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Variação das frequências estomáticas em folhas de glossopteris no permiano da Bacia do Paraná (Formação Rio Bonito) e sua relação com níveis paleoatmosféricos de CO2

Schmidt, Isabela Degani January 2010 (has links)
Está demonstrado em plantas atuais que níveis atmosféricos de CO2 e frequência estomática estão inversamente correlacionados. A utilização de dados estomáticos na calibração das curvas de CO2 paleoatmosférico do Fanerozoico tem sido eficiente não apenas para o Cenozoico, mas também apresenta excelente correspondência desde o Eodevoniano. Cutículas de glossopterídeas provenientes das jazidas de carvão de Faxinal (RS) e Figueira (PR), incluídas em níveis estratigráficos distintos da Formação Rio Bonito (Sakmariano e Artinskiano respectivamente), viabilizaram análises para floras desenvolvidas sob a vigência de megaciclo icehouse. Cabe ressaltar que o uso de glossopterídeas, classificadas dentro do grupo extinto das Pteridospermophyta, esbarra na impossibilidade de se estabelecer um equivalente ecológico atual, dada a ausência de relações taxonômicas, estruturais e ecológicas com grupos viventes. Portanto, optou-se por uma abordagem proposta por outros autores como alternativa para diferentes grupos de pteridospermas, que consistiu em comparar entre si resultados de análises estomáticas na morfo-espécie Glossopteris communis Feistmantel procedente de distintos níveis associados a carvões na Bacia do Paraná. O objetivo geral do presente estudo foi estabelecer possíveis relações entre os padrões estomáticos calculados e flutuações nos teores de CO2 paleoatmosférico. A metodologia consistiu em resgatar mecanica e quimicamente as cutículas da rocha matriz, clareá-las em solução de Schulze e montá-las em lâminas de gelatina glicerinada para observação em microscopia de luz transmitida. A observação deu-se com auxílio de filtro de contraste por interferência diferencial e as contagens foram feitas com o auxílio de programa para análise de imagens. As técnicas de estudo compreenderam cálculos de densidade estomática (DE- número de estômatos por unidade de área da folha) e índice estomático (IE- percentual de estômatos sobre o total de células epidérmicas). Os resultados obtidos foram de DE média= 234,73 e IE médio= 15,7 para a jazida de Faxinal (Sakmariano) e de DE média= 284,14 e IE= 18,9 para a jazida de Figueira (Artinskiano). Esses valores enquadram-se dentro da curva global de CO2 atmosférico para o Fanerozoico (modelo GEOCARB). As frequências estomáticas mais baixas das folhas do Faxinal com relação àquelas de Figueira foram relacionadas a processo de reversão temporária da tendência global de baixos teores de CO2 atmosférico para a base do Permiano. Essa reversão é atribuída à provável influência de fatores paleoecológicos locais relativos à grande extensão das turfeiras na parte sul da bacia, responsável pela emissão em larga escala de gases-estufa. Além disso, a flora de Faxinal está preservada em uma camada de tonstein, registro de atividade vulcânica que poderia ter afetado os níveis de CO2. Por outro lado, as turfeiras de registro muito esparso ocorrentes no nordeste da bacia, em intervalo mais jovem, por sua pequena extensão e ausência de indícios de vulcanismo, não alteraram o padrão paleoatmosférico. Estudos focados no final do Paleozoico têm especial relevância porque, nesse intervalo vigoravam, nas diferentes paleolatitudes, condições ambientais análogas àquelas ocorrentes na atualidade, como a existência de calotas de gelo nos pólos e períodos de aquecimento global. / In extant plants stomatal frequency and the concentration of the atmospheric CO2 have been shown to correlate inversely. The use of stomatal data to calibrate phanerozoic paleoatmospheric CO2 curves has been considered a reliable technique not only for the Cenozoic estimates but also for results obtained since the Early Devonian. Glossopterid cuticles from Faxinal and Figueira coalfields (respectively in Rio Grande do Sul and Paraná States) from distinct stratigraphic levels in the Rio Bonito Formation allowed stomatal counting for floras developed under icehouse megacycle. However, it is important to highlight that the efficiency of Glossopteris, classified in the extinct group of Pteridospermophyta, is restricted as paleo-CO2 proxy for the Paleozoic due to the difficulty of establishing a nearest living equivalent for it, given the lack of taxonomic, structural and ecological relationships with extant groups. Thus it was here adopted an alternative approach proposed by different authors analyzing other groups of pteridosperms, which consists in comparing results obtained from the morphospecies Glossopteris communis Feistmantel between two different coal levels in the Paraná Basin. The general aim of this study was to establish possible relations between the calculated stomatal patterns and the fluctuation in the paleoatmospheric CO2 levels. The methodology consisted in mechanically and chemically isolating the cuticles from the matrix rock, bleaching them with Schulze solution and then mounting glycerin jelly slides for observation in transmitted light microscopy. The microscopic observation was made using a differential interference contrast filter and the counting was carried out with the help of software for image analysis. The study techniques included the calculation of stomatal densities (SD- number of stomata per foliar area unit) and of stomatal indices (SI- a ratio of the number of the stomata to the total number of epidermal cells). The results were mean SD= 234.73 and mean SI= 15.7 in Faxinal coalfield (Sakmarian) and mean SD= 284.14 and SI= 18.9 in Figueira coalfield (Artinskian). These values agree with the curve of global atmospheric CO2 for the Phanerozoic (GEOCARB model). The lower stomatal frequencies detected at the climax of the coal interval (Faxinal coalfield, Sakmarian) when compared to the higher ones obtained in leaves from a younger interval (Figueira coalfield, Artinskian) could be attributed to temporarily high levels of atmospheric CO2. Therefore, the occurrence of an extensive peat generating event at the southern part of the basin and the consequent greenhouse gases emissions from this environment may have been enough to reverse regionally and temporarily the reduction trend in atmospheric CO2. Additionally, the Faxinal flora is preserved in a tonstein layer, which is a record of a volcanic activity that could also imply a rise in atmospheric CO2. During the Artinskian, the scarce generation of peat mires, as revealed by the occurrence of thin and discontinuous coal layers, and the lack of volcanism evidences would be insufficient to affect the general low CO2 trend. Studies focused in the Late Paleozoic are especially relevant because of the presently shared icehouse climate with glacial-interglacial cyclicity which includes times of global warming.
