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Análise da distribuição estratigráfica de Corumbella Werneri HAHN ET AL. 1982 (Formação Tamengo, Ediacarano): Implicações Tafonômicas e Paleoambientais / Analysis of the stratigrahphic distribution of Corumbella werneri Hahn et al. 1982 (Tamengo Formation, Ediacarano): Tafonomic and paleo-environmental implicationsDiniz, Cleber Quidute Clemente 30 March 2017 (has links)
Fósseis de Corumbella werneri, cnidário Ediacarano com carapaça biomineralizada são encontrados em pelitos da Formação Tamengo, Grupo Corumbá (MS). Este trabalho teve como objetivos analisar a distribuição estratigráfica de detalhe de Corumbella werneri nessa formação, correlacionar a distribuição estratigráfica às características tafonômicas desses fósseis e estabelecer condições paleoecológicas e paleoambientais, a partir das análises estratigráficas e tafonômicas. Foram analisadas 160 amostras de mão. Para realização da descrição e identificação dos fósseis foram realizadas imagens digitais e em Microscopia Eletrônica de Varredura, medições de características morfológicas e análises químicas através da Espectroscopia de Energia Dispersiva. Para a realização da análise tafonômica básica, foram utilizadas algumas assinaturas tafonômicas como fragmentação, grau de empacotamento e preservação da carapaça. Foi realizada a medição centímetrica das seções pelíticas estudadas e efetuou-se a descrição de fácies sedimentares, estruturas sedimentares, granulometria e conteúdo fossilífero. Foi observado que as ocorrências de Corumbella werneri são na parte pelítica e mais concentradas na base da Formação Tamengo. A ocorrência em determinados níveis estratigráficos onde apresentam abundância de carapaças de C. werneri, pode ser provavelmente, explicada por variações ambientais, como a variação na taxa de sedimentação que eventualmente, proporcionava condições para a preservação das carapaças. A análise estratigráfica de detalhe também permitiu observar as associações de C. werneri com outros organismos e com icnofósseis que também aparecem de forma isolada como estruturas sedimentares circulares de provável origem bioinduzida, estruturas fragmentadas, possível estrutura basal, além de macroalgas, vendotaenídeos e icnofósseis. Com esses registros pode-se dizer que a paleodiversidade da Formação Tamengo é maior do que se pensava anteriormente. Essas associações podem evidenciar correlações paleoecológicas e paleoambientais. Dois grupos tafonômicos distintos de C. werneri foram interpretados. O grupo 1, representado por indivíduos incompletos, apresentariam um ambiente deposicional com aumento da taxa de sedimentação, capaz de preservar o corpo em uma forma mais completa e, em alguns casos, preservar a carapaça de forma tridimensional. O grupo 2, caracterizado por indivíduos fragmentados, apresentam um ambiente com baixa energia e baixa taxa de sedimentação, resultando em um maior tempo de exposição do organismo no substrato, causando a fragmentação das carapaças. Amostras apresentando os dois grupos tafonômicos podem indicar mistura temporal resultando em uma registro intra-habitat no qual várias gerações de uma espécie se preservam em uma mesmo registro fossilífero devido à baixa taxa de sedimentação. A ocorrência de C. werneri exclusivamente nos pelitos, enquanto, Cloudina lucianoi apenas nas camadas de calcário, indica que provavelmente habitaram ambientes diferentes, ou pelo menos o modo e a capacidade de preservação das carapaças deveriam ser distintos. A associação de C. werneri juntamente com macroalgas e a presença de Paraconularia sp. podem indicar condições de águas mais rasas, ainda em zona fótica. Esses novos dados mostram que, talvez, mesmo ocorrendo em pelitos, indicando deposição em águas calmas, seria possível que C. werneri tivesse condições paleoecológicas de habitat desde águas mais rasas, acima do nível de base de ondas de tempestades até mesmo, mais profundas. No entanto, os níveis de ocorrência e de maior abundância de C.werneri devem estar associados a momentos de aumento na taxa de sedimentação e deposição de partículas finas, em substrato abaixo do nível de base de ondas de tempestades. / Fossils of Corumbella werneri, Ediacaran cnidarian with biomineralized carapace are found in pelite of the Tamengo Formation, Corumbá Group (MS). The objective of this work was to analyze a stratigraphic distribution of Corumbella werneri in this Formation, to correlate the stratigraphic distribution to the taphonomic characteristics of fossils and to establish paleoecological and paleoenvironmental conditions, based on the stratigraphic and taphonomic analyzes. A total of 160 hand samples were analyzed. For the description and identification of fossils, digital images and scanning electron microscopy, measurements of morphological characteristics and chemical analyzes using Dispersive Energy Spectroscopy were performed. To perform the basic taphonomic analysis, taphonomic signatures was adopted, such as fragmentation, degree of packing and carapace preservation. A centimeter measurement of the pelitie sections was done and a description of sedimentary facies, sedimentary structures, granulometry and fossiliferous content was made. It was observed that the occurrences of Corumbella werneri are in the pelite part and more concentrated in the base of the Tamengo Formation. The occurrence at certain stratigraphic levels where an abundance of C. werneri carapaces can be explained by environmental variations as a change in the sedimentation rate that eventually, provides conditions for a preservation of the carapaces. The stratigraphic analysis of detail also allowed to observe a correlation of C. werneri with other organisms and with icnofósseis that also appear