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AQUISICÃO DAS FRICATIVAS INTERDENTAIS DO INGLÊS: UMA ABORDAGEM VIA RESTRIÇÕES. / ENGLISH INTERDENTAL FRICATIVE ACQUISITION: AN APPROACH BY CONSTRAINS.Leitão, Emilia Lorentz de Carvalho 30 November 2007 (has links)
In this thesis English interdental fricative acquisition by Brazilians second language learners has been investigated. Data from oral productions of three students groups has been gathered. The first group is composed by sixth semester undergraduate students of UNIFRA English course. The second and third groups are composed by third and tenth semester students of an extra curricular English course of UFSC. First, a phonetic transcription of selected words that contained interdental fricatives has been performed. Then, an analysis based on Connectionist Optimality Theory proposed by BONILHA (2004) has been carried out. This analysis uses the reranking of constraints, and it reveals that Brazilians second language learners are prone to make substitutions of the segment /θ/ by the segment [t] as well as the substitutions of the segment /ð/ by the segment [d]. Furthermore, there is a strong impact of the Lexical Frequency on the learners behavior. / No presente trabalho, investiga-se a aquisição das fricativas interdentais por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua (L2). Os dados foram colhidos a partir da leitura de palavras contextualizadas, leitura de um texto e narrativas orais produzidas por três grupos de estudantes de inglês. O Grupo 1 é composto por estudantes universitários que estavam cursando, no momento da coleta, o sexto semestre do curso de Letras do Centro Universitário Franciscano. Os Grupos 2 e 3 são formados por estudantes que freqüentavam o projeto extracurricular de ensino de línguas da Universidade Federal de Santa Catarina e estavam no terceiro e décimo semestres, respectivamente. Após a transcrição fonética e seleção das palavras que continham as fricativas interdentais, foi feita a análise dos dados. Essa análise tem como base a Teoria da Otimidade Conexionista proposta por Bonilha (2004) que, através da hierarquia de restrições, demonstra a gramática da interlíngua apresentada pelo aprendiz. Os resultados apontaram para a emergência precoce da fricativa interdental desvozeada, para as substituições do segmento /θ/ pelo [t] e do segmento /ð/ pelo [d] e também a interferência do tipo de coleta realizada nos percentuais de produções corretas. Foi constatada ainda uma grande influência da freqüência lexical no comportamento dos sujeitos estudados.
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Aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes anglófonos - uma análise via Teoria da Otimidade / Aspects of the phonology of Portuguese as a second language by Anglophone speakers an analysis within Optimality Theory frameworkGuimarães, Miley Antonia Almeida 07 November 2012 (has links)
Nesta dissertação, são analisados, via Teoria da Otimidade (MCCARTHY; PRINCE, 1995; PRINCE; SMOLENSKY, 1993), dois aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes americanos e britânicos: a ausência de assimilação regressiva de vozeamento envolvendo a fricativa alveolar final em posição de fronteira de palavra e a produção de oclusivas nasais em posição final e de fronteira de palavra. Em inglês, a fricativa alveolar /s/ em coda final diante de segmento sonoro tende a manter seu status de vozeamento subjacente (GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; MYERS, 2010; ROCA; JOHNSON, 1999); em contrapartida, em português, a fricativa alveolar, nessa mesma posição, compartilha do traço de sonoridade do segmento à sua direita (BISOL, 2005; FERREIRA NETTO, 2001; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]). Ademais, as oclusivas nasais [m, n] não são licenciadas em posição de coda em português, a não ser diante de segmentos que lhes sejam homorgânicos (BISOL, 2005; CAGLIARI, 2007; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]); em inglês, no entanto, essas oclusivas nasais podem ocorrer independentemente do ponto de articulação do elemento seguinte (EWEN; HULST, 2001; GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; ROCA; JOHNSON, 1999). Cabe, portanto, ao aprendiz anglófono do português como segunda língua adquirir processos fonético-fonológicos não presentes em sua primeira língua, passando a vozear a fricativa alveolar final diante de segmento sonoro, p. ex. mai[s] árvores > mai[z] árvores, e a deixar de articular as oclusivas nasais em final de palavra, em favor da realização da vogal nasal do português, p. ex. co[m] arte > c[õw] arte. A partir do corpus, constituído por entrevistas com seis americanos e cinco britânicos, verificou-se que o tempo de residência no Brasil foi o fator mais significativo para a produção da fricativa alveolar vozeada e, juntamente com a qualidade da vogal, constituiu-se também como o fator mais relevante para a realização da vogal nasal. Pela análise da produção de aprendizes iniciantes, por meio do modelo baseado em restrições proposto pela Teoria da Otimidade, foi possível constatar a interação entre processos de marcação e de transferência do ranqueamento do inglês para a interlíngua do aprendiz. / In this dissertation, two phonological aspects of Portuguese as a second language by American and British learners are analysed within Optimality Theory framework (MCCARTHY; PRINCE, 1995; PRINCE; SMOLENSKY, 1993): the lack of regressive voicing assimilation involving the final alveolar fricative in word-boundary context and the production of nasal stops in word-final and word-boundary contexts. In English, the alveolar fricative /s/ in word-final position preceding a voiced segment tends to maintain its underlying voicing value (GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; MYERS, 2010; ROCA; JOHNSON, 1999); conversely, in Portuguese, the alveolar fricative in this same position agrees in voicing with the following segment (BISOL, 2005; FERREIRA NETTO, 2001; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]). Moreover, the nasal stops [m, n] are not allowed in coda position in Portuguese, unless they precede homorganic segments (BISOL, 2005; CAGLIARI, 2007; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]); on the other hand, in English, these nasal stops can occur regardless of the next segments place of articulation (EWEN; HULST, 2001; GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; ROCA; JOHNSON, 1999). Therefore, the Anglophone learner of Portuguese as a second language is given the task of acquiring phonetic/phonological processes not present in their first language, having to voice the final alveolar fricative which precedes a voiced segment, e. g. mai[s] árvores > mai[z] árvores more trees, and to cease producing nasal stops in word-final position in favour of the production of Portuguese nasal vowels, co[m] arte > c[õw] arte with art. From the corpus, consisting of interviews with six American and five British learners, it was demonstrated that the time of residence in Brazil was the most significant factor for the production of the voiced alveolar fricative, and together with the quality of the vowel, it was also shown to be the most relevant factor in the production of the nasal vowel. Analysing the production of beginning learners within Optimality Theory constraint-based model, it was possible to attest the interaction between markedness effects and transfer of the English constraint ranking to the learners interlanguage.
