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Estudo transdiagnóstico da ruminação nos transtornos mentais : esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo, transtornos bipolares, depressão e transtornos de ansiedadeSilveira Júnior, Érico de Moura January 2017 (has links)
Introdução: Ruminação é a perseveração mal-adaptativa de pensamentos auto-centrados. Evidências sinalizam que ela está associada com início e manutenção de episódios depressivos, e ocorre em múltiplos transtornos mentais. A ruminação está associada com marcadores de desenvolvimento psicopatológico, como volumetria cerebral, memória, genes do BDNF e serotonina. É necessário aprofundar o conhecimento da ruminação enquanto traço dimensional, e conhecer melhor sua associação com variáveis sóciodemográficas, biológicas e clínicas para entender quando passa a ser um sintoma. Entretanto, aferi-la é um desafio, considerando que só existem escalas psicométricas. A mais utilizada, Ruminative Response Scale (RRS), foi validada em amostras não-clínicas. Objetivos: Avaliar ruminação transdiagnosticamente e determinar a validade de constructo da RRS em amostra clínica, buscando determinar fatores sócio-demográficos, clínicos e neurobiológicos associados a maiores escores de ruminação. Métodos: Estudo transversal, amostra não-probabilística. Foram convidados a participar 944 pacientes em atendimento psiquiátrico ambulatorial no HCPA entre março/2015 e junho/2016, maiores de 18 anos, que soubessem ler e escrever, e portadores de transtornos bipolares, depressão, esquizofrenia, esquizoafetivo, ansiedade generalizada, pânico, fobia específica e obsessivocompulsivo. Foram excluídos 373 com doenças que alteram resposta inflamatória, dependência química, gravidez, lactação, doenças neurológicas, vasculares e degenerativas. Recusaram-se a participar 254. Foram incluídos 317 pacientes, e 200 completaram a coleta de dados, que foi realizada em 4 etapas: 1) perfil sócio-demográfico e escalas auto-aplicáveis: ruminação, preocupação e funcionalidade; 2) amostras de sangue e entrevista clínica para aplicação das escalas de sintomas: depressão, mania, ansiedade e gravidade; 3) confirmação diagnóstica; e 4) processamento, armazenamento e análises bioquímicas das amostras de sangue. No primeiro artigo, revisamos sistematicamente a literatura sobre ruminação nos transtornos bipolares. No segundo, determinamos as validades de construto e externa da RRS. No terceiro, usamos machine learning para encontrar padrões de ruminação e determinar quais variáveis associadas preveem ruminação. Resultados: Ruminação está presente em todas as fases do transtorno bipolar, e é um sintoma estável independente do estado de humor, apesar de ter relação estreia com ele. Verificou-se também que mulheres ruminam mais que homens. Os escores de ruminação foram menores nos portadores de esquizofrenia que nos com depressão maior, bipolaridade e ansiedade. RRS apresentou boa confiabilidade, com 2-fatores correlacionados, brooding e ponderação, que apresentaram similaridade nas correlações com medidas clínicas, confirmando a validade externa transdiagnóstica. Por fim, encontrou-se que as variáveis associadas aos pacientes que mais ruminam são preocupação, sintomas de ansiedade generalizada e depressão, gravidade, nível socioeconômico e diagnóstico atual de pânico, sinalizando que ruminação pode ser um marcador de maior sensibilidade à ansiedade. Discussão: Ruminação parece ser um sintoma transdiagnóstico marcador de sofrimento. Os resultados desta tese contribuem para ampliar a discussão sobre diagnóstico psiquiátrico, agregando evidências para aprimorar as definições de limites e sobreposições diagnósticas entre as doenças mentais em que a ruminação ocorre. Por fim, conhecer melhor os mecanismos bioquímicos e clínicos envolvidos na ruminação contribuem na compreensão sobre quando ela deixa de ser um traço normal e vira um sintoma que necessita de tratamento. / Introduction: Rumination has been described as maladaptive perseveration of self-centered thoughts. Evidence indicates that rumination is associated with onset and maintenance of depressive episodes, it’s present in several mental disorders. Rumination is associated with markers of development of psychopathology, such as cerebral volumetry, memory, BDNF and serotonin genes. Measuring rumination is a challenge, considering that are available only psychometric scales. The most used, the Ruminative Responses Scale (RRS), was validated on non-clinical samples. Objectives: To evaluate transdiagnostically the rumination and to determine construct validity of the RRS in outpatients, in order to determine which associated factors lead the patients to ruminate. Methods: Cross-sectional study, non-probabilistic sample. A total of 944 patients in psychiatric outpatient treatment at HCPA between March / 2015 and June / 2016, major than 18 years old, knowing read and write, presenting bipolar disorder, schizophrenia, schizoaffective disorder, generalized anxiety disorder, panic disorder, phobia specific and obsessive-compulsive disorder were invited to participate. We excluded 373 patients with diseases that alter inflammatory response, chemical dependence, pregnancy, lactation, neurological, vascular and degenerative diseases. Two hundred fifty four refused to participate, 317 were included, and 200 completed the data collection, which was performed in 4 stages: 1) socio-demographic profile and self-applicable scales: rumination, worry and functionality; 2) blood samples and clinical interview for the application of symptom scales: depression, mania, anxiety and severity; 3) diagnostic confirmation; and 4) processing, storage and biochemical analyzes of blood samples. In the first article, we systematically reviewed the literature on rumination in bipolar disorders. In the second, we evaluated construct and external validity of RRS. In the third, we used machine learning algorithms to find patterns of rumination and to determine which associated variables predict rumination. Results: Rumination is present in all phases of bipolar disorder, it is a stable symptom, independent of mood, despite it has close relationship with it. It has also been found that women ruminate more than men. Rumination scores were lower in patients with schizophrenia than in major depression, bipolarity and anxiety patients. RRS presented good reliability, with correlated 2-factors, brooding and pondering, which presented similar correlations with clinical measures, confirming the external transdiagnostic validity. Finally, it was found that the variables associated with the greater scores of rumination are worry, symptoms of generalized anxiety and depression, severity of symptoms, socioeconomic level and current diagnosis of panic, signaling that rumination may be a marker of greater sensitivity to anxiety. Discussion: Rumination seems to be a transdiagnostic symptom of suffering. The results of this thesis contribute to broadening the discussion about psychiatric diagnostic, adding evidence to improve the definitions of limits and diagnostic overlaps between mental illnesses in which rumination occurs. Finally, a better understanding of the biochemical and clinical mechanisms involved in rumination may contribute to understanding of when rumination ceases to be a normal trait and becomes a symptom that requires treatment.
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Estudo transdiagnóstico da ruminação nos transtornos mentais : esquizofrenia, transtorno esquizoafetivo, transtornos bipolares, depressão e transtornos de ansiedadeSilveira Júnior, Érico de Moura January 2017 (has links)
Introdução: Ruminação é a perseveração mal-adaptativa de pensamentos auto-centrados. Evidências sinalizam que ela está associada com início e manutenção de episódios depressivos, e ocorre em múltiplos transtornos mentais. A ruminação está associada com marcadores de desenvolvimento psicopatológico, como volumetria cerebral, memória, genes do BDNF e serotonina. É necessário aprofundar o conhecimento da ruminação enquanto traço dimensional, e conhecer melhor sua associação com variáveis sóciodemográficas, biológicas e clínicas para entender quando passa a ser um sintoma. Entretanto, aferi-la é um desafio, considerando que só existem escalas psicométricas. A mais utilizada, Ruminative Response Scale (RRS), foi validada em amostras não-clínicas. Objetivos: Avaliar ruminação transdiagnosticamente e determinar a validade de constructo da RRS em amostra clínica, buscando determinar fatores sócio-demográficos, clínicos e neurobiológicos associados a maiores escores de ruminação. Métodos: Estudo transversal, amostra não-probabilística. Foram convidados a participar 944 pacientes em atendimento psiquiátrico ambulatorial no HCPA entre março/2015 e junho/2016, maiores de 18 anos, que soubessem ler e escrever, e portadores de transtornos bipolares, depressão, esquizofrenia, esquizoafetivo, ansiedade generalizada, pânico, fobia específica e obsessivocompulsivo. Foram excluídos 373 com doenças que alteram resposta inflamatória, dependência química, gravidez, lactação, doenças neurológicas, vasculares e degenerativas. Recusaram-se a participar 254. Foram incluídos 317 pacientes, e 200 completaram a coleta de dados, que foi realizada em 4 etapas: 1) perfil sócio-demográfico e escalas auto-aplicáveis: ruminação, preocupação e funcionalidade; 2) amostras de sangue e entrevista clínica para aplicação das escalas de sintomas: depressão, mania, ansiedade e gravidade; 3) confirmação diagnóstica; e 4) processamento, armazenamento e análises bioquímicas das amostras de sangue. No primeiro artigo, revisamos sistematicamente a literatura sobre ruminação nos transtornos bipolares. No segundo, determinamos as validades de construto e externa da RRS. No terceiro, usamos machine