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Variação das frequências estomáticas em folhas de glossopteris no permiano da Bacia do Paraná (Formação Rio Bonito) e sua relação com níveis paleoatmosféricos de CO2

Schmidt, Isabela Degani January 2010 (has links)
Está demonstrado em plantas atuais que níveis atmosféricos de CO2 e frequência estomática estão inversamente correlacionados. A utilização de dados estomáticos na calibração das curvas de CO2 paleoatmosférico do Fanerozoico tem sido eficiente não apenas para o Cenozoico, mas também apresenta excelente correspondência desde o Eodevoniano. Cutículas de glossopterídeas provenientes das jazidas de carvão de Faxinal (RS) e Figueira (PR), incluídas em níveis estratigráficos distintos da Formação Rio Bonito (Sakmariano e Artinskiano respectivamente), viabilizaram análises para floras desenvolvidas sob a vigência de megaciclo icehouse. Cabe ressaltar que o uso de glossopterídeas, classificadas dentro do grupo extinto das Pteridospermophyta, esbarra na impossibilidade de se estabelecer um equivalente ecológico atual, dada a ausência de relações taxonômicas, estruturais e ecológicas com grupos viventes. Portanto, optou-se por uma abordagem proposta por outros autores como alternativa para diferentes grupos de pteridospermas, que consistiu em comparar entre si resultados de análises estomáticas na morfo-espécie Glossopteris communis Feistmantel procedente de distintos níveis associados a carvões na Bacia do Paraná. O objetivo geral do presente estudo foi estabelecer possíveis relações entre os padrões estomáticos calculados e flutuações nos teores de CO2 paleoatmosférico. A metodologia consistiu em resgatar mecanica e quimicamente as cutículas da rocha matriz, clareá-las em solução de Schulze e montá-las em lâminas de gelatina glicerinada para observação em microscopia de luz transmitida. A observação deu-se com auxílio de filtro de contraste por interferência diferencial e as contagens foram feitas com o auxílio de programa para análise de imagens. As técnicas de estudo compreenderam cálculos de densidade estomática (DE- número de estômatos por unidade de área da folha) e índice estomático (IE- percentual de estômatos sobre o total de células epidérmicas). Os resultados obtidos foram de DE média= 234,73 e IE médio= 15,7 para a jazida de Faxinal (Sakmariano) e de DE média= 284,14 e IE= 18,9 para a jazida de Figueira (Artinskiano). Esses valores enquadram-se dentro da curva global de CO2 atmosférico para o Fanerozoico (modelo GEOCARB). As frequências estomáticas mais baixas das folhas do Faxinal com relação àquelas de Figueira foram relacionadas a processo de reversão temporária da tendência global de baixos teores de CO2 atmosférico para a base do Permiano. Essa reversão é atribuída à provável influência de fatores paleoecológicos locais relativos à grande extensão das turfeiras na parte sul da bacia, responsável pela emissão em larga escala de gases-estufa. Além disso, a flora de Faxinal está preservada em uma camada de tonstein, registro de atividade vulcânica que poderia ter afetado os níveis de CO2. Por outro lado, as turfeiras de registro muito esparso ocorrentes no nordeste da bacia, em intervalo mais jovem, por sua pequena extensão e ausência de indícios de vulcanismo, não alteraram o padrão paleoatmosférico. Estudos focados no final do Paleozoico têm especial relevância porque, nesse intervalo vigoravam, nas diferentes paleolatitudes, condições ambientais análogas àquelas ocorrentes na atualidade, como a existência de calotas de gelo nos pólos e períodos de aquecimento global. / In extant plants stomatal frequency and the concentration of the atmospheric CO2 have been shown to correlate inversely. The use of stomatal data to calibrate phanerozoic paleoatmospheric CO2 curves has been considered a reliable technique not only for the Cenozoic estimates but also for results obtained since the Early Devonian. Glossopterid cuticles from Faxinal and Figueira coalfields (respectively in Rio Grande do Sul and Paraná States) from distinct stratigraphic levels in the Rio Bonito Formation allowed stomatal counting for floras developed under icehouse megacycle. However, it is important to highlight that the efficiency of Glossopteris, classified in the extinct group of Pteridospermophyta, is restricted as paleo-CO2 proxy for the Paleozoic due to the difficulty of establishing a nearest living equivalent for it, given the lack of taxonomic, structural and ecological relationships with extant groups. Thus it was here adopted an alternative approach proposed by different authors analyzing other groups of pteridosperms, which consists in comparing results obtained from the morphospecies Glossopteris communis Feistmantel between two different coal levels in the Paraná Basin. The general aim of this study was to establish possible relations between the calculated stomatal patterns and the fluctuation in the paleoatmospheric CO2 levels. The methodology consisted in mechanically and chemically isolating the cuticles from the matrix rock, bleaching them with Schulze solution and then mounting glycerin jelly slides for observation in transmitted light microscopy. The microscopic observation was made using a differential interference contrast filter and the counting was carried out with the help of software for image analysis. The study techniques included the calculation of stomatal densities (SD- number of stomata per foliar area unit) and of stomatal indices (SI- a ratio of the number of the stomata to the total number of epidermal cells). The results were mean SD= 234.73 and mean SI= 15.7 in Faxinal coalfield (Sakmarian) and mean SD= 284.14 and SI= 18.9 in Figueira coalfield (Artinskian). These values agree with the curve of global atmospheric CO2 for the Phanerozoic (GEOCARB model). The lower stomatal frequencies detected at the climax of the coal interval (Faxinal coalfield, Sakmarian) when compared to the higher ones obtained in leaves from a younger interval (Figueira coalfield, Artinskian) could be attributed to temporarily high levels of atmospheric CO2. Therefore, the occurrence of an extensive peat generating event at the southern part of the basin and the consequent greenhouse gases emissions from this environment may have been enough to reverse regionally and temporarily the reduction trend in atmospheric CO2. Additionally, the Faxinal flora is preserved in a tonstein layer, which is a record of a volcanic activity that could also imply a rise in atmospheric CO2. During the Artinskian, the scarce generation of peat mires, as revealed by the occurrence of thin and discontinuous coal layers, and the lack of volcanism evidences would be insufficient to affect the general low CO2 trend. Studies focused in the Late Paleozoic are especially relevant because of the presently shared icehouse climate with glacial-interglacial cyclicity which includes times of global warming.
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Variação das frequências estomáticas em folhas de glossopteris no permiano da Bacia do Paraná (Formação Rio Bonito) e sua relação com níveis paleoatmosféricos de CO2

Schmidt, Isabela Degani January 2010 (has links)
Está demonstrado em plantas atuais que níveis atmosféricos de CO2 e frequência estomática estão inversamente correlacionados. A utilização de dados estomáticos na calibração das curvas de CO2 paleoatmosférico do Fanerozoico tem sido eficiente não apenas para o Cenozoico, mas também apresenta excelente correspondência desde o Eodevoniano. Cutículas de glossopterídeas provenientes das jazidas de carvão de Faxinal (RS) e Figueira (PR), incluídas em níveis estratigráficos distintos da Formação Rio Bonito (Sakmariano e Artinskiano respectivamente), viabilizaram análises para floras desenvolvidas sob a vigência de megaciclo icehouse. Cabe ressaltar que o uso de glossopterídeas, classificadas dentro do grupo extinto das Pteridospermophyta, esbarra na impossibilidade de se estabelecer um equivalente ecológico atual, dada a ausência de relações taxonômicas, estruturais e ecológicas com grupos viventes. Portanto, optou-se por uma abordagem proposta por outros autores como alternativa para diferentes grupos de pteridospermas, que consistiu em comparar entre si resultados de análises estomáticas na morfo-espécie Glossopteris communis Feistmantel procedente de distintos níveis associados a carvões na Bacia do Paraná. O objetivo geral do presente estudo foi estabelecer possíveis relações entre os padrões estomáticos calculados e flutuações nos teores de CO2 paleoatmosférico. A metodologia consistiu em resgatar mecanica e quimicamente as cutículas