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A poética da resiliência em família: vozes de dor que narram a beleza da superação

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Previous issue date: 2015-11-20 / A realidade sobre a qual o olhar investigativo desse estudo ancora-se é um ambiente familiar afetado por uma relação conjugal conflituosa. Nesse contexto, o desenvolvimento dos irmãos pesquisados, aconteceu. O fato destaca o objeto da resiliência, a experiência de beleza dos irmãos que, apesar da dor do sofrimento, movimentaram-se para superar angústias e recriar a vida futura. Compreenderam a dor e o sofrimento como abertura para a reescrita da existência. O pressuposto é que uma atitude poética, inventiva, a favor da própria vida faz o humano transcender a sua história. O exercício científico dar-se a partir da escuta sensível e reflexão introspectiva de narrativas para potencializar a expansão da consciência de si. Isso para entender como se deu o acontecimento capaz de promover o desempenho resiliente dos filhos; que coisas os motivaram; que recursos pessoais e/ou coletivos, internos ou externos usaram. O caminho metodológico da autoetnografia elege o diálogo entre subjetividades distintas para ouvir, compreender e interpretar as múltiplas vozes que ressoam das narrativas autobiográficas, remetem a pessoa à ordenação temporal de suas experiências, enquanto (res)significa os episódios da vida. Esse procedimento evidencia o entendimento da complexa subjetividade humana a partir do olhar da analista, inserida no contexto da observação e em atitude reflexiva sobre os pressupostos construídos por ela. O trajeto foi delineado de modo que se possa: ouvir as histórias de vida dos participantes da pesquisa; entrevistar os irmãos sobre como eles pensam ter vivenciado as desavenças diárias dos pais; perguntar sobre como fizeram para superar, ou não, a tensão causada pelo relacionamento do casal; esboçar as distintas formas de entender, expressar e enfrentar o sofrimento, examinando percursos individuais e coletivos de significação da dor, estratégias de cura, resistência ou ainda de reconceptualização da própria posição familiar, social. O estudo é de característica qualitativa. Os participantes são os filhos da família, lócus da investigação. Foram utilizados os instrumentos: narrativas sobre histórias de vida, entrevistas individuais e coletivas em encontros com os irmãos, reuniões de família. O registro das informações está disponível em diários e textos de campo. A leitura e análise dos dados resultaram na compreensão: os irmãos acreditam que desenvolveram resiliência, pois aprenderam a superar dores e fazer delas oportunidade de incremento para o futuro; entendem que a superação da dor foi possível porque têm um sentido para suas vidas, uma espécie de ponto fixo de ancoragem que os permitiram buscar em solidariedade e particularmente um motivo para viverem. Estabeleceram como pontos fixos: ter uma nova família; apoiaram-se um no outro de maneira solidária; adotaram na família extensa pessoas com as quais se vincularam, estabeleceram-se pertencentes a elas e as suas moradias; perseveraram pela fé em Deus e encontraram refúgio na igreja; apegaram-se à escola como possibilidade de alcançar uma vida nova e melhor; usaram recursos próprios aprendidos na relação social, cultural; refletiram a consciência de suas humanidades na relação com outras pessoas, no ciclo da vida que acontece em plenitude entre dor e felicidade. / This study is based on a family environment affected by a conflicting marital relationship and where the development of their children occurred. The research intends to understand suffering as an opportunity to rewrite lives by supposing that the poetic attitude favors human transcendence. This way, it looks for understanding the resilient behavior of these children, one brother and two sisters, their motivation, personal and/or collective, internal and/or external resources that were employed by them. It is a qualitative study using autoethnographic method. This scientific exercise took place through sensitive listening and introspective reflection about the narratives in order enhance the expansion of their self-awareness to understand how they promoted the children´ resilient performance; what motivated them; which internal or external, personal and/or collectives’ resources were used. The autoethnographic method promotes the dialogue between subjectivities by hearing, understanding and interpreting the multiple voices from the perception of the analyst which is inserted in the context of the observation and part of it. This research was designed as follows: listening to the life histories of the survey’s participants; interviewing the brother and sisters about how they figured out their experience about the their parents daily disagreements; asking about how they overcame, or not, the stress caused by the relationship of the couple; sketching out the different forms of understanding, expressing and facing suffering, examining individual and collective courses of suffering signification, healing strategies, resistance, or yet, the reconceptualization of the own family social position. The participants were the children of the family, locus of the investigation. The instruments were: narratives about their life histories, individual and collective interviews during family meetings. The register of the information is available in field diaries. The analysis and interpretation of the facts resulted in the following comprehension: the brothers believed that they developed resilience because they learned to overcome suffering and turn them a chance to increment their future; they understood that the overcoming of suffering was possible once it had a purpose to their lives, a “fixed-point” that allowed them to seek a reason to live together and individually. They established as fixed points: having a new family; supporting each other in solidarity; adopting someone in their extended family as a person to be attached to; settling down as belonging to this person and to their houses; persevering on faith in God and founding refuge on Church; perceiving school as a possibility to achieve a new and better life; using their own resources learned in social and cultural relationships; reflecting about their humanity in relationship to other people in the circle of life between pain and happiness.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:magneto.ucsal.br:123456730/157
Date20 November 2015
CreatorsSouza, Cinthia Barreto Santos
ContributorsRabinovich, Elaine Pedreira, Cerveny, Ceneide Maria de Oliveira, Santos, José Eduardo Ferreira, Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt, Chaves, Sara Santos, Lima, Isabel Maria Sampaio Oliveira
PublisherUniversidade Catolica de Salvador, Família na Sociedade Contemporânea, UCSAL, Brasil, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageUnknown
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UCSAL, instname:UCSAL, instacron:UCSAL
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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