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Synthesis and stereochemistry of D-psicose and derivatives.Herve-du-Penhoat, Philippe Charles Marie. January 1973 (has links)
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Paranoia e personalidade na tese de doutorado de Jacques Lacan / Paranoia and Personality in the doctoral thesis of Jacques Lacan (Inglês)Paiva, Higor Sousa 22 December 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-12-22 / The present work intends to carry out a historical-philosophical analysis of the doctoral thesis
of Jacques Lacan, "Of the psychosis paranoic in its relations with the personality". By
choosing as its theoretical-clinical object the paranoia, the author prints an investigation about
its conceptual and diagnostic bases proposing a research model that does not involve an
organic reductionism as an explanation of the psychopathological phenomena. To this end, he
criticizes the notion of personality and the way it is used by medical-psychiatric knowledge of
the time. That said, our study intends to investigate before the history of paranoia itself what
Lacan's need to rethink the notion of personality to investigate it. Thus, we will first make a
historical-philosophical reflection on the foundations of psychiatry, seeking to delimit
elements that explain the type of specific investigation of this medical science and how these
condition the elaboration of a concept of psychosis. This will be done in the history of the
conceptualization of paranoia, pointing out the specificities of this condition and trying to
identify which of its characteristics are the object of Lacanian reflection. From this point on,
we will discuss the author's needs to rethink the notion of personality in order to investigate
paranoia by proposing a theory of the "social genesis of personality", and finally rehearsing
the philosophical reach of these propositions.
Keywords: Jacques Lacan; Paranoia; Personality; Psychiatry; Medicine / O presente trabalho pretende realizar uma análise histórico-filosófica da tese de doutorado de
Jacques Lacan, ¿Da psicose paranoica em suas relações com a personalidade¿. Ao eleger
como seu objeto teórico-clínico a paranoia, o autor imprime uma investigação sobre suas
bases conceituais e diagnósticas propondo um modelo de investigação que não incorra num
reducionismo organicista como explicação dos fenômenos psicopatológicos. Para tanto ele
realiza uma crítica à noção de personalidade e ao modo como ela é utilizada pelo saber
médico-psiquiatrico da época. Isso posto, nosso estudo pretende investigar diante da própria
história da paranoia qual necessidade de Lacan repensar a noção de personalidade para
investigá-la. Assim, faremos a princípio uma reflexão histórico-filosófica sobre os alicerces da
psiquiatria, buscando delimitar elementos que expliquem o tipo de específico de investigação
dessa ciência médica e como estes condicionam a elaboração de um conceito de psicose. Feito
isso adentraremos na história da conceitualização da paranoia, apontando as especificidades
dessa afecção tentando identificar quais de suas características são objeto da reflexão
lacaniana. A partir dai, discutiremos quais as necessidades do autor de repensar a noção de
personalidade para investigar a paranoia, mediante sua proposta de uma teoria da ¿gênese
social da personalidade¿, ensaiando, ao final, o alcance filosófico dessas proposições.