da rocha matriz, clareá-las em solução de Schulze e montá-las em lâminas de gelatina glicerinada para observação em microscopia de luz transmitida. A observação deu-se com auxílio de filtro de contraste por interferência diferencial e as contagens foram feitas com o auxílio de programa para análise de imagens. As técnicas de estudo compreenderam cálculos de densidade estomática (DE- número de estômatos por unidade de área da folha) e índice estomático (IE- percentual de estômatos sobre o total de células epidérmicas). Os resultados obtidos foram de DE média= 234,73 e IE médio= 15,7 para a jazida de Faxinal (Sakmariano) e de DE média= 284,14 e IE= 18,9 para a jazida de Figueira (Artinskiano). Esses valores enquadram-se dentro da curva global de CO2 atmosférico para o Fanerozoico (modelo GEOCARB). As frequências estomáticas mais baixas das folhas do Faxinal com relação àquelas de Figueira foram relacionadas a processo de reversão temporária da tendência global de baixos teores de CO2 atmosférico para a base do Permiano. Essa reversão é atribuída à provável influência de fatores paleoecológicos locais relativos à grande extensão das turfeiras na parte sul da bacia, responsável pela emissão em larga escala de gases-estufa. Além disso, a flora de Faxinal está preservada em uma camada de tonstein, registro de atividade vulcânica que poderia ter afetado os níveis de CO2. Por outro lado, as turfeiras de registro muito esparso ocorrentes no nordeste da bacia, em intervalo mais jovem, por sua pequena extensão e ausência de indícios de vulcanismo, não alteraram o padrão paleoatmosférico. Estudos focados no final do Paleozoico têm especial relevância porque, nesse intervalo vigoravam, nas diferentes paleolatitudes, condições ambientais análogas àquelas ocorrentes na atualidade, como a existência de calotas de gelo nos pólos e períodos de aquecimento global. / In extant plants stomatal frequency and the concentration of the atmospheric CO2 have been shown to correlate inversely. The use of stomatal data to calibrate phanerozoic paleoatmospheric CO2 curves has been considered a reliable technique not only for the Cenozoic estimates but also for results obtained since the Early Devonian. Glossopterid cuticles from Faxinal and Figueira coalfields (respectively in Rio Grande do Sul and Paraná States) from distinct stratigraphic levels in the Rio Bonito Formation allowed stomatal counting for floras developed under icehouse megacycle. However, it is important to highlight that the efficiency of Glossopteris, classified in the extinct group of Pteridospermophyta, is restricted as paleo-CO2 proxy for the Paleozoic due to the difficulty of establishing a nearest living equivalent for it, given the lack of taxonomic, structural and ecological relationships with extant groups. Thus it was here adopted an alternative approach proposed by different authors analyzing other groups of pteridosperms, which consists in comparing results obtained from the morphospecies Glossopteris communis Feistmantel between two different coal levels in the Paraná Basin. The general aim of this study was to establish possible relations between the calculated stomatal patterns and the fluctuation in the paleoatmospheric CO2 levels. The methodology consisted in mechanically and chemically isolating the cuticles from the matrix rock, bleaching them with Schulze solution and then mounting glycerin jelly slides for observation in transmitted light microscopy. The microscopic observation was made using a differential interference contrast filter and the counting was carried out with the help of software for image analysis. The study techniques included the calculation of stomatal densities (SD- number of stomata per foliar area unit) and of stomatal indices (SI- a ratio of the number of the stomata to the total number of epidermal cells). The results were mean SD= 234.73 and mean SI= 15.7 in Faxinal coalfield (Sakmarian) and mean SD= 284.14 and SI= 18.9 in Figueira coalfield (Artinskian). These values agree with the curve of global atmospheric CO2 for the Phanerozoic (GEOCARB model). The lower stomatal frequencies detected at the climax of the coal interval (Faxinal coalfield, Sakmarian) when compared to the higher ones obtained in leaves from a younger interval (Figueira coalfield, Artinskian) could be attributed to temporarily high levels of atmospheric CO2. Therefore, the occurrence of an extensive peat generating event at the southern part of the basin and the consequent greenhouse gases emissions from this environment may have been enough to reverse regionally and temporarily the reduction trend in atmospheric CO2. Additionally, the Faxinal flora is preserved in a tonstein layer, which is a record of a volcanic activity that could also imply a rise in atmospheric CO2. During the Artinskian, the scarce generation of peat mires, as revealed by the occurrence of thin and discontinuous coal layers, and the lack of volcanism evidences would be insufficient to affect the general low CO2 trend. Studies focused in the Late Paleozoic are especially relevant because of the presently shared icehouse climate with glacial-interglacial cyclicity which includes times of global warming.
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Mudanças paleoclimáticas na Serra Norte dos Carajás (PA)

Conceição, Marcela Cardoso Guilles da 01 June 2017 (has links)
Submitted by Biblioteca de Pós-Graduação em Geoquímica BGQ (bgq@ndc.uff.br) on 2017-06-01T16:59:33Z No. of bitstreams: 1 Dissertação Marcela Cardoso.pdf: 5716601 bytes, checksum: 47d9adedfd72fb615b8df7111129da37 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-01T16:59:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissertação Marcela Cardoso.pdf: 5716601 bytes, checksum: 47d9adedfd72fb615b8df7111129da37 (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Universidade Federal Fluminense. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Geoquímica, Niterói, RJ / De acordo com os grandes questionamentos sobre o fu turo do clima global torna-se de fundamental importância verificar a var iação do clima ao longo da evolução do planeta. Tendo em vista que a região Am azônica é atualmente detentora da maior biodiversidade do mundo, estudos paleoclimáticos e paleoecológicos nessa região são de fundamental imp ortância para a elaboração de políticas de mitigação e adaptação contra as mudanç as globais do clima. O objetivo deste trabalho é identificar a ocorrência de mudanç as paleoambientais durante o Holoceno e Pleistoceno, através da determinação de parâmetros orgânicos e inorgânicos e da deposição de indicadores de queima da (partículas de carvão). O testemunho coletado possui 450 cm e foi fatiado a c ada dois centímetros, e nele foram feitas análises granulométricas, mineralógica s, isotópicas ( δ 13 C e δ 15 N) e C/N, microscópica para quantificação dos carvões, mercúr io, datação 14 C por AMS, além da determinação de densidade e teor em água do test emunho. De acordo com os dados obtidos do testemunho lacustre, pode-se afirm ar a ocorrência de incêndios na Serra dos Carajás durantes os últimos 26420 anos. A través da interpretação dos resultados podemos determinar a ocorrência de cinco fases bem distintas no testemunho. As características da Fase I (26.420 an os cao AP) como, a presença de caulinita, quartzo, silica e gibsita, baixos valore s na concentração de partículas de carvão podem ser indicativos de uma possível fase m ais úmida, com ocorrência de poucos eventos de queimadas locais. A ocorrência de uma fase mais úmida no período entre 30.000 e 22.000 anos AP, através do a umento da deposição de material clástico, como resultado da erosão da baci a hidrográfica durante a transição entre um clima úmido e seco. A Fase II é caracteriz ada pelo aumento da ocorrência de eventos de queimadas mais regionais (aumento da concentração de partículas de carvão e diminuição do tamanho das partículas), o a umento do COT em direção ao topo do testemunho, a presença dos minerais gibsita , quartzo, caulinita e siderita. Esse aumento nos valores do COT, podem ter sido oca sionados pelo, aumento da concentração de partículas de carvão nessa fase. A Fase III é caracterizada pela diminuição da ocorrência de queimadas (diminuição d a concentração das partículas de carvão), presença de gibsita, quartzo, caulinita e siderita, os valores de δ 13 C tornam-se mais negativos. A Fase IV é caraterizada pelo aumento de incêndios florestais mais regionais, pela presença de gibsita , quartzo e caulinita, os valores de δ 13 C tornam-se mais positivos em relação a fase anteri or. Tendência de aumento da matéria orgânica em