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Prevalência, continuidade e fatores de risco dos transtornos psiquiátricos na adolescência / Prevalence, continuity and risk factors of psychiatric disorders in adolescence

Os transtornos psiquiátricos frequentemente têm início na infância e adolescência, podendo persistir até a idade adulta. O objetivo da pesquisa foi estudar a prevalência, os fatores de risco e a continuidade dos transtornos psiquiátricos no início da adolescência (11 anos) na Coorte de Nascimentos de 2004 do Município de Pelotas-RS. Métodos. Estudo 1: O presente estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de transtornos psiquiátricos no início da adolescência, examinar a distribuição dos transtornos psiquiátricos conforme características maternas e infantis e avaliar a ocorrência de comorbidades psiquiátricas. Todos os adolescentes de 11 anos, que participaram da Coorte de Nascimentos de 2004 de Pelotas-RS, foram convidados a participar deste estudo. O instrumento utilizado para avaliar a presença de transtornos psiquiátricos foi o Development and Well-Being Assessment (DAWBA). Foram avaliados 3.562 indivíduos e a prevalência de transtornos psiquiátricos de acordo com os critérios do DSM-5 foi de 13,2% (IC95% 12,1-14,4); 15,6% entre os meninos e 10,7% entre as meninas. Os distúrbios mais comuns foram transtornos de ansiedade (4,3%), transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (4,0%) e transtorno de conduta/oposição (2,8%). Baixa escolaridade materna, tabagismo durante a gestação, presença de sintomas de humor durante a gestação ou sintomas depressivos crônicos e graves maternos nos primeiros anos de vida do adolescente, sexo masculino, Apgar < 7 no nascimento e parto prematuro foram associados a uma maior chance de distúrbio psiquiátrico aos 11 anos. Comorbidades psiquiátricas foram observadas em 107 indivíduos (22,7%), dos quais, 73, 24 e 10 tinham dois, três e quatro diagnósticos psiquiátricos, respectivamente. Nossos resultados ressaltam a importância dos transtornos psiquiátricos como condição prevalente no início da adolescência, o que repercute diretamente no planejamento de políticas públicas e serviços específicos de atenção à saúde mental nessa faixa etária. Estudo 2: Os objetivos deste estudo foram investigar a incidência de transtornos psiquiátricos entre as idades de seis e 11 anos e avaliar a continuidade homotípica e heterotípica desses transtornos, entre os membros da Coorte de Nascimentos de 2004 de Pelotas-RS. Todos os nascidos vivos na cidade de Pelotas no ano de 2004 foram localizados e 4.231 recém-nascidos foram incluídos no estudo (recusas < 1%), sendo acompanhados em diferentes idades ao longo do tempo. Aplicou-se o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) em 3.585 indivíduos com seis anos e em 3.563 indivíduos com 11 anos. Os resultados do SDQ para as quatro subescalas (sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade/falta de atenção e problemas de relacionamento com os pares) foram categorizados como normais ou anormais (indivíduos nas categorias limítrofe e anormal) conforme manual do instrumento. Para examinar as associações entre transtornos mentais ao longo do tempo, os transtornos aos seis anos foram inseridos na regressão logística como variáveis independentes e aqueles aos 11 anos foram inseridos como variáveis dependentes. Entre os seis e 11 anos, houve um aumento de 50% na prevalência de sintomas emocionais e um aumento de 45% dos transtornos de hiperatividade/falta de atenção. Entre as crianças que tinham \"qualquer dificuldade no SDQ\" aos seis anos, esse status persistiu em 81% dos indivíduos aos 11 anos. Durante a transição da infância para o início da adolescência, houve continuidade homotípica para sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade/falta de atenção e problemas de relacionamento com pares. Nossos resultados indicam que os transtornos mentais nessa faixa etária são moderadamente estáveis, com taxas de transtornos e padrões de continuidade semelhantes aos observados em outros estudos / Psychiatric disorders often begin in childhood and adolescence and may persist into adulthood. The objective of the study was to study the prevalence, risk factors and continuity of psychiatric disorders in early adolescence (11 years) in the 2004 Birth Cohort of the Municipality of Pelotas, RS. Methods. Study 1: The present study aimed to evaluate the prevalence of psychiatric disorders in early adolescence, to examine the distribution of psychiatric disorders according to maternal and infant characteristics and to evaluate the occurrence of psychiatric comorbidities. All 11-year-old adolescents who participated in the 2004 Pelotas-RS Birth Cohort were invited to participate in this study. The instrument used to evaluate the presence of psychiatric disorders was the Development and Well-Being Assessment (DAWBA). A total of 3,562 individuals were evaluated and the prevalence of psychiatric disorders according to DSM-5 criteria was 13.2% (95% CI 12.1-14.4); 15.6% among boys and 10.7% among girls. The most common disorders were anxiety disorders (4.3%), attention deficit/hyperactivity disorder (4.0%) and conduct/opposition disorder (2.8%). Low maternal schooling, smoking during pregnancy, presence of mood symptoms during pregnancy, or chronic and severe maternal depressive symptoms in the first years of the adolescent life, male sex, Apgar < 7 at birth and premature delivery were associated with a greater chance of psychiatric disorder at age 11 years. Psychiatric comorbidities were observed in 107 subjects (22.7%), of whom, 73, 24 and 10 had two, three and four psychiatric diagnoses, respectively. Our results highlight the importance of psychiatric disorders as a prevalent condition in early adolescence, which directly affects the planning of public policies and specific services for mental health care in this age group. Study 2: The objectives of this study were to investigate the incidence of psychiatric disorders between the ages of six and 11 years and to evaluate the homotypic and heterotypic continuity of these disorders among members of the 2004 Pelotas-RS Birth Cohort. All live births in the city of Pelotas in the year 2004 were located and 4,231 newborns were included in the study (refusals < 1%), being followed at different ages over time. The Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) was applied in 3,585 subjects aged 6 years and 3,563 subjects aged 11 years. The SDQ scores for the four subscales (emotional symptoms, behavioral problems, hyperactivity/inattention and peer relationship problems) were categorized as normal or abnormal (individuals in the borderline and abnormal categories) according to the instrument´s manual. To examine the associations between mental disorders over time, disorders at six years were inserted into the logistic regression as independent variables and those at 11 years were entered as dependent variables. Between six and 11 years, there was a 50% increase in the prevalence of emotional symptoms and a 45% increase in hyperactivity/inattention disorders. Among children who had \"any difficulty\" according to the SDQ at age six, this status persisted in 81% of individuals at age 11. During the transition from childhood to early adolescence, there was homotypic continuity for emotional symptoms, conduct problems, hyperactivity/inattention, and peer relationship problems. Our results indicate that mental disorders in this age group are moderately stable, with rates of disorders and patterns of continuity similar to those observed in other studies

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-23082019-094342
Date14 June 2019
CreatorsMaison, Carolina La
ContributorsManitto, Alicia Matijasevich
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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