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O segredo de Macabéas = relações entre A hora da estrela, de Clarice Lispector, e o filme homônimo de Suzana Amaral / Macabéas' secret : relations between The hour of the star, by Clarice Lispector, and the movie directed by Suzana AmaralMachuca, Jaqueline Castilho 16 August 2018 (has links)
Orientador: Suzi Frankl Sperber / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-16T07:11:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2010 / Resumo: O trabalho aqui proposto aborda as relações existentes entre o romance A Hora da Estrela, publicado em 1977, por Clarice Lispector, e o filme homônimo de Suzana Amaral, lançado em 1985. Os elementos que estruturam a literatura e o cinema são diferentes e estabelecer parâmetros de comparação fez-se necessário. Assim, as análises aqui expostas estão centradas, sobretudo, no confronto entre a caracterização proposta para Macabéa no livro e no longa metragem. Para tanto, foram utilizadas diferentes correntes teóricas, que vão da teoria da literatura aos estudos sobre cinema. As especificidades de cada texto, livro e filme, ao mesmo tempo em que facilitam a pesquisa, já que os objetos de análise têm características próprias e podem, portanto, ser analisados separadamente, enredam-nos a possibilidades antes não pensadas, pois a transposição da história de Macabéa para o cinema suprime e insere elementos que devem ser confrontados: o texto de Suzana Amaral parece dizer a mesma coisa que o de Lispector, mas com recursos e linguagens diferentes. A supressão do narrador Rodrigo S.M., tão caro ao texto de Lispector, dá ao longa metragem maior destaque à sensibilidade da protagonista que, marcante no livro, é mesclada à tentativa de S.M. em comicizar e ridicularizar a heroína com o intuito de se afirmar dentro da sociedade. Rodrigo não existe no filme, fato que faz com que o texto de Suzana ganhe significações diferentes, pois a datilógrafa passa a ser vista através do olhar das demais personagens e não mais de um narrador. Mas é através do perfil sensível que Macabéa deve ser percebida, tanto em um texto quanto em outro, pois, no romance, a protagonista se desprende de S.M. através de pequenos luxos, pequenos prazeres, que são transpostos em grande número para o texto de Amaral. A emoção sentida por Macabéa em certas passagens ganha vida com a interpretação de Marcélia Cartaxo, que com poucas falas no filme, consegue traduzir para o cinema os sentimentos e as emoções de uma heroína, aparentemente calada por ser marginal, mas que na verdade usa a parcimônia como uma arma para enfrentar o sistema / Abstract: This essay shows the relations between the novel The Hour of the Star, published in 1977, by Clarice Lispector, and the movie, with the same title, directed by Suzana Amaral and released in 1985. The elements which structure literature and cinema are different , so it was necessary to establish parameters to compare them.. This way, the analysis exposed here is centered, specially, comparing Macabea's characterization in the novel and in the movie, as well. For that, were used many theoretical thoughts, which go from literature theory to cinema studies. The particularities of the both texts, novel and movie, when analyzed separately, can make the research easier, because the objects that are analyzed have own characteristics and may be studied with their specifies. In the other hand, the translation of Macabea's story to the cinema leave out and place elements which must be studied together with the both texts: Amaral film seems to say the same thing that Lispector's novel, but with different resources. The narrator suppression , so important to the novel, gives to the movie other focus, like Macabea's sensibility, which is presented in the book, but is mixed with Rodrigo S.M. tentative to ridicule the main character , narrator who aims to confirm himself inside the society. Rodrigo doesn't exist in the movie, that's why, Suzana's text wins different meanings, after all the dactylographer can be seen by the other characters and not anymore only by the narrator eyes. But, it is through the sensitive profile that Macabea can be seen : she has little luxuries, little pleasures, which are transported to Amaral's text. The emotion expressed by Macabea in the novel is in the movie with Marcelia Cartaxo interpretation, who has few speeches in the movie, but can translate to the film Macabea's feelings and emotions, apparently quiet because she is marginal, however she uses the silence to face up the society / Mestrado / Literatura e Outras Produções Culturais / Mestre em Teoria e História Literária