direção ao topo do testemunho. A quinta e última fase (6.650 anos cal AP) é caracterizada pela diminuição na fre quência de incêdios, presença de gibsita, quartzo, caulinita e silica, grande aument o da quantidade de matéria orgânica. Essas caraterísticas são indicativos de u m possível retorno de condições mais úmidas, com baixa ocorrência de incêndios. / The future of global climate becomes of paramount i mportance to determine the variations of climate over the evolution of the pla net. Given that the Amazon region is currently holding the world's greatest biodiversity , paleoclimate and paleoecological studies in this region are of fundamental importanc e for the development of policies to mitigate and adapt against global climate change . The objective of this study is to identify the occurrence of paleoenvironmental chang es during the Holocene and Pleistocene, through the determination of organic a nd inorganic parameters and deposition of indicators of burning (charcoal parti cles). The core has 450 cm and was sliced every two inches, and it was made size analy sis, mineralogical, isotopic ( δ 13 C e δ 15 N) and C / N, microscopic quantification of coal, m ercury, dating 14 C by AMS and the determination of density and water content of t he core. According to data from the core, we can affirm the occurrence of fires in the Serra dos Carajás in the last 26,420 years. Through the interpretation of the results we can determine the occurrence of five distinct phases in the core. The characteristi cs of Phase I (26,420 cal years BP) as the presence of kaolinite, quartz, silica and gi bbsite, low values in the concentration of carbon particles may be indicative of a possible phase more humid, with occurrence of few events of local fire . The o ccurrence of a phase in the wettest period between 30,000 and 22,000 years BP, by incre asing the deposition of clastic material as a result of erosion of the basin during the transition from a humid and dry. Phase II is characterized by increased occurrence o f fires more regional events (increased concentration of carbon particles and de creasing particle size), the increase of TOC towards the top of the core, the pr esence of the minerals gibbsite, quartz, kaolinite and siderite. This increase in th e values of TOC, may have been caused by, increased concentration of carbon partic les in this phase. Phase III is characterized by a decrease in the occurrence of fi res (decrease the concentration of carbon particles), the presence of gibbsite, quartz , kaolinite and siderite, δ 13 C values become more negative. Phase IV is characterized by an increase of more regional forest fires, the presence of gibbsite, kaolinite a nd quartz, δ 13 C values become more positive toward earlier stage. Trend of increased o rganic matter toward the top of the core. The fifth and final stage (6,650 cal years BP ) is characterized by a decrease in the frequency of incendiary, presence of gibbsite, quartz, kaolinite and silica, a large increase in the amount of organic matter. These fea tures are indicative of a possible return of wetter conditions, with low occurrence of fires
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Cronologia e sedimentologia dos depósitos eólicos quaternários da Costa Leste maranhense

Guedes, Carlos Conforti Ferreira 30 October 2012 (has links)
Idades por luminescência opticamente estimulada foram obtidas nos depósitos eólicos do litoral leste maranhense. As datações permitiram reconhecer ao menos quatro gerações de dunas eólicas, incluindo a atual. As duas gerações mais antigas (G1/G0: idades LOE de 258,9±24,6 a 88,0±8,6 ka A.P.) não são distinguíveis por critérios de campo, somente por dados geocronológicos. A geração eólica 2 corresponde a feições eólicas estabilizadas pela vegetação que ocorrem a até 135 km da linha de costa atual. As idades LOE-SAR de estabilização obtidas para essas feições eólicas compreendem um intervalo estreito de tempo (19 a 14 ka A.P.) no Pleistoceno superior. Essa fase estabilização do sistema eólico é correlacionada com o evento climático HS-1. Durante esse período no leste maranhense, sob maior influência da Zona de Convergência Intertropical pelo seu deslocamento para sul, ocorreu diminuição da intensidade dos ventos alísios e aumento da precipitação. Essas variações climáticas diminuíram a capacidade de transporte eólico e levou o sistema à estabilização. A análise de proveniência sedimentar com base em minerais pesado identificou como principal fonte sedimentar do litoral leste maranhense a plataforma continental localizada a leste da foz do rio Parnaíba, alimentada via deriva litorânea longitudinal para oeste. O rio Parnaíba aparentemente tem contribuição minoritária como fonte sedimentar, tanto para o sistema atual como para as gerações eólicas pretéritas. A dinâmica sedimentar do sistema eólico atual, evidenciada por minerais pesados, granulometria e parâmetros morfoplanimétricos, aponta para intenso retrabalhamento por rios que o limitam parcialmente ao interior e por drenagens intermitentes, de caráter entrelaçado, que o atravessam. O estudo do método de datação LOE e as características LOE dos sedimentos de diferentes localidades do Brasil permitiu identificar a boa aplicabilidade do método vista a alta sensibilidade LOE do quartzo e bom desempenho nos testes aplicados. A sensibilidade LOE do quartzo foi identificada como a principal característica determinante da qualidade da datação LOE. A proposição da razão de sensibilidade Quartzo-\"Al IND.2\'\'O IND.3\':C (\'delta\'\'POTs\' Q) permitiu tanto a padronização do cálculo da sensibilidade LOE como a comparação de medidas interlaboratoriais. A observação de grandes variações nos valores de sensibilidade LOE de quartzo para sedimentos de diferentes localidades são resultado tanto das rochas fonte como dos ciclos de sedimentação e retrabalhamento. A identificação de diferentes proveniências sedimentares com base no uso da sensibilidade LOE foi aplicada, com sucesso, na análise de variações climáticas baseada em mudanças de proveniência sedimentar na Ilha Comprida -SP. / Optically stimulated luminescence (OSL) ages were obtained in eolian deposits from the east coast of Maranhão, Brazil. OSL dating allowed the identification of at least four generations of eolian dunes, including the active dunefields. The two oldest generations (G1/G0: OSL ages 258.9±24.6 to 88.0±8.6 ky B.P.) are not distinguishable by field criteria, only geochronological data. Generation 2 corresponds to eolian features stabilized by vegetation that occurs up to 135 km from the current coast line. OSL-SAR ages of stabilization of these features are between 19 and 14 ky B.P., a narrow time interval during Pleistocene. This event is related to the climatic event HS-1. During this period the intensity of trade winds decreased and precipitation increased in the area due to a greater influence of the Intertropical Covergence Zone, which was shifting south. These climatic variations reduced the capacity of eolian transportation and the led system to to stabilization. Provenance analyzes by heavy minerals identified the continental shelf located east of the Parnaiba river mouth as sedimentary source for the east coast of Maranhão, which is fed by longitudinal litoral drift to west. Parnaiba river apparently has a minor contribution as sedimentary source for recent and past eolian generations. Sedimentary dynamic of the recent eolian system, as indicated by heavy minerals analyzes, grain size analyzes and morphoplanimetric parameters, is characterized by strong reworking by rivers, braided intermittent drainages, that cross the dunefield. All analyzed Brazilian sediments presented relatively high OSL sensitivity and good behavior regarding their luminescence characteristics relevant for radiation dose estimation. The OSL sensitivity of quartz was identified as the main characteristic interfering the OSL dating quality. We propose to standardize the definition of quartz OSL sensitivity using the Quartz-to-\'Al IND.2\'\'O IND.3\':C sensitivity ratio (\'delta\'\'POT.s\'Q). The standardization is a prerequisite to compare data obtained under different measurement conditions and to investigate and develop geological applications of quartz OSL sensitivity. We observed that the major factor controlling the OSL sensitivity is the sedimentary history of the sediment. Longer sedimentary transport provided by huge drainage systems and long-distance littoral drift increases the OSL sensitivity. The use of OSL sensitivity as provenance proxy was successfully applied at Ilha Comprida-SP to analyze climate variations.
