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O DISCURSO SOBRE O GAÚCHO: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DAS MÚSICAS NATIVISTAS / THE DISCOURSE ABOUT GAUCHO: AN ENUNCIATIVE ANALYSIS OF NATIVISTIC MUSICSChagas, Nédilã Espindola 02 March 2011 (has links)
This work is part of the research line "Language, Subject and History" and proposes, from studies of enunciation, a discourse analysis about gaucho. This discourse is constituted as a reference source to a cultural movement called Nativism. In order to develop this analysis, we used the concept of Enunciation, postulated by Benveniste, and the concepts of Enunciation, Event, Temporality, Place of Enunciation and Interdiscourse, proposed by Guimarães. Moreover, we also used notions derived from Discourse Analysis, such as: Memory, Interdiscourse, Forgetting and Rememory. When considering that the establishment of a nativist discourse is produced through a rememory of Rio Grande do Sul historiography, we firstly reviewed the speeches of travelers and essayists in order to demonstrate that they constitute a set of ideas that reshape and resay in nativist discourse production. The nativist discourse comes with the Nativist Movement which, in turn, is part of the Traditionalist Movement, and these movements aim to maintain the gaucho culture and are used in this research as well as the founder event of Nativist Movement, Califórnia da Canção Nativa. As it is a discourse that is evident in both linguistic materiality and creation of meaning in terms of enunciation, the corpus of research is composed by three winning compositions in Califórnia da Canção Nativa. By analyzing this corpus, we tried to interpret the meanings that emerge from these statements by the rememory of other speeches, producing a crossover of speeches in the enunciative event of nativistic musics. In the nativistic compositions, speeches that helped form the gaucho as social type are retaken. However, in these compositions, the senses are different, are new, because, it happens in another time and space. The native gaucho is resignify for the timing of the event enunciation. Thus, the operation of the discourse reaffirms attributes, which previously meant the gaucho as distinct from the other Brazilians, to signify it as a symbol of regional identity, which authorizes it to be inserted into a national culture. / Este trabalho, desenvolvido dentro da Linha de Pesquisa Língua, Sujeito e História , propõe, a partir dos estudos enunciativos, uma análise do discurso sobre o gaúcho. Considera-se que esse discurso constitui-se como fonte de referência ao que veio se configurar como um movimento cultural chamado Nativismo. Para o desenvolvimento desta análise, é abordado o conceito de Enunciação, postulado por Benveniste e os conceitos de Enunciação, Acontecimento, Temporalidade, Espaço de Enunciação e Interdiscurso propostos por Eduardo Guimarães. Além disso, são mobilizadas, também, noções advindas da Análise do Discurso, tais como: Memória, Interdiscurso, Esquecimento e Rememoração. Ao considerar que a constituição de um discurso Nativista se produz por meio de uma rememoração da historiografia rio-grandense, primeiramente, retomamos os discursos dos viajantes e dos ensaístas, com vistas a evidenciar que estes constituem um conjunto de idéias que se reformulam e se redizem na produção do Discurso Nativista. O discurso Nativista surge com o Movimento Nativista que, por sua vez, faz parte do Movimento Tradicionalista, sendo que esses movimentos pretendem a manutenção de uma cultura gauchesca e são abordados nesta pesquisa, bem como o evento considerado fundador do Movimento Nativista, a Califórnia da Canção Nativa. Por tratar-se de um discurso que se evidencia, tanto na materialidade lingüística como se significa no plano da enunciação, tomamos como corpus da pesquisa, três composições vencedoras da Califórnia da Canção Nativa. Através da análise desse corpus, procuramos interpretar os sentidos que emergem desses enunciados pela rememoração de outros discursos, produzindo um cruzamento de discursos no acontecimento enunciativo das músicas nativistas. Nas composições nativistas, são retomados discursos que ajudaram a constituir o gaúcho como um tipo social. Contudo, nestas composições, os sentidos são outros, são novos, pois, se dão em outro tempo espaço. O gaúcho autóctone é ressemantizado pela temporalização do acontecimento enunciativo. Assim, o funcionamento do interdiscurso reafirma atributos, que anteriormente significaram o gaúcho como distinto dos demais brasileiros, para significá-lo como símbolo de uma identidade regional, a qual o autoriza a estar inserido numa cultura nacional.
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