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A histeria diante da emergência de uma nova economia psíquica: uma leitura de Freud e Melman / Hysteria before the emergence of new psychic economy: a reading of Freud and MelmanCosta, Dayse Santos 25 March 2013 (has links)
Since the time when Freud began treating hysteria, considerable changes have occurred in dominant discourses circulating globally regarding the illness. This paper outlines these changes, noting that, according to Freud, hysteria resulted from a person’s unconscious struggle between repressive and defensive mechanisms in the psyche. However, Charles Melman questions whether or not the unconscious is involved in the process of developing hysteria, noting that the Freudian unconscious came at a particular moment in the evolution of culture in which freedom of expression dismissed an individual’s psychic repression. The authors of the present paper seek to reflect upon how hysteria can be seen today, what it intends to express, and how it manifests as a social symptom. Thus, we perform a careful,
deconstructive reading of Freud and Melman, utilizing the two texts that specifically deal with hysteria: Studies on Hysteria (Freud) and the New Studies on Hysteria (Melman). Methodology: both texts will be analyzed through the lens of arguments draw from the book “L'Homme sans gravité - Jouir à tout prix” (Melman) which states that we witness the
emergence of a new psychic economy as a result of cultural change; a different economy from the one explained by Freud, which promoted neurosis. The book also explains that today, individuals are psychically impoverished, lost, without shelter, without any ground, without gravity, unable to distinguish reality from a dream. We understand that in this scenario,hysteria is described as a way to demonstrate that such a situation is unbearable and also causes suffering to individuals, even if not justified by excessive repression. Another interesting aspect concerning our own conjecture is that hysteria seems to emerge as an expression of sensitivity and as an alternative to invigorate the contours of the impossible, restructure disoriented subjects, making the subjective division that in a certain way restores the desire and the dream of integration. Hysteria also functions as a way to continue to reclaim the restoration of the authority of the Father/Master, thus, to return to the position of subjective consistency. / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas / Trata-se de um estudo que propõe uma reflexão acerca da histeria na contemporaneidade, partindo do pressuposto de que desde a época em que Freud começou a tratar o fenômeno até momento atual, mudanças consideráveis ocorreram no que tange aos discursos dominantes que circulam na cultura. Observa-se que a histeria em Freud parecia resultar do grande esforço da defesa e do recalque no psiquismo humano, que de certo modo revela um
inconsciente bastante poderoso no que concerne ao mecanismo psíquico da manifestação histérica. Charles Melman, no entanto, questiona se haveria um lugar para o inconsciente -
considerando que inconsciente freudiano surge num momento específico da evolução cultural - num mundo com total liberdade de expressão, de onde o recalque parece ter sido dispensado, como parece ocorrer na contemporaneidade. Baseado neste questionamento, foi proposta uma reflexão sobre como a histeria pode ser compreendida hoje; o que ela expressa ou pretende expressar, o que denuncia dos sujeitos contemporâneos e como se manifesta enquanto sintoma social. Para tanto, realizamos uma leitura atenta próxima e desconstrutiva de Freud e Melman, sobretudo os dois textos que tratam especificamente da histeria: os Estudos sobre a Histeria (Freud) e os Novos Estudos sobre a Histeria (Melman). O método utilizado foi: escrever a leitura desses textos tendo como terceiro vértice de referências importantes o livro “O Homem sem Gravidade – gozar a qualquer preço” (Melman), visto que nele é apresentada a tese de que, em decorrência da mutação cultural, assistimos a emergência de uma nova economia psíquica. Economia diferente daquela fundamentada por Freud que promovia a neurose. Neste livro também é assinalado que, hoje, os sujeitos são psiquicamente empobrecidos, inteiros e desabrigados, impossibilitados de distinguir a realidade de um sonho. Compreendemos que neste cenário, a histeria aparece como uma forma de demonstrar que tal situação é insuportável e também gera sofrimento aos sujeitos, mesmo que não justificado pelo excesso de recalcamento. Outro aspecto interessante relativo às nossas próprias considerações é de que a histeria parece surgir como expressão da sensibilidade e como alternativa para revigorar os contornos do impossível, reestruturar os sujeitos desorientados, fazendo com que a divisão subjetiva seja, de certa forma, restaurada, enquanto condição específica de sujeitos desejantes. Além de continuar funcionando como uma forma de reivindicar a restauração da autoridade do Pai/Mestre.
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O estatuto supremo do dinheiro à luz da teoria freudianaSilva, Lillian Nathalie Oliveira da 27 June 2016 (has links)
This paper proposes to investigate the place occupied by money in the psychic economy, given its supreme status acquired in most societies and times when human life began in civilization. This is an investigation of social phenomena by psychoanalytical bias, featuring in a research in psychoanalysis bibliographic method and interpretive reading, from the theoretical perspective of Freud and psychoanalytical productions in the field. It is dedicated to the study of money from a point of view of originating the subject drives, with explanation of the history, origin and practical evolution of money and its role of supremacy in industrial civilizations, passing the meanings and representations common sense already studied the psychological science and being analyzed by the interpolation of the subject of the unconscious, driven by instincts and desire. It reads that the money is not only as an object with instinctual and representational effects of the subject, but it is holder of a structural capacity of the psyche, constituting as Cipher own constitution of being. The presence of an ambivalent relation of the subject to money, where money is links the domination scenarios and human exploitation is consistent with the impossible harmony between human and civilized life. The handles of the psychoanalytic subject with money does not make appropriate balance and harmony since money amoeda also instinctual antagonisms originate. / Este trabalho propõe investigar o lugar ocupado pelo dinheiro na economia psíquica, considerando seu estatuto supremo adquirido na maior parte das sociedades e épocas em que a vida humana se pôs em civilização. Trata-se de uma investigação de fenômenos sociais pelo viés psicanalítico, caracterizando-se numa pesquisa em psicanálise de método bibliográfico e leitura interpretativa, a partir da perspectiva teórica de Freud e de produções psicanalíticas no campo. Dedica-se ao estudo do dinheiro de um ponto de vista das pulsões originárias do sujeito, com explanação sobre a história, origem e evolução prática da moeda, bem como seu papel de supremacia nas civilizações industriais, perpassando os significados e representações no senso comum já estudados pela ciência psicológica e sendo analisados pela interpolação do sujeito do inconsciente, movido pelas pulsões e pelo desejo. Lê-se que o dinheiro não se constitui somente enquanto objeto com efeitos pulsional e representacional do sujeito, mas é detentor de uma capacidade estruturante sobre o psiquismo, se instituindo como cifra da própria constituição do ser. A presença de uma relação ambivalente do sujeito para com o dinheiro, em que o dinheiro se atrela a cenários de dominação e exploração humana é coerente com a impossível harmonia entre o humano e a vida civilizada. A lida do sujeito psicanalítico com o dinheiro não se faz cabível de equilíbrio e harmonia já que o dinheiro amoeda também os antagonismos pulsionais originários.
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