isolated, like a sedimentary structures in circular form of probable bio-induced origin, fragmented structures, possible basal structure, macroalgae, vendotaenídeos and icnofósseis. With these records, it can be said that the paleodiversity of the Tamengo Formation is greater than previously thought. These associations can show paleoecological and paleoenvironmental correlations. Two distinct taphonomic groups of C. werneri were interpreted. Group 1, represented by incomplete individuals, interpreted a deposited environment with increased sedimentation rate, capable of preserving the body in a more complete form and, in some cases, preserving a three-dimensional shape carapace. Group 2, characterized by having fragmented individuals, presents in an environment with low energy and low sedimentation rate, resulting in a longer exposure time of the organism in the substrate, causing fragmentation of the carapaces. Samples showing the two taphonomic groups results an intra-habitat record when multiple genarations of species preserved in a single fossil record due to the low sedimentation rate. The occurrence of C. werneri exclusively in the pelitics, while, Cloudina lucianoi only in the layers of limestone, indicates that they inhabited different environments, or at least the way and capacity of preservation of the carapaces should be different. An association of C. werneri with macroalgae and a presence of Paraconularia sp. may indicate shallower water conditions, still in the photic zone. These new data show that even C. werneri occurring in pelitcs, indicating deposition in calm waters, it would be possible to have paleoecological conditions of habitat from shallower waters, above the base level of waves of thunderstorms or even deeper. However, C. werneri occurrence levels and greater abundance are associated with growth times in sedimentation rate and fine particle deposition in substrate below the storm level.
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Geobiologia de microbialitos do Ediacarano da Faixa Paraguai e do sul do Cráton Amazônico (MS e MT): implicações paleoambientais, paleoecológicas e estratigráficas / not availableRomero, Guilherme Raffaeli 16 November 2015 (has links)
A Faixa Paraguai é uma faixa de dobramentos neoproterozoicos ao sul do Cráton Amazônico. No Brasil, está, localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta faixa tem sido alvo de constantes discussões sobre questões paleoambientais, paleoecológicas e evolutivas globais, uma vez que, em suas unidades ocorrem depósitos pós-glaciais marinoanos, as chamadas capas carbonáticas, típicas do inicio do Ediacarano, além de Cloudina lucianoi, fóssil índice do Ediacarano final, associado a outros metazoários. Nesta tese, foram estudados oito afloramentos: três pertencentes à Faixa Paraguai Sul- Formação Bocaina (FB) - Grupo Corumbá e cinco, à Faixa Paraguai Norte- Grupo Araras, sendo dois afloramentos na Formação Mirassol D\'Oeste (FMO), base do grupo e três afloramentos na Formação Nobres (FN), última formação do Grupo Araras. No total foram analisadas 73 amostras representativas de estromatólitos e 37 lâminas petrográficas de estromatólitos e rocha encaixante. Em três afloramentos, definidos como capas carbonáticas, a análise e a comparação entre a associação de estruturas tubulares e estromatólitos indicou que estas estruturas sedimentares são um importante marcador estratigráfico dos depósitos de capas carbonáticas Marinoanas. No entanto, as estruturas previamente descritas como tubulares no afloramento de Porto Morrinhos (FB), são interpretados aqui como estromatólitos colunares sem associação com os eventos do início do Ediacarano. Com a caracterização das associações de estromatólitos e estruturas tubulares nos afloramentos de Morraria do Sul e Forte de Coimbra, foi proposto, neste trabalho, que estes afloramentos não fazem parte da Formação Bocaina, e sim cronocorrelatos à Formação Mirassol D\'Oeste, no inicio do Ediacarano. O escape de fluidos foi considerado a explicação mais adequada para a origem das estruturas tubulares, corroborando alguns estudos originais. Neste sentido, é provável que o fluido tenha se originado do acúmulo de matéria orgânica nos estromatólitos. A comparação entre diferentes ocorrências de estruturas tubulares indicaram que estas possuem uma origem comum, porém, diferem em relação a sua história sedimentar. Em alguns ambientes, as estruturas tubulares eram espaços abertos na interface água-sedimento, enquanto que em outros eram espaços sem esse tipo de contato. A textura dos microbialitos de capas carbonáticas é composta por peloides amalgamados em grumos arredondados interpretados como restos micritizados de colônias cocooidais de cianobactérias. A alternância laminar observada na Pedreira Terconi pode ser relacionada a mudanças sazonais das comunidades dominantes. Os laminitos microbianos de capa carbonática formaram-se em plataformas bem iluminadas, calmas, abaixo do nível de ondas de tempestade, sem contribuição de siliciclásticos, concordante com o ambiente transgressivo proposto para o pós-glacial. A Formação Mirassol D\'Oeste, base do Grupo Araras, apresenta aproximadamente 10 metros de laminitos microbianos seguidos de camadas de megamarcas onduladas com lentes de megapelóides gerados pela ação de ondas de \"hypercanes\" que ocorreram durante a deposição das capas carbonáticasMarinoanas. Estes furações e a ação de ondas foram o motivo para o fim da deposição microbiana na Formação Mirassol D\'Oeste. Na Formação Nobres, última formação do Grupo Araras, foram identificados 15 níveis de estromatólitos, silicificados. A silicificação ocorreu durante a diagênese, obliterando em muitos níveis a laminação estromatolítica. Os estromatólitos da