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Qualidade de vida, qualidade de sono, transporte mucociliar, citocinas inflamatórias e endotipos na rinite alérgica e na rinossinusite crônica / Quality of life, sleep quality, mucociliary transport, inflammatory cytokines and endotypes in allergic rhinitis and chronic rhinosinusitisLuciana Mazoti Lopes da Fonseca 05 December 2018 (has links)
Introdução: A rinite alérgica (RA) e a rinossinusite crônica (RSC) são doenças inflamatórias nasais com prevalência alta e crescente. Estima-se que 15,5% dos norte-americanos tenham RSC, e estudo recente encontrou prevalência de 5,51% na cidade de São Paulo, enquanto a RA acomete entre 10 e 20% da população mundial. Apesar de terem mecanismos fisiopatológicos distintos, em ambas, há recrutamento de células de defesa, principalmente linfócitos T, e produção de citocinas inflamatórias. Esses mediadores variam não apenas entre as doenças, mas também entre as populações acometidas, e seu conhecimento é importante para o diagnóstico correto e direcionamento da terapia escolhida. Objetivos: Mapear os mediadores inflamatórios presentes no lavado nasal e no condensado do ar exalado na RSC e na RA, avaliando possíveis biomarcadores da doença, e analisar o endotipo inflamatório dos pacientes estudados. Além disso, avaliar a qualidade de vida, o nível de obstrução nasal, a qualidade do sono dos pacientes afetados, o transporte mucociliar e coletar material para análise de pH, contagem de células totais e seu diferencial. Pacientes e métodos: Estudo exploratório prospectivo em corte transversal, sendo os pacientes divididos em quatro grupos: 1) Grupocontrole com pacientes sem queixas; 2) Pacientes com RA com prick test positivo; 3) Pacientes com RSC com polipose; e 4) Pacientes com RSC sem polipose. Todos os pacientes responderam a quatro questionários: 20-Item Sino-Nasal Outcome Test (SNOT-20p), Nasal Obstruction Symptom Evaluation (NOSE), o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (Pittsburgh Sleep Quality Index - PSQI-BR) e o questionário para triagem e diagnóstico da asma da European Community Respiratory Health Survey (ECRHS). Foi realizado exame físico, incluindo endoscopia nasal (escore de Lund- Kennedy modificado) e, nos pacientes com RSC, avaliação da tomografia computadorizada (TC) de face (escore de Lund-Mackay). Foi também avaliado o transporte mucociliar por meio do teste da sacarina. Coletou-se o condensado do ar exalado para análise do pH e lavado nasal para avaliação do pH, da presença de citocinas e da celularidade (total e diferencial). Foi avaliada a presença de IL-4, IL-5, IL-8, IL-17A, IL-22, TNF-Alfa e IFN-Gama no lavado nasal e IL-5, IL-17A, IL-22 e IFN-Gama no condensado do ar exalado. Resultados: Os pacientes com RSC apresentaram escores significativamente piores nos questionários de obstrução nasal (NOSE, p < 0,01) e qualidade de vida (SNOT-20p, p < 0,01) quando comparados aos controles, e tanto os pacientes com RSC quanto com RA apresentaram pior qualidade do sono (PSQI-BR, p < 0,01). O escore de extensão de Lund- Mackay foi mais elevado nos pacientes com RSC com polipose (p < 0,02). O teste da sacarina apresentou tempo mais prolongado no grupo RSC com polipose (p < 0,01). O pH do condensado do ar exalado não diferiu entre os grupos. O grupo RSC com polipose apresentou tanto diferença do pH (p < 0,01) quanto da contagem de células totais do lavado nasal (p < 0,01) quando comparado ao grupo-controle, porém sem diferença na contagem diferencial. IFN? do condensado foi mais elevado no grupo RA em comparação ao grupo C (p=0,05), enquanto IL-5 foi mais alto no grupo RSC com polipose quando comparado ao grupo RSC sem polipose (p=0,02). Os pacientes foram, então, divididos em endotipos, segundo os grupos descritos por Tomassen et al., sendo que endotipos são os subtipos da doença definidos funcionalmente e patologicamente por mecanismos moleculares distintos. Conclusão: Pacientes com RSC apresentaram escores piores nos questionários de qualidade de vida (SNOT-20p e NOSE), o que, em parte, poderia ser atribuído à pior qualidade do sono apresentada tanto por estes pacientes quanto pelos portadores de RA. O teste da sacarina evidenciou pior transporte mucociliar nos pacientes com RSC com polipose. Não houve diferença do pH do condensado do ar exalado, sugerindo que, apesar de interessante na avaliação das vias aéreas inferiores, este pode não ser um bom teste para análise das vias aéreas superiores. Foram encontradas alterações significantes tanto do pH quanto da contagem de células totais do lavado nasal do grupo com RSC com polipose, sem, no