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Aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes anglófonos - uma análise via Teoria da Otimidade / Aspects of the phonology of Portuguese as a second language by Anglophone speakers an analysis within Optimality Theory frameworkMiley Antonia Almeida Guimarães 07 November 2012 (has links)
Nesta dissertação, são analisados, via Teoria da Otimidade (MCCARTHY; PRINCE, 1995; PRINCE; SMOLENSKY, 1993), dois aspectos da fonologia do português como segunda língua por aprendizes americanos e britânicos: a ausência de assimilação regressiva de vozeamento envolvendo a fricativa alveolar final em posição de fronteira de palavra e a produção de oclusivas nasais em posição final e de fronteira de palavra. Em inglês, a fricativa alveolar /s/ em coda final diante de segmento sonoro tende a manter seu status de vozeamento subjacente (GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; MYERS, 2010; ROCA; JOHNSON, 1999); em contrapartida, em português, a fricativa alveolar, nessa mesma posição, compartilha do traço de sonoridade do segmento à sua direita (BISOL, 2005; FERREIRA NETTO, 2001; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]). Ademais, as oclusivas nasais [m, n] não são licenciadas em posição de coda em português, a não ser diante de segmentos que lhes sejam homorgânicos (BISOL, 2005; CAGLIARI, 2007; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]); em inglês, no entanto, essas oclusivas nasais podem ocorrer independentemente do ponto de articulação do elemento seguinte (EWEN; HULST, 2001; GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; ROCA; JOHNSON, 1999). Cabe, portanto, ao aprendiz anglófono do português como segunda língua adquirir processos fonético-fonológicos não presentes em sua primeira língua, passando a vozear a fricativa alveolar final diante de segmento sonoro, p. ex. mai[s] árvores > mai[z] árvores, e a deixar de articular as oclusivas nasais em final de palavra, em favor da realização da vogal nasal do português, p. ex. co[m] arte > c[õw] arte. A partir do corpus, constituído por entrevistas com seis americanos e cinco britânicos, verificou-se que o tempo de residência no Brasil foi o fator mais significativo para a produção da fricativa alveolar vozeada e, juntamente com a qualidade da vogal, constituiu-se também como o fator mais relevante para a realização da vogal nasal. Pela análise da produção de aprendizes iniciantes, por meio do modelo baseado em restrições proposto pela Teoria da Otimidade, foi possível constatar a interação entre processos de marcação e de transferência do ranqueamento do inglês para a interlíngua do aprendiz. / In this dissertation, two phonological aspects of Portuguese as a second language by American and British learners are analysed within Optimality Theory framework (MCCARTHY; PRINCE, 1995; PRINCE; SMOLENSKY, 1993): the lack of regressive voicing assimilation involving the final alveolar fricative in word-boundary context and the production of nasal stops in word-final and word-boundary contexts. In English, the alveolar fricative /s/ in word-final position preceding a voiced segment tends to maintain its underlying voicing value (GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; MYERS, 2010; ROCA; JOHNSON, 1999); conversely, in Portuguese, the alveolar fricative in this same position agrees in voicing with the following segment (BISOL, 2005; FERREIRA NETTO, 2001; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]). Moreover, the nasal stops [m, n] are not allowed in coda position in Portuguese, unless they precede homorganic segments (BISOL, 2005; CAGLIARI, 2007; MATTOSO CÂMARA JR., 2007 [1970]); on the other hand, in English, these nasal stops can occur regardless of the next segments place of articulation (EWEN; HULST, 2001; GIMSON; CRUTTENDEN, 2008; ROCA; JOHNSON, 1999). Therefore, the Anglophone learner of Portuguese as a second language is given the task of acquiring phonetic/phonological processes not present in their first language, having to voice the final alveolar fricative which precedes a voiced segment, e. g. mai[s] árvores > mai[z] árvores more trees, and to cease producing nasal stops in word-final position in favour of the production of Portuguese nasal vowels, co[m] arte > c[õw] arte with art. From the corpus, consisting of interviews with six American and five British learners, it was demonstrated that the time of residence in Brazil was the most significant factor for the production of the voiced alveolar fricative, and together with the quality of the vowel, it was also shown to be the most relevant factor in the production of the nasal vowel. Analysing the production of beginning learners within Optimality Theory constraint-based model, it was possible to attest the interaction between markedness effects and transfer of the English constraint ranking to the learners interlanguage.
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Variação na aquisição fonológica : análise da produção da nasal velar em inglês (L2)Gutierres, Athany January 2016 (has links)
Esta tese investiga a aquisição fonológica variável da nasal velar em coda silábica final (como em living ‘vivendo’ e singing ‘cantando’, por exemplo) por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua. O estudo é motivado pela diferença de status da nasal velar em português (L1, primeira língua) e inglês (L2, segunda língua): enquanto na L1 o segmento é realização fonética resultante de assimilação de ponto de articulação (como em atum, em que a nasal bilabial assimila o traço [+dorsal] da vogal precedente realizando-se como velar), na L2 a nasal velar é fonema (como em sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realizados com a nasal alveolar e velar, respectivamente). Em algumas comunidades de falantes nativos de inglês, palavras derivadas pelo sufixo {ing} (como read.ing ‘lendo’ e study.ing ‘estudando’, por exemplo) constituem um fenômeno de variação linguística estável, em que os falantes alternam a produção das nasais velar e alveolar no final das palavras. Essa variação é estrutural e socialmente condicionada (LABOV, 1994; 2001). Os dados empíricos deste estudo provêm da fala coletada através de gravações com aprendizes de inglês, que pertecem a dois níveis de proficiência: básico e pré-intermediário. São realizadas duas análises formais: uma que explica a variação sistemática na interlíngua, observável no desempenho dos aprendizes, através do software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2015), e outra que formaliza a organização interna dessa gramática variável, através de algoritmos de aprendizagem vinculados à Teoria da Otimidade Estocástica, o Algoritmo de Aprendizagem Gradual (GLA) (BOERSMA e HAYES, 2001) e o ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). A Análise de Regra Variável demonstrou que a interlíngua é um sistema linguístico sujeito à variação ordenada como as demais línguas naturais, condicionada por aspectos linguísticos (classe morfológica) e extralinguísticos (nível de proficiência). A variação é verificada pela produção oral dos aprendizes, examinada de oitiva, que alterna as nasais palatal (63,6%) e velar (36,4%) em coda silábica final. A análise estocástica revelou um sistema de interlíngua dominado por restrições de Marcação, cuja variação é decorrente do aumento dos valores de ponto de seleção de restrições de Fidelidade. As restrições diretamente envolvidas na aquisição fonológica variável da nasal velar são AGREEplaceVN#, que exige que a sequência Vogal+Nasal em coda final partilhem ponto de articulação, e IDENTnasal, que requer identidade de traço nasal entre as formas presentes no input e no output. As análises realizadas, que representam a língua dos aprendizes em seus aspectos interno e externo, ou, conforme a terminologia de Chomsky ([1965]1 1975), a competência e o desempenho linguísticos, comprovaram a natureza variável da interlíngua e proporcionaram uma reflexão teórica acerca da possibilidade de diálogo entre o estrutural e o social para a explicação de fenômenos linguísticos variáveis. / This thesis investigates the variable phonological acquisition of the velar nasal in final syllabic coda (such as in living ‘vivendo’ and singing ‘cantando’, for example) by Brazilian learners