Formação Nobres foram divididos em quatro associações de morfotipos. A distribuição, desenvolvimento e abundância dos morfotipos foi regida por fatores sedimentológicos, devido a variações do nível do mar. O fim dos estromatóltios da Formação Nobres é concomitante com o fim da sedimentação carbonática do Grupo Araras. A evolução dos estromatólitos do Grupo Araras revelou uma variação nas formas e participação dos estromatólitos na composição litofaciológica desta plataforma carbonática. Na Formação Mirassol D\'Oeste, os estromatólitos são abundantes e considerados um dos principais componentes arquiteturais da plataforma carbonática, enquanto na Formação Nobres, apesar da alta frequência e variação de morfotipos dos estromatólitos, a contribuição na composição litofaciológica da plataforma carbonática é mínima. As variações de formas e abundância dos estromatólitos ao longo do Grupo Araras sugerem mudanças em relação importância dos microbialitos na composição das unidades estratigráficas, bem como a alteração nas condições de sedimentação do sistema deposicional -variação do nível do mar e influxo de siliciclásticos- do Grupo Araras. / The Paraguay Belt is a Neoproterozoic fold belt at the south of the Amazon Craton. In Brazil, the Paraguay belt is located in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, central Brazil. The Paraguay Belt has been the subject of constant discussion of paleoenvironmental, paleoecological and evolutionary questions, since, in their units occur the Marinoan post-glacial deposits, the so called \"cap carbonates\", typical of the beginning of the Ediacaran, and Cloudina lucianoi, index fossil of the late Ediacaran, associated with other metazoans. In this thesis, eight outcrops were studied: three belonging to the Southern Paraguay Belt -Bocaina Formation (FB)-Corumbá Group and five outcrops belonging to the Northern Paraguay Belt- Araras Group, two outcrops in Mirassol D\'Oeste Formaton (FMO), the group\'s base and three outcrops in the Nobres Formation (FN), the last unit of the Araras Group. In total 73 representative samples of stromatolites and 37 thin sections of stromatolites and host rock were analyzed. In three outcrops, defined as cap carbonates, analysis and comparison of the tubestone structures and microbial laminites association indicated that these sedimentary structures are an important stratigraphic marker for the deposits of Marinoan cap carbonates. However, the tubular structures previously assigned as tubestone structures in Porto Morrinhos outcrop (FB) are interpreted here as columnar stromatolites unassociated with the events of the early Ediacaran.With the characterization of the tubestone-stromatolite association in the outcrops of Morraria do Sul and Forte de Coimbra, it was proposed in this study that these outcrops are not part of Bocaina Formation but are cronocorrelated to MirassolD\'Oeste Formation, at the beggining of the Ediacaran. The fluid escape was considered the most suitable explanation for the origin of tubestone structures, corroborating some original studies. Therefore, it is likely that the fluids had originated from the accumulation of organic matter in the stromatolites within the cap carbonates. The comparison between different occurrences of tubular structures indicated that they have a common origin, however, differ in their sedimentary history. In some environments, the tubular structures were open spaces in the water-sediment interface, while others were in areas the structures were without such contact. The texture of cap carbonate microbialites comprises peloids amalgamated into rounded microclots interpreted as micritization remains of cocooidal colonies of cyanobacteria. The laminar alternation observed in the quarry Terconi (Mirassol D\'Oeste Formation) may be related to seasonal changes of the dominant communities. The microbial laminites of the Marinoan cap carbonates formed in well-lit platforms, calm, below the level of storm waves, without contribution of siliciclastic, concordant with the transgressive environment proposed for the post-glacial. At the Mirassol D\'Oeste Formation, base of the Araras Group, approximately 10 meters of microbial laminites where described, covered by a packstone deposit of megaripple marks with megapeloid lenses generated by the action of wave \"hypercanes\" that occurred during the deposition of the Marinoan Cap Carbonates. These hypercanes and the wave action were the reason for the waning of microbial deposition in Mirassol D\'Oeste Formation. In the Nobres Formation, at the upper part of the Araras Group, 15 levels of silicified stromatolites were identified. The silicification occurred during late diagenesis, obliterating many portions of stromatolitic lamination. Stromatolites of Nobres Formation were divided into four morphotypes associations. The distribution, development and abundance of morphotypes was governed by sedimentological factors, due to sea level variations. The end of stromatolites in the Nobres Formation is concomitant with the end of carbonate sedimentation of the Araras Group. In Mirassol D\'Oeste Formation, stromatolites are plentiful and considered one of the major architectural components of the carbonate platform, while the Nobres Formation, despite the high frequency and morphotypes variation of stromatolites, the contribution in the litofaciological composition of carbonate platform is minimal. The variations of forms and the abundance of stromatolites along the Araras Group suggest changes regarding importance of microbialites in the composition of stratigraphic units as well as the change in the depositional system - variation in sedimentation conditions of the sea level and the influx of terrigenous in the Araras Group.
