Esta tese tem como objetivo investigar o conceito de comunidade ética, temática por Kant desenvolvida na terceira parte do escrito A religião nos limites da simples razão. Tal investigação se direciona no sentido de abordar o que denominamos de desdobramento do conceito de comunidade ética. Kant, cabe dizer, não se serve ou aponta explicitamente para algo semelhante a um desdobramento conceitual da noção de comunidade ética. Com efeito, a sua argumentação permite que tal avaliação seja extraída, uma vez que há, relativamente à noção de comunidade ética, uma visível sobreposição de definições. A comunidade ética, inicialmente, é definida nos termos de uma união dos homens sob leis de virtude. Essa definição basilar se impõe em vista do que Kant denomina de estado de natureza ético, um estado de corrupção moral que se apresenta sob a alçada da coletividade. Ocorre que, embora esse conceito de comunidade ética (enquanto uma união sob leis de virtude) supra a necessidade inicial de se pensar uma condição antagônica ao estado de natureza ético, ele por si só, na medida em que Kant pretende lhe conferir maior inteligibilidade, não se sustenta. Em vista das necessidades argumentativas que se impuseram, seja de clareza, seja de completude, Kant foi levado a desdobrar a noção inicial de uma união sob leis de virtude em mais outros dois domínios. Daí que a comunidade ética também foi definida nos termos de um povo de Deus sob leis de virtude e, por último, nos termos de uma igreja. O desdobramento do conceito de comunidade ética, cabe ainda dizer, não diz respeito a uma negação do que anteriormente havia sido definido, mas a uma agregação de informações ou momentos argumentativos apresentados no sentido de melhor traduzir o que Kant pretende explicitar quando se vale dessa noção. A tese tem, enfim, por um lado, o objetivo de reconstruir o desdobramento do conceito de comunidade ética e, por outro, identificar as necessidades argumentativas que levaram Kant a acrescentar mais dois estágios de compreensão para tal conceito. / This thesis aims at investigating the concept of ethical community, topic developed by Kant in the third part of the work Religion within the boundaries of mere reason. Such an investigation is directed towards approaching what we call the unfolding of the concept of ethical community. Kant, it must be said, does not use or point explicitly to something like a conceptual unfolding of the notion of ethical community. Indeed, his argumentation allows such an assessment to be drawn, since there is, related to the notion of ethical community, a visible overlap of definitions. Initially, ethical community is defined in terms of a union of men under laws of virtue. This basic definition is imposed in view of what Kant names as the ethical state of nature, a state of moral corruption which is presented under the jurisdiction of collectivity. Although this concept of ethical community (as a union under the laws of virtue) supplies the initial need of thinking about an antagonistic condition to the ethical state of nature, the concept, alone, does not sustain itself when Kant intends to give it more intelligibility. In view of the argumentative needs that are imposed, concerning clarity or completeness, Kant was led to deploy the initial notion of a union under the laws of virtue into two other domains. Thus, ethical community was also defined in terms of a people of God under the laws of virtue and, at last, in terms of a church. The unfolding of the concept of ethical community is not concerned with a negation of what had previously been defined, but with an aggregation of information or argumentative moments presented to better translate what Kant intended to make explicit when employing this notion. To sum up, the thesis, on the one hand, has the objective of reconstructing the unfolding of the concept of ethical community and, on the other hand, of identifying the argumentative needs which led Kant to add more stages of comprehension to this concept.