entanto, haver diferença na contagem diferencial. Dos 17 pacientes com RSC com perfil completo de citocinas, 12 se encaixam em endotipos já descritos, sendo que, dos cinco restantes, dois apresentam o mesmo perfil, podendo indicar um novo subgrupo / Introduction: Allergic rhinitis (AR) and chronic rhinosinusitis (CRS) are nasal inflammatory diseases with high and increasing prevalence. It is estimated that 15.5% of Americans have CRS, and a recent study found a prevalence of 5.51% in the city of São Paulo, while AR affects between 10 and 20% of the world population. Although they have distinct pathophysiological mechanisms, in both there is recruitment of defense cells, mainly T lymphocytes, and production of inflammatory cytokines. These mediators vary not only between diseases but also among affected populations, and their knowledge is important for the correct diagnosis and targeting of the therapy chosen. Objectives: To map the inflammatory mediators present in the nasal wash and the exhaled breath condensate in the CRS and AR, evaluating possible biomarkers of this diseases, and to analyze the inflammatory endotype of the patients studied. In addition, assess quality of life, level of nasal obstruction, sleep quality of affected patients, mucociliary transport and collect samples for pH analysis, total cell count and its differential. Patients and Methods: Prospective cross-sectional exploratory study, divided into four groups: 1) Control group with patients without complaints 2) Patients with AR with prick test positive 3) Patients with CRS with polyps 4) Patients with CRS without polyps. All patients responded to four questionnaires: 20-Item Sino-Nasal Outcome Test (SNOT-20p), Nasal Obstruction Symptom Evaluation (NOSE), Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI-BR) and European Community Respiratory Health Survey (ECRHS) questionnaire for screening and diagnosis of asthma. A physical examination was performed, including nasal endoscopy (modified Lund-Kennedy score) and, in patients with CRS, a computerized tomography (Lund-Mackay score) evaluation. The mucociliary transport was also evaluated through the saccharin test. The exhaled breath condensate was collected for pH analysis and the nasal wash for evaluation of pH, cytokines and cellularity (total and differential). The presence of IL-4, IL-5, IL-17, IL-17A, IL-22, TNF-Alfa and IFN-Gama in the nasal wash and IL-5, IL-17A, IL-22 and IFN-Gama in the exhaled breath condensate. Results: Patients with CRS had significantly worse scores in the nasal obstruction questionnaire (NOSE, p < 0.01) and quality of life questionnaire (SNOT-20p, p < 0.01) when compared to controls, and both patients with CRS and AR presented worse sleep quality (PSQI-BR, p < 0.01). The Lund-Mackay extension score was higher in patients with CRS with polyps (p < 0.02). The saccharin test showed longer time in the CSR group with polyps (p < 0.01). The pH of the exhaled breath condensate did not differ between groups. The CRS with polyps group presented both pH difference (p < 0.01) and higher total nasal wash cell count (p < 0.01) when compared to the control group, but with no difference in the differential count (p = 0.05), while IL-5 was higher in the CRS group with polyps when compared to the RSC without polyps group (p = 0.02). Patients were then divided into endotypes according to the groups described by Tomassen et al, Endotypes are the subtypes of the disease defined functionally and pathologically by distinct molecular mechanisms. Conclusions: Patients with CRS presented worse scores on quality of life questionnaires (SNOT-20p and NOSE), which could be attributed in part to the poorer quality of sleep presented by both patients with CRS and AR. The saccharin test evidenced worse mucociliary transport in patients with CRS with polyps when compared with control group. There was no difference in the pH of the exhaled breath condensate, suggesting that, although interesting in the evaluation of the lower airways, this may not be a good test for analyzing the upper airways. Significant alterations were found in both pH and total nasal wash cell count in the CSR group with polyposis, but there was no difference in the differential count. Of the 17 patients with CRS with complete cytokine profile, 12 fit into already described endotypes, and of the remaining five, two have the same profile, which may indicate a new subgroup
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Estudo das interleucinas no processo inflamatório na doença pulmonar obstrutiva crônica, Prednisona/uso terapêutico, / -Denise Moreira de Andrade Cotrim 14 September 2004 (has links)