Palavras-chave: Jacques Lacan; Paranoia; Personalidade; Psiquiatria; Medicina
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Que lugar para a psicanálise no campo da saúde mental? elementos para um estudo sobre a clínica da psicose / Quelle place pour la psychanalyse dans le champ de la santé mentale? -E lé mentals pour une étude sur la clinique de la psychoseKarine Querino Mira 09 July 2003 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / La présente recherche est tributaire d'un intérêt particulier par la clinique des psychoses. À partir d'elle nous sommes venus endosser la proposition de Jacques Lacan selon lequel l'analyste ne doit pas reculer face à la psychose, ajoutant que ne reculer pas face à la psychose implique de ne pas reculer face à l'institution psychiatrique, y compris pas seulement lhospital psychiatrique et les ambulatoires publics, mais aussi et, surtout, les dispositifs qui composent ce qui se sont appele à partir de la réforme psychiatrique, de "champ de la santé mentale". En prenant comme point de départ la croyance dont la plupart des cas de psychose a besoin de l'institution psychiatrique, soit celle-ci une institution traditionnelle - l'hospital psychiatrique -, ou un dispositif qui se prétend substitut concernant lui - une hospital-jour ou un CAPS (Centre d'Attention Psicossocial), nous proposons dans cette dissertation un questionnement concernant la place de la psychanalyse dans le champ de la santé mentale. Depuis Freud la psychose vient en posant des questions à la psychanalyse, convoquant les analystes au travail de soutenir le dispositif analytique dans un terrain où cet semble être posé la preuve. Et quand s'agit de le soutenir dehors du setting du cabinet de consultations privé - dans une infirmerie ou dans un CAPS, par exemple -, le défi encore est plus grand. Dans cette dissertation nous essayerons de delimiter ce qui la psychanalyse a dont spécifique dans concerne à l'abordage de la psychose et tant que clinique du sujet, ce qui définit une correctement place pour elle dans le champ de la santé mentale. Freud nous présent l'auditeur comme l'instrument principal de l'analyste dans la pratique clinique. Lacan, dans sa relecture de Freud, va indiquer pour ce quelle a spécifique - d'un auditeur fait reference dans une éthique particulier: l'éthique de la psychanalyse, soutenue dans le désir de l'analyste. Donc, c'est à partir de cet auditeur que nous visons suggérer une place spécifique pour la psychanalyse, indépendant de l'environnement où se produit l'experience analytique. / A presente pesquisa é tributária de um interesse particular pela clínica das psicoses. A partir dela viemos endossar a proposta de Jacques Lacan segundo a qual o analista não deve recuar diante da psicose, acrescentando que não recuar diante da psicose implica em não recuar diante da instituição psiquiátrica, incluindo aí não só o hospital psiquiátrico e os ambulatórios públicos, mas também e, sobretudo, os dispositivos que compõem o que se denominou, a partir da reforma psiquiátrica, de campo da saúde mental. Tendo como ponto de partida a crença de que a maioria dos casos de psicose necessita da instituição psiquiátrica, seja esta uma instituição tradicional - o hospital psiquiátrico -, ou um dispositivo que se pretende substitutivo em relação a ele - um hospital-dia ou um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), propomos nessa dissertação um questionamento acerca do lugar da psicanálise no campo da saúde mental. Desde Freud a psicose vem colocando questões à psicanálise, convocando os analistas ao trabalho de sustentar o dispositivo analítico num terreno onde este parece ser colocado à prova. E quando se trata de sustentá-lo fora do setting do consultório privado - numa enfermaria ou num CAPS, por exemplo -, o desafio ainda é maior. Nessa dissertação tentaremos delimitar o que a psicanálise tem de específico no que tange à abordagem da psicose e enquanto clínica do sujeito, o que define um certo lugar para ela no campo da saúde mental. Freud nos apresenta a escuta como instrumento principal do analista na prática clínica. Lacan, em sua releitura de Freud, vai apontar para o que ela tem de específico - uma escuta referenciada numa ética particular: a ética da psicanálise, sustentada no desejo do analista. Portanto, é a partir dessa escuta que visamos sugerir um lugar específico para a psicanálise, independente do ambiente onde se dá a experiência analítica
