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Perspectivas de uma política da convivência em Hannah Arendt : os direitos humanos como possibilidade de intersecção político-teológica problematizados pelo pensamento de Hannah Arendt

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Uma abordagem política dos direitos humanos na intersecção com a teologia, no resgate da gênese dos direitos humanos enquanto construção histórica, no confronto com a violência e na perspectiva de uma política da convivência, a partir do pensamento de Hannah Arendt. A primeira parte situa a teologia no debate político acerca dos direitos humanos, sem fundamentá-los teologicamente, centralizando, desse modo, sua densidade política. Evidencia limites e potencialidades da intersecção entre teologia e política, a partir da compreensão de teologia enquanto saber transfigurado pelo amor e enquanto teologia patética. Estabelece um diálogo entre a percepção política de Jürgen Moltmann e a análise da tradição teológica de Hannah Arendt. A segunda parte aborda os direitos humanos como construção histórica no âmbito de uma comunidade política e reitera que os direitos humanos não provêm da essencialização da dignidade ou da igualdade humana. São apresentadas as origens dos direitos humanos e as diferenças em sua positivação na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América e na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, evidenciando que nem todas as pessoas eram reconhecidas como iguais e detentoras de direitos. Os direitos humanos integram o espaço público e reivindicam liberdade e emancipação contra a opressão e a violência, desde que garantidos e protegidos por uma comunidade política. A terceira parte atesta que a violência invade o espaço público, revelando a inexiqüibilidade dos direitos humanos. A violência do século XX impossibilitou o direito a ter direitos, o direito de se pertencer a uma comunidade política, o direito de construir um lar. A compreensão de violência associada à política reduz o poder a relações de dominação e de medo, destruindo a pluralidade humana, impossibilitando a ação em concerto. A quarta parte aponta os direitos humanos como referenciais imprescindíveis para o estabelecimento de um mundo comum, pautado na convivência e caracterizado pela valorização e pelo reconhecimento da pluralidade humana, ressaltando a importância do poder de perdoar, de prometer e a possibilidade de começar. Apesar da destruição do mundo comum, no qual prevalecem os consumidores, a violência, o vazio reflexivo, há possibilidades de novos inícios. A esperança provém da natalidade, da relação entre as pessoas singulares e da possibilidade de resistência que encoraja à ação. Em meio à destruição de tudo o que há entre as pessoas, os direitos humanos carregam possibilidades de convivência, iniciando movimentos de resistência. Nesse processo de construção, os direitos humanos revelam que o pertencer ao mundo precisa ser resgatado, primeiro, enquanto senso comum, e, em segundo lugar, pertencer ao mundo é o direito de torná-lo um lar, e não um deserto. Por isso, os direitos humanos possuem possibilidades de promover a convivência, contrariando as condições da política atual. / This research is a political approach to human rights in intersection with theology, in the rescue of the genesis of human rights as a historical construction, in the confrontation with violence and in the political perspective of living together, based on Hannah Arendt's thought. The first part places theology in the political debate concerning human rights, without basing them on the theological thought, centralizing, thus, the political density of human rights. It evidences limits and potentialities of the intersection between theology and politics, based on the understanding of theology as "wisdom transfigured by love" and as "pathetic theology". It establishes a dialogue between Jürgen Moltmann's political perception and Hannah Arendts analysis of the theological tradition. The second part approaches human rights as a historical construction in the sphere of a political community and reiterates the fact that human rights do not come from the naturalization of dignity or of human equality. The origins of human rights and the differences are presented in its positivist period exposed in the Declaration of Independence of the United States of America and in the Declaration of Rights of Man and Citizen, evidencing that not all people were recognized as equals and holders of rights. Human rights integrate the public space and demand freedom and emancipation against oppression and violence, as long as they are guaranteed and protected by a political community. The third part attests that violence invades the public sphere, revealing the unfeasibility of human rights. The violence of the twentieth century disabled the right of having rights, the right of belonging to a political community, the right of building a home. The understanding of violence, associated with politics reduces the power to relationships of dominance and relationships based on fear, destroying human plurality, disabling the action in concert. The fourth part points towards human rights as indispensable references for the establishment of a common world, ruled by living together and characterized by the valorization and the recognition of human plurality, emphasizing the importance of the power of forgiving, of promising and the possibility to begin. In spite of the destruction of the common world, in which consumers, violence, and reflexive emptiness prevail, there are possibilities of new beginnings. The hope comes from the birth rate, from the relationship among singular people and from the possibility of resistance which encourages action. Amid the destruction of everything that exists among people, human rights carry possibilities of living together and begin movements of resistance. Through this construction process, human rights reveal that the idea of belonging to the world needs to be rescued, firstly, as common sense, and, secondly, human rights reveal that belonging to the world is the right of turning it a home, not a desert. Therefore, the human rights possess possibilities to promote the living together, contradicting the conditions of the current politics.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:est.edu.br:128
Date27 March 2009
CreatorsKathlen Luana de Oliveira
ContributorsValério Guilherme Schaper, Marga Janete Ströher, Adriano Correia Silva
PublisherFaculdades EST, Programa de Teologia, EST, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do EST, instname:Faculdades EST, instacron:EST
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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