of English as a second language. The study is motivated by the different status of the velar nasal in Portuguese (L1, first language) and in English (L2, second language): while the segment is a phonetic realization of assimilation of place of articulation in the L1 (‘atum’, where the bilabial nasal assimilates the feature [+dorsal] of the preceding vowel, being realized as velar), the velar nasal is a phoneme in the L2 (sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realized as the alveolar and velar nasal, respectively). In some native English-speaking communities, words derived from the suffix {ing} (such as read.ing ‘lendo’, study.ing ‘estudando’, for example) are in linguistic stable variation, in which the speakers alternate the production of the alveolar and velar nasal the velar nasal at the end of words. This variation is both structurally and socially conditioned (LABOV, 1994; 2001). The empirical data of this study were collected through recordings with the informants, who belong to two levels of proficiency: basic and pre-intermediate. Two formal analysis are made: one that explains the observable systematic variation in the Interlanguage, through the software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE and SMITH, 2015) and another that formalizes the internal organization of this variable grammar, through gradual learning algorithms associated to the Stochastic Optimality Theory, the Gradual Learning Algorithm (GLA) (BOERSMA and HAYES, 2001) and the ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). The Variable Rule Analysis has demonstrated that interlanguage is a linguistic system subject to ordered variation as in all the other natural languages, conditioned by linguistic aspects (morphological class) and extralinguistic ones (level of proficiency). The variation is verified by the oral production of the learners, examined by hearing analysis, which alternates the palatal nasal (63,6%) The stochastic analysis has revealed an Interlanguage system dominated by Markedness constraints, where variation is due to the increase on the values of selection points for Faithfulness constraints. The constraints directly involved in the variable phonological acquisition of the velar nasal are AGREEplaceVN#, which demands the sequence Vowel+Nasal in final coda to share place of articulation, and IDENTnasal, which demands feature identity [+nasal] between input and output forms. The analyses made, which represent the learners’ language in its internal and external aspects, or, according to Chomsky’s terminology ([1965] 1975), the linguistic competence and performance, have proved the variable nature of the Interlanguage and have enabled a theoretical reflection upon the possibility of dialogue between the structural and the social to the explanation of variable linguistic phenomena.
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As consoantes geminadas do italiano : análise de sua produção por falantes italianos e por aprendizes brasileirosTelles, Luciana Pilatti January 2011 (has links)
Nesta Tese, investigamos as consoantes geminadas no italiano a partir da produção dessas em dados coletados de falantes italianos e de aprendizes brasileiros, alunos das disciplinas de graduação oferecidas pelo Setor de Italiano do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A questão geral que norteia nossa análise acústica e fonológica é verificar se falantes brasileiros, aprendizes de italiano, adquirem essas consoantes. As geminadas são caracterizadas foneticamente como consoantes longas (Ridouane, 2010) e, fonologicamente, como portadoras de mora (McCarthy & Prince, 1986; Hayes, 1989; Morén, 1999). No italiano, esses segmentos têm função distintiva (Dardano & Trifone, 1999) quando se encontram no interior de palavras, mas não quando emergem na frase, entre palavras. Neste ambiente, a geminação consonântica é provocada pela gramática, em respeito a condições de boa formação prosódica. Com base nessas considerações, analisamos dados de realização de geminadas, especificamente coletados e analisados por meio do software PRAAT, versão 5.1.42 (Boersma & Weenink, 2010). A análise da duração das consoantes nos dados dos italianos e dos brasileiros nos possibilitou visualizar que: (1) o contexto prosódico interfere na duração dos segmentos; (2) embora o contexto prosódico interfira na duração, o contraste é preservado nos dados dos participantes italianos; (3) a princípio, os aprendizes relacionam a duração da consoante à distribuição do acento primário, mas, com o progresso no curso de italiano, os aprendizes passam a produzir, além das consoantes geminadas em ambiente tônico, geminadas em ambiente átono, embora não categoricamente. Construímos nossa análise com base nos pressupostos da Teoria da Otimidade (Prince & Smolensky, 1993/ 2004). Seguindo as predições da Teoria Mórica (Hayes, 1989) e a proposta de Morén (1999), mostramos, com base na literatura e em nossos resultados, que a aquisição de geminadas pelos aprendizes brasileiros depende do ranking alto da restrição de fidelidade MAXLINK-MORA[CON], ativa na gramática dos participantes italianos. As geminadas que ramificam sílabas tônicas são encontradas inclusive nos dados dos aprendizes brasileiros matriculados nos níveis iniciais do curso de italiano. Neste caso, o que garante sua produção é o ranking alto de WSP, que associa peso silábico a acento, em interação com as restrições de marcação FTBIN, que requer pés binários, *LONGV, que marca violação a candidatos com vogal longa, juntamente com a restrição EDGEMOST-R, que milita a favor do alinhamento do acento com a margem direita da palavra. A quantidade consonântica provocada pela gramática em favor da formação de pés harmônicos (como ocorre no caso da geminação na frase) corresponde à situação de mora por coerção (Morén, 1999). Nossa análise mostra que, nos dados dos aprendizes, a mora das consoantes geminadas que travam sílabas acentuadas é mantida pelo alto ranking das restrições de marcação que militam a favor de pés bem-formados e da limitação do acento primário à janela de três sílabas. Em relação à geminação na frase, apesar da relação entre acento e geminação, o fenômeno é opcional nos dados de um dos falantes italianos. Supomos que a posição de NOCODA/ (adaptada de Flack, 2009), sem ranking estrito em relação a WSP, justifique sua opcionalidade, apresentada também nos dados dos aprendizes brasileiros. Nossos resultados nos levam a crer que a opcionalidade de outputs com Raddoppiamento Sintattico (Nespor & Vogel, 1986) e a aquisição não categórica de geminadas lexicais indiquem que o algoritmo de aprendizagem seja gradual (Boersma, 1997; Boersma & Hayes, 2000). / In this dissertation, we investigate the geminate consonants of Italian using production data collected from Italian speakers and Brazilian learners who take undergraduate courses at the Italian Section of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The general question that guided our acoustic and phonological analysis is whether Brazilian speakers who are learners of Italian acquire such consonants. Geminates are characterized phonetically as long consonants (Ridouane, 2010) and, phonologically, they are mora-bearing (McCarthy & Prince, 1986; Hayes, 1989; Morén, 1999). In Italian, these segments are distinctive (Dardano & Trifone, 1999) in word-internal position, but not when they emerge at the phrase level, between words. In this environment, consonant germination is created by grammar, enforcing prosodic well-formedness conditions. Based on these facts, we have analyzed production data for geminates. Specifically, the data were collected and analyzed with PRAAT (version 5.1.42) software (Boersma & Weenink, 2010). The analysis of consonant length in the Italian and Brazilian data showed that: (1) prosodic context interferes with the length of segments; (2) even though prosodic context interferes with length, contrast is preserved in the data from Italian participants; (3) initially, learners tend to associate consonant length with the placement of primary stress; however, as they advance through the course, learners start to produce, in addition to geminate consonants in stressed environments, geminates in unstressed environments, though not categorically. We have