[pt] O presente trabalho objetiva mostrar a natureza não divina de Eros no discurso socrático, a partir da leitura interessada e exclusiva do Banquete de Platão, obra em que o referido autor se concentra no tema do amor. Trata-se de uma sucessão de elogios feitos pelos convivas presentes no evento social, que acaba por descrever a sociedade ateniense; temos o cômico, o trágico, o médico, o filósofo, entre outros, refletindo assim a construção do discurso filosófico a partir dos discursos que o antecedem. Há, portanto, uma filtragem em que Sócrates aproveita ou não alguns aspectos dos discursos anteriores para formatar o seu elogio. Para chegar a tal hipótese, passamos pela análise da concepção grega do amor centrada na questão da pederastia, pela investigação dos vários discursos que correspondem às várias faces do amor, e, por fim, chegamos ao ponto principal, que é a não divindade do Eros para a filosofia, ou ainda, que o Eros não possa ser divino por sua natureza filosófica. Se o divino possui conhecimento e é perfeito, então ele não é condizente com o desejo e a busca filosófica pelo que lhe falta. Porém, ele também não é mortal, mas emana uma força que influencia o mortal. O exercício da filosofia condiciona-se pelo exercício erótico, o Eros que possibilita a atividade da filosofia, a busca de nova perspectiva no comum que está diante de nós, mas sobre o qual não nos debruçamos para refletir e questionar. Eros acende a chama do saber na alma humana, e sem a vontade de saber, a filosofia não é. / [en] This work aims to analyze the non-divine nature of Eros in the Socratic discourse from the reading of Plato s Symposiun, a work in which the author focuses on the theme of love. It is a succession of compliments made by the present guests at the social event of the symposium, which ends describing the Athenian society. There are the lover of oratory, the general, the doctor, the comedian, the tragediography, among others, so that the construction of the philosophical discourse is generated of discourses that precede it.There is, therefore, a filter in which Socrates takes or not some aspects of his previous speeches to format his compliment. In order to reach this hypothesis, we begin by analyzing the Greek conception of love centered on the issue of pederasty; we investigate the various discourses that correspond to the various faces of love; and, finally, we reach the main point which is the non-divinity of Eros according to philosophy. Eros cannot be considered divine due to his philosophical nature. If the divine has knowledge and is perfect, then it is does not match the desire and the philosophical search to what it lacks. But, he is not mortal also: he emanates a force that influences the mortal. The exercise of philosophy is conditioned by the erotic exercise, the Eros that enables the activity of philosophy, the quest of a new perspective in common which stands before us, but on which we concentrate not to reflect and question. Eros kindles the flame of knowledge in the human soul, and without the will to know, philosophy is not.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:25099 |
Date | 21 August 2015 |
Creators | ANA FLAVIA COSTA ECCARD |
Contributors | LUISA SEVERO BUARQUE DE HOLANDA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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