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A escrita do corpo na psicose. / The writing of the body in psychosis.Claudia Escórcio Gurgel do Amaral Pitanga 09 June 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Ao longo desta tese, investiga-se a relação do sujeito com o corpo, em especial na clínica da psicose que, em decorrência do mecanismo da foraclusão que marca essa estrutura, não é regido por uma norma fálica, sendo problemática a construção da ficção de um corpo próprio. Examina-se a hipótese de que as práticas corporais, na psicose, são tentativas do sujeito de inscrever um corpo, correlativas às tentativas de estabilização. Para isso, se percorrem as concepções de corpo, bem como o funcionamento da estrutura da psicose na obra de Sigmund Freud e Jacques Lacan. As práticas corporais como tentativas de fazer marcas se diferenciam quanto à sua complexidade, desde os cortes à criação artística, mas têm em comum a urgência de uma escrita pulsional, que não cessa de não se escrever. Verifica-se que o sinthoma é a forma princeps de suplência simbólica, que por meio da arte, poderá dar um suporte simbólico ao corpo. A perspectiva oferecida pela concepção de sinthoma transforma o psicótico em um artesão, que, por meio de um artifício poderá inventar aquilo que fará uma estabilização. Através do conceito de corpo dançante de Didier-Weill, analisa-se o caso do bailarino Nijinsky para que se discuta o possível alcance da criação artística para a psicose. Conclui-se que a criação artística poderá ser uma saída de mestre, onde o psicótico poderá fazer mestria de sua arte e, juntamente com ela, inventar uma nomeação para si, assim como um lugar no discurso que poderá fazer laço social. Assim, o trabalho permanente encontrado na psicose constitui-se em uma possibilidade de entrada do discurso analítico. Se há um trabalho do lado do analista com relação à psicose, é no acolhimento dessas tentativas de inscrição, como escritas da psicose. / Throughout this thesis we investigate the relation of the subject to the body, especially in the clinic of psychosis. As a result of the mechanism of forclusion which marks that structure, the body is not ruled by a phallic norm, being problematic then the construction of the fiction of a body of ones own. We examine the hypothesis that the body practices in psychosis are attempts of the subject to inscribe a body, correlated to the attempts of stabilization. For that purpose we consider the conceptions of body, as well as the functioning of the structure of psychosis, in the works of Sigmund Freud and Jacques Lacan. The body practices as attempts to make marks differ as to their complexity, from cuts to artistic creation, but they have in common the urgency of a pulsional writing that does not cease to not writing. We verify that the sinthoma is the princeps form of symbolic suppliance that, by means of art, may provide a symbolic support to the body. The perspective offered by the conception of sinthoma turns the psychotic into an artisan who by means of an artifice may invent that which will produce a stabilization. We analyse then the case of the ballet dancer Nijinsky having Didier-Weills concept of dancing body in mind to discuss the possibilities of artistic creation to psychosis. We conclude that artistic creation can be a masterly solution, the psychotic becoming skilled in her/his art and, together with it, inventing herself/himself a naming as well as a place in the discourse which may provide social connection. Thus, the permanent work found in psychosis constitutes itself in a possibility of the entering of the analytic discourse. If there is a work on the part of the analyst as it concerns to psychosis, it is in the acceptance of these attempts of inscriptions as writings of psychosis.
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Peculiaridades do discurso na psicoseHeck, Fernanda Arioli January 2012 (has links)
A pesquisa investiga transformações na leitura psicanalítica do discurso na psicose. Parte da análise realizada por Freud da biografia de Schreber, passando pela admissão por Lacan do termo ―discurso‖ para a psicose, até a referência de Lacan em “O aturdito” ao ―fora-do-discurso da psicose‖. Na formulação de hipóteses acerca do que significa e no que implica tal menção de Lacan não há consenso entre autores que se dedicaram ao tema. Com o propósito de indagar a pertinência de entender o ―fora-do-discurso‖ como fora dos quatro discursos, a pesquisa foi construída com base em uma abordagem topológica e a partir do método psicanalítico de investigação. Inicialmente, é problematizada a idéia do ―fora‖ enquanto exterioridade, posto que a oposição dentro-fora não implica alterações topológicas. A partir dos Esquemas L e Z são abordadas as conseqüências de na psicose o sujeito estabelecer uma relação direta com o semelhante, sem mediação Simbólica do Outro, de modo a permanecer no âmbito da rivalidade especular. A pesquisa faz referência, ainda, às alterações que o fora-do-discurso implica na sustentação do campo da realidade na psicose. A partir do Grafo do Desejo, é deflagrado o impasse de que incluir o desejo na relação com o outro implica a articulação entre os elementos do segundo andar do grafo. Na psicose, o discurso se rompe quando atinge o lugar do código, o