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Paleopluviosidade no norte de Minas Gerais durante o glacial tardio e Holoceno com base em registros de espeleotemas / Paleo-precipitation variations in northern Minas Gerais during the later glacial period and Holocene from speleothem records

Strikis, Nicolas Misailidis 02 June 2011 (has links)
A partir de registros isotópicos (\'delta POT.18\'O e \'delta POT.13\'C), das razões elementos traços/Ca e das taxas de crescimento de espeleotemas precisamente datados pelo método U-Th, foi possível realizar a reconstituição das mudanças de paleopluviosidade e de feições paleoambientais da região do norte do estado de Minas Gerais, com alta resolução para os últimos 28 mil anos. A interpretação do sinal climático embutido nos registros isotópico dos espeleotemas estudados são baseados em estudos prévios da série histórica de monitoramento das estações do IAEA-GNIP, em complemento com simulações das variações do \'delta POT.18\'O da chuva através de modelos climáticos computacionais, os quais indicam o fator amount effect como o principal mecanismo atuante na variação da composição isotópica das chuvas sobre a região. As variações de pluviosidade estão associadas à atividade da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), as quais foram utilizadas na reconstituição da variabilidade espacial do Sistema de Monções Sulamericano (SMSA) e da atuação das forçantes de insolação, oceânicas e variabilidade solar na modulação das mudanças climáticas na região desde o último período glacial. O registro paleoclimático do norte de Minas indica semelhança com as variações de pluviosidade da região nordeste do Brasil durante o período glacial entre 28 e 19 ka A.P., devido a mudanças na insolação de verão e/ou por influência da expansão do gelo no clima dos trópicos. Nesse período o registro isotópico mineiro indica condições relativamente secas, que contrastam com clima relativamente úmido registrado na região sudeste do país, assim como nas regiões tropicais dos altiplanos andinos. O padrão antifásico entre as regiões localizadas a leste e a oeste da ZCAS sugere uma migração para sudoeste do eixo de maior precipitação, relacionada ao fortalecimento da circulação meridional tipo Hadley e intensificação da alta da Bolívia. No período analisado, a intensificação da circulação zonal estabelecida entre a Alta da Bolívia e o Cavado do Nordeste estaria primariamente relacionada à maior convergência de umidade na Amazônia devido às baixas temperaturas da superfície do mar (TSMs) no Atlântico norte durante fases de maior expansão do gelo, quando a alta subtropical do Atlântico Norte e os ventos alísios de nordeste estariam mais fortalecidos. Eventos milenares de aumento de intensidade das Monções Sul-americanas durante o Glacial tardio, deglacial e Holoceno registrados em Minas Gerais são sincrônicos aos eventos abruptos frios documentados nas zonas de altas latitudes do Hemisfério Norte, a exemplo dos eventos Heinrich (2, 1), Young Dryas, 8.2 ky e eventos Bond (6, 5, 4, 2). Da mesma forma, durante os eventos quentes Dansgaard-Oescheger 2 e Bølling-Allerød foram registradas reduções da paleoprecipitação. Portanto, o bom acoplamento entre a atividade do SMSA no norte de Minas com as variações da temperatura da superfície do mar do Atlântico norte indica que, independente dos mecanismos responsáveis pelo desencadeamento de tais eventos, as mudanças na intensidade das Monções Sul-americanas se dão principalmente por teleconexão estabelecidas com condições climáticas nas zonas de altas latitudes do Hemisfério Norte, mais especificamente por alterações do gradiente de TSM do Oceano Atlântico. Ao longo do Holoceno, foi observado que o tempo de duração dos eventos abruptos de pluviosidade é mais longo durante o Holoceno Inferior e Médio e mais curto durante o Holoceno Superior. Essa relação sugere mudanças das condições de contorno do clima no transcorrer do Holoceno, possivelmente relacionadas à diminuição da cobertura de gelo no Hemisfério Norte a partir de 7 mil anos, que levou desativação da circulação termohalina que caracteriza os eventos Bond no hemisfério norte. / Relative changes in paleo-precipitation and also in paleoenvironment features were reconstructed for northern Minas Gerais State, central-eastern Brazil, during the last 28 ka B.P. The reconstruction is based on high resolution stable isotope (\'delta POT.18\'O e \'delta POT.13\'C), trace element ratios and growth rate records of speleothems precisely dated by U-Th method. The interpretation of climatic changes from the studied oxygen isotope records is taken into account the data from IAEA-GNIP monitoriting stations and from climate model simulations of \'delta POT.18\'O in precipitation, which points out to the amount effect as the dominant isotope fractionation factor controlling the \'delta POT.18\'O variations in meteoric water. The precipitation variations, associated to the activity of South American Convergence Zone (ZCAS), are used to reconstruct the spatial variability of South American Convergence Zone (SMSA) since last glacial period because of a forcing by insolation, ocean conditions e solar variability. The record from Northern Minas Gerais indicate similarities with precipitations variation documented in speleothem records from Northeastern Brazil from 28 to 19 ka B.P., because of changes in summer insolation and/or influence of glacial boundary conditions on tropical precipitation. In this period, higher 18O values of speleothems suggest the dominance of dryer conditions over the region, in contrast with the wetter climate recorded in other regions of South America such as southeastern Brazil and Andes Altiplano that are today located to the west of the ZCAS´s axis of activity. This antiphased pattern within the same continent suggest a migration of ZACS mean position to southwest due to intensification of Bolivian High and Nordeste Low upper level features in response to changes in Hadley and Walker circulation cells. Theses changes were primarily related to colder Sea Surface Temperatures in Atlantic ocean and increased rainfall over western Amazon region. Millennial-scale events of increase in monsoon precipitation during the Glacial, deglacial, and Holocene in northern Minas are synchronous with abrupt cold events recorded in the high latitude areas of North Hemisphere (N.H.), like Heinrich (2, 1), Young Dryas, 8.2 ky and Bond events. In the same way, dry periods in northern Minas were recorded during the Dansgaard-Oescheger 2 and Bølling-Allerød N.H. warm events. The coupling between the rainfall due to South America Monsoon System with sea surface temperature variation in the North Atlantic, points out to a teleconnection mechanism with climate conditions in North Atlantic ocean such the TSM gradient with the South Atlantic basin. Differences in duration of abrupt events of changes in precipitation between early and late Holocene are associated larger amplitude of TSM´s that characterize the Bond events over Atlantic Ocean. These differences were triggered by the stepwise ice melting after 7 thousand years ago.
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Fatores controladores de sistemas eólicos costeiros carbonáticos: os eolianitos quaternários do Piauí e oeste do Ceará / not available

Espinel Arias, Valentina 23 November 2015 (has links)
Os campos de dunas ativos e os eolianitos do litoral nordeste brasileiro compreendido entre Luís Correia (PI) e Paracuru (CE) estão localizados na área de influência da Zona de Convergência Intertropical, de onde vêm os ventos alísios efetivos na sua formação. A variação da direção exata com que estes ventos atingem a costa constitui o principal critério para dividir a área de estudo em três setores: norte, centro e sul. Em cada setor, a direção do vento efetivo, conjugada com a orientação da linha de costa, determina o grau de desenvolvimento da planície deflacionária,o qual aumenta com o ângulo entre vento e costa. No setor norte (Luís Correia a Camocim, CE), o rumo de vento efetivo é ENE-WSW e o ângulo entre vento e costa varia de 60°, no Piauí, a 20°, no Ceará, com extensões das planícies deflacionárias de 7,5 km e 2,5 km, respectivamente; o setor centro (Itarema e Almofala) apresenta rumo do vento E-W e caracteriza-se pela ausência de campos de dunas; o setor sul possui sentido do vento ESE-WNW e ângulo com a linha de costa de 35°, com zona deflacionária de até 3 km de comprimento. Os eolianitos apresentam-se como cordões descontínuos com 1 a 15m de altura, paralelos à direção do vento efetivo, que ocorrem em meio a planície deflacionária e exibem morfologia análoga à dos rastros lineares residuais ativos típicos desta planície. As datações realizadas em grãos de quartzo, pelo método da luminescência (LOE), e embioclastos ou no cimento calcítico, por 14 C AMS, indicam idades de 650 a 5700 anos, mas com cerca de 80% delas concentradas no intervalo entre 800 e 3200 anos. Os eolianitos mais próximos à linha de costa são mais antigos que os mais distantes, padrão esperadoem rastros lineares residuais, os quais são sucessivamente deixados para trás e estabilizados à medida que o campo de dunas migra. Na análise de fácies deposicionais dos eolianitos, reconheceram-se quartzo calciarenitos com estratificações cruzadas de alto e baixo ângulo e com ou sem rizoconcreções; a elevada concentração de grossos e o padrão dedistribuição