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Batólito Serra das Araras: um exemplo de magmatismo granítico peraluminoso sintectônico do Ediacarano, região sudoeste do estado do Rio de Janeiro / not availableIuri Bomtempo Retamal 29 September 2016 (has links)
Magmas graníticos peraluminosos são gerados por meio da anatexia de rochas crustais em cinturões orogênicos continentais. Os granitos do Cinturão Ribeira Central são relacionados a processos orogênicos de convergência de blocos litosféricos, durante o Neoproterozoico. O Batólito Serra das Araras é um corpo granítico, tabular e peraluminoso localizado no Domínio Paraíba do Sul, região sudoeste no estado do Rio de Janeiro - Brasil. O corpo é alongado na direção NE-SW e sua deformação foi gerada pela atividade de zonas de cisalhamento dúcteis de movimentação preferencial destral, que também controlaram o alojamento do magma granítico. O presente trabalho visa a caracterizar o Batólito Serra das Araras com base em dados de petrografia, de geoquímica de rocha total, de química mineral (EPMA) e de geocronologia U-Pb e LuHf (LA-ICP-MS) em grãos de zircão. Três amostras representativas foram analizadas para obtenção das idades U-Pb de cristalização e de metamorfismo. Essas amostras são compostas de granitos com matriz protomilonítica com muscovita, biotita e granada, um dique sienogranítico com 15-30 cm de espessura e um enclade de quartzo diorito. O plagioclásio possui composição entre oligoclásio (An16) e andesina (An38) e possui núcleos mais enriquecidos em anortita. Todas as amostras apresentam fases ricas em almandina com bordas levemente enriquecidas em manganês, produto do metamorfismo de médio a baixo grau. Os dados isotópicos U-Pb em grãos de zircão revelaram que o magmatismo granítico cristalizou-se ca. 595 Ma e foi gerado no mesmo evento tectono-termal Ediacarano que gerou granitos tipo-I e tipo-S de caráter pós-colisional no Domínio Embu/Paraíba do Sul. Os dados isotópicos de Lu-Hf indicam a reciclagem de crosta juvenil do Riaciano-Orosiriano e de crosta continental do Orosiriano como fontes do protólito metassedimentar do Batólito Serra das Araras. A composição contrastante do enclave de quartzo diorito (amostra SA-06), de caráter metaluminoso e com valores menos degativos de \'\'épsilon\'Hf IND.t\' (entre -5,7 and -8,1), sugere o envolvimento marginal de fontes orto-derivadas da crosta inferior. As idades de cristalização e a composição do batólito indicam que seu magmatismo é correlacionável com granitos peraluminosos do Domínio Embu e do Orógeno Araçuaí. / Peraluminous granitic magmas are produced by anatexis of crustal rocks in continental orogenic belts. Orogenic granites of Central Ribeira Belt are correlated with the collision of lithospheric blocks during Neoproterozoic. The Serra das Araras Batholith is a tabular granitic body of peraluminous composition located at Paraíba do Sul Domain, southwestwards of Rio de Janeiro state - Brazil. The body is elongated at NE-SW direction and its deformation was produced by ductile shear zones with dextral movement component, which has also controlled magma emplacement. The aim of this study is to characterize the Serra das Araras Batholith and to provide petrography, whole-rock geochemistry (major and trace elements), mineral chemistry (EPMA) and combined LA-ICP-MS U-Pb and Lu-Hf isotopic analyses in zircon grains. Three representative samples were analyzed for isotopic determination in order to obtain crystallization and metamorphic U-Pb ages. These samples are composed of monzogranite with protomylonitic texture; a 15-30 cm thick syenogranite dyke and a biotite-hornblende quartz diorite enclave. Plagioclase is Andesine and Oligoclase (An16-38). Anorthite contents display a progressive zoning with rims having lower contents than cores. All samples exhibit almandine-rich phases, with slightly Mg-rich cores and Mn-rich rims, produced by metamorphism of medium to low grade. Zircon U-Pb isotopic data reveal that the batholith was emplaced ca. 595 Ma and was generated at the same middle-Ediacaran tectono-thermal event that generated voluminous I-type and S-type granitoids of post-collisional character at Embu/Paraíba do Sul Domain. Lu-Hf isotopic data suggest that late-Rhyacian to Orosian juvenile and continental crust have been sources of metasedimentary protoliths of Serra das Araras Batholith. The contrasting composition of the quartzdiorite enclave (sample SA-06), of metaluminous character and less negative \'\'épsilon\'Hf IND.t\' values (between - 5.7 and -8.1), suggests a marginal involvement of ortho-derived igneous rocks of the lower crust. The crystallization ages of the granites are coeval with peraluminous granites of Embu Domain and of Araçuaí Belt.