Esta tese tem como objetivo investigar o conceito de comunidade ética, temática por Kant desenvolvida na terceira parte do escrito A religião nos limites da simples razão. Tal investigação se direciona no sentido de abordar o que denominamos de desdobramento do conceito de comunidade ética. Kant, cabe dizer, não se serve ou aponta explicitamente para algo semelhante a um desdobramento conceitual da noção de comunidade ética. Com efeito, a sua argumentação permite que tal avaliação seja extraída, uma vez que há, relativamente à noção de comunidade ética, uma visível sobreposição de definições. A comunidade ética, inicialmente, é definida nos termos de uma união dos homens sob leis de virtude. Essa definição basilar se impõe em vista do que Kant denomina de estado de natureza ético, um estado de corrupção moral que se apresenta sob a alçada da coletividade. Ocorre que, embora esse conceito de comunidade ética (enquanto uma união sob leis de virtude) supra a necessidade inicial de se pensar uma condição antagônica ao estado de natureza ético, ele por si só, na medida em que Kant pretende lhe conferir maior inteligibilidade, não se sustenta. Em vista das necessidades argumentativas que se impuseram, seja de clareza, seja de completude, Kant foi levado a desdobrar a noção inicial de uma união sob leis de virtude em mais outros dois domínios. Daí que a comunidade ética também foi definida nos termos de um povo de Deus sob leis de virtude e, por último, nos termos de uma igreja. O desdobramento do conceito de comunidade ética, cabe ainda dizer, não diz respeito a uma negação do que anteriormente havia sido definido, mas a uma agregação de informações ou momentos argumentativos apresentados no sentido de melhor traduzir o que Kant pretende explicitar quando se vale dessa noção. A tese tem, enfim, por um lado, o objetivo de reconstruir o desdobramento do conceito de comunidade ética e, por outro, identificar as necessidades argumentativas que levaram Kant a acrescentar mais dois estágios de compreensão para tal conceito. / This thesis aims at investigating the concept of ethical community, topic developed by Kant in the third part of the work Religion within the boundaries of mere reason. Such an investigation is directed towards approaching what we call the unfolding of the concept of ethical community. Kant, it must be said, does not use or point explicitly to something like a conceptual unfolding of the notion of ethical community. Indeed, his argumentation allows such an assessment to be drawn, since there is, related to the notion of ethical community, a visible overlap of definitions. Initially, ethical community is defined in terms of a union of men under laws of virtue. This basic definition is imposed in view of what Kant names as the ethical state of nature, a state of moral corruption which is presented under the jurisdiction of collectivity. Although this concept of ethical community (as a union under the laws of virtue) supplies the initial need of thinking about an antagonistic condition to the ethical state of nature, the concept, alone, does not sustain itself when Kant intends to give it more intelligibility. In view of the argumentative needs that are imposed, concerning clarity or completeness, Kant was led to deploy the initial notion of a union under the laws of virtue into two other domains. Thus, ethical community was also defined in terms of a people of God under the laws of virtue and, at last, in terms of a church. The unfolding of the concept of ethical community is not concerned with a negation of what had previously been defined, but with an aggregation of information or argumentative moments presented to better translate what Kant intended to make explicit when employing this notion. To sum up, the thesis, on the one hand, has the objective of reconstructing the unfolding of the concept of ethical community and, on the other hand, of identifying the argumentative needs which led Kant to add more stages of comprehension to this concept.

Esta tese tem como objetivo investigar o conceito de comunidade ética, temática por Kant desenvolvida na terceira parte do escrito A religião nos limites da simples razão. Tal investigação se direciona no sentido de abordar o que denominamos de desdobramento do conceito de comunidade ética. Kant, cabe dizer, não se serve ou aponta explicitamente para algo semelhante a um desdobramento conceitual da noção de comunidade ética. Com efeito, a sua argumentação permite que tal avaliação seja extraída, uma vez que há, relativamente à noção de comunidade ética, uma visível sobreposição de definições. A comunidade ética, inicialmente, é definida nos termos de uma união dos homens sob leis de virtude. Essa definição basilar se impõe em vista do que Kant denomina de estado de natureza ético, um estado de corrupção moral que se apresenta sob a alçada da coletividade. Ocorre que, embora esse conceito de comunidade ética (enquanto uma união sob leis de virtude) supra a necessidade inicial de se pensar uma condição antagônica ao estado de natureza ético, ele por si só, na medida em que Kant pretende lhe conferir maior inteligibilidade, não se sustenta. Em vista das necessidades argumentativas que se impuseram, seja de clareza, seja de completude, Kant foi levado a desdobrar a noção inicial de uma união sob leis de virtude em mais outros dois domínios. Daí que a comunidade ética também foi definida nos termos de um povo de Deus sob leis de virtude e, por último, nos termos de uma igreja. O desdobramento do conceito de comunidade ética, cabe ainda dizer, não diz respeito a uma negação do que anteriormente havia sido definido, mas a uma agregação de informações ou momentos argumentativos apresentados no sentido de melhor traduzir o que Kant pretende explicitar quando se vale dessa noção. A tese tem, enfim, por um lado, o objetivo de reconstruir o desdobramento do conceito de comunidade ética e, por outro, identificar as necessidades argumentativas que levaram Kant a acrescentar mais dois estágios de compreensão para tal conceito. / This thesis aims at investigating the concept of ethical community, topic developed by Kant in the third part of the work Religion within the boundaries of mere reason. Such an investigation is directed towards approaching what we call the unfolding of the concept of ethical community. Kant, it must be said, does not use or point explicitly to something like a conceptual unfolding of the notion of ethical community. Indeed, his argumentation allows such an assessment to be drawn, since there is, related to the notion of ethical community, a visible overlap of definitions. Initially, ethical community is defined in terms of a union of men under laws of virtue. This basic definition is imposed in view of what Kant names as the ethical state of nature, a state of moral corruption which is presented under the jurisdiction of collectivity. Although this concept of ethical community (as a union under the laws of virtue) supplies the initial need of thinking about an antagonistic condition to the ethical state of nature, the concept, alone, does not sustain itself when Kant intends to give it more intelligibility. In view of the argumentative needs that are imposed, concerning clarity or completeness, Kant was led to deploy the initial notion of a union under the laws of virtue into two other domains. Thus, ethical community was also defined in terms of a people of God under the laws of virtue and, at last, in terms of a church. The unfolding of the concept of ethical community is not concerned with a negation of what had previously been defined, but with an aggregation of information or argumentative moments presented to better translate what Kant intended to make explicit when employing this notion. To sum up, the thesis, on the one hand, has the objective of reconstructing the unfolding of the concept of ethical community and, on the other hand, of identifying the argumentative needs which led Kant to add more stages of comprehension to this concept.