que impede a passagem para o andar superior. Conclui-se que o fora-do-discurso da psicose faz referência à inviabilidade de aplicação do matema dos quatro discursos à estrutura psicótica, devido à impossibilidade de o sujeito ocupar o lugar de agente do discurso. Por fim, a partir da indagação relativa ao laço transferencial na psicose, são desdobradas as conseqüências da formulação da psicose como fora-do-discurso para o tratamento analítico. / The research investigates changes in psychoanalytic reading of the speech in the psychosis. The research starts from the analysis performed by Schreber's biography written by Freud, going through Lacan's admission on the term "discourse" for psychosis, until the Lacan's reference in "L'etourdit" to "out-of-speech‖ of psychosis. In the formulation of hypotheses about what it means and what implies such mention, there is no consensus among authors who have dedicated themselves to the theme. In order to investigate the relevance of understanding the "out-of-speech" as out of the four discourses, the research was built on a topological approach and from the psychoanalytic method of investigation. Initially, the idea of "outside" is questioned as externality, since the opposition inside-out does not imply topological changes. From the diagrams L and Z are addressed the consequences of psychosis in the subject to establish a direct relationship with the similar, without Symbolic mediation of the Other, in order to remain within the mirroring rivalry. The study also refers to changes that the out-of-speech of psychosis implies in the sustaining of the field of reality. From the Graph of Desire is triggered a impasse: to include the desire in relation to the other imply the relationship between the elements of the second floor of the graph. In psychosis, the speech is broken when it reaches the place of the code, which prevents the passage to the upper floor. We conclude that the out-of-speech of psychosis refers to the impossibility of application of mathema of four speeches to the psychotic structure, due to the inability of the subject to take the place of agent of discourse. Finally, from the inquiry on the bond transferential in psychosis are unfolded the consequences of the formulation of psychosis as out-of-speech for the analytical treatment.
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O lugar da clínica na reforma psiquiátrica brasileira / Le lieu de la clinique dans la réforme psychiatrique brésilienneDaniela Santos Bezerra 13 August 2008 (has links)
Cette dissertation cherche à situer le statut donné à la dimension de la clinique dans les services du réseau dattention psychosociale du Brésil, partant de notre insertion comme enquêteuse auprès des services CIAPS Adauto Botelho Cuiabá / MT. Nous sommes partis de la présupposition que la Réforme Psychiatrique Brésilienne se constitue par un processus de construction de nouvelles pratiques en santé mentale, dont lemphase est déposée dans la réssocialization et le rachat de la citoyenneté des usufrutiers des services de santé mentale publique. Cette visée laisse souvent de côté les questions de la clinique, ce qui fait quon laisse de tenir en compte le sujet, tel quil est revelé par la Psychanalyse. La mise en scène trouvée signale une tension entre la clinique et la politique, comme deux pôles excludents, et revèle aussi différentes notions de clinique orientant les actions des professionnels. Nous utilisons comme borne théorique-métodologique les découvertes de Sigmund Freud, reprises par Jacques Lacan et cherchons contribuer avec quelques notions extraites de la clinique psychanalytique pour proposer, au lieu de lexclusion intrinsèque, une politique qui passe par la clinique. / Esta dissertação procura situar o estatuto dado à dimensão da clínica nos serviços da rede de atenção psicossocial do Brasil, a partir de nossa inserção como pesquisadora junto aos serviços CIAPS Adauto Botelho em Cuiabá/MT e CAPSI Pequeno Hans no Rio de Janeiro/RJ. Partimos do pressuposto que a Reforma Psiquiátrica Brasileira constitui-se por um processo de construção de novas práticas em saúde mental, cuja ênfase é depositada na ressocialização e no resgate à cidadania dos usuários dos serviços de saúde mental pública. Este enfoque, muitas vezes, deixa de lado as questões da clínica, o que faz com que se deixe de levar em conta o sujeito, tal como ele é revelado pela Psicanálise. O cenário encontrado aponta para uma tensão entre a clínica e a política, como dois pólos excludentes, assim como também revela diferentes noções de clínica orientando as ações dos profissionais. Utilizamos como marco teórico-metodológico as descobertas de Sigmund Freud retomadas por Jacques Lacan e procuramos contribuir com algumas noções extraídas da clínica psicanalítica para propor, em vez de exclusão intrínseca, uma política que passe pela clínica.