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Geobiologia de microbialitos do Ediacarano da Faixa Paraguai e do sul do Cráton Amazônico (MS e MT): implicações paleoambientais, paleoecológicas e estratigráficas / not availableGuilherme Raffaeli Romero 16 November 2015 (has links)
A Faixa Paraguai é uma faixa de dobramentos neoproterozoicos ao sul do Cráton Amazônico. No Brasil, está, localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Esta faixa tem sido alvo de constantes discussões sobre questões paleoambientais, paleoecológicas e evolutivas globais, uma vez que, em suas unidades ocorrem depósitos pós-glaciais marinoanos, as chamadas capas carbonáticas, típicas do inicio do Ediacarano, além de Cloudina lucianoi, fóssil índice do Ediacarano final, associado a outros metazoários. Nesta tese, foram estudados oito afloramentos: três pertencentes à Faixa Paraguai Sul- Formação Bocaina (FB) - Grupo Corumbá e cinco, à Faixa Paraguai Norte- Grupo Araras, sendo dois afloramentos na Formação Mirassol D\'Oeste (FMO), base do grupo e três afloramentos na Formação Nobres (FN), última formação do Grupo Araras. No total foram analisadas 73 amostras representativas de estromatólitos e 37 lâminas petrográficas de estromatólitos e rocha encaixante. Em três afloramentos, definidos como capas carbonáticas, a análise e a comparação entre a associação de estruturas tubulares e estromatólitos indicou que estas estruturas sedimentares são um importante marcador estratigráfico dos depósitos de capas carbonáticas Marinoanas. No entanto, as estruturas previamente descritas como tubulares no afloramento de Porto Morrinhos (FB), são interpretados aqui como estromatólitos colunares sem associação com os eventos do início do Ediacarano. Com a caracterização das associações de estromatólitos e estruturas tubulares nos afloramentos de Morraria do Sul e Forte de Coimbra, foi proposto, neste trabalho, que estes afloramentos não fazem parte da Formação Bocaina, e sim cronocorrelatos à Formação Mirassol D\'Oeste, no inicio do Ediacarano. O escape de fluidos foi considerado a explicação mais adequada para a origem das estruturas tubulares, corroborando alguns estudos originais. Neste sentido, é provável que o fluido tenha se originado do acúmulo de matéria orgânica nos estromatólitos. A comparação entre diferentes ocorrências de estruturas tubulares indicaram que estas possuem uma origem comum, porém, diferem em relação a sua história sedimentar. Em alguns ambientes, as estruturas tubulares eram espaços abertos na interface água-sedimento, enquanto que em outros eram espaços sem esse tipo de contato. A textura dos microbialitos de capas carbonáticas é composta por peloides amalgamados em grumos arredondados interpretados como restos micritizados de colônias cocooidais de cianobactérias. A alternância laminar observada na Pedreira Terconi pode ser relacionada a mudanças sazonais das comunidades dominantes. Os laminitos microbianos de capa carbonática formaram-se em plataformas bem iluminadas, calmas, abaixo do nível de ondas de tempestade, sem contribuição de siliciclásticos, concordante com o ambiente transgressivo proposto para o pós-glacial. A Formação Mirassol D\'Oeste, base do Grupo Araras, apresenta aproximadamente 10 metros de laminitos microbianos seguidos de camadas de megamarcas onduladas com lentes de megapelóides gerados pela ação de ondas de \"hypercanes\" que ocorreram durante a deposição das capas carbonáticasMarinoanas. Estes furações e a ação de ondas foram o motivo para o fim da deposição microbiana na Formação Mirassol D\'Oeste. Na Formação Nobres, última formação do Grupo Araras, foram identificados 15 níveis de estromatólitos, silicificados. A silicificação ocorreu durante a diagênese, obliterando em muitos níveis a laminação estromatolítica. Os estromatólitos da Formação Nobres foram divididos em quatro associações de morfotipos. A distribuição, desenvolvimento e abundância dos morfotipos foi regida por fatores sedimentológicos, devido a variações do nível do mar. O fim dos estromatóltios da Formação Nobres é concomitante com o fim da sedimentação carbonática do Grupo Araras. A evolução dos estromatólitos do Grupo Araras revelou uma variação nas formas e participação dos estromatólitos na composição litofaciológica desta plataforma carbonática. Na Formação Mirassol D\'Oeste, os estromatólitos são abundantes e considerados um dos principais componentes arquiteturais da plataforma carbonática, enquanto na Formação Nobres, apesar da alta frequência e variação de morfotipos dos estromatólitos, a contribuição na composição litofaciológica da plataforma carbonática é mínima. As variações de formas e abundância dos estromatólitos ao longo do Grupo Araras sugerem mudanças em relação importância dos microbialitos na composição das