learning para encontrar padrões de ruminação e determinar quais variáveis associadas preveem ruminação. Resultados: Ruminação está presente em todas as fases do transtorno bipolar, e é um sintoma estável independente do estado de humor, apesar de ter relação estreia com ele. Verificou-se também que mulheres ruminam mais que homens. Os escores de ruminação foram menores nos portadores de esquizofrenia que nos com depressão maior, bipolaridade e ansiedade. RRS apresentou boa confiabilidade, com 2-fatores correlacionados, brooding e ponderação, que apresentaram similaridade nas correlações com medidas clínicas, confirmando a validade externa transdiagnóstica. Por fim, encontrou-se que as variáveis associadas aos pacientes que mais ruminam são preocupação, sintomas de ansiedade generalizada e depressão, gravidade, nível socioeconômico e diagnóstico atual de pânico, sinalizando que ruminação pode ser um marcador de maior sensibilidade à ansiedade. Discussão: Ruminação parece ser um sintoma transdiagnóstico marcador de sofrimento. Os resultados desta tese contribuem para ampliar a discussão sobre diagnóstico psiquiátrico, agregando evidências para aprimorar as definições de limites e sobreposições diagnósticas entre as doenças mentais em que a ruminação ocorre. Por fim, conhecer melhor os mecanismos bioquímicos e clínicos envolvidos na ruminação contribuem na compreensão sobre quando ela deixa de ser um traço normal e vira um sintoma que necessita de tratamento. / Introduction: Rumination has been described as maladaptive perseveration of self-centered thoughts. Evidence indicates that rumination is associated with onset and maintenance of depressive episodes, it’s present in several mental disorders. Rumination is associated with markers of development of psychopathology, such as cerebral volumetry, memory, BDNF and serotonin genes. Measuring rumination is a challenge, considering that are available only psychometric scales. The most used, the Ruminative Responses Scale (RRS), was validated on non-clinical samples. Objectives: To evaluate transdiagnostically the rumination and to determine construct validity of the RRS in outpatients, in order to determine which associated factors lead the patients to ruminate. Methods: Cross-sectional study, non-probabilistic sample. A total of 944 patients in psychiatric outpatient treatment at HCPA between March / 2015 and June / 2016, major than 18 years old, knowing read and write, presenting bipolar disorder, schizophrenia, schizoaffective disorder, generalized anxiety disorder, panic disorder, phobia specific and obsessive-compulsive disorder were invited to participate. We excluded 373 patients with diseases that alter inflammatory response, chemical dependence, pregnancy, lactation, neurological, vascular and degenerative diseases. Two hundred fifty four refused to participate, 317 were included, and 200 completed the data collection, which was performed in 4 stages: 1) socio-demographic profile and self-applicable scales: rumination, worry and functionality; 2) blood samples and clinical interview for the application of symptom scales: depression, mania, anxiety and severity; 3) diagnostic confirmation; and 4) processing, storage and biochemical analyzes of blood samples. In the first article, we systematically reviewed the literature on rumination in bipolar disorders. In the second, we evaluated construct and external validity of RRS. In the third, we used machine learning algorithms to find patterns of rumination and to determine which associated variables predict rumination. Results: Rumination is present in all phases of bipolar disorder, it is a stable symptom, independent of mood, despite it has close relationship with it. It has also been found that women ruminate more than men. Rumination scores were lower in patients with schizophrenia than in major depression, bipolarity and anxiety patients. RRS presented good reliability, with correlated 2-factors, brooding and pondering, which presented similar correlations with clinical measures, confirming the external transdiagnostic validity. Finally, it was found that the variables associated with the greater scores of rumination are worry, symptoms of generalized anxiety and depression, severity of symptoms, socioeconomic level and current diagnosis of panic, signaling that rumination may be a marker of greater sensitivity to anxiety. Discussion: Rumination seems to be a transdiagnostic symptom of suffering. The results of this thesis contribute to broadening the discussion about psychiatric diagnostic, adding evidence to improve the definitions of limits and diagnostic overlaps between mental illnesses in which rumination occurs. Finally, a better understanding of the biochemical and clinical mechanisms involved in rumination may contribute to understanding of when rumination ceases to be a normal trait and becomes a symptom that requires treatment.