de azimutes de mergulho de estratificações cruzadas, o qual é predominantemente bimodal divergente, tendo a direção do vento efetivo e do alongamento das cristas deeolianitos como bissetriz entre as duas modas, reforça a hipótese de associação com rastros lineares residuais. A concentração de eolianitos nesta área do Nordeste brasileiro está ligada à constituição da plataforma continental interna adjacente, a qual é rica em algas vermelhas ramificantes; no entanto, o teor de carbonatos nos eolianitos (10 -25%) é baixo, comparado com o registrado na plataforma submersa abaixo da isóbata de 10m (50% ou mais), e similar ao do sistema praia-duna atual e da plataforma interna rasa, o que leva a interpretar área fonte imediata na praia. A análise petrográfica permitiu reconhecer quatro petrofácies, todas dominadas por quartzo (Q) no arcabouço. Elas foram diferenciadas a partir do número de modas granulométricas (uni ou bimodal = 1 ou 2) e das tramas e texturas do cimento carbonático, as quais indicam diagênese dominada por processos meteóricos vadosos(petrofácies Q1v e Q2v), estes mais comuns, ou com influência de processos meteóricos freáticos (Q1f e Q2f). O conjunto de resultados obtidos, confrontado com reconstituições climáticas para o Holoceno do Nordeste do Brasil, permite interpretar que o paleoclima quente, ventoso e pouco úmido, favorável à formação dos eolianitos, estabeleceu-se na região nos últimos 4000 a 5000 anos. Momentos de estabilização das dunas e colonização por vegetação, evidenciados nas fácies de cruzadas de ângulo baixo com rizoconcreções, e mudanças no nível freático, sugeridas pela alternância entre texturas de cimentação vadosa e freática, podem ter tido origem tanto autogênica, ligada ao distanciamento progressivo entre rastros lineares e fonte praial, quanto alogênica, ligada a flutuações de precipitação e/ou intensidade dos ventos. / The active dune fields and the eolianites between Luís Correa (Piauí State) and Pararucu (Ceará State), Northeastern Brazil, are located in the area of Intertropical Convergence Zone influence, from where come the trade winds responsible by their formation. The variation of the direction in which these winds reach the coast is the main criterion to divide the study area into three sectors: north, center and south. In each sector, the direction of the effective wind, combined with the coastline orientation, determines the deflation plain development, which increases with the angle between wind and coast. In the northern sector (Luís Correia to Camocim), the wind direction is from ENE and the angle between wind and coast ranges from 60º in Piauí to 20° in Ceará, with deflation plains 7.5 km and 2.5 km long, respectively; the central sector (Itarema and Almofala) presents wind from E and is characterized by the absence of dune fields; the southern sector winds direction is from ESE and the angle with the coastline is 35°, with deflation zone up to 3 km long. The eolianites appear as discontinuous ridges with upto 15 m high, parallel to the direction of the effective wind. They occur in the deflation plain and exhibit similar morphology to active trailing ridges. The quartz grains dating by luminescence (OSL) and bioclasts or calcite cement dating by 14 C AMS indicate ages between 650 to 5700 years, but about 80% of them are concentrated in the range between 800 and 3200 years. The eolianites nearest to the coastline are older than the farthest ones, a pattern expected in trailing ridges, which are successively left behind and stabilized as the dune field migrates. The eolianites depositional facies include quartz calcarenites with high or low angle cross stratification and with or without rizoconcrections. Field properties that reinforces the hypothesis that eolianites are trailing ridges deposits include the high concentration of coarse grains, the divergent bimodal pattern of cross stratification dip direction distribution, and the lengthening of eolianite crests parallel to the effective wind direction and to the bisectrix between the two dip direction modes. The concentration of Brazilian eolianites in this area is related to the adjacent inner continental shelf constitution, which is rich in branching red algae. However, the eolianites carbonate content (10 - 25%) is low if compared to the record in the submerged shelf below the 10 m isobath (50% or more), and similar to the current beach - foredune system and to the shallow inner shelf, which leads to concludethat the immediate source area is on the beach. The petrographic analysis allowed us to recognize four petrofacies, all of them dominated by quartz (Q) in the framework. They were differentiated by the number of particle size modes (uni or bimodal = 1 or 2) and by carbonate cement petrofabric and textures, which indicate diagenesis dominated by vadose meteoric processes (petrofaciesQ1v and Q2v), with subordinate influence by phreatic meteoric processes (Q1f and Q2f). The set of results obtained, faced to climate reconstructions for the Holocene in the Northeastern Brazil, allows interpreting that the warm paleoclimate, windy and little wet, favorable to eolianites formation, has settled in this region in the past 4000 to 5000 years. Moments of dune stabilization and vegetation colonization, evidenced in facies of low angle cross stratification with rizoconcrections, and changes in the water table, suggested by the interchange between vadose and phreatic cement textures, may have origin either autogenic, related to progressive detachment between trailing ridges and beach source, or allogenic, related to precipitation and/or winds intensity fluctuations.
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Registro fóssil de podocarpaceae na ilha Rei George e a sua relação com os eventos paleoclimáticos e paleoambientais

Fontes, Daiana January 2008 (has links)
Submitted by Fabricia Fialho Reginato (fabriciar) on 2015-07-03T22:44:25Z No. of bitstreams: 1 DaianaFontes.pdf: 25455596 bytes, checksum: 4dae1fc6ad9f052e0a07f54f6be98834 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-07-03T22:44:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DaianaFontes.pdf: 25455596 bytes, checksum: 4dae1fc6ad9f052e0a07f54f6be98834 (MD5) Previous issue date: 2008 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A composição e a diversidade dos representantes de Podocarpaceae nas tafofloras da ilha Rei George, norte da Península Antártica, atestam a importância deste grupo de coníferas nesta região no início do Cenozóico, após uma longa história evolutiva e uma origem igualmente ligada às altas latitudes do sul. O registro fóssil demonstra uma adaptabilidade e capacidade para conquistar novas áreas, diferentemente das outras famílias modernas de gimnospermas austrais, provavelmente devido à dispersão zoocórica e a variedade de formas e hábitos que ainda hoje mantém e que garantiram sua sobrevivência em praticamente todas as faixas de temperatura e gradientes altitudinais. Sete formas relacionadas a esta família foram descritas e se caracterizam pelos dois tipos principais de ramos, ainda hoje existentes. O primeiro deles caracterizado por folhas bifacialmente aplainadas, pequenas e mais ou menos adpressas, representados por duas espécies de Lepidothamnus sp., por Halocarpus sp. e Dacrycarpus sp. O outro grupo, com folhas grandes, com disposição bilateralmente aplainada e com uma veia média destacada, está representado por formas dos gêneros Saxegothaea e Podocarpus, para o qual uma nova espécie é pela primeira vez comunicada. Os macrorrestos estão preservados como impressões e carbonizações em dois dos principais locais da ilha que expõem as litologias durante o verão, o Monte Wawel, na baía do Almirantado, e o Morro dos Fósseis, na península Fildes. Representam sucessões vulcânicas e vulcanoclásticas, englobadas em duas unidades litoestratigráficas distintas, mas provavelmente correlacionáveis, as formações Fossil Hill e Vièville Glacier. Os níveis fossilíferos são compostos por grãos de origem vulcânica, retrabalhados ou não, que atestam sua afinidade com ambientes tectonicamente perturbados e com áreas baixas, de solos rejuvenescidos, onde havia condições para a formação de pequenos lagos e deltas durante as fases de erupções. O levantamento e comparação com outras paleofloras austrais e as idades radiométricas disponíveis permitiram propor uma idade Eoceno Médio para os diferentes níveis onde as podocarpáceas estão presentes e a vigência de um clima temperado úmido que, de modo relativamente rápido, dá lugar a evidências de queda nas temperaturas. A análise dos comparativos modernos sugere que compunham uma flora única, mista e diversificada, que reúne elementos com hábitos e adaptações distintas, se desenvolvendo em diferentes gradientes altitudinais, mais uma evidência em apoio à presença de áreas altas (vulcões?) e costeiras. Quando comparada aos modernos biomas, a paleoflora da ilha Rei George também exibe uma mescla de elementos, unindo hoje os que estão distribuídos nos dois extremos do Hemisfério Sul (América e Australásia), em grande parte endêmicos, e que vivem em lugares submetidos a baixas temperaturas. Assim ao mesmo tempo em que apóia condições climáticas semelhantes para o norte da Península Antártica durante o Eoceno, evidencia o importante papel que as terras do Gondwana e sua separação tiveram, sobre a moderna distribuição disjunta dos representantes desta família. / The