unidades estratigráficas, bem como a alteração nas condições de sedimentação do sistema deposicional -variação do nível do mar e influxo de siliciclásticos- do Grupo Araras. / The Paraguay Belt is a Neoproterozoic fold belt at the south of the Amazon Craton. In Brazil, the Paraguay belt is located in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul, central Brazil. The Paraguay Belt has been the subject of constant discussion of paleoenvironmental, paleoecological and evolutionary questions, since, in their units occur the Marinoan post-glacial deposits, the so called \"cap carbonates\", typical of the beginning of the Ediacaran, and Cloudina lucianoi, index fossil of the late Ediacaran, associated with other metazoans. In this thesis, eight outcrops were studied: three belonging to the Southern Paraguay Belt -Bocaina Formation (FB)-Corumbá Group and five outcrops belonging to the Northern Paraguay Belt- Araras Group, two outcrops in Mirassol D\'Oeste Formaton (FMO), the group\'s base and three outcrops in the Nobres Formation (FN), the last unit of the Araras Group. In total 73 representative samples of stromatolites and 37 thin sections of stromatolites and host rock were analyzed. In three outcrops, defined as cap carbonates, analysis and comparison of the tubestone structures and microbial laminites association indicated that these sedimentary structures are an important stratigraphic marker for the deposits of Marinoan cap carbonates. However, the tubular structures previously assigned as tubestone structures in Porto Morrinhos outcrop (FB) are interpreted here as columnar stromatolites unassociated with the events of the early Ediacaran.With the characterization of the tubestone-stromatolite association in the outcrops of Morraria do Sul and Forte de Coimbra, it was proposed in this study that these outcrops are not part of Bocaina Formation but are cronocorrelated to MirassolD\'Oeste Formation, at the beggining of the Ediacaran. The fluid escape was considered the most suitable explanation for the origin of tubestone structures, corroborating some original studies. Therefore, it is likely that the fluids had originated from the accumulation of organic matter in the stromatolites within the cap carbonates. The comparison between different occurrences of tubular structures indicated that they have a common origin, however, differ in their sedimentary history. In some environments, the tubular structures were open spaces in the water-sediment interface, while others were in areas the structures were without such contact. The texture of cap carbonate microbialites comprises peloids amalgamated into rounded microclots interpreted as micritization remains of cocooidal colonies of cyanobacteria. The laminar alternation observed in the quarry Terconi (Mirassol D\'Oeste Formation) may be related to seasonal changes of the dominant communities. The microbial laminites of the Marinoan cap carbonates formed in well-lit platforms, calm, below the level of storm waves, without contribution of siliciclastic, concordant with the transgressive environment proposed for the post-glacial. At the Mirassol D\'Oeste Formation, base of the Araras Group, approximately 10 meters of microbial laminites where described, covered by a packstone deposit of megaripple marks with megapeloid lenses generated by the action of wave \"hypercanes\" that occurred during the deposition of the Marinoan Cap Carbonates. These hypercanes and the wave action were the reason for the waning of microbial deposition in Mirassol D\'Oeste Formation. In the Nobres Formation, at the upper part of the Araras Group, 15 levels of silicified stromatolites were identified. The silicification occurred during late diagenesis, obliterating many portions of stromatolitic lamination. Stromatolites of Nobres Formation were divided into four morphotypes associations. The distribution, development and abundance of morphotypes was governed by sedimentological factors, due to sea level variations. The end of stromatolites in the Nobres Formation is concomitant with the end of carbonate sedimentation of the Araras Group. In Mirassol D\'Oeste Formation, stromatolites are plentiful and considered one of the major architectural components of the carbonate platform, while the Nobres Formation, despite the high frequency and morphotypes variation of stromatolites, the contribution in the litofaciological composition of carbonate platform is minimal. The variations of forms and the abundance of stromatolites along the Araras Group suggest changes regarding importance of microbialites in the composition of stratigraphic units as well as the change in the depositional system - variation in sedimentation conditions of the sea level and the influx of terrigenous in the Araras Group.
