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De exÃlio em exÃlio: um diÃlogo entre EurÃpides e Clara de GÃes na peÃa Medea en Promenade / From exile to exile:a dialogue between Euripides and Clara de GÃes in the play Medea en Promenade

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente dissertaÃÃo analisa o texto de Clara de GÃes, Medea en Promenade (2012), a partir da tragÃdia homÃnima de EurÃpedes, Medeia, (431 a.C.). O texto de chegada narra o encontro de Glauce, (Jovem), Medeia (Mulher) e a ama de Medeia (Velha), trÃs mulheres âem uma espÃcie de deserto fora do tempo e do espaÃoâ, nas palavras da autora. Pontuando a fala dessas mulheres, ouvimos a voz do Corifeu, quase sempre à penumbra. Propomos, assim, uma reflexÃo crÃtica, voltando nosso olhar para as protagonistas dessas poÃticas, cujas falas sÃo marcadas por questionamentos: âQual meu lugar no exÃlio? Seria o exÃlio meu lugar?â Tais perguntas reforÃam uma antiga reivindicaÃÃo das mulheres, nÃo sà de Atenas, mas de muitos outros lugares, especialmente as estrangeiras. Foi buscando entender essas margens e o porquà de tantas travessias, muitas delas forÃadas, que elegemos o tema do exÃlio, haja vista constituir objeto de interesse nÃo sà dos Estudos ClÃssicos, mas tambÃm dos Estudos Culturais, por exemplo. Nosso intuito à mostrar como ocorre o que ora chamamos âdiÃlogoâ entre EurÃpides e Clara de GÃes, numa perspectiva comparada, buscando imprimir outra leitura para o mito de Medeia, paralela ou alÃm da metÃfora, especialmente voltada para os constantes deslocamentos da heroÃna. Como salienta Jan Felix Gaertner, um dos autores que fundamentam nossa pesquisa, o exÃlio âtem sido um dos temas literÃrios mais produtivos em literatura do sÃculo XXâ (2007, p. 1) e tornou-se um tema central na literatura pÃs-colonial em associaÃÃo a temas relacionados a distÃncia, separaÃÃo, deslocamento, desprendimento e diÃspora. Nossa hipÃtese à reconhecer ou ler o exÃlio como dispositivo, conforme Agamben (2009) â termo tÃcnico decisivo na estratÃgia do pensamento de Foucault, do qual foi tomado de âemprÃstimoâ â nÃo sà polÃtico, mas tambÃm existencial, a partir da Medeia, de EurÃpides, que a imortalizou como infanticida, nÃo sem antes problematizar seu status de mulher estrangeira. A respeito dessa condiÃÃo, apoiamo-nos, especialmente, em Pierre Vidal-Naquet (1999) e Vernant (2009), Queiroz (1998) e Jasinski (2012). A fim de confirmar, em parte, nossa hipÃtese, dado o hibridismo da anÃlise, apoiamo-nos em Sara Forsdyke (2005) e Gayatri C. Spivak (2014). Como aporte teÃrico do teatro â da tragÃdia grega à cena contemporÃnea â, Albin Lesky (2010), Jacqueline de Romilly (2013), Marie-Claude Hubert (2013) e Patrice Pavis (2011).

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:10698
Date31 March 2015
CreatorsFrancisca Luciana Sousa da Silva
ContributorsOrlando Luiz de AraÃjo, Yuri Brunello, Maria Regina Candido
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Letras, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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