analysis, in which the former enables analysing Descriptive opinions as forged texts for purposes of assessment in which representations are discursively established, producing meanings according to criteria such as validity and readability established in particular times and spaces. Considering the current discourses on literacy, the Descriptive Opinions are examined against the representations they receive in these texts. From this theoretical perspective, the Descriptive Opinions turn visible particular representations of the current pedagogical discourses and shape a set of knowledges governed by a particular rule, established in a challenge for meaning imposition, with these representations being produced, chosen and reproduced through these documents. The close position to the studies of the literary theory is necessary to take these Descriptive Opinions as narratives from the postmodern viewpoint, which show the centrality of culture in the narrative because stories make us learn things, both our lives and the world. These school stories can be visualised as a social practice making the world and life of the subjects concerned, because these texts are ‘produced’ by teachers, ‘naturalised’ and ‘read’ by (fe)male students, and may even be ‘(re)produced’ by their relatives. (Fe)male students are subjectified by these narratives and are positioned concerning written language learning and received ways of behaviour at school. And they are also introduced to their relatives as students, when this is one of the identities forged during their schooling. Further I try to understand discourses leading female teachers to make narratives for the Descriptive Opinions in the way they do it, problematising and analysing the pedagogical discourses on assessment and literacy. Based on the reading of the shaping character of the language, assessment and literacy are analysed as discourses shaping school practices and as Descriptive Opinions. It is from what is told about the assessment in different pedagogical discourses that different ways of assessment are produced at school. The discourses conveyed through the rules involve the construction of social identities, among them, those of the one who assesses and who is assessed, that is, different symbolic systems produce different meanings and senses.
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Pareceres descritivos : narrativas que a escola nos conta

Pinheiro, Claudia Gewehr January 2006 (has links)
A pesquisa intitulada Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta tem como foco os Pareceres Descritivos de classes de alfabetização, problematizando como estes Pareceres se constituem em textos onde alunos/as são narrados, suas histórias escolares são contadas e, ainda, buscando examinar como a subjetividade se dá na narrativa e produz identidades. A pesquisa tem seu aporte teórico no campo dos Estudos Culturais, da Teoria Literária e da Análise Crítica do Discurso, sendo que o primeiro possibilita analisar os Pareceres Descritivos como textos forjados para fins de avaliação, onde representações são estabelecidas discursivamente, instituindo significados de acordo com critérios de validade e legibilidade estabelecidos em tempos e espaços determinados. Considerando os discursos circulantes sobre alfabetização, os Pareceres Descritivos são examinados conforme as representações que ganham em tais textos. A partir dessa perspectiva teórica, os Pareceres Descritivos visibilizam determinadas representações dos discursos pedagógicos circulantes e constituem um conjunto de saberes regidos por uma dada ordem, estabelecido em uma disputa por imposições de significados, sendo essas representações produzidas, eleitas e reproduzidas através desses documentos. A aproximação com os estudos da teoria literária torna-se necessária para tratar os Pareceres Descritivos como narrativas sob o ponto de vista pós-moderno, que aponta a centralidade da cultura na narrativa, pois é através das histórias que compreendemos as coisas, tanto para entendermos nossas vidas quanto para entendermos o mundo. Tais narrativas escolares podem ser vislumbradas como uma prática social constitutiva do mundo e da vida dos sujeitos em questão, pois esses textos são “produzidos” pelas professoras, “assimilados” e “interpretados” pelos/as alunos/as, podendo ainda, serem “(re)produzidos” pelos seus familiares. Alunos/as são subjetivados por essas narrativas e são posicionados em relação aos níveis de aquisição da língua escrita e aos modos de comportamento escolar prescritos. Mas também, são apresentados aos seus familiares como alunos/as, sendo essa uma das identidades que serão forjadas ao longo de sua escolarização. Procuro, ainda, compreender os discursos que levam as professoras a constituir as narrativas dos Pareceres Descritivos da forma que o fazem, problematizando e analisando os discursos pedagógicos sobre a avaliação escolar e a alfabetização. Embasada na interpretação do caráter constitutivo da linguagem, a avaliação e a alfabetização são analisadas como discursos que constituem práticas escolares como os Pareceres Descritivos. É a partir do que se diz sobre a avaliação nos diferentes discursos pedagógicos que vão se produzindo diferentes jeitos de avaliar nas escolas. Os discursos veiculados através da legislação estão implicados com a construção de identidades sociais, entre elas as de quem avalia e de quem é avaliado, ou seja, diferentes significados e sentidos são produzidos pelos diferentes sistemas simbólicos. / The research entitled Pareceres Descritivos: narrativas que a escola nos conta (‘Descriptive opinions: the school tells us stories’) focuses on the teachers’ descriptive opinions wondering how these opinions are texts narrating students, their school stories, and how subjectivity occurs in the narratives and shapes identities. The theoretical contribution of this research is in the Cultural Studies, Literary Theory and Discursive Critical Analysis, in which the former enables analysing Descriptive opinions as forged texts for purposes of assessment in which representations are discursively established, producing meanings according to criteria such as validity and readability established in particular times and spaces. Considering the current discourses on literacy, the Descriptive Opinions are examined against the representations they receive in these texts. From this theoretical perspective, the Descriptive Opinions turn visible particular representations of the current pedagogical discourses and shape a set of knowledges governed by a particular rule, established in a challenge for meaning imposition, with these representations being produced, chosen and reproduced through these documents. The close position to the studies of the literary theory is necessary to take these Descriptive Opinions as narratives from the postmodern viewpoint, which show the centrality of culture in the narrative because stories make us learn things, both our lives and the world. These school stories can be visualised as a social practice making the world and life of the subjects concerned, because these texts are ‘produced’ by teachers, ‘naturalised’ and ‘read’ by (fe)male students, and may even be ‘(re)produced’ by their relatives. (Fe)male students are subjectified by these narratives and are positioned concerning written language learning and received ways of behaviour at school. And they are also introduced to their relatives as students, when this is one of the identities forged during their schooling. Further I try to understand discourses leading female teachers to make narratives for the Descriptive Opinions in the way they do it, problematising and analysing the pedagogical discourses on assessment and literacy. Based on the reading of the shaping character of the language, assessment and literacy are analysed as discourses shaping school practices and as Descriptive Opinions. It is from what is told about the assessment in different pedagogical discourses that different ways of assessment are produced at school. The discourses conveyed through the rules involve the construction of social identities, among them, those of the one who assesses and who is assessed, that is, different symbolic systems produce different meanings and senses.

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