developed our analysis based on the principles of Optimality Theory (Prince & Smolensky, 1993/2004). Following the predictions of Moraic Theory (Hayes, 1989) and the proposal of Morén (1999), we show, based on the relevant literature and our own results, that the acquisition of geminates by Brazilian learners depends on a high ranking of the MAXLINK-MORA[CON] faithfulness constraint, which is active in the grammar of Italian participants. Geminates that cause branching in stressed syllables can be found even in the data from Brazilian learners enrolled in beginner-level Italian courses. In this case, what ensures their production is the high ranking of WSP, which associates syllable weight with stress, and interacts with markedness constraints FTBIN, related to foot binarity, *LONGV, which assigns a violation to candidates with long vowels, as well as EDGEMOST-R, which militates in favor of alignment of the stress with the right margin of the word. The consonant quantity enforced by the grammar in favor of the creation of harmonic feet (as in the case of phrase gemination) corresponds to the scenario of coerced moraicity (Morén, 1999). Our analysis shows that, in the data of learners, the moras of geminate consonants at the end of stressed syllables are preserved due to the high ranking of markedness constraints that militate in favor of well-formed feet and to the limitation of primary stress to the three-syllable window. Concerning phrase gemination, in spite of the relationship between stress and gemination, such a phenomenon was optional in the data from one of the Italian speakers. We assume that the position of NOCODA/ (adapted from Flack, 2009), without a strict ranking with respect to WSP, justifies its optionality, which also appears in the data of Brazilian learners. Our results lead us to believe that the optionality of outputs with Raddoppiamento Sintattico (Nespor & Vogel, 1986) and the non-categorical acquisition of lexical geminates indicate that the learning algorithm is gradual (Boersma, 1997; Boersma & Hayes, 2001).
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Variação na aquisição fonológica : análise da produção da nasal velar em inglês (L2)Gutierres, Athany January 2016 (has links)
Esta tese investiga a aquisição fonológica variável da nasal velar em coda silábica final (como em living ‘vivendo’ e singing ‘cantando’, por exemplo) por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua. O estudo é motivado pela diferença de status da nasal velar em português (L1, primeira língua) e inglês (L2, segunda língua): enquanto na L1 o segmento é realização fonética resultante de assimilação de ponto de articulação (como em atum, em que a nasal bilabial assimila o traço [+dorsal] da vogal precedente realizando-se como velar), na L2 a nasal velar é fonema (como em sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realizados com a nasal alveolar e velar, respectivamente). Em algumas comunidades de falantes nativos de inglês, palavras derivadas pelo sufixo {ing} (como read.ing ‘lendo’ e study.ing ‘estudando’, por exemplo) constituem um fenômeno de variação linguística estável, em que os falantes alternam a produção das nasais velar e alveolar no final das palavras. Essa variação é estrutural e socialmente condicionada (LABOV, 1994; 2001). Os dados empíricos deste estudo provêm da fala coletada através de gravações com aprendizes de inglês, que pertecem a dois níveis de proficiência: básico e pré-intermediário. São realizadas duas análises formais: uma que explica a variação sistemática na interlíngua, observável no desempenho dos aprendizes, através do software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2015), e outra que formaliza a organização interna dessa gramática variável, através de algoritmos de aprendizagem vinculados à Teoria da Otimidade Estocástica, o Algoritmo de Aprendizagem Gradual (GLA) (BOERSMA e HAYES, 2001) e o ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). A Análise de Regra Variável demonstrou que a interlíngua é um sistema linguístico sujeito à variação ordenada como as demais línguas naturais, condicionada por aspectos linguísticos (classe morfológica) e extralinguísticos (nível de proficiência). A variação é verificada pela produção oral dos aprendizes, examinada de oitiva, que alterna as nasais palatal (63,6%) e velar (36,4%) em coda silábica final. A análise estocástica revelou um sistema de interlíngua dominado por restrições de Marcação, cuja variação é decorrente do aumento dos valores de ponto de seleção de restrições de Fidelidade. As restrições diretamente envolvidas na aquisição fonológica variável da nasal velar são AGREEplaceVN#, que exige que a sequência Vogal+Nasal em coda final partilhem ponto de articulação, e IDENTnasal, que requer identidade de traço nasal entre as formas presentes no input e no output. As análises realizadas, que representam a língua dos aprendizes em seus aspectos interno e externo, ou, conforme a terminologia de Chomsky ([1965]1 1975), a competência e o desempenho linguísticos, comprovaram a natureza variável da interlíngua e proporcionaram uma reflexão teórica acerca da possibilidade de diálogo entre o estrutural e o social para a explicação de fenômenos linguísticos variáveis. / This thesis investigates the variable phonological acquisition of the velar nasal in final syllabic coda (such as in living ‘vivendo’ and singing ‘cantando’, for example) by Brazilian learners of English as a second language. The study is motivated by the different status of the velar nasal in Portuguese (L1, first language) and in English (L2, second language): while the segment is a phonetic realization of assimilation of place of articulation in the L1 (‘atum’, where the bilabial nasal assimilates the feature [+dorsal] of the preceding vowel, being realized as velar), the velar nasal is a phoneme in the L2 (sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realized as the alveolar and velar nasal, respectively). In some native English-speaking communities, words derived from the suffix {ing} (such as read.ing ‘lendo’, study.ing ‘estudando’, for example) are in linguistic stable variation, in which the speakers alternate the production of the alveolar and velar nasal the velar nasal at the end of words. This variation is both structurally and socially conditioned (LABOV, 1994; 2001). The empirical data of this study were collected through recordings with the informants, who belong to two levels of proficiency: basic and pre-intermediate. Two formal analysis are made: one that explains the observable systematic variation in the Interlanguage, through the software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE and SMITH, 2015) and another that formalizes the internal organization of this variable grammar, through gradual learning algorithms associated to the Stochastic Optimality Theory, the Gradual Learning Algorithm (GLA) (BOERSMA and HAYES, 2001) and the ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). The Variable Rule Analysis has demonstrated that interlanguage is a linguistic system subject to ordered variation as in all the other natural languages, conditioned by linguistic aspects (morphological class) and extralinguistic ones (level of proficiency). The variation is verified by the oral production of the learners, examined by hearing analysis, which alternates the palatal nasal (63,6%) The stochastic analysis has revealed an Interlanguage system dominated by Markedness constraints, where variation is due to the increase on the values of selection points for Faithfulness constraints. The constraints directly involved in the variable phonological acquisition of the velar nasal are AGREEplaceVN#, which demands the sequence Vowel+Nasal in final coda to share place of articulation, and IDENTnasal, which demands feature identity [+nasal] between input and output forms. The analyses made, which represent the learners’ language in its internal and external aspects, or, according to Chomsky’s terminology ([1965] 1975), the linguistic competence and performance, have proved the variable nature of the Interlanguage and have enabled a theoretical reflection upon the possibility of dialogue between the structural and the social to the explanation of variable linguistic phenomena.
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Harmonia vocálica de altura no português de Porto Alegre/RS : análise de um processo variável pela teoria da otimidadeFernandes, Dinar Fontoura January 2018 (has links)
Esta tese investiga por meio da Teoria da Otimidade Estocástica (BOERSMA; HAYES, 2001) o processo de harmonia vocálica de altura (HVA), que envolve as vogais médias pretônicas /e, o/ e as torna [i, u] quando há uma vogal alta na sílaba seguinte, como em menino~minino, fortuna~furtuna. O estudo tem como motivação o fato de que a maior parte das pesquisas realizadas sobre HV em português brasileiro no dialeto gaúcho tiveram como foco uma análise na linha Laboviana da sociolinguística quantitativa (BISOL, 1981, SCHWINDT, 1995, 2002, CASAGRANDE, 2004, FERNANDES, 2014). Os dados empíricos desta pesquisa provêm da fala coletada por meio de entrevistas sociolinguísticas utilizadas no estudo de Fernandes (2014), que fazem parte do banco de dados VARSUL – Variação Linguística no Sul do Brasil, e pertencem a amostra chamada Jovens Escolarizados, com estudantes de 16 a 23 anos, de Porto Alegre. Os dados foram metodologicamente separados em 3 diferentes categorias, correspondentes ao tipo de vocábulo, devido à possibilidade da influência de fatores morfológicos na aplicação e/ou restrição da regra de HVA: Formas Nominais Não- Derivadas (FNND), Formas Nominais Derivadas (FND), e Formas Verbais (FV). Buscamos propor restrições de marcação ou fidelidade para tratar a HV como um processo envolvendo o traço de altura [+alto], com espraiamento regressivo, a fim de explicar propriedades que bloqueiem ou permitam o alçamento das vogais, com base nas proporções de pesquisas quantitativas que foram realizadas anteriormente.O estudo visou propor uma análise da harmonia vocálica com restrições universais para poder explanar padrões em foco nos dados, como homorganicidade e heterorganicidade da vogal-alvo e vogal-gatilho A análise também tornou possível uma observação analítica e particular dos dados, diferentemente dos estudos variacionistas prévios. As restrições universais e requisitos fonotáticos foram buscados no espírito da Teoria da Otimidade Clássica (TO, PRINCE; SMOLENSKY, [1993] 2004, MCCARTHY; PRINCE, 1995). Esta análise também se apoiou em restrições e traços de pesquisas anteriores de caráter similar sobre o tema (MATZENAUER; MIRANDA, 2003, LEE; OLIVEIRA, 2003, ALVES, 2011, BOHN, 2014, BATTISTI; FERNANDES 2017). Para representar e modelar a gramática da HVA variável utilizou-se o Gradual Learning Algorithm (GLA), de Boersma e Hayes (2001). A análise da HVA com ranking contínuo demonstrou a dominância das restrições License, Agree e de fidelidade. Arestrição que exige a homorganicidade está ranqueada com valores mais baixos na escala contínua para as FNND. A variabilidade está presente em todas as formas, sendo menos presente nas FV, e representa a existência de mais de um mapeamento inputoutput. Os resultados evidenciam que os falantes do dialeto gaúcho realizam HVA com mais frequência em uma sequência vocálica heterorgânica com uma vogal alta tônica contígua para formas nominais em geral, e com mais frequência em uma sequência vocálica homorgânica com vogal alta contígua para as formas verbais. A exigência de que a vogal-alvo deve ser seguida por uma vogal alta tônica é mais importante para formas nominais do que para verbos em geral.As análises estocásticas realizadas, que representam a gramática dos falantes do dialeto em questão, atestaram a natureza variável da HV, com proporções baixas de realização. A dominância de restrições foi demonstrada no ranking contínuo da TO Estocástica. Também foi possível realizar reflexões e direcionamentos para futuros estudos sobre o tema, como a influência de consoantes adjacentes à vogal alvo da harmonia. / This thesis investigates through Stochastic Optimality Theory the Height Vowel Harmony phenomenon (HVH), which raises the pretonic mid vowels /e, o/ to [i, u] when there is a high vowel in the next syllable, as in m[e]nino~minino ‘boy’, f[o]rtuna~f[u]rtuna ‘fortune’. The study is motivated by the fact that most research done on VH in Brazilian Portuguese in the Gaucho dialect focused on an analysis of the Labovian line of quantitative sociolinguistics (BISOL, 1981, SCHWINDT, 1995, 2002, CASAGRANDE, 2004, FERNANDES, 2014). The empirical data of this research are from naturally occurring speech collected through interviews used in the study of Fernandes (2014) and are part of the database VARSUL - Linguistic Variation in the South of Brazil, specifically the sample called Jovens Escolarizados, with students from 16 to 23 years old. The words of the sample were methodologically separated into 3 different categories, corresponding to the type of word, due to the possibility of the influence of morphological factors in the realization and/or restriction of the VH rule: Non-Derivational Nominal Words (NDNW), Derivational Nominal Words (DNW), Verb Class (VC). We sought to propose markedness and faithfulness constraints to treat VH as an analysis with the [+High] feature and regressive spreading, in order to explain properties that block or allow vowels to be raised or acquire the [high] feature, based on the proportions of previous quantitative researches. The objectives of the study aimed to propose an analysis of VH with universal constraints to be able to explain patterns in focus in the data, such as homorganicity and heterorganicity of the target-vowel and trigger-vowel The universal constraints and phonotatic requirements were chosen in the spirit of Classic Optimality Theory (OT, PRINCE; SMOLENSKY, 1993, 2004, MCCARTHY; PRINCE, 1995). This analysis is also based on constraints and features of previous similar studies on Brazilian Portuguese VH (MATZENAUER; MIRANDA, 2003, LEE; OLIVEIRA, 2003, ALVES, 2011, BOHN, 2014, BATTISTI; FERNANDES 2017). To represent and model the variable HVA grammar we used the Gradual Learning Algorithm (GLA), by Boersma and Hayes (2001). The HVA analysis with continuous ranking demonstrated the dominance of the License, Agree and faithfulness constraints families. The constraint that requires homorganicity is ranked with lower values in the continuous scale for the NDNW. The variability is present in all categories, being less present in the Verb Class, and represents the existence of more than one input-output mapping. The results show that speakers of the Gaucho dialect perform HVH more frequently in a heterorganic vowel sequence with a contiguous high tonic vowel for nominal words in general, and HVH is more frequent in a homorganic vowel sequence with contiguous high vowel for verbal words. The requirement that the targetvowel must be followed by a high tonic vowel is more important for nominal words than for verbs in general. The stochastic analyzes carried out, which represent the grammar of the speakers of the dialect in question, attested the variable nature of the HVH, which, with low proportions, demonstrated in the continuous ranking of the Stochastic OT the dominance of constraint families, and also provided reflections and directions for future studies on the subject, such as analysis of speech data using ultrasound and the role of consonants adjacent to the harmony target.