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Valor nutritivo da torta de castanha-do-pará (Bertholletia excelsa Bonpl.) para alimentação de ruminantesRAMOS, Aline Fernanda Oliveira 28 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-28 / CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / A nutrição é um dos elos mais importante do processo produtivo, tanto pelos custos envolvidos quanto por estabelecer a eficiência e produtividade animal. Ao mesmo tempo a agroindústria brasileira encontra-se em plena expansão, com uso de oleaginosas, principalmente nos setores de cosmético e biodiesel, o que gera resíduos do processamento para obtenção do óleo. Dessa forma, o uso desses subprodutos na alimentação animal pode atender a pecuária e a agroindústria, pois constitui alternativa de alimento de boa disponibilidade regional e baixo custo, bem como permite a redução dos acúmulos e destinos inadequados desses resíduos. Antes de usar um novo alimento nas formulações de rações são necessárias medidas experimentais, a fim de determinar a composição química e avaliar as respostas dos animais que recebem o ingrediente na dieta, tais como consumo voluntário, digestibilidade dos nutrientes e comportamento animal, o qual é importante para complementar e corroborar os dados nutricionais, principalmente por representar os efeitos da qualidade do alimento nas atividades digestivas. Sendo assim, avaliou-se o subproduto do beneficiamento da amêndoa de castanha-do-pará (Bertholletia excelsa Bonpl.), TC, e seus efeitos sobre o consumo voluntário, digestibilidade aparente e comportamento ingestivo apresentado por ovinos, em níveis crescentes de inclusão, 0, 15, 30 e 60%, na matéria seca da dieta à base de silagem de milho. Foram utilizados 16 cordeiros machos, inteiros com média de 33 kg e mantidos em gaiolas metabólicas individuais, que recebiam a dieta em duas refeições, às 8 e 18h, com a oferta ajustada para permitir 15% nas sobras. Amostras do fornecido, das sobras e das fezes foram coletadas e analisadas para determinação do consumo e digestibilidade aparente dos nutrientes. Durante quatro dias foi avaliado o comportamento ingestivo dos animais, em relação a suas atividades de alimentação, ruminação e ócio, ocorrências e duração de bolos ruminais e mastigações merícicas, além da eficiência em alimentação e ruminação. A TC é um subproduto com potencial nutricional para ruminantes, com consideráveis teores de proteínas e lipídeos, mas em função do seu elevado teor de extrato etéreo, em níveis de inclusão superiores à 16,3% da dieta à base de silagem de milho, afetou a fermentação ruminal, principalmente a digestibilidade da fibra e, consequentemente, o consumo de matéria seca e o tempo em ruminação dos animais. / Nutrition is one of the most important links of the production process, either by the costs involved or by establishing the efficiency and productivity of the animal. At the same time the brazilian agricultural industry lies in the expansion with the use of oil, especially in the cosmetic and biodiesel sector, which generates waste due to obtain oil process. Thus, the use of these by-products in animal feed is an alternative for both activities, since for livestock food option means good availability and low cost, and for agribusiness means reducing accumulation and inadequate destinations of their waste. Before using a new food in feed formulations, experimental measurements are necessary to determine the chemical composition and evaluate the responses of animals that received the new the ingredient in its diets, as the voluntary intake, nutrient digestibility and animal’s behavior, which is important to complement and strengthen the nutritional data, especially because they represent the effects of the quality of food in the digestive activities. Thus, the byproduct of the processing of the almond brazilian nut and its effects on voluntary intake, digestibility and feeding behavior displayed by sheep fed with increasing levels of inclusion, 0, 15, 30 and 60% in the diet based on corn silage were assessed. Sixteen males lambs, uncastrated at 33 kg average were used, kept in individual metabolic cages, which received the diet in two meals, at 8a.m and 6p.m, with the offer set to allow 15% on the remains. Samples of the remains and feaces were collected and analyzed to determine the consumption and digestibility of nutrients. For four days the animals intake behavior were evaluated in relation to their activities of feeding, ruminating and idling, occurrences and duration of ruminated bolus and rumination chewing, and the efficiency of feeding and ruminating. The Brazil’s nut (BN) is a by-product with potential for ruminant nutrition, with considerable amounts of proteins and lipids, but due to its high content of ether extract in inclusion levels higher than 16.3% of the maize diet, affect rumen fermentation, especially fiber digestibility, the dry matter intake and the ruminating time in the animals.
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