Diese Dissertation umfasst drei Papiere, die sich mit den Konsequenzen von verpflichtend aufzustellender finanzieller Berichterstattung befassen. Die erste Studie beschäftigt sich mit einer Gesetzesänderung, die Investoren betrifft, deren Stimmrechtsanteile offenzulegen sind. Sie untersucht, welche Investoren ihre Unternehmensanteile anpassen, nachdem die Gesetzesänderung, die in einer Herabsetzung des Eingangsschwellenwerts für Stimmrechtsmitteilungen resultiert, in Kraft tritt. Die Ergebnisse sind konsistent mit einer Umschichtung in der Eigentümerstruktur von Unternehmen. Sie zeigen, dass Investmentfonds und, in etwas geringerem Maße, Banken ihre Anteile reduzieren während nichtfinanzielle Unternehmen ihre Anteile erhöhen. Die zweite Studie befasst sich mit der Rolle von Offenlegungsinstrumenten für Portfolioentscheidungen von einem speziellen Investorentyp, Investmentfonds. Sie analysiert, ob die Vergleichbarkeit von Rechnungslegungsinformationen mit der Zugehörigkeit zu Portfolios von Investmentfonds assoziiert ist. Die Ergebnisse stehen im Einklang mit der Bedeutung von Vergleichbarkeit in der Rechnungslegung für die Selektion von Portfoliounternehmen. Investmentfonds nehmen Unternehmen mit einer größeren Wahrscheinlichkeit in ihr Portfolio auf, wenn die Rechnungslegungsinstrumente dieser Unternehmen eine höhere Vergleichbarkeit mit den Rechnungslegungsinstrumenten anderer Portfoliounternehmen aufweisen. Die dritte Studie legt die Aufmerksamkeit auf Fachkräfte in der Rechnungslegung, die die Erstellung von Offenlegungsinstrumenten unterstützen, Wirtschaftsprüfer und Berater. Sie betrachtet Determinanten ihrer Entscheidung, temporär innerhalb der Unternehmensstrukturen zu migrieren, mit Bezug auf länder- und berufsspezifische Charakteristika. Die Ergebnisse deuten an, dass Unterschiede in der Rechnungslegungs- und Steuerregulierung Migrationsentscheidungen beeinflussen können. / This dissertation comprises three papers on the consequences of mandatory, financial disclosures. The first study focuses on a rule change which applies to investors who are required to disclose their ownership in firms. It investigates which investor types adjust their holdings in response to this rule change, the introduction of lower reporting thresholds. Results are consistent with a reshuffling of the ownership structure of firms. Precisely, they show that mutual funds and, to a lesser extent, banks decrease their holdings while non-financial corporations increase their holdings. The second study concentrates on the role of disclosures in portfolio decisions of one particular investor type, mutual funds. It analyzes whether comparability of firms’ accounting disclosures is associated with their membership in mutual funds’ portfolios. Results are in line with accounting comparability mattering for portfolio selection. Specifically, mutual funds are more likely to include a firm in their portfolio if the firm is more comparable, in accounting terms, to existing portfolio peers. The third study shifts the attention to accounting professionals who assist in the preparation of financial disclosures, auditors and consultants. It studies country-level as well as occupation-specific determinants of the decision to temporarily migrate within firms. Results suggest that differences in accounting and tax rules across countries can affect migration decisions of these professionals.

Dans ce travail, nous avons étudié la notion de progrès telle qu'elle se présente dans les multiples opuscules de Kant sur l'histoire. Avant de circonscrire cette notion, nous avons déterminé le statut de la réflexion philosophique sur l'histoire au sein de la philosophie transcendantale. Par la suite, nous avons explicité la notion de progrès à travers l' « Idée d'une histoire universelle au point de vue cosmopolitique » de 1784, le texte de 1793, « La religion dans les limites de la simple raison » et enfin « Le conflit des facultés » de 1798. En plus de montrer que plusieurs points de vue demeurent possibles chez Kant pour considérer le cours de l'histoire de l'humanité, nous avons fait le point de façon critique sur les diverses interprétations présentées dans la littérature secondaire concernant la notion de progrès et avons discuté les problèmes qu'elle soulève dans les opuscules sur l'histoire.

Par ce mémoire, nous voulons participer à rétablir un équilibre dans l'interprétation de la philosophie pratique d'Emmanuel Kant, laquelle philosophie fut souvent accusée d'être « sévère », rigoriste voire austère. Nous étudions la définition et l'ensemble des rôles du bonheur dans la morale kantienne. Les ouvrages utilisés sont notamment la deuxième Critique et les Fondements de la métaphysique des mœurs. Nous nous penchons ainsi principalement sur la critique de l'eudémonisme, sur le bonheur comme fin naturelle nécessaire, sur les devoirs direct et indirect de travailler au bonheur et sur le but final et nécessaire de la raison pratique, le souverain Bien. Il est ainsi montré que Kant accorde une très grande importance au bonheur, bien qu'il refuse que son désir soit le principe fondateur et déterminant de la moralité.