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Batólito Serra das Araras: um exemplo de magmatismo granítico peraluminoso sintectônico do Ediacarano, região sudoeste do estado do Rio de Janeiro / not availableRetamal, Iuri Bomtempo 29 September 2016 (has links)
Magmas graníticos peraluminosos são gerados por meio da anatexia de rochas crustais em cinturões orogênicos continentais. Os granitos do Cinturão Ribeira Central são relacionados a processos orogênicos de convergência de blocos litosféricos, durante o Neoproterozoico. O Batólito Serra das Araras é um corpo granítico, tabular e peraluminoso localizado no Domínio Paraíba do Sul, região sudoeste no estado do Rio de Janeiro - Brasil. O corpo é alongado na direção NE-SW e sua deformação foi gerada pela atividade de zonas de cisalhamento dúcteis de movimentação preferencial destral, que também controlaram o alojamento do magma granítico. O presente trabalho visa a caracterizar o Batólito Serra das Araras com base em dados de petrografia, de geoquímica de rocha total, de química mineral (EPMA) e de geocronologia U-Pb e LuHf (LA-ICP-MS) em grãos de zircão. Três amostras representativas foram analizadas para obtenção das idades U-Pb de cristalização e de metamorfismo. Essas amostras são compostas de granitos com matriz protomilonítica com muscovita, biotita e granada, um dique sienogranítico com 15-30 cm de espessura e um enclade de quartzo diorito. O plagioclásio possui composição entre oligoclásio (An16) e andesina (An38) e possui núcleos mais enriquecidos em anortita. Todas as amostras apresentam fases ricas em almandina com bordas levemente enriquecidas em manganês, produto do metamorfismo de médio a baixo grau. Os dados isotópicos U-Pb em grãos de zircão revelaram que o magmatismo granítico cristalizou-se ca. 595 Ma e foi gerado no mesmo evento tectono-termal Ediacarano que gerou granitos tipo-I e tipo-S de caráter pós-colisional no Domínio Embu/Paraíba do Sul. Os dados isotópicos de Lu-Hf indicam a reciclagem de crosta juvenil do Riaciano-Orosiriano e de crosta continental do Orosiriano como fontes do protólito metassedimentar do Batólito Serra das Araras. A composição contrastante do enclave de quartzo diorito (amostra SA-06), de caráter metaluminoso e com valores menos degativos de \'\'épsilon\'Hf IND.t\' (entre -5,7 and -8,1), sugere o envolvimento marginal de fontes orto-derivadas da crosta inferior. As idades de cristalização e a composição do batólito indicam que seu magmatismo é correlacionável com granitos peraluminosos do Domínio Embu e do Orógeno Araçuaí. / Peraluminous granitic magmas are produced by anatexis of crustal rocks in continental orogenic belts. Orogenic granites of Central Ribeira Belt are correlated with the collision of lithospheric blocks during Neoproterozoic. The Serra das Araras Batholith is a tabular granitic body of peraluminous composition located at Paraíba do Sul Domain, southwestwards of Rio de Janeiro state - Brazil. The body is elongated at NE-SW direction and its deformation was produced by ductile shear zones with dextral movement component, which has also controlled magma emplacement. The aim of this study is to characterize the Serra das Araras Batholith and to provide petrography, whole-rock geochemistry (major and trace elements), mineral chemistry (EPMA) and combined LA-ICP-MS U-Pb and Lu-Hf isotopic analyses in zircon grains. Three representative samples were analyzed for isotopic determination in order to obtain crystallization and metamorphic U-Pb ages. These samples are composed of monzogranite with protomylonitic texture; a 15-30 cm thick syenogranite dyke and a biotite-hornblende quartz diorite enclave. Plagioclase is Andesine and Oligoclase (An16-38). Anorthite contents display a progressive zoning with rims having lower contents than cores. All samples exhibit almandine-rich phases, with slightly Mg-rich cores and Mn-rich rims, produced by metamorphism of medium to low grade. Zircon U-Pb isotopic data reveal that the batholith was emplaced ca. 595 Ma and was generated at the same middle-Ediacaran tectono-thermal event that generated voluminous I-type and S-type granitoids of post-collisional character at Embu/Paraíba do Sul Domain. Lu-Hf isotopic data suggest that late-Rhyacian to Orosian juvenile and continental crust have been sources of metasedimentary protoliths of Serra das Araras Batholith. The contrasting composition of the quartzdiorite enclave (sample SA-06), of metaluminous character and less negative \'\'épsilon\'Hf IND.t\' values (between - 5.7 and -8.1), suggests a marginal involvement of ortho-derived igneous rocks of the lower crust. The crystallization ages of the granites are coeval with peraluminous granites of Embu Domain and of Araçuaí Belt.