composition and diversity of the Podocarpaceae representatives in the fossil plant assemblages of King George Island, north of Antarctic Peninsula, indicates their importance in that region during the Early Cenozoic, after a long evolutive history linked, since its origin, to the high southern latitudes. The fossil record attest an adaptability and capacity to conquer new areas that have no comparatives in other austral conifers, probably due to their seed dispersion by distinct groups of animals and the diverse forms and habits that their modern relatives still maintain. It guarantees their survival until today and their adaptation in nearly all latitudinal and altitudinal gradients. Seven distinct forms related to this family were described, characterized by two main kinds of leaf shoots. Those with scale and short leaf, bifacial flattened shoots are represented by two species of Lepidothamnus and by Halocarpus, Microcachrys and Dacrycarpus. The other one, with bilaterally flattened and big size leaves, with a sharp midrib, was associated with Saxegothaea and a species of Podocarpus, wich was for the first time described in the island taphofloras. The macrofossils are preserved by impressions and charcoalified materials, in the two main areas of the island where the lithologies are exposed in summer seasons, the Mount Wawel, at Admiralty Bay, and the Fossil Hill, at Fildes Peninsula. Represents what was included in two probably correlative lithostratigraphic units established in previous geological works, the Vièville Glacier and Fossil Hill formations. The fossil levels are composed mainly by volcanic grains, sometimes with signals of reworking by shallow lakes and deltas and confirm an environment and deposition linked to moments of active volcanism and inter-eruption phases. The comparisons with other fossil floras from the Antarctic Peninsula and Circum-Antarctic areas, and the radiometric ages indicates a probable lower mid-Eocene age, and wet and temperate climatic conditions, which deteriorates along the succession. The nearest modern relatives of the fossil taxa preserved in the taphofloras suggests also an unique, mixed and diversified vegetation, joining elements with distinct habits and that lives today in distinct altitudinal gradients, provides further evidence in support of the presence of high (volcanoes?) and coastal areas. The King George Island paleoflora flora also comprises a mixture of endemic, eastern Gondwana and South American elements, which reflect its position close to a major floristic boundary. At the same time confirms the microthermic conditions of climate in the north of Antarctic Peninsula at the Eocene times and the important role of the Gondwana drift apart, and the derivate climatic changes, in the modern disjunct distribution of the family.
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Caracterização paleoceanográfica do testemunho JPC-95, margem continental Sul Brasileira, com base em foraminíferos planctônicos e isótopos estáveis de oxigênio.

Ramos, Rodrigo da Costa Portilho 13 September 2017 (has links)
Submitted by Biblioteca de Pós-Graduação em Geoquímica BGQ (bgq@ndc.uff.br) on 2017-09-13T15:30:02Z No. of bitstreams: 1 disserta__o_de_Mestrado_de_Rodrigo_Portilho_Ramos2006.pdf: 839579 bytes, checksum: d63e3eae7dc3dd0de942d14085db1dbc (MD5) / Made available in DSpace on 2017-09-13T15:30:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 disserta__o_de_Mestrado_de_Rodrigo_Portilho_Ramos2006.pdf: 839579 bytes, checksum: d63e3eae7dc3dd0de942d14085db1dbc (MD5) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Universidade Federal Fluminense. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Geoquímica, Niterói, RJ / As freqüentes oscilações climáticas ocorridas nos últimos dois milhões de anos geraram grandes transformações na biodiversidade, na dinâmica de circulação oceânica e nas propriedades físico-químicas dos oceanos. Em estudos com abordagens paleoceanográficas e paleoclimáticas a partir de sedimentos oceânicos, é reconhecida a alta sensibilidade dos foraminíferos planctônicos às variações na temperatura da água do mar, com decorrente flutuação na diversidade e abundância relativa dos vários táxons. Por outro lado, a precipitação do CaCO3 ocorre em equilíbrio com o ambiente, possibilitando identificar variações paleoceanográficas e paleoclimáticas através da composição isotópica das carapaças de foraminíferos. Desse modo, é possível correlacionar as variações isotópicas com a freqüência dos táxons de foraminíferos planctônicos ao longo de um testemunho, permitindo inferências sobre a paleoceanografia e o paleoclima de uma região. O trabalho identificou as variações paleoceanográficas no talude da margem continental Sul brasileira através da análise da freqüência de táxons de foraminíferos planctônicos correlacionando-os com isótopos estáveis de oxigênio extraídos das carapaças de foraminíferos bentônicos, através do estudo do testemunho JPC 95, coletado em 1998, durante o cruzeiro KNORR 159-5, do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI – EUA), no talude da Bacia de Santos (270 52,73’ S e 460 55,25’ W). Foram identificados três grandes intervalos paleoclimáticos: o último intervalo interglacial (1641cm – 920 cm) e o último glacial (911 – 20 cm) ocorridos durante o Pleistoceno, além do intervalo pós-glacial (11cm – topo), correspondente ao Holoceno; esse intervalos são também correlacionáveis, respectivamente, às Biozonas X , Y e Z, e aos Estágios Isotópicos Marinhos 5, 4/3/2 e 1. Também foram reconhecidas flutuações paleoclimáticas ao longo dos intervalos interglaciais e glaciais do Pleistoceno, as quais correspondem às subzonas X1 a X6 e Y1 a Y5. A associação microfossilifera encontrada nesses intervalos sugere influência das águas quentes da Corrente do Brasil durante o intervalo de tempo representado pelas Biozonas X e Z; e influência da Zona de Convergência Subtropical/Subantártica e/ou das águas frias da Corrente das Malvinas durante o tempo correlacionável à Biozona Y. A comparação dos resultados das associações de foraminíferos planctônicos com análises isotópicas de d18O em carapaças de foraminíferos bentônicos para os cinco metros superiores do testemunho sugerem que os ambientes bentônico e pelágico responderam diferentemente às pequenas flutuações paleoceanográficas durante a porção final do último intervalo glacial (subzonas Y3 superior, Y2 e Y1), na região estudada. O posicionamento do limite Pleistoceno / Holoceno foi confirmado por uma datação de 14C, obtida pra a amostra 16,5 cm. Taxas de sedimentação foram estimadas para os diversos intervalos reconhecidos no testemunho JPC95 / The frequent climatic oscillations during the past two million years has caused great changes in biodiversity, on ocean circulation patterns and in the physicochemical properties of seawater. Since the precipitation of CaCO3 occurs in equilibrium with the water environment, it is possible to evaluate the paleoceanography and paleoclimatic variations through the biogenic calcareous isotopic composition of marine sediment. Among others, planktic foraminifera are important paleoceanographic proxies in the ocean due to their high sensitivity to temperature variations of sea water masses. These changes are evident on diversity and relative abundance of the species, and therefore it’s possible to correlate the stable isotopic records with the changes on planktonic foraminiferal populations. The work identified the paleoceanographic variations on the south Brazilian continental margin slope using planktonic foraminifera frequency of species and stable oxygen isotopes extracted from benthic foraminifera on the core JPC-95, collected in 1998 during cruise on the R/V KNORR 159-5 from Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI,EUA), which was retrieved from the slope of Santos Basin at coordinates 270 52,73’ S and 460 55,25’ W. In this study three major paleoclimatic intervals were recognized, the last interglacial interval (base at 1641cm – 920 cm) and the last glacial interval (911cm – 20 cm), which occurred during the Pleistocene, besides the Post-glacial interval ( 11cm – 3 cm) that corresponds to the Holocene. These are similar to Biozones X, Y and Z and it was possible to further subdivide the core data into paleoclimatic fluctuations during the last interglacial and glacial intervals from the Pleistocene, which correspond to X1 to X6 and Y1 to Y5 . Further, through the use of stable oxygen isotopes it was possible to recognize the Marine Isotopic Stages 1 and 2 (MIS 1 and 2), that corresponds to post- glacial and glacial intervals. The planktonic foraminifera association suggests to the intervals represented by biozones X and Z the influence of warm water masses of Brazil current; and the influence of the subtropical/subantarctic convergence zone and/or cold water of Malvinas current during the time interval related to biozone Y. The correlation of planktonic foraminifera with d18O isotopic data from benthic foraminifera to the top 5m of the core suggest that benthic and pelagic environments responded differently to the short term paleoceanographic changes during the final portion of the last glacial at this region (upper subzone Y3, Y2 and Y1). The Pleistocene/Holocene limit was confirmed through a radiocarbon dating at sample 16,5cm. Sedimentation rates were estimated to several intervals within JPC95 core.