Embora a utilização do corticóide oral não seja indicada no tratamento de manutenção na doença pulmonar obstrutiva crônica, identificamos em nosso ambulatório, um grupo de pacientes que fazem uso desta medicação de forma continuada e, nos quais, todas as tentativas anteriores de retirada da medicação, havia resultado em exacerbação dos sintomas. O objetivo deste estudo foi o de analisar os fenômenos inflamatórios associados à tentativa de redução progressiva do corticóide oral nesses doentes. Avaliamos o escarro induzido de 14 pacientes usuários crônicos de corticóide. Após a avaliação basal, realizada enquanto os pacientes faziam uso de sua dose habitual da medicação (V0), procedemos ao aumento da prednisona a 40 mg por dia, por duas semanas (V1). A seguir, reduzimos progressivamente a dose até que ocorresse uma exacerbação (EXAC), quando a dose de 40 mg de prednisona foi re-introduzida por duas semanas (APÓS). Comparamos os resultados deste grupo aos de um grupo de pacientes portadores de DPOC não-usuários de corticóide oral. Esses pacientes foram avaliados na condição basal (V0), quando exacerbaram (EXAC) e após o tratamento com 40 mg de prednisona, por duas semanas (APÓS). As variáveis analisadas no escarro foram: % de neutrófilos, % de eosinófilos, % de macrófagos, número total de células, interleucinas 4, 6 e 8. Constatamos que o grupo corticóide apresentou um aumento significativo na porcentagem de eosinófilos na exacerbação em relação a V0, e uma redução significativa em APÓS, em relação a EXAC. Isto não ocorreu no grupo não-corticóide. Ao compararmos os dois grupos, observamos que a concentração das interleucinas 4, 6 e 8, foi significativamente mais alta no grupo corticóide em V0 e na exacerbação em relação ao grupo não-corticóide. Quando analisamos o comportamento das interleucinas nas avaliações seqüenciais, dentro de cada grupo, observamos que a interleucina 4 tendeu à elevação na exacerbação, no grupo corticóide, sem atingir, entretanto, significância estatística. As interleucinas 6 e 8 aumentaram significativamente no grupo corticóide na visita APÓS. Concluímos que a retirada progressiva de corticóide oral induz a exacerbação em pacientes com DPOC corticóide-dependentes com um processo inflamatório eosinofílico, que tende à reversão após o aumento da dose do corticóide / Although in chronic obstructive lung disease the use of oral corticoid is not indicated in the maintenance treatment, we identified a group of patients that make use of this medication continuously. The objective of this study was to analyze the inflammatory phenomena associated to the attempt of progressive reduction of oral corticoids in these patients. We evaluated induced sputum of 14 patients on long-term use of oral corticoids. After the basal evaluation, accomplished while the patients made use of their habitual dose of the medication (V0), we increased the dose of prednisone to 40 mg daily for two weeks (V1). To proceed we reduced the dose progressively until an exacerbation occurred (EXAC), when the dose of prednisone 40 mg daily was reintroduced for two weeks (AFTER). We compared the results to a group of patients with COPD not on use of oral corticoids, that were appraised in the basal condition (V0), when they exacerbated (EXAC) and after the treatment with prednisone 40 mg daily for two weeks (AFTER). The variables analyzed in the sputum were:, % of neutrophils, % of eosinophils, % of macrophages, total number of cells, interleukins 4, 6 and 8. We verified that the corticoid group presented a significant increase in the percentage of eosinophils at the exacerbation in relation to V0, and a significant reduction in AFTER in relation to EXAC. This didn\'t happen in the non corticoid group. When we compared the two groups we observed that the concentration of the interleukins was significantly higher in corticoid group in V0 and at the exacerbation in relation to the non corticoid group. When we analyzed the behavior of the interleukins along the evaluations in each group we observed that interleukin 4 tended to an elevation at the exacerbation in the corticoid group, without reaching statistical significance. Interleukins 6 and 8 increased significantly in the corticoid group in the visit AFTER. We concluded that the progressive reduction of oral corticoid induces exacerbation in patients with COPD on long-term use of prednisone with an eosinophilic inflammatory process that tends to reverse after the increase of the dose of the corticoid
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