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Sedimentology and Chemostratigraphy of the Ediacaran Shuram Formation, Nafun Group, OmanLe Guerroué, Erwan 17 April 2006 (has links) (PDF)
Une grande partie de la période Néoprotérozoïque Ediacarienne, depuis la fin de la glaciation Marinoan (c. 635 Ma) jusqu'à la limite Précambrienne-Cambrienne (c. 542 Ma), est caractérisée par d'amples excursions négatives de la courbe isotopique du carbone dans l'enregistrement CArbonaté. Ces excursions sont observables dans la 'cap séquence' Marinoan, la Shuram-Wonoka et la limite Précambrienne-Cambrienne (Fig. 0.1).<br> La succession Néoprotérozoïque d'Oman, quasiment complète, repose sur un socle daté à 822-825 Ma. Le SuperGroup de Huqf affleure largement au nord de l'Oman, dans le coeur de l'anticlinal du Jabal Akhdar. Il est constitué des sédiments glaciogéniques du group de Abu Mahara (723+16/-10 Ma). L'événement glaciaire se termine avec la 'cap carbonate formation de Hadash d'âge supposé Marinoan (c. 635 Ma). Le groupe de Abu Mahara contiens aussi les volcaniclastiques du Membre de Saqlah caractérisant un épisode d'extension crustal.<br> Le Groupe de Nafun, situé au-dessus de la Marinoan cap carbonate (Formation de Hadash), représente deux 'grands cycles' siliciclastiques à carbonatés, tous deux initiés par de grandes transgressions. Ces cycles comprennent les formations de Masirah Bay/Khufai et les formations de Shuram/Buah. La Formation de Khufai est organisée selon un profil de rampe carbonatée et représente des cycles carbonatés en «shallowing-upward» (HST), allant de facies de rampe externe à des facies à grainstones cross-stratifiés et des dépôts de back-shoal de milieu de rampe, à des cycles «shallowing upward» de rampe interne. En domaine distal, la fin du Khufai highstand est marquée par des petits chenaux incisifs, suivi d'un système transgressif dominé par des argiles monotones, déposées sous la limite d'action des vagues de tempête. Dans le Huqf (domaine proximal du bassin), la Formation de Shuram enregistre une diminution progressive de la tranche d'eau qui se traduit par une série de parasequences «shallowing upward» constituées de dépôts de tempête. Les dépôts siliciclastiques de Shuram passent progressivement aux environnements en rampe carbonatée progradante de Buah. L'excursion de Shuram (Group de Nafun, Supergroup de Huqf) d'Oman est caractérisée par une amplitude exceptionnelle (+5‰ to -12‰ d13C; Fig. 0.1) et un long enregistrement stratigraphique (~800 m). Cette tendance est observée à travers tout l'Oman, de l'affleurement à la sub-surface, et ce indépendamment des faciès sédimentaires. L'excursion est globalement en phase avec les changements relatifs du niveau marin, le paroxysme du d13C étant atteint dans la partie inferieure de Shuram, au niveau de la zone d'inondation maximum, alors que le retour aux valeurs positives apparaît avec le prisme de haut niveau de Buah. La Formation de Shuram affleure parfaitement sur les 40 km d'escarpement N-S du nord de la région du Huqf. Elle montre un empilement de parasequences «shallowing upward» dominées par des dépôts de tempête. À l'échelle de la parasequence, les valeurs isotopiques du carbone reflètent la position stratigraphique dans la pile de parasequences, et chaque parasequence montre une variation des valeurs du d13C avec la direction de progradation. Ces informations stratigraphiques et isotopiques ainsi que la reproductibilité du signal isotopique à travers l'Oman suggèrent une origine primaire et océanographique du rapport isotopique du carbone. L'excursion est contrainte par des âges radiométriques combinés à une modélisation de la subsidence thermique du bassin. Son initiation est datée à ~600 Ma, pour une durée d'approximative de 50 Ma. L'excursion, bien documentée en Oman, présente des équivalents probables dans d'autres séries Ediacariennes et pourrait constituer une spécificité de la période Ediacarienne. Cependant, une corrélation globale demeure spéculative en raison d'un enregistrement sédimentaire souvent limité par de nombreuses discordances. En Chine, la Formation de Doushantuo enregistre probablement la fin de l'excursion autour de 551 Ma. La période Ediacarienne est aussi marquée par la glaciation non-global et de courte durée de Gaskiers, autour de 580 Ma, et ces possibles corrélatifs moins bien temporellement contraints. Si la chronologie proposée est correcte, la glaciation de Gaskiers est alors comprise dans une excursion négative de large amplitude et de longue durée du carbone isotopique. La glaciation apparaît aussi sans effet direct sur l'enregistrement isotopique et stratigraphique d'Oman et des autres sections du même âge. Le fait qu'une excursion de l'isotope du carbone de cette amplitude peut être identifiée dans les sédiments Ediacariens de plusieurs continents indique qu'il s'agit d'un phénomène océanographique global, reflétant la composition océanique par laquelle les carbonates sont précipités. Une telle excursion est inhabituelle dans les temps géologiques et son explication représente un vrai défi. Cependant, le cas Shuram démontre que les excursions négatives des isotopes du carbone ne sont par liées aux glaciations per se et que l'enregistrement du carbone isotopique marin ne peut être utilisé comme témoin direct des glaciations Néoprotérozoïques.<br> Toutes tentative d'interprétation de l'excursion de Shuram doit alors inclure un temps de résidence exceptionnellement long en comparaison avec les perturbations du cycle du carbone Phanérozoïques (Fig. 0.1) et doit engager un réservoir de matériel appauvri en 13C suffisamment large (e.g. carbone organique dissous).
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