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Reconstituição da pluviosidade da Chapada Diamantina (BA) durante o Quaternário Tardio através de registros isotópicos (O e C) em estalagmites / Precipitation reconstruction in Chapada Diamantina (BA) during the Late Quaternary through isotopic records (O e C) on stalagmites

Eline Alves de Souza Barreto 14 May 2010 (has links)
Registros das razões isotópicas do oxigênio (d18O) e do carbono (d13C), juntamente com as taxas de crescimento de espeleotemas, precisamente datados pelo método U/Th, foram utilizados para reconstituição das variações de pluviosidade dos últimos 93 mil anos A.P. na região da Chapada Diamantina, porção central do Estado da Bahia. A reconstituição paleoclimática foi apoiada por estudo de calibração realizado em duas cavernas da região estudada, através do qual se obteve boa relação entre a assinatura isotópica da chuva e do d18O dos gotejamentos e evidências de condições ambientais propícias para deposição de espeleotemas em equilíbrio isotópico com a água de gotejamento. A interpretação climática dos dados de d18O dos espeleotemas considera também a análise da composição isotópica da água da chuva em face da pluviometria, a partir de dados de estações do IAEA-GNIP no Brasil e de simulações das variações do d18O da chuva através do modelo climático ECHAM-4. Esses dados indicam o fator amount effect, como relação preponderante na discussão de pluviosidade através dos registros de espeleotemas, a qual é caracterizada pela diminuição dos valores de d18O com o aumento do volume de chuvas. A partir dos registros de d18O dos espeleotemas foi possível reconstituir os padrões regionais de pluviosidade segundo o ciclo de insolação, como também identificar eventos de mudança abrupta de pluviosidade em escala milenar ocorridos durante o último período glacial e Holoceno. Em escala orbital, foi observado aumento (diminuição) da paleoprecipitação na Bahia durante fases de baixa (alta) insolação de verão (10ºS). Essa relação é evidente na maior parte do registro baiano com exceção do período entre 40 e 20 ky A.P., quando houve predomínio de clima seco, mesmo em fases de insolação baixa. No entanto, tal é relação inversa a que foi descrita em estudos paleoclimáticos do Sul/Sudeste do Brasil e dos Andes. Além disso, variações de paleopluviosidade da Chapada Diamantina estão em fase com as registradas nos trópicos do Hemisfério Norte, na China e Venezuela. Esses resultados indicam influência direta do sistema de Monções Sul-americana (MSA) sobre o regime de chuvas do Nordeste em longa escala de tempo, a qual é primariamente modulada pela intensidade da insolação de verão. Aumentos abruptos da paleopluviosidade em escala milenar, indicados por baixos valores de d18O e d13C, como pelas altas taxas de crescimento de espeleotemas, ocorreram durante predomínio de condições frias no Atlântico Norte, em períodos de grandes mudanças nas condições oceânicas, e são concomitantes com os eventos Heinrich e Younger Dryas. Já fortes diminuições foram observadas durante alguns eventos Dansgaard-Oeschger e Bølling-Allerød. Ao contrário do que foi observado durante os ciclos orbitais, o impacto no clima da Bahia atribuído a esses eventos é semelhante em todo país e também nos Andes, de acordo com estudo comparativo entre testemunhos marinhos/lacustres e espeleotemas. Esses eventos produz efeito na pluviosidade de regiões (sub)tropicais do Hemisfério Norte, assim como registrados em arquivos paleoclimáticos da China e Venezuela. O mecanismo mais provável para geração desses eventos está relacionado com mudanças na Atlantic Meridional Overturning Circulation (AMOC). Com a AMOC desintensificada durante eventos Heinrich no Hemisfério Norte, existe predomínio de um gradiente da temperatura da superfície do Atlântico tropical que favorece posicionamento da Zona de Convergência Intertropical mais a sul durante os eventos úmidos na Bahia. / Speleothem records of stable oxygen (d18O) and carbon isotope ratios (d13C) and speleothem growth rates, precisely dated by U/Th method, were used to reconstruct past changes in precipitation in the last 93,000 years B.P. from Chapada Diamantina region, Bahia State. The paleoclimatic reconstruction takes into account results from a calibration study performed in two caves in the Chapada Diamantina region. It was found a robust relationship between isotope signature in precipitation and cave drip water and also evidenced adequate environmental conditions for speleothem deposition in isotopic equilibrium with drip water. The interpretation of the speleothem d18O records is based on the relationship between isotope composition of precipitation and rainfall amount from IAEA-GNIP stations in Brazil and also results from climate experiments coupled with d18O in precipitation using ECHAM-4. These data indicate the amount effect as the dominant isotope fractionation factor controlling the d18O variations in meteoric water forming speleothems, which is characterized by a decrease in the d18O values with an increase in rainfall amount. Speleothem d18O records allow reconstructing the regional paleoprecipitation patterns on both orbital and millennial time-scales during last glacial period and Holocene. These records indicate an increase (decrease) in paleoprecipitation over central Bahia during low (high) summer insolation (10ºS) phases. This relationship is evident is most of this new speleothem record, except in the period between 40 and 20 ka B.P., when dry climate conditions predominate in the region even during the low insolation phases. However, this relationship is exactly the contrary of the one reported from southern/southeastern Brazil and Central Andes paleoclimate studies. Furthermore, the precipitation variations in Chapada Diamantina are in phase with records from Northern Hemisphere on orbital time-scales, particularly from China and Venezuela. These results suggest a direct influence of the South American Monsoon System (SAMS) on long-term changes in precipitation over northeastern Brazil, which is primarily controlled by gradual changes in summer insolation. Abrupt wet events are defined on millennial time-scales in the Chapada Diamantina records by low values of d18O e d13C and high speleothem growth rates. They occurred under prevalence of cold conditions in Northern Hemisphere, triggered by major changes in oceanic circulation in Atlantic Ocean, during Heinrich and Younger Dryas (YD) events. On the other hand, abrupt decreases in regional precipitation are coincident with some of the Dansgaard-Oeschger (D-O) e Bølling-Allerød (B-A), which are typical warm events in Northern Hemisphere. However, differently from the isotope-climate relationship established on orbital times, the impact of these millennial events on the precipitation variations of Bahia is similar to what is documented in speleothem, lake and marine records from Brazil and Central Andes and opposite to changes described in China and Venezuela, among many other records from Northern Hemisphere. The climate mechanism behind the origin of these millennial events is associated with changes in the Atlantic Meridional Overturning Circulation (AMOC). The Heinrich events are linked to periods of weaker AMOC and sea surface temperature gradients that favor a mean southern position of Intertropical Convergence Zone, which results in very wet conditions in Bahia.

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