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Que lugar para a psicanálise no campo da saúde mental? elementos para um estudo sobre a clínica da psicose / Quelle place pour la psychanalyse dans le champ de la santé mentale? -E lé mentals pour une étude sur la clinique de la psychoseKarine Querino Mira 09 July 2003 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / La présente recherche est tributaire d'un intérêt particulier par la clinique des psychoses. À partir d'elle nous sommes venus endosser la proposition de Jacques Lacan selon lequel l'analyste ne doit pas reculer face à la psychose, ajoutant que ne reculer pas face à la psychose implique de ne pas reculer face à l'institution psychiatrique, y compris pas seulement lhospital psychiatrique et les ambulatoires publics, mais aussi et, surtout, les dispositifs qui composent ce qui se sont appele à partir de la réforme psychiatrique, de "champ de la santé mentale". En prenant comme point de départ la croyance dont la plupart des cas de psychose a besoin de l'institution psychiatrique, soit celle-ci une institution traditionnelle - l'hospital psychiatrique -, ou un dispositif qui se prétend substitut concernant lui - une hospital-jour ou un CAPS (Centre d'Attention Psicossocial), nous proposons dans cette dissertation un questionnement concernant la place de la psychanalyse dans le champ de la santé mentale. Depuis Freud la psychose vient en posant des questions à la psychanalyse, convoquant les analystes au travail de soutenir le dispositif analytique dans un terrain où cet semble être posé la preuve. Et quand s'agit de le soutenir dehors du setting du cabinet de consultations privé - dans une infirmerie ou dans un CAPS, par exemple -, le défi encore est plus grand. Dans cette dissertation nous essayerons de delimiter ce qui la psychanalyse a dont spécifique dans concerne à l'abordage de la psychose et tant que clinique du sujet, ce qui définit une correctement place pour elle dans le champ de la santé mentale. Freud nous présent l'auditeur comme l'instrument principal de l'analyste dans la pratique clinique. Lacan, dans sa relecture de Freud, va indiquer pour ce quelle a spécifique - d'un auditeur fait reference dans une éthique particulier: l'éthique de la psychanalyse, soutenue dans le désir de l'analyste. Donc, c'est à partir de cet auditeur que nous visons suggérer une place spécifique pour la psychanalyse, indépendant de l'environnement où se produit l'experience analytique. / A presente pesquisa é tributária de um interesse particular pela clínica das psicoses. A partir dela viemos endossar a proposta de Jacques Lacan segundo a qual o analista não deve recuar diante da psicose, acrescentando que não recuar diante da psicose implica em não recuar diante da instituição psiquiátrica, incluindo aí não só o hospital psiquiátrico e os ambulatórios públicos, mas também e, sobretudo, os dispositivos que compõem o que se denominou, a partir da reforma psiquiátrica, de campo da saúde mental. Tendo como ponto de partida a crença de que a maioria dos casos de psicose necessita da instituição psiquiátrica, seja esta uma instituição tradicional - o hospital psiquiátrico -, ou um dispositivo que se pretende substitutivo em relação a ele - um hospital-dia ou um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), propomos nessa dissertação um questionamento acerca do lugar da psicanálise no campo da saúde mental. Desde Freud a psicose vem colocando questões à psicanálise, convocando os analistas ao trabalho de sustentar o dispositivo analítico num terreno onde este parece ser colocado à prova. E quando se trata de sustentá-lo fora do setting do consultório privado - numa enfermaria ou num CAPS, por exemplo -, o desafio ainda é maior. Nessa dissertação tentaremos delimitar o que a psicanálise tem de específico no que tange à abordagem da psicose e enquanto clínica do sujeito, o que define um certo lugar para ela no campo da saúde mental. Freud nos apresenta a escuta como instrumento principal do analista na prática clínica. Lacan, em sua releitura de Freud, vai apontar para o que ela tem de específico - uma escuta referenciada numa ética particular: a ética da psicanálise, sustentada no desejo do analista. Portanto, é a partir dessa escuta que visamos sugerir um lugar específico para a psicanálise, independente do ambiente onde se dá a experiência analítica
