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“A gente cria todo dia! A gente cria vida!” Pesquisar com mulheres mães na periferia / "We create every day! We create life!" Research with women-mothers in the periphery

Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2015-12-11T10:57:50Z
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Previous issue date: 2015-10-02 / Somos todas mulheres e mães. Em nossos encontros, conversamos, rimos, nos emocionamos, nos divertimos, discutimos coisas sérias, passeamos, cozinhamos... convivemos! Elas me falaram de suas vidas, contaram suas histórias. Às vezes, eu falei de mim, contando, também, um pouco do que tenho como história. Convivendo, observamos umas às outras. Fomos nos conhecendo... e nos transformando. Então, construímos algo juntas a partir de nossas experiências, alguma coisa que escrevo e que chamo de tese e para a qual contei com outras pessoas que me ajudaram a produzir um pensamento do que experienciei nesta pesquisa. Foucault, Guacira, Joan Scott, Judith Butler, Margareth Rago, Tomaz Tadeu, Veiga-Neto, Stuart Hall, Silvio Gallo, Dagmar Meyer, Jorge Larrosa… São muitas as pessoas que me inspiraram – e ainda inspiram. Autoras e autores do Pós-estruturalismo, dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais, sem, contudo, desprezar outras linhas de pensamento que também me ajudaram e ajudam. Meu campo foi um bairro na periferia de Juiz de Fora. Minha atenção voltou-se para discursos e representações produtores de sentidos e significados que forjam identidades e constituem as subjetividades das mulheres mães que vivem ali. Nesse processo, busquei responder à questão: “Como vão se constituindo as subjetividades de mulheres mães na periferia?”. Acredito que a educação não se faça só nos bancos da escola. Ela se dá em todos os lugares, está na cultura que forma os homens e as mulheres no mundo. Acredito também na importância de procurar diversas instâncias culturais para podermos pensar a Educação, problematizar a ordem posta, compor novas formas de viver. É com esse olhar, junto a todas essas pessoas e por esses caminhos, que segui pesquisando, sem planos fechados, buscando mudar, em primeiro lugar, a mim mesma. As produções foram se dando e, neste texto, as entrego entendendo-as como inconclusas pela falta de possibilidades de haver qualquer conclusão. Aqui, trago histórias de mulheres que lutam por suas construções a cada dia, em meio a um contexto que ainda impõe regras árduas para as relações. Regras que se mostram herdeiras de uma estrutura de poder em que os homens são privilegiados em relação às mulheres, produzindo desigualdades que se potencializam quando atravessadas por questões de raça e classe social. A pesquisa deu visibilidade a subjetividades que se constituem de maneiras distintas, rompendo, resistindo e também aderindo a discursos e representações que já vêm sendo problematizados por movimentos diversos que tentam desconstruí-los. Contudo, diante de paradoxos e muitas lutas, produz-se um estilo de vida em que as mulheres se destacam como aquelas que se ajudam e “tocam” o bairro em que vivem. Não trouxe desta pesquisa a consolidação de um tipo de feminilidade ou maternidade único e hermético. Ao contrário, o que se apresentou aponta para multiplicidades. A periferia é lugar de muitas formas de vida. Vidas que se criam todos os dias. / Nous sommes toutes des femmes et des mères. Lors de nos rencontres, on discute, on rit, on s‟émeut, on s‟amuse, on parle de choses sérieuses, on se promène, on cuisine... on vit ensemble ! Elles m‟ont parlé de leurs vies, elles m‟ont raconté leurs histoires. Il m‟est arrivé de parler de moi, de raconter aussi un peu de mon histoire. En vivant ensemble, on s'est observé les unes les autres. On a fait connaissance peu à peu... et on a changé. Alors, nous avons construit quelque chose ensemble, à partir de nos expériences, quelque chose que je mets par écrit, que j‟appelle thèse et pour laquelle j‟ai pu compter sur le soutien d‟autres personnes qui m‟ont aidé à produire une pensée que j‟ai pu expérimenter tout au long de cette recherche. Foucault, Guacira, Joan Scott, Judith Butler, Margareth Rago, Tomaz Tadeu, Veiga-Neto, Stuart Hall, Silvio Gallo, Dagmar Meyer, Jorge Larrosa… Nombreuses sont les personnes qui m‟ont inspirée – et qui m‟inspirent toujours. Autant d‟auteures et d‟auteurs du post-structuralisme, des études de genre et des études culturelles, mais sans jamais mépriser d‟autres courants de pensée, qui m‟ont aidé et qui m‟aident toujours. J‟ai choisi un quartier situé dans la banlieue de Juiz de Fora comme champ de recherche. Mon intérêt s‟est porté sur les représentations et les discours générateurs de sens et de significations forgeant des identités et constituant les subjectivités des femmes mères qui y vivent. Tout au long de cette démarche, j‟ai cherché à répondre la question suivante: “Comment se constituent au fil du temps les subjectivités des femmes mères qui vivent dans la banlieue?”. Je suis de l‟avis que l'éducation ne se fait pas qu'à l'école. Elle a lieu partout, elle est présente dans la culture qui forme les hommes et les femmes du monde entier. Je crois également à l‟importance d‟engager plusieurs acteurs culturels dans la démarche de réflexion sur l‟éducation, de problématiser l‟ordre établi, ainsi que de composer de nouvelles formes de vie. C'est avec ce regard, par ces voies et avec ces gens que j‟ai réalisé mes recherches, sans projets arrêtés, tout en cherchant à me changer, à moi, avant tout. Les résultats se sont produits peu à peu et je les présente dans le présent texte, tout en le comprenant d‟ores et déjà comme des résultats non concluant, de par l‟impossibilité d'arriver à une conclusion. Je présente ici des histoires de femmes qui luttent pour leurs constructions quotidiennes, dans un contexte qui impose encore aux rapports des règles rudes. Des règles qui s‟avèrent héritières d‟une structure de pouvoir dans laquelle les hommes sont privilégiés au détriment des femmes, générant ainsi des inégalités qui sont davantage intensifiées, lorsque interviennent des préjugés de race et de classe sociale. La présente recherche a rendu visibles les subjectivités qui se constituent de multiples façons, à travers la rupture, la résistance, mais aussi l'adhésion à des discours et à des représentations qui se voient déjà menacés de déconstruction par la mise en question de la part de mouvements divers. Cependant, face aux paradoxes et aux combats multiples, les femmes vivant dans la banlieue produisent un mode de vie propre, basé sur l‟entraide et sur la gestion quotidienne de la vie dans le quartier dans lequel elles vivent. Cette recherche ne vise pas à établir la consolidation d'un type de féminilité ou de maternité unique et hermétique. Bien au contraire, ses résultats orientent plutôt vers des multiplicités. La banlieue est l‟espace de plusieurs formes de vie. De vies qui se créent chaque jour.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:hermes.cpd.ufjf.br:ufjf/180
Date02 October 2015
CreatorsRitti, Rosalinda Carneiro de Oliveira
ContributorsFerrari, Anderson, Garcia, Pedro Benjamim Carvalho Silva, Souza, Marcos Lopes de, Rotondo, Margareth Aparecida Sacramento, Castro, Roney Polato de
PublisherUniversidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Educação, UFJF, Brasil, Faculdade de Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFJF, instname:Universidade Federal de Juiz de Fora, instacron:UFJF
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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