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Plantas medicinais, redundância utilitária e resiliência de sistemas médicos locais na caatinga / Medicinal plants, utilitarian redundancy and resilience of local medical systems in caatingaSANTORO, Flávia Rosa 21 February 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-02-21 / The Utilitarian Redundancy Model (URM) infers about socioecological systems resilience based on an ecological model. According to this model, the redundancy of species with the same utilitarian function ensures systems resilience. Under this perspective, the study about resilience of local medical systems (LMS) allows one to detect essential matters in order to understand how local communities can hold themselves and evolve in specific environments, especially where the access to natural resources and public health is limited. This dissertation aims to investigate the resilience of two LMS in Caatinga and to test some URM predictions. Therefore, our questions are based in features that give LMS resilience which follow the model's predictions: Do medicinal categories have redundancy prevalence? In the same medicinal category, are the redundant species used in the absence of preferred species? Is redundancy bigger in more severe and/or more frequent illnesses? Is information about illness treatment shared? The results show that the medical systems are highly specialized. However, when there is redundancy, the redundant species are the main strategy used when a disturbance occurs. This confirms an URM assumption in which redundancy ensures the maintenance of therapeutic functions. The redundancy of an illness was founded to be related to its frequency of occurrence, what guarantees the maintenance of medicinal functions in usual events. Despite this fact, the low rates of sharing we have found and the little redundancy in severe illnesses evidence points of vulnerability in the system. Based in our data, we might suggest that the studied LMS are mainly structured by means of specialists individual experiences and that the addition of new plants follows the illness dynamics of occurrence and considers life-threatening in the treatment. Under this perspective, the low sharing and the little redundancy in serious illnesses might reflect a system's evolutionary process feature. / O Modelo de Redundância Utilitária (MRU) se inspira em um modelo ecológico para inferir sobre a resiliência de sistemas socioecológicos. Segundo o modelo, a redundância de espécies com mesma função utilitária assegura a resiliência de um sistema. Nessa perspectiva, a análise da resiliência de sistemas médicos locais (SML) pode revelar pontos essenciais para compreender como comunidades locais conseguem se manter em determinados ambientes, principalmente onde o acesso a saúde pública e a recursos naturais é limitado. Esta dissertação visa investigar a resiliência de dois SMLs inseridos na Caatinga e testar algumas predições do MRU. Dessa forma as perguntas levantadas se baseiam em características que conferem resiliência ao SML a partir das premissas do modelo: Há predomínio de redundância nas categorias medicinais? Espécies redundantes são utilizadas na ausência das espécies preferidas da mesma categoria medicinal? Há maior redundância em enfermidades mais graves e/ou mais frequentes? Há compartilhamento das informações sobre o tratamento das enfermidades? Os sistemas médicos se mostraram altamente especializados, no entanto, quando há redundância, as espécies redundantes são empregadas na ocasião de um distúrbio, confirmando uma previsão do MRU em que a redundância garante a manutenção das funções terapêuticas. Foi encontrado que a redundância de uma enfermidade está associada com a sua freqüência de ocorrência, o que assegura a manutenção das funções medicinais em eventos recorrentes. No entanto, o baixo compartilhamento encontrado e a pouca redundância de plantas em enfermidades graves mostram pontos de vulnerabilidade do sistema. Com base em nossos dados, podemos sugerir que os SMLs estudados são estruturados principalmente através de experiências individuais dos especialistas, e que o acréscimo de novas plantas acompanha a dinâmica de ocorrência das enfermidades e considera o risco de vida no tratamento. Sob essa perspectiva, o baixo compartilhamento e a pouca redundância em enfermidades graves podem refletir uma característica do processo evolutivo que o sistema se encontra.
