Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Estima-se que, no Brasil, existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Além do impacto de morbimortalidade, a doença mal controlada acarreta efeitos socioeconômicos com abstenção ao trabalho, escola e custos à saúde, com necessidade de o paciente buscar a emergência e submeter-se a internações hospitalares. O tabagismo é sabidamente um fator de piora do controle da asma. Ele está associado tanto ao desenvolvimento da asma, como pior controle da doença, piora da gravidade da asma e aumento do declínio da função pulmonar. Objetivos: Comparar os grupos asma associada ao tabagismo e asma não tabagista considerando como desfecho primário a qualidade de vida pelo questionário Asthma Quality of Life Questionnaire (AQLQ) e como desfechos secundários: gravidade da asma, controle da asma, número de exacerbações, função pulmonar, número de eosinófilos no escarro e parâmetros laboratoriais séricos (IgE e eosinófilos). Realizar a comparação também em relação aos grupos: asma antes do tabagismo, asma após o tabagismo e asma não tabagista. Métodos: 88 pacientes asmáticos de 18 a 65 anos provenientes do Ambulatório de Asma do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram selecionados, classificados quanto à gravidade da asma segundo a Global Initiative for Asthma (GINA) e questionados quanto ao hábito tabágico, se fosse presente. Os pacientes realizaram os questionários Asthma Control Test (ACT) e AQLQ, bem como teste de função pulmonar completa (espirometria com broncodilatador, difusão de monóxido de carbono (CO), volumes pulmonares e teste de caminhada de 6 minutos) e coleta de hemograma e IgE. Setenta e três desses pacientes foram submetidos à análise de eosinófilos em escarro induzido. Resultados: Comparando-se grupo asma associada e não associada ao tabagismo, houve diferenças estatisticamente significativas para as seguintes variáveis: espirometria, capacidade de difusão de CO e escore de controle da asma (ACT), que demonstraram piores níveis no grupo asma associada ao tabagismo. Não houve diferenças estatisticamente significativas comparando grupos asma associada ao tabagismo e não associada ao tabagismo em relação a: qualidade de vida (avaliada pelo escore AQLQ), dosagem de IgE, eosinófilos sanguíneos e eosinófilos no escarro e distância percorrida no teste de caminhada. Todavia houve diferença na dessaturação no teste de caminhada, que esteve presente apenas em 4 pacientes do grupo asma associada ao tabagismo e em nenhum do grupo asma não associada ao tabagismo. Houve diferença estatisticamente significativa nos testes cutâneos por puntura, os quais foram mais positivos no grupo com asma não associada ao tabagismo. Conclusão: Diversas variáveis apresentaram resultados piores no grupo asma associada ao tabagismo (como função pulmonar, dessaturação no teste de caminhada de 6 minutos, escore no ACT), mas apesar desses achados, a avaliação dos pacientes por meio do AQLQ não mostra uma diferença estatisticamente significativa na ferramenta que avalia qualidade de vida entre os grupos, muito provavelmente porque é uma medida subjetiva e estimada do ponto de vista do paciente. A proporção de pacientes com asma de surgimento após o tabagismo foi de 31% entre os indivíduos tabagistas. / Asthma is a chronic inflammatory disease of the airways. It is estimated that, in Brazil, there are approximately 20 million asthmatics. In addition to the impact of morbidity and mortality, the disease with poor control causes socioeconomic effects with abstaining from work, school and health costs, with the need for the patient to seek emergency and hospital admissions. Smoking is known to worsen asthma control. It is associated with both the development of asthma, poorer control of the disease, worsening of asthma severity and increased decline in lung function. Objectives: To compare the asthma groups associated with smoking and non-smoking asthma, considering as primary outcome quality of life for the Asthma Quality of Life Questionnaire (AQLQ) and as secondary outcomes: asthma severity, asthma control, number of exacerbations, lung function, eosinophils number in the sputum and laboratory parameters (IgE and eosinophils). To perform the comparison also in relation to the groups: asthma before smoking, asthma after smoking and non-smoking asthma. Methods: 88 asthmatic patients aged 18-65 years, from the asthma outpatient clinic of the Hospital de Clínicas of Porto Alegre were selected, classified according to the severity of the asthma according to Global Initiative for Asthma (GINA) and questioned about the smoking habit if present. The patients performed the Asthma Control Test (ACT) and AQLQ questionnaires, performed complete lung function (bronchodilator spirometry, carbon monoxide (CO) diffusion, lung volumes and 6-minute walk test), collection of hemogram and IgE. Seventy three of these patients underwent eosinophils analysis in induced sputum. Results: The following variables were statistically significant: spirometry, CO diffusion capacity and asthma control score (ACT), which showed worse levels in the asthma group associated with smoking. There were no statistically significant differences comparing smoking and non-smoking asthma groups in relation to: quality of life (assessed by the AQLQ score), IgE dosage, blood eosinophils and eosinophils in the sputum and distance walked in the walk test. However, there was difference in desaturation in the walking test, which was present only in 4 patients in the asthma group associated with smoking and in none of the asthma group not associated with smoking. There was a statistically significant difference in skin prick tests, which were more positive in the group with non-smoking asthma. Conclusion: Several variables had worse outcomes in the smoking-associated asthma group (such as pulmonary function, desaturation in the 6-minute walk test, ACT score), but despite these findings, the patients' AQLQ score did not show a statistically significant difference a tool that assesses quality of life between the groups, most probably because it is a subjective measure and estimated from the patient's point of view. The proportion of patients with onset asthma after smoking was 31% among smokers.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/180994 |
Date | January 2018 |
Creators | Santos, Vanessa Cristina Hartmann dos |
Contributors | Dalcin, Paulo de Tarso Roth |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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