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ESTRATÉGIAS DE REPARO NA ATRIBUIÇÃO DO ACENTO PRIMÁRIO DO INGLÊS POR FALANTES NATIVOS DE PBSilveira, Amanda Post da 04 March 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this study, we investigated the repair strategies applied to English word primary stress in the
process of acquisition by native speakers of Brazilian Portuguese (BP). For this purpose, we used
Connectionist Optimality Theory (henceforth, COT) by Bonilha (2004) as its theoretical basis. COT,
beyond previewing constraint interaction, the interaction of different phonological levels (such as
segment, syllable and stress) and constraints reranking in an L2 acquisition process, it also claims that
constraints which are specific from the L2 may be acquired. Such restructuring process may be
explained by an implemented gradual learning algorithm (BOERSMA & HAYES 2001) which
constitutes a great advantage to acquisition data analysis. In the present study, we analyzed English
stress acquisition in suffixed words, especially, the production of words whose suffixes carry the
primary stress. In this last group, we observed the following suffixes: -oon, -eer, -ee, -ette, -esque, -
ese, -ique, -et, -aire, -euse and -eur. Taking into account the process of constraint reranking, we
intended to characterize interlanguage hierarchy evidenced by learners from the repair strategies they
applied to deviant productions. For this aim, we used oral language data from sixteen informants,
academics of Languages - English major from a Brazilian Southern university. Data collection
consisted of two recordings of an instrument which contained 135 suffixed and non-suffixed words
and 135 carrier-sentences. Afterwards, data were transcribed by auditory method and reviewed by two
evaluators. The transcriptions were based on IPA. Data were statistically treated by Chi-Square test via
Statistica 7.0 software. We could observe that, among the suffixes that present different behaviors
concerning the stress of the primitive words, the ones which receive the primary stress were the least
correctly produced, presenting around 50% of errors. Data also confirmed the trends indicated by
studies on L2 acquisition that interlanguage systems show the militancy of L1 hierarchy of constraints.
This is due to the predominance of the trochaic pattern as a repair strategy - around 50% of deviant
productions, and, as argued by Bisol (1992), it is the stress pattern of BP. Concerning the suffixes that
carry the primary stress, it seems that L2 vowel length, that may be the main element of stress
attribution in words such as refugee and mountaineer, is not easily perceived/produced by BP native
speakers, according to the findings by Nobre-Oliveira (2007). Taking into account the results, we
understand that some specific constraints to vowel length were not ranked in learners interlanguage
hierarchy yet. Also, we relate the phenomenon of the random production of such stress pattern to its
low frequency in English lexicon. Thus, frequency seems to be one important factor for learners oral
productions. In sum, we believe that such factors as a whole may be conspiring to the fact that
informants productions are still deviant from the pattern of the target language. Finally, we argue that
COT seems to be an important tool in order to describe and analyze L2 language acquisition data. / Neste estudo, investigamos as estratégias de reparo aplicadas ao padrão de acento primário do
Inglês, no processo de aquisição, por falantes nativos de português brasileiro (PB). Para esse
propósito, utilizamos a Teoria da Otimidade Conexionista (COT), a partir dos estudos de Bonilha
(2004) como sua base teórica. A COT, além de prever a interação de restrições, a interação de
diferentes níveis fonológicos (como segmental, silábico e acentual) e o reranqueamento no processo de
aquisição de uma L2, também propõe que restrições específicas da L2 devam ser adquiridas. No
presente estudo, analisamos a aquisição do acento do inglês em palavras sufixadas, especialmente, na
produção de palavras cujo sufixo carrega o acento, como -oon, -eer, -ee, -ette, -esque, -ese, -ique, -et, -
aire, -euse e -eur. Levando-se em consideração o processo de reranqueamento, intentamos caracterizar
a hierarquia de interlíngua evidenciada pelas produções desviantes dos aprendizes a tal padrão. Com
este objetivo, usamos dados de linguagem oral de dezesseis sujeitos, acadêmicos de Letras -
habilitação Língua Inglesa de uma universidade do Sul do Brasil. Os dados consistiram de duas
coletas, realizadas por meio de um instrumento que contém 135 palavras (entre sufixadas e nãosufixadas)
e 135 frases-veículo. Em seguida, houve a transcrição fonética pelo método de oitiva e a
revisão por dois avaliadores. As transcrições tiveram por base o Alfabeto Fonético Internacional
(IPA). Os dados foram tratados estatisticamente com o teste Qui-quadrado via programa Statistica 7.0.
Pudemos observar que, dentre os sufixos que apresentam comportamentos distintos, no que concerne
ao acento da palavra primitiva, os sufixos que atraem o acento primário foram os que apresentaram o
menor percentual de acertos, aproximadamente 50%. Os dados também confirmam as tendências,
apontadas por outros estudos em aquisição de L2, de que os sistemas de interlíngua apresentam a
militância da hierarquia de restrições da L1. Evidenciamos isso pelo predomínio do padrão acentual
trocaico como estratégia de reparo, que responde por cerca de 50% dos tokens desviantes e, como
argumenta Bisol (1992), o padrão trocaico é o predominante do PB. Com relação aos sufixos que
atraem o acento primário, há evidências de que o prolongamento da vogal, que é o principal elemento
considerado na atribuição de peso da sílaba e na atração do acento em palavras como refugee e
mountaineer, não está sendo adquirido pelos falantes nativos de PB, conforme já aponta o estudo de
Nobre-Oliveira (2007). Visto os dados de que dispomos nesta pesquisa, compreendemos que algumas
restrições ligadas ao prolongamento e fidelidade da vogal acentuada, bem como algumas restrições de
marcação, precisam ainda ser ranqueadas na hierarquia de interlíngua dos aprendizes. Também,
relacionamos o fenômeno de atribuição flutuante do padrão oxítono sufixado a sua baixa frequência no
léxico do Inglês. Assim, observamos que a frequência também parece desempenhar um importante
papel nas produções orais dos sujeitos. Em suma, acreditamos que tais fatores devem conspirar para a
emergência de produções desviantes ao padrão da língua alvo. Por fim, com este estudo, pudemos
comprovar a validade dos presupostos da COT e tomá-la como um modelo linguístico pertinente à
descrição e análise de dados de aquisição de L2.
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Harmonia vocálica de altura no português de Porto Alegre/RS : análise de um processo variável pela teoria da otimidadeFernandes, Dinar Fontoura January 2018 (has links)
Esta tese investiga por meio da Teoria da Otimidade Estocástica (BOERSMA; HAYES, 2001) o processo de harmonia vocálica de altura (HVA), que envolve as vogais médias pretônicas /e, o/ e as torna [i, u] quando há uma vogal alta na sílaba seguinte, como em menino~minino, fortuna~furtuna. O estudo tem como motivação o fato de que a maior parte das pesquisas realizadas sobre HV em português brasileiro no dialeto gaúcho tiveram como foco uma análise na linha Laboviana da sociolinguística quantitativa (BISOL, 1981, SCHWINDT, 1995, 2002, CASAGRANDE, 2004, FERNANDES, 2014). Os dados empíricos desta pesquisa provêm da fala coletada por meio de entrevistas sociolinguísticas utilizadas no estudo de Fernandes (2014), que fazem parte do banco de dados VARSUL – Variação Linguística no Sul do Brasil, e pertencem a amostra chamada Jovens Escolarizados, com estudantes de 16 a 23 anos, de Porto Alegre. Os dados foram metodologicamente separados em 3 diferentes categorias, correspondentes ao tipo de vocábulo, devido à possibilidade da influência de fatores morfológicos na aplicação e/ou restrição da regra de HVA: Formas Nominais Não- Derivadas (FNND), Formas Nominais Derivadas (FND), e Formas Verbais (FV). Buscamos propor restrições de marcação ou fidelidade para tratar a HV como um processo envolvendo o traço de altura [+alto], com espraiamento regressivo, a fim de explicar propriedades que bloqueiem ou permitam o alçamento das vogais, com base nas proporções de pesquisas quantitativas que foram realizadas anteriormente.O estudo visou propor uma análise da harmonia vocálica com restrições universais para poder explanar padrões em foco nos dados, como homorganicidade e heterorganicidade da vogal-alvo e vogal-gatilho A análise também tornou possível uma observação analítica e particular dos dados, diferentemente dos estudos variacionistas prévios. As restrições universais e requisitos fonotáticos foram buscados no espírito da Teoria da Otimidade Clássica (TO, PRINCE; SMOLENSKY, [1993] 2004, MCCARTHY; PRINCE, 1995). Esta análise também se apoiou em restrições e traços de pesquisas anteriores de caráter similar sobre o tema (MATZENAUER; MIRANDA, 2003, LEE; OLIVEIRA, 2003, ALVES, 2011, BOHN, 2014, BATTISTI; FERNANDES 2017). Para representar e modelar a gramática da HVA variável utilizou-se o Gradual Learning Algorithm (GLA), de Boersma e Hayes (2001). A análise da HVA com ranking contínuo demonstrou a dominância das restrições License, Agree e de fidelidade. Arestrição que exige a homorganicidade está ranqueada com valores mais baixos na escala contínua para as FNND. A variabilidade está presente em todas as formas, sendo menos presente nas FV, e representa a existência de mais de um mapeamento inputoutput. Os resultados evidenciam que os falantes do dialeto gaúcho realizam HVA com mais frequência em uma sequência vocálica heterorgânica com uma vogal alta tônica contígua para formas nominais em geral, e com mais frequência em uma sequência vocálica homorgânica com vogal alta contígua para as formas verbais. A exigência de que a vogal-alvo deve ser seguida por uma vogal alta tônica é mais importante para formas nominais do que para verbos em geral.As análises estocásticas realizadas, que representam a gramática dos falantes do dialeto em questão, atestaram a natureza variável da HV, com proporções baixas de realização. A dominância de restrições foi demonstrada no ranking contínuo da TO Estocástica. Também foi possível realizar reflexões e direcionamentos para futuros estudos sobre o tema, como a influência de consoantes adjacentes à vogal alvo da harmonia. / This thesis investigates through Stochastic Optimality Theory the Height Vowel Harmony phenomenon (HVH), which raises the pretonic mid vowels /e, o/ to [i, u] when there is a high vowel in the next syllable, as in m[e]nino~minino ‘boy’, f[o]rtuna~f[u]rtuna ‘fortune’. The study is motivated by the fact that most research done on VH in Brazilian Portuguese in the Gaucho dialect focused on an analysis of the Labovian line of quantitative sociolinguistics (BISOL, 1981, SCHWINDT, 1995, 2002, CASAGRANDE, 2004, FERNANDES, 2014). The empirical data of this research are from naturally occurring speech collected through interviews used in the study of Fernandes (2014) and are part of the database VARSUL - Linguistic Variation in the South of Brazil, specifically the sample called Jovens Escolarizados, with students from 16 to 23 years old. The words of the sample were methodologically separated into 3 different categories, corresponding to the type of word, due to the possibility of the influence of morphological factors in the realization and/or restriction of the VH rule: Non-Derivational Nominal Words (NDNW), Derivational Nominal Words (DNW), Verb Class (VC). We sought to propose markedness and faithfulness constraints to treat VH as an analysis with the [+High] feature and regressive spreading, in order to explain properties that block or allow vowels to be raised or acquire the [high] feature, based on the proportions of previous quantitative researches. The objectives of the study aimed to propose an analysis of VH with universal constraints to be able to explain patterns in focus in the data, such as homorganicity and heterorganicity of the target-vowel and trigger-vowel The universal constraints and phonotatic requirements were chosen in the spirit of Classic Optimality Theory (OT, PRINCE; SMOLENSKY, 1993, 2004, MCCARTHY; PRINCE, 1995). This analysis is also based on constraints and features of previous similar studies on Brazilian Portuguese VH (MATZENAUER; MIRANDA, 2003, LEE; OLIVEIRA, 2003, ALVES, 2011, BOHN, 2014, BATTISTI; FERNANDES 2017). To represent and model the variable HVA grammar we used the Gradual Learning Algorithm (GLA), by Boersma and Hayes (2001). The HVA analysis with continuous ranking demonstrated the dominance of the License, Agree and faithfulness constraints families. The constraint that requires homorganicity is ranked with lower values in the continuous scale for the NDNW. The variability is present in all categories, being less present in the Verb Class, and represents the existence of more than one input-output mapping. The results show that speakers of the Gaucho dialect perform HVH more frequently in a heterorganic vowel sequence with a contiguous high tonic vowel for nominal words in general, and HVH is more frequent in a homorganic vowel sequence with contiguous high vowel for verbal words. The requirement that the targetvowel must be followed by a high tonic vowel is more important for nominal words than for verbs in general. The stochastic analyzes carried out, which represent the grammar of the speakers of the dialect in question, attested the variable nature of the HVH, which, with low proportions, demonstrated in the continuous ranking of the Stochastic OT the dominance of constraint families, and also provided reflections and directions for future studies on the subject, such as analysis of speech data using ultrasound and the role of consonants adjacent to the harmony target.
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Variação na aquisição fonológica : análise da produção da nasal velar em inglês (L2)Gutierres, Athany January 2016 (has links)
Esta tese investiga a aquisição fonológica variável da nasal velar em coda silábica final (como em living ‘vivendo’ e singing ‘cantando’, por exemplo) por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua. O estudo é motivado pela diferença de status da nasal velar em português (L1, primeira língua) e inglês (L2, segunda língua): enquanto na L1 o segmento é realização fonética resultante de assimilação de ponto de articulação (como em atum, em que a nasal bilabial assimila o traço [+dorsal] da vogal precedente realizando-se como velar), na L2 a nasal velar é fonema (como em sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realizados com a nasal alveolar e velar, respectivamente). Em algumas comunidades de falantes nativos de inglês, palavras derivadas pelo sufixo {ing} (como read.ing ‘lendo’ e study.ing ‘estudando’, por exemplo) constituem um fenômeno de variação linguística estável, em que os falantes alternam a produção das nasais velar e alveolar no final das palavras. Essa variação é estrutural e socialmente condicionada (LABOV, 1994; 2001). Os dados empíricos deste estudo provêm da fala coletada através de gravações com aprendizes de inglês, que pertecem a dois níveis de proficiência: básico e pré-intermediário. São realizadas duas análises formais: uma que explica a variação sistemática na interlíngua, observável no desempenho dos aprendizes, através do software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2015), e outra que formaliza a organização interna dessa gramática variável, através de algoritmos de aprendizagem vinculados à Teoria da Otimidade Estocástica, o Algoritmo de Aprendizagem Gradual (GLA) (BOERSMA e HAYES, 2001) e o ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). A Análise de Regra Variável demonstrou que a interlíngua é um sistema linguístico sujeito à variação ordenada como as demais línguas naturais, condicionada por aspectos linguísticos (classe morfológica) e extralinguísticos (nível de proficiência). A variação é verificada pela produção oral dos aprendizes, examinada de oitiva, que alterna as nasais palatal (63,6%) e velar (36,4%) em coda silábica final. A análise estocástica revelou um sistema de interlíngua dominado por restrições de Marcação, cuja variação é decorrente do aumento dos valores de ponto de seleção de restrições de Fidelidade. As restrições diretamente envolvidas na aquisição fonológica variável da nasal velar são AGREEplaceVN#, que exige que a sequência Vogal+Nasal em coda final partilhem ponto de articulação, e IDENTnasal, que requer identidade de traço nasal entre as formas presentes no input e no output. As análises realizadas, que representam a língua dos aprendizes em seus aspectos interno e externo, ou, conforme a terminologia de Chomsky ([1965]1 1975), a competência e o desempenho linguísticos, comprovaram a natureza variável da interlíngua e proporcionaram uma reflexão teórica acerca da possibilidade de diálogo entre o estrutural e o social para a explicação de fenômenos linguísticos variáveis. / This thesis investigates the variable phonological acquisition of the velar nasal in final syllabic coda (such as in living ‘vivendo’ and singing ‘cantando’, for example) by Brazilian learners of English as a second language. The study is motivated by the different status of the velar nasal in Portuguese (L1, first language) and in English (L2, second language): while the segment is a phonetic realization of assimilation of place of articulation in the L1 (‘atum’, where the bilabial nasal assimilates the feature [+dorsal] of the preceding vowel, being realized as velar), the velar nasal is a phoneme in the L2 (sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realized as the alveolar and velar nasal, respectively). In some native English-speaking communities, words derived from the suffix {ing} (such as read.ing ‘lendo’, study.ing ‘estudando’, for example) are in linguistic stable variation, in which the speakers alternate the production of the alveolar and velar nasal the velar nasal at the end of words. This variation is both structurally and socially conditioned (LABOV, 1994; 2001). The empirical data of this study were collected through recordings with the informants, who belong to two levels of proficiency: basic and pre-intermediate. Two formal analysis are made: one that explains the observable systematic variation in the Interlanguage, through the software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE and SMITH, 2015) and another that formalizes the internal organization of this variable grammar, through gradual learning algorithms associated to the Stochastic Optimality Theory, the Gradual Learning Algorithm (GLA) (BOERSMA and HAYES, 2001) and the ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). The Variable Rule Analysis has demonstrated that interlanguage is a linguistic system subject to ordered variation as in all the other natural languages, conditioned by linguistic aspects (morphological class) and extralinguistic ones (level of proficiency). The variation is verified by the oral production of the learners, examined by hearing analysis, which alternates the palatal nasal (63,6%) The stochastic analysis has revealed an Interlanguage system dominated by Markedness constraints, where variation is due to the increase on the values of selection points for Faithfulness constraints. The constraints directly involved in the variable phonological acquisition of the velar nasal are AGREEplaceVN#, which demands the sequence Vowel+Nasal in final coda to share place of articulation, and IDENTnasal, which demands feature identity [+nasal] between input and output forms. The analyses made, which represent the learners’ language in its internal and external aspects, or, according to Chomsky’s terminology ([1965] 1975), the linguistic competence and performance, have proved the variable nature of the Interlanguage and have enabled a theoretical reflection upon the possibility of dialogue between the structural and the social to the explanation of variable linguistic phenomena.
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