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A escrita do corpo na psicose. / The writing of the body in psychosis.Claudia Escórcio Gurgel do Amaral Pitanga 09 June 2014 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Ao longo desta tese, investiga-se a relação do sujeito com o corpo, em especial na clínica da psicose que, em decorrência do mecanismo da foraclusão que marca essa estrutura, não é regido por uma norma fálica, sendo problemática a construção da ficção de um corpo próprio. Examina-se a hipótese de que as práticas corporais, na psicose, são tentativas do sujeito de inscrever um corpo, correlativas às tentativas de estabilização. Para isso, se percorrem as concepções de corpo, bem como o funcionamento da estrutura da psicose na obra de Sigmund Freud e Jacques Lacan. As práticas corporais como tentativas de fazer marcas se diferenciam quanto à sua complexidade, desde os cortes à criação artística, mas têm em comum a urgência de uma escrita pulsional, que não cessa de não se escrever. Verifica-se que o sinthoma é a forma princeps de suplência simbólica, que por meio da arte, poderá dar um suporte simbólico ao corpo. A perspectiva oferecida pela concepção de sinthoma transforma o psicótico em um artesão, que, por meio de um artifício poderá inventar aquilo que fará uma estabilização. Através do conceito de corpo dançante de Didier-Weill, analisa-se o caso do bailarino Nijinsky para que se discuta o possível alcance da criação artística para a psicose. Conclui-se que a criação artística poderá ser uma saída de mestre, onde o psicótico poderá fazer mestria de sua arte e, juntamente com ela, inventar uma nomeação para si, assim como um lugar no discurso que poderá fazer laço social. Assim, o trabalho permanente encontrado na psicose constitui-se em uma possibilidade de entrada do discurso analítico. Se há um trabalho do lado do analista com relação à psicose, é no acolhimento dessas tentativas de inscrição, como escritas da psicose. / Throughout this thesis we investigate the relation of the subject to the body, especially in the clinic of psychosis. As a result of the mechanism of forclusion which marks that structure, the body is not ruled by a phallic norm, being problematic then the construction of the fiction of a body of ones own. We examine the hypothesis that the body practices in psychosis are attempts of the subject to inscribe a body, correlated to the attempts of stabilization. For that purpose we consider the conceptions of body, as well as the functioning of the structure of psychosis, in the works of Sigmund Freud and Jacques Lacan. The body practices as attempts to make marks differ as to their complexity, from cuts to artistic creation, but they have in common the urgency of a pulsional writing that does not cease to not writing. We verify that the sinthoma is the princeps form of symbolic suppliance that, by means of art, may provide a symbolic support to the body. The perspective offered by the conception of sinthoma turns the psychotic into an artisan who by means of an artifice may invent that which will produce a stabilization. We analyse then the case of the ballet dancer Nijinsky having Didier-Weills concept of dancing body in mind to discuss the possibilities of artistic creation to psychosis. We conclude that artistic creation can be a masterly solution, the psychotic becoming skilled in her/his art and, together with it, inventing herself/himself a naming as well as a place in the discourse which may provide social connection. Thus, the permanent work found in psychosis constitutes itself in a possibility of the entering of the analytic discourse. If there is a work on the part of the analyst as it concerns to psychosis, it is in the acceptance of these attempts of inscriptions as writings of psychosis.
