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Jornada imaginativa: o problema da experiência transmissiva e cultural na perspectiva de Giorgio Agamben

Sob a perspectiva de Giorgio Agamben, buscaremos os fundamentos teóricos que envolveram a imaginação durante a história ocidental até o momento em que esta se torna expropriada do conhecimento. Levamos em conta que noção de imaginação está inserida em um contexto de transmissão cultural que cada época gera para a próxima, e que, no entanto, também modifica suas fundamentações. Entenderemos a imaginação a partir do termo fantasma, ou seja, não como um termo isolado, mas envolvido em uma complexidade cultural, e entrelaçado de características, da quais, memória, sonho, linguagem, desejo, melancolia e sensação são seus aliados e que marcam a grande particularidade imaginativa como fantasma, que é de ser
imaterial, abstrato, e ainda, associada ao caráter do espírito. Na primeira parte, desenvolve-se a teoria do fantasma de Aristóteles que com o estoicismo e principalmente com o
neoplatonismo, começa a possuir suas primeiras vinculações com a antiga teoria do pneuma. Desta união obteve-se a noção do espírito fantástico que influência o período medieval intensamente. Nesta cultura conhecemos fatos importantes que nos levam a compreender tanto os mecanismos da imaginação, quanto a entender os primeiros sutis aspectos do processo de expropriação da imaginação na cultura ocidental. Mais do que tudo, a
reformulação ontológica que acontece na modernidade gera uma expropriação do sujeito da experiência (psyché), fenômeno correlato a expropriação da imaginação, gerando uma inserção no conflito entre racional e irracional. Na segunda parte, delimitamos a tratar primeiramente dos efeitos da exclusão da imaginação diante da experiência transmissiva, ou seja, a experiência tradicional e narrativa da qual se contrapõe ao experimento científico. Esta a nível, que poderíamos dizer, mitológica, no sentido do uso das palavras enquanto nos fazem sentido para vida. No segundo delineamento, trataremos de uma experiência, que se insere no
que poderíamos dizer, ritualística, no sentido em que invade as criações e o fazer cultural dos sujeitos em sociedade. Entretanto, ao que parecem, estas duas esferas inacessíveis nos dias atuais, aguardam novas possibilidades para serem demarcadas. O que temos em conta,
segundo Agamben, é que estas atividades, nunca são abandonadas como práticas fantasmáticas pelo adulto, apesar de hoje em dia estarmos perdendo esta potencialidade e desta forma, suas conseqüências na destruição da experiência e na impossibilidade usar, são
apenas reflexos da destruição da história e da dominação cultural. Agamben percebe que as formas simbólicas, as práticas textuais, as criações da cultura humana, todas precisam se apropriar do negativo, ou seja, do objeto ausente (fantasma) para plasmar certa realidade. A
experiência parece ter um sentido não exatamente na esfera concreta, mas entre a esfera imaginativa e assim, demarca fortemente as limitações que a cultura ocidental acabou deixando em segundo plano. No caso da manifestação lingüística, temos o signo resistente a toda significação representa-se pela metáfora. No caso do usar ou fazer humano que longe de demarcar sua utilidade, desvia-se para a ausência do objeto fetiche. Captar estas limitações e suas saídas através da teoria lingüística da Infância e da teoria do jogo da Profanação são as propostas de Agamben. / Under Giorgio Agambens perspective we search for the theoretical foundations which have
involved the imagination during the western history until the moment in that this history is
expropriated of the knowledge. We take into account what imagination notion is inserted in a
context of cultural transmission which each time generates for the next one and, however, also
modifies their foundations. We understand the imagination since the concept of phantasm, in
other words, it is not an isolated term, but it is involved in a cultural complexity and
interlaced of characteristics which are connected to memory, dream, language, desire,
melancholy and sensation and define the great imaginative particularity of ghost which is
immaterial, abstract and still related to the character of spirit. In the first part we develop the
theory of Aristotles ghost that has its first links to the old theory of pneuma starting from stoicism and mainly neoplatonism. From this union it was obtained the notion of fantastic spirit that influence the medieval period intensely. In this culture we know important
facts that lead us to understand the mechanisms of imagination as well as the subtle first
aspects of the expropriation process of imagination in western culture. Plus than everything
the ontological reformulation that happens in the modernity generates an expropriation of the
experience subject (psyché), correlated phenomenon to the expropriation of the imagination,
generating an insert in the conflict between rational and irrational. In the second part we
approach firstly the effects of the exclusion of imagination before the transmissive experience,
in other words, the traditional and narrative experience which opposes to the scientific
experiment. This is, so we could say, in a mythological level, in the sense of the use of the
words while they make us sense for life. Secondly we approach an experience that interferes
in what we could name, ritualistic, in the sense of the invasion of the creations and of the
doing of culture of the subjects in society. However, how it seems, these two inaccessible
spheres in the current days await new possibilities for being demarcated. According to
Agamben, these activities are never abandoned as fantasmatic practices by the adult, although
we are losing this potentiality nowadays and, in this way, t heir consequences in the
destruction of the experience, and in the impossibility to use this potentiality, are just reflexes
of the destruction of history and the cultural dominance. Agamben notices that the symbolic
forms, the textual practices, the creations of human culture, all need to take the negative, in
other words, the absent object (phantasm) to shape certain reality. The experience seems to
have a sense not exactly in the concrete sphere, but among the imaginative sphere and like
this, it strongly demarcates the limitations that the western culture ended up leaving in second
plan. In the case of the linguistic manifestation, we have the resistant sign to all significance
represented by the metaphor. In the case of the using or of the doing of human being, which
far away from demarcating its usefulness strays for the absence of the object fetish. To
capture these limitations and their exits through the linguistic theory of Childhood and through the theory of the game of Profanation are the proposals of Agamben.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:est.edu.br:224
Date23 July 2010
CreatorsAna Carolina Jungblut
ContributorsEnio Ronald Mueller, Selvino José Assmann, Karin Hellen Kepler Wondracek
PublisherFaculdades EST, Programa de Teologia, EST, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do EST, instname:Faculdades EST, instacron:EST
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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