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Condições associadas à saúde auto-referida em homens idosos de Juiz de Fora, MG / Conditions for the self-reported health in elderly men of Juiz de Fora, MGSantiago, Lívia Maria January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / A saúde auto-referida tem sido considerada um indicador útil de condições e desfechos de saúde entre indivíduos idosos, especialmente a mortalidade. Essa medida baseia-se na interpretação de aspectos físicos objetivos, de status mental, de expectativas e referenciais de comparação, representando uma percepção individual, própria de cada sujeito. Apesar da importância dos problemas masculinos de saúde no perfil de morbimortalidade da população brasileira idosa, os homens idosos têm sido pouco contemplados em estudos que analisem suas particularidades. Esta dissertação, composta por dois artigos, objetivou estudar as condições associadas à saúde auto-referida em homens idosos do município de Juiz de Fora, MG. O primeiro artigo é um estudo transversal, que busca contribuir para o entendimento de questões relacionadas às características de saúde dos homens idosos e a forma como estes avaliam sua saúde. Realizou-se a análise descritiva das variáveis do estudo e as relações entre saúde auto-referida e as co-variáveis foram exploradas através de razões de prevalência (RP), sendo a análise multivariada efetuada através da regressão de Poisson. A população de estudo foi constituída por 2876 homens, com idade média de 70,01 anos (DP= 7,21). Saúde razoável/ruim foi referida por quase 40 por cento dos idosos. Na análise bivariada, os homens de 70 anos ou mais (RP= 1,14 IC 95 por cento 1,04-1,25), sem companheira (RP= 1,15 IC 95 por cento 1,03-1,27), com baixa escolaridade (RP= 1,61 IC 95 por cento 1,41-1,83), que não trabalhavam (RP= 1,64 IC 95 por cento 1,43-1,88), eram sedentários (RP= 1,22 IC 95 por cento 1,11-1,34), usuários do SUS (RP= 1,53 IC 95 por cento 1,36-1,71), utilizavam medicação regular (RP=2,44 IC 95 por cento 2,13-2,79), relatavam internação recente (RP= 1,69 IC 95 por cento 1,54-1,86) e uma ou mais condições crônicas de saúde (RP=1,98 IC 95 por cento 1,68-2,33), apresentaram maior probabilidade de referir saúde razoável/ruim. No modelo multivariado, mantiveram-se associadas à saúde auto-referida razoável/ruim as variáveis: número de condições crônicas, uso de medicação regular (RP= 2,22 IC 95 por cento 1,93-2,54), internação recente (RP=1,54 IC 95 por cento 1,38-1,71), não trabalhar (RP= 1,37 IC 95 por cento 1,20-1,56), ter baixa escolaridade (RP= 1,27 IC 95 por cento 1,11-1,45) e ser usuário do sistema público de saúde (RP= 1,40 IC 95 por cento 1,24-1,58). Os resultados desse estudo reforçam a hipótese de que múltiplas questões estão relacionadas à auto-avaliação da saúde em populações idosas. Considerando que este é um bom indicador das condições de saúde nesse grupo etário, é necessário que os serviços de saúde desenvolvam estratégias para captação dos homens idosos com perfil de risco para saúde auto-referida ruim. O segundo artigo, um estudo de seguimento, teve o objetivo de analisar o possível papel da saúde auto-referida como variável preditora de mortalidade nesse grupo populacional. O método de Kaplan-Meier foi utilizado para a análise exploratória dos dados, comparando-se os indivíduos que relataram condição de saúde excelente/boa com aqueles que informaram condição de saúde razoável/ruim, em diferentes estratos de variáveis sóciodemográficas,de estilo de vida e de saúde, através do teste de log-rank, admitindo nível de significância estatística de 5 por cento. A análise multivariada foi efetuada através de modelos de regressão de Cox, com o método Enter, incluindo as variáveis que apresentaram associações estatisticamente significativas naanálise bivariada. A população deste estudo foi constituída por 2875 homens idosos, seguidos até a data do óbito ou do término do período de seguimento de dois anos, sendo então censurados os indivíduos vivos. Durante o seguimento, ocorreram 120 óbitos, sendo as doenças do aparelho circulatório (40 por cento), as neoplasias (22,5 por cento) e as doenças do aparelho respiratório (10 por cento) as principais causas de morte. Em praticamente todos os estratos de variáveis analisadas, os idosos com saúde auto-referida razoável/ruim apresentaram maior risco de morrer do que aqueles com saúde auto-referida excelente/boa. No modelo multivariado final, as variáveis saúde auto-referida razoável/ruim (HR=1,88 IC 95 por cento 1,29-2,72), idade (HR=1,05 IC 95 por cento 1,03-1,08), uso de serviço público de saúde (HR=1,69 IC 95 por cento 1,10-2,60), tabagismo atual (HR=1,94 IC 95 por cento 1,24-3,04) e doença cardiovascular aguda (HR=1,62 IC 95 por cento 1,06-2,47) se mostraram associadas à mortalidade. A saúde auto-referida mostrou-se uma importante variável preditora da mortalidade em homens idosos, em um período de seguimento de dois anos. Diante da importância da saúde auto-referida ruim na predição da mortalidade em homens idosos brasileiros, recomenda-se que os serviços de saúde incorporem esse indicador nas avaliações de saúde do usuário idoso. / Self-reported health has been considered a helpful indicator of health conditions and certain
outcomes, especially mortality, in elderly people. This measure is based on the interpretation of objective physical aspects, mental status, expectations and referential systems of comparison, representing an
individual perception. Studies have pointed to differences between genders not only in relation to determinants of self-reported health, but also in relation to its capacity to be a predictor of mortality and the magnitude of the associations. Despite the importance of male health problems in the morbimortality profile of the Brazilian elderly population, men have been little contemplated in studies that analyze their
particularities. Two studies were carried out to analyze conditions associated to self-reported health in elderly men of Juiz de Fora city, MG. The first was a cross-sectional study, seeking to contribute to the understanding of questions related to the health characteristics of elderly men and the way they evaluate their health. A descriptive analysis of the study variables was performed and relations among self-reported
health and covariates were explored through the estimation of prevalence ratios (PR). Multivariate
analysis was performed through Poisson regression. The study population was formed by 2876 men, with average age of 70.01 years (SD= 7.21). Poor health was referred by almost 40% of the participants. Bivariate analysis showed that, men of 70 years or more (PR= 1.14 95% CI 1.04-1.25), without a companion (PR= 1.15 95% CI 1.03-1.27), with few years of schooling (PR= 1.61 CI 95% 1.41-1.83), who did not work (PR= 1.64 95% CI 1.43-1.88), were sedentary (PR= 1.22 95% CI 1.11-1.34), were users of public health services (PR= 1.53 95% CI 1.36-1.71), used medication regularly (PR=2.44 95% CI 2.13- 2.79), related recent admission to a hospital (PR= 1.69 95% CI 1.54-1.86) and presented at least one chronic health condition (PR=1.98 CI 95% 1.68-2.33), had greater probability to relate poor health. In the
multivariate model, the variables: regular use of medications (PR= 2.22 95% CI 1.93-2.54), recent
admission to a hospital (PR= 1.54 95% CI 1.38-1.71), not be working (PR= 1.37 95% CI 1.20-1.56), few years of schooling (PR= 1.27 95% CI 1.11-1.45) and to be a user of public health services (PR= 1.40 95% CI 1.24-1.58) remained associated to poor self-reported health. The results of this study strengthen the hypothesis that multiple questions are related to the evaluation of self-reported health in aged populations. Considering that this variable is a strong indicator of health conditions in this age group, it is important that health services develop strategies to attract aged men with a risk profile for poor self-reported health. The
second was a follow-up study performed to analyze the possible role of self-reported health as a predictor of mortality in this population group and the study population consisted of 2875 elderly men, followed for two years or until their death, whichever came first. During the follow-up, 120 deaths occurred and cardiovascular diseases (40%), neoplasias (22.5%) and respiratory diseases (10%) were the major
causes. Elders with self-reported poor health presented a greater risk of death, compared to those with self-reported good/excellent health in almost all stratus of the analyzed variables. In the final model, the variable poor self-reported health (HR=1.88 95% CI 1.29-2.72), age (HR=1.05 95% CI 1.03-1.08), use of the public health services system (HR=1.69 95% CI 1.10-2.60), current use of cigarette smoking (HR=1.94
95% CI 1.24-3.04) and self-reported ardiovascular disease (HR=1.62 95% CI 1.06-2.47) were independently associated to mortality. As poor self-reported health seems to be a good predictor of mortality for elderly men, it is important that health care services incorporate this indicator in the health evaluation of this population group.
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