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"A terra natural desta nação guarani” : identidade, memória e reprodução social indígena no Vale do Jacuí (1750-1801)

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Previous issue date: 2017-09-29 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / PROSUP - Programa de Suporte à Pós-Gradução de Instituições de Ensino Particulares / O tema central desta tese é a construção identitária de uma parcela populacional das reduções do Uruguai, abarcando o período do Tratado de Madrid (1750), até a anexação definitiva dos povoados indígenas pelos luso-brasileiros (1801), tendo em vista a série de transformações políticas e sociais acarretadas pela situação colonial em que Espanha e Portugal envolveram os indígenas. Este período caracterizou-se por uma conjuntura de disputas territoriais entre ibéricos e indígenas que, em decorrência dela, manifestou um tipo específico de identidade social, conformada a partir do território. A tese tem, por isso, o objetivo de compreender como se construiu este tipo de identidade em um momento de transformação e como ela foi modelada ao longo do tempo por processos relacionais. Optando por uma metodologia inspirada em micro-história, apresenta uma análise intensiva de um conjunto variado de fontes, tais como relatos, ofícios do governo português, registros eclesiásticos, compreendendo visitações, ordenações pastorais e livros batismais, com o propósito de identificar e analisar os indícios do processo de formação da identidade destes guaranis. Sobre este processo de construção identitária, a tese apresenta três hipóteses. A primeira sustenta que a conservação das memórias sobre as experiências ancestrais da vida em redução foi utilizada na elaboração, não só de narrativas sobre o passado, mas, também, de inspiração para seu modelo de organização social. A segunda defende que esta identidade pertencia a grupos remanescentes do Tape. Já a terceira defende que a identidade ajudava a diferenciá-los dos demais atores sociais e que, através dela, havia unidade organizacional que permitia a coexistência com não indígenas sem necessariamente se integrarem a eles. Conclui que a parcela de guaranis estudada não se inseriu numa nova sociedade de colonos. Os indígenas tiveram que lidar com o avanço sistemático dos lusitanos, encontrando formas de coexistência, principalmente após 1750. Mesmo diante daquele quadro irreversível, a identidade e os usos da memória permitiram aos indígenas o acionamento de certa maleabilidade para contornar as dificuldades que se apresentavam, fazendo com que seu sistema de organização se reproduzisse. / The focus of this thesis is the building of the identity of a part of the Uruguay river missions’ population, having the period between the Madrid Treaty (1750) until the definitive annexation of the indigenous settlements by the Portuguese (1801), considering the political and social transformations that happened due to the colonial situation in which the Spanish and the Portuguese had involved indigenous in. This period is characterized as a conjuncture of territorial disputes between the Iberians and the Indians that manifested a specific type of social identity that was built from the territory because of those very disputes. Therefore, the thesis has the aim of understanding how this type of identity was built in a moment of transformation and how it was shaped throughout time by relationships with the Portuguese. It was opted for a methodology that is inspired by the microhistory, portraying an intensive analysis of a varied set of sources, such as reports, Portuguese government documents, ecclesiastical records – containing visits, ordinations and christening books – with the purpose of identifying and analyzing the clues of the process of identity building of those Guarani. The thesis presents three hypotheses concerning this process of identity building. The first contends that the conservation of the memories of ancestral experiences of life in the missions was used in the building, not only as narratives about the past, but also as a model of social organization. The second hypothesis defends the idea that his identity belonged to the remaining Tape groups. The third on upholds that the identity helped them to make themselves different from other social actors and that, through this very identity, they had an organizational unity that allowed the coexistence with other indigenous groups without having the need of becoming a part of them. The conclusion is that the amount of Guarani studied here did not insert themselves in a new society of settlers. The Indians had to deal with the systemic advance of the Portuguese finding ways of coexisting, especially after 1750. Even when facing that inevitable situation, their identity and uses of memory allowed the Indians to trigger some degree of malleability to face the hardship that were presented to them, thus making their organization system reproduce itself.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/6762
Date29 September 2017
CreatorsRibeiro, Max Roberto Pereira
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/7416066730700319, Moreira, Paulo Staudt
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em História, Unisinos, Brasil, Escola de Humanidades
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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