Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Mestrado Profissional) da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. / Introdução. Trabalhadores em ocupações de risco estão sujeitos a depressão e ansiedade, exigindo recursos eficazes para enfrentamento do estresse ocupacional, que pode impactar na saúde mental em seu conceito mais amplo, envolvendo qualidade de vida cognitiva e emocional. Investigar esses aspectos se torna relevante, visando estabelecer estratégias abrangentes de promoção, prevenção e recuperação frente a essa carga de saúde e social frequentemente invisível e negligenciada. Objetivo. Investigar parâmetros de saúde mental em trabalhadores de mineração subterrânea de carvão buscando associação com o capital psicológico, aspectos ocupacionais, saúde física, estilo e qualidade de vida. Métodos. Estudo transversal, envolvendo 89 trabalhadores em uma mina de carvão no sul de Santa Catarina, avaliados quanto à prevalência de sintomas de depressão e ansiedade (Inventários de Depressão e Ansiedade de Beck), saúde física (autopercepção do estado de saúde, doenças crônicas e estado nutricional), estilo de vida (autorelato de consumo de álcool e tabagismo), qualidade de vida (WHOQOL-bref), qualidade do sono (Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh) e capital psicológico (PCQ-12). Características demográficas e ocupacionais foram obtidas a partir do cadastro dos trabalhadores e características econômicas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil. Estudo aprovado pelo CEP/UNESC (parecer no. 1.785.746). Resultados. Com idade média de 32,9±6,3 anos, o predomínio de escolaridade dos trabalhadores foi equivalente ao ensino médio (60,7%), nível socioeconômico B (66,3%), tempo médio de empresa 4,1±2,5 anos, 53,9% locados à frente de serviço e 50,6% trabalhando em alternância de turnos. Houve baixa prevalência de depressão (3,39%), ansiedade leve ou moderada em 13%; autopercepção de estado de saúde boa/excelente (83,6%), sobrepeso ou obesidade em 65%, relato de consumo de álcool por 44%, tabagismo em 91,7%, boa qualidade de vida (escores maiores do que 60 em todos os dominios do WHOQOL-bref) e capital psicológico (escores superiores ao ponto médio da escala de respostas), além de má qualidade do sono em 68,7%. Foram observadas correlações inversas entre a ansiedade e a qualidade de vida/capital psicológico e entre a ansiedade e os construtos do PCQ-12 “autoeficácia e esperança”; correlações positivas entre o capital psicológico e a qualidade de vida (p< 0,05; Correlação de Pearson). Foram observadas associações entre a autopercepção de saúde, tempo e qualidade do sono; entre ansiedade, duração e qualidade do sono; e entre o consumo de álcool e locação de trabalho (frente, retaguarda ou variável) (p<0,05; teste Qui-quadrado de Pearson). Conclusão. Aspectos importantes apontados envolvem a boa qualidade de vida, a prevalência baixa de sintomas depressivos, a boa capacidade de enfrentamento de situações ocupacionais no ambiente organizacional e a boa percepção de saúde física dos mineiros, além da nítida interrelação entre vários desses aspectos. Por outro lado, a pouca qualidade do sono, o excesso de peso e estilo de vida, além da ansiedade e suas interrelações com a qualidade de vida, capital psicológico e também com o sono requerem atenção. Análises adicionais quanto aos determinantes dos aspectos positivos e negativos da saúde mental são de relevância para embasamento de programas na lógica da promoção da saúde e na perspectiva da integralidade.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unesc.net:1/5470 |
Date | January 2017 |
Creators | Joaquim, Alice Constantino |
Contributors | Perry, Ingrid Dalira Schweigert |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UNESC, instname:UNESC, instacron:UNESC |
Coverage | Universidade do Extremo Sul Catarinense |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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