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Corpos ex-cêntricos: o feminino e a linguagem em A cidade sitiada e em Hora da estrela, de Clarice Lispector / Ex- centric bodies: the feminine and the language in A cidade sitiada and A hora da estrela, by Clarice LispectorBorges, Luana Silva 17 October 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-10-17 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The critical fortune of Clarice Lispector treated, in much, female characters who
struggle against the anguish and the nullification within wealthy families. Are women
who live in bourgeois contexts, facing daily exhaustive dedication to others: canceled
amid children, husbands, the society events that pressure them. However, if the studies
favored, greatly, the transgressors streams of consciousness of these protagonists, there
is a hue less discussed by critics. It regards the female profiles subjectified in contexts
economically peripheral. Here, we studied two of these productions, seeking to
understand how Lucrécia Neves, in A cidade sitiada, novel, 1949, and Macabéa in A
hora da estrela, novel, 1977, are subjectified in these contexts of cancellation and
decentering. We note that, in writing about female characters doubly canceled – because
women in a patriarchal society, because the poor in a capitalist society – Lispector uses
at least one psychological ceaseless flow, the inner monologues, that consecrated her.
The author cares, instead, to the externalization of the self, which meddles into space
and is absorbed by the objects. Front of women on the fringes, beings pressured by excentricities,
because they do not occupy economic or patriarchal centers, the writer
chooses not to narrate them in deep self-reflection. Here we see the critical sagacity of
Clarice. She outlines her poor heroines, ironically, through their voices that barely
exceed the hardness of objects. These voices are coming out failed when trying to
transcend reality, are voices that can barely hold an articulated language. However,
when entering the bodies of Lucrécia Neves and Macabéa in the body-text, Lispector
dismantles, by her irony and sharpened metaphor, the joints of power installed by
patriarchy, destabilizing essentialized gender stereotypes. / A fortuna crítica de Clarice Lispector tratou, em muito, de personagens femininas que
se debatem ante a angústia e a anulação no seio de famílias abastadas. São mulheres que
vivem em contextos burgueses, enfrentando exaustivos cotidianos de dedicação a
outrem: anuladas em meio a filhos, a maridos, a eventos da sociedade que as
pressionam. Entretanto, se os estudos privilegiaram, sobremaneira, os fluxos de
consciência transgressores destas protagonistas, há um matiz menos abordado pela
crítica. Ele diz respeito aos perfis femininos subjetivados em contextos economicamente
periféricos. Aqui, estudamos duas dessas produções, buscando entender como Lucrécia
Neves, em A cidade sitiada, romance de 1949, e Macabéa, em A hora da estrela, novela
de 1977, são subjetivadas nesses contextos de anulação e des-centramento.
Constatamos que, ao escrever sobre personagens femininas duplamente anuladas –
porque mulheres em uma sociedade patriarcal; porque pobres em uma sociedade
capitalista –, Lispector utiliza menos um fluir psicológico incessante, os monólogos
interiores que tanto a consagraram. A escritora zela, ao contrário, pela exteriorização do
eu dessas personagens, que se imiscui completamente ao espaço e é absorvido pelos
objetos. Diante de mulheres à margem, seres pressionados devido a suas excentricidades,
pois não ocupam os centros econômicos ou patriarcais, a escritora opta
por não narrá-las em autorreflexões profundas. Vemos aí a sagacidade crítica de Clarice.
Ela contorna suas heroínas pobres, ironicamente, por meio de suas vozes que mal
conseguem ultrapassar a dureza dos objetos. São vozes que saem falidas quando tentam
transcender a realidade concreta. São vozes que mal conseguem se apoderar de uma
linguagem articulada. Todavia, ao inserir os corpos de Lucrécia Neves e de Macabéa no
corpo-texto, Lispector desmantela, pela ironia e por sua metáfora afiada, as articulações
de poder instaladas pelo patriarcado, desestabilizando os estereótipos essencializados de
gênero.
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