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Das rupturas à continuidade : os funcionamentos psicóticos e o manejo na clínica psicanalíticaGuedes, Isabella Vieira de Macedo 27 October 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-03-09T17:29:51Z
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Previous issue date: 2018-03-12 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). / Esta pesquisa aborda a clínica com os funcionamentos psicóticos e o manejo do analista. Explora-se aqui a constituição psíquica e o desenvolvimento emocional primitivo a partir do aporte winnicottiano, ressaltando a relevância do ambiente para o amadurecimento do sujeito e para sua saúde psíquica. Diante destas reflexões, aborda-se as relações entre o fracasso adaptativo ambiental, com a sua qualidade de ruptura na continuidade de ser do bebê e as raízes dos funcionamentos e dos traços psicóticos da personalidade. A partir do diálogo com outros autores, discute-se os funcionamentos psicóticos com base em uma perspectiva elástica, que considera a maleabilidade psíquica e força integradora do psiquismo, que insiste em inscrever as vivências que não tiveram lugar na historicidade psíquica do sujeito, que não puderam ser experimentadas. Por fim, tece-se reflexões sobre o manejo na clínica psicanalítica, a partir de uma postura esperançosa, que aposta no potencial das trocas clínicas, no potencial do analista de acolher fenômenos com uma qualidade grave de dor, e, a partir dessa dinâmica trazer a eles algum caráter de experiência, de continuidade. / This study approaches the psychoanalitic clinic with psychotic functioning and the handling promoted by the psychoanalyst. It explores the psychic constitution and the primitive emotional development from the Winnicottian contribution, emphasizing the relevance of the environment for the maturing of the individual and for his psychic health. In the light of these reflections, the relations between the environmental adaptive failure, with its quality of rupture in the continuity of the baby's being and the roots of the psychotic traits and functioning of the personality, is approached. From the dialogue with other authors, psychotic functioning is discussed based on an elastic perspective, which considers the psychic suppleness and integrative force of the psyche, which insists on inscribing the experiences that did not take place in the psychic historicity of the subject, that could not be experimented. Finally, this research reflects on the management and handling of the analyst in his psychoanalytic clinic, exploring this discussion based on a hopeful attitude, which bets on the potential of clinical exchanges, on the analyst's potential to receive and hold phenomena of a severe quality of pain, bringing them, by this attitude, some character of experience, of continuity.
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O lugar da clínica na reforma psiquiátrica brasileira / Le lieu de la clinique dans la réforme psychiatrique brésilienneDaniela Santos Bezerra 13 August 2008 (has links)
Cette dissertation cherche à situer le statut donné à la dimension de la clinique dans les services du réseau dattention psychosociale du Brésil, partant de notre insertion comme enquêteuse auprès des services CIAPS Adauto Botelho Cuiabá / MT. Nous sommes partis de la présupposition que la Réforme Psychiatrique Brésilienne se constitue par un processus de construction de nouvelles pratiques en santé mentale, dont lemphase est déposée dans la réssocialization et le rachat de la citoyenneté des usufrutiers des services de santé mentale publique. Cette visée laisse souvent de côté les questions de la clinique, ce qui fait quon laisse de tenir en compte le sujet, tel quil est revelé par la Psychanalyse. La mise en scène trouvée signale une tension entre la clinique et la politique, comme deux pôles excludents, et revèle aussi différentes notions de clinique orientant les actions des professionnels. Nous utilisons comme borne théorique-métodologique les découvertes de Sigmund Freud, reprises par Jacques Lacan et cherchons contribuer avec quelques notions extraites de la clinique psychanalytique pour proposer, au lieu de lexclusion intrinsèque, une politique qui passe par la clinique. / Esta dissertação procura situar o estatuto dado à dimensão da clínica nos serviços da rede de atenção psicossocial do Brasil, a partir de nossa inserção como pesquisadora junto aos serviços CIAPS Adauto Botelho em Cuiabá/MT e CAPSI Pequeno Hans no Rio de Janeiro/RJ. Partimos do pressuposto que a Reforma Psiquiátrica Brasileira constitui-se por um processo de construção de novas práticas em saúde mental, cuja ênfase é depositada na ressocialização e no resgate à cidadania dos usuários dos serviços de saúde mental pública. Este enfoque, muitas vezes, deixa de lado as questões da clínica, o que faz com que se deixe de levar em conta o sujeito, tal como ele é revelado pela Psicanálise. O cenário encontrado aponta para uma tensão entre a clínica e a política, como dois pólos excludentes, assim como também revela diferentes noções de clínica orientando as ações dos profissionais. Utilizamos como marco teórico-metodológico as descobertas de Sigmund Freud retomadas por Jacques Lacan e procuramos contribuir com algumas noções extraídas da clínica psicanalítica para propor, em vez de exclusão intrínseca, uma política que passe pela clínica.
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