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Riqueza e redundância utilitária da assembléia de plantas e animais forrageados para fins medicinais no semiárido do nordeste brasileiro / Richness and utilitarian redundancy of the plant and animal assembly foraged for medicinal purposes in semiarid region of northeastern BrazilNASCIMENTO, André Luiz Borba do 29 July 2013 (has links)
Submitted by Mario BC (mario@bc.ufrpe.br) on 2016-08-11T12:27:53Z
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Previous issue date: 2013-07-29 / Plants and animals are used as important medicinal resources by rural communities worldwide. Its uses can result in impact to biodiversity. However studies that seek to understand the interaction between these two resources in the same local medical system are nonexistent. An important tool for this type of research is the utilitarian redundancy model, because it allows us to evaluate how the richness of medicinal resources is distributed among the different therapeutic targets, indicating possible overlapping of use between plants and animals and revealing species that could suffer a higher use pressure. This model also involves issues related to resilience, predicting that therapeutic targets with a smaller arsenal of species would be more vulnerable to changes in local medical systems. In this context, this study aims to investigate the relationships between the use of medicinal plants and animals and the traditional medical system of Horizonte, which is an extractive community located in the Environmental Protection Area of FLONA Araripe - Apodi in the semiarid region of Northeastern Brazil. We found that most of the therapeutic targets treated by animal substances are overlapped, i.e., are also treated by plant substances, and these targets concentrate most of medicinal resources. They are perceived as very usual, although considered a little dangerous. This similar behavior of people using medicinal plants and animals reflect in the formation of a common core of knowledge, shared by most of the community. Furthermore, the population considers plants and animals equally effective in curing overlapped therapeutic targets. However, plants are used mostly due to their greater availability. The data also indicates that women have more knowledge about medicinal resources closer to their residential area; a space where they spend more time due to their responsibilities in taking care of the families. On the other hand men know more about medicinal resources related to forests; spaces often more visited by them. This occur because they are responsible for supporting their families, fact that leads them to frequently explore these areas. The results indicate the existence of general patterns related to the use of medicinal resources, in which the energy optimization, perceived priorities, spaces occupied and social functions seem to guide the use, collection and the sharing of knowledge of medicinal plants and animals; attributing greater resilience and adaptability to the local medical system. / Plantas e animais são utilizados como importantes recursos medicinais por comunidades rurais em todo o mundo. Seus usos podem implicar em impactos a biodiversidade, no entanto, trabalhos que busquem entender a interação entre esses dois recursos no mesmo sistema médico local são inexistentes. Uma importante ferramenta para esse tipo de investigação é o modelo de redundância utilitária, por permitir avaliar como a riqueza de recursos medicinais é distribuída entre os diferentes alvos terapêuticos, indicando possíveis sobreposições de uso entre plantas e animais, podendo revelar as espécies que poderiam sofrer maior pressão de uso. Esse modelo implica também questões relativas à resiliência, prevendo que alvos terapêuticos com um menor arsenal de espécies, estariam mais vulneráveis a alterações nos sistemas médicos locais como perda de espécies. Nesse contexto, o presente estudo objetiva investigar as relações no uso de plantas e animais medicinais no sistema médico tradicional da comunidade extrativista Horizonte situada na Área de Proteção Ambiental da FLONA Araripe – Apodi, no semiárido do Nordeste brasileiro. Foi encontrado que a maioria dos alvos terapêuticos tratados por animais são sobrepostos, ou seja, também tratados por plantas, sendo esses alvos os que concentram maior riqueza de recursos medicinais. Os alvos que possuem grande acúmulo de espécies em seu tratamento são percebidos como muito frequentes, embora considerados pouco perigosos. Essa tendência semelhante de uso de plantas e animais medicinais pelas pessoas se refletem na formação de um tronco comum de conhecimento bem compartilhado pela comunidade. Além disso, a população considera plantas e animais igualmente efetivos na cura de alvos terapêuticos sobrepostos, no entanto, plantas são mais usadas devido a sua maior disponibilidade. Os dados indicam ainda, que mulheres demonstram conhecer mais sobre os recursos medicinais mais próximos das residências, espaço que as mesmas passam maior tempo devido a sua responsabilidade no cuidado da família, enquanto, que os homens conhecem mais sobre recursos medicinais ligados a floresta, espaço visitado com maior frequência pelos mesmos que são responsáveis por prover o sustento da família, o que os leva a explorar mais essas áreas. Os resultados indicam a existência de padrões gerais relacionados ao uso de recursos medicinais, no qual a otimização energética, percepção de prioridades, espaço ocupado e função social, parecem guiar o uso, a coleta e a divisão do conhecimento de plantas e animais medicinais, atribuindo maior resiliência e adaptabilidade ao sistema médico local.
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