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Índios paneleiros do Planalto da Conquista: do massacre e o (quase) extermínio aos dias atuais

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Dissertação - Renata Ferreira de Oliveira.pdf: 6796455 bytes, checksum: 9a43ef9c9435e0cc45a7b9e9df4c38d0 (MD5) / CAPES / Esta dissertação trata dos discursos e narrativas sobre o processo de colonização do Planalto da
Conquista, na Bahia, ocorrido entre as décadas finais do século XVIII e as primeiras do século XIX.
Utiliza, para isso, além de inúmeros outros documentos, os escritos de memorialistas, os relatos de
jornais do século XX e os textos literários presentes nessa imprensa que, ao longo do tempo,
reproduziu os mitos fundamentais relativos a essa fase. O ícone maior desse processo é o Capitão-mor
João Gonçalves da Costa, a quem foi atribuída enorme bravura quando da sua labuta para conquistar a
terra e efetivar o domínio sobre os índios que nela viviam. A região da Batalha, palco de uma suposta
grande guerra entre os Mongoyós e as tropas do Capitão-mor, localiza-se a oito quilômetros de Vitória
da Conquista, no distrito rural de José Gonçalves. Em decorrência da memória estabelecida a partir da
conquista, fortalecida pela narrativa heroica de Maximiliano de Wied-Neuwied, os escritos sobre a
história de Vitória da Conquista atribuíram existência histórica apenas aos colonizadores e
estabeleceram a percepção de que os grupos indígenas haviam sido exterminados na batalha sangrenta
e definitiva. Contrapondo-se às narrativas presentes nessas fontes, verdadeiros elogios à colonização,
constituiu-se uma memória dos descendentes dos indígenas da mítica batalha, em grande medida
submersa ao longo do tempo, mas que também reinterpreta e reconstrói o seu passado histórico. Essa
memória mantém pontos de confluência com a memória dominante, mas também faz emergir aspectos
discordantes, sobretudo nas suas afirmações sobre a trajetória da posse da terra, por eles quase perdida
nos dois últimos séculos, e na afirmação da sua própria continuidade histórica enquanto grupo humano
que, contrariando as verdades estabelecidas, seguiu o seu caminho na história, mantendo ou recriando
suas condições de existência material e espiritual enquanto grupo indígena na região. This dissertation deals with the discourses and narratives about the colonization process of Planalto da
Conquista, in Bahia, which occurred between the final decades of the eighteenth century and early
nineteenth century. To accomplish this, it makes use, besides numerous other documents, of the
traditional writings, of newspaper reports from the twentieth century and of literary texts present in
this same press release that, over time, reproduced the fundamental myths regarding this phase. The
greatest icon of this process is the Capitan General João Gonçalves da Costa, to whom enormous
bravery was attributed because of his effort to conquer the land and to domain the Indians who
inhabited it. The region of Batalha, scene of an alleged major war between the Mongoyós and the
troops of the Captain General, is located eight kilometers from Vitória da Conquista, in the rural
district of José Gonçalves. Due to the memory established since the Conquer, strengthened by the
heroic narrative of Maximilian of Wied-Neuwied, the writings on Vitória da Conquista’s history
attributed historical existence solely to the conquerors and established the perception that indigenous
groups had been exterminated in the bloody and definitive battle. In contrast to the narratives present
in these sources, which make genuine compliments to colonization, there is the memory of the
indigenous descendants of the mythical battle, largely submerged over time, but that also reinterprets
and reconstructs its historic past. It has points of confluence with the dominant memory, but also
brings out conflicting aspects, particularly in its assertions about the history of land ownership, which
they nearly lost in the last two centuries, and in the assertion of their own historical continuity as a
human group that, contradicting the established truths, made its way in history, maintaining or
recreating its material and spiritual conditions of existence as an indigenous group in the region. / Salvador

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/13358
Date January 2012
CreatorsOliveira, Renata Ferreira de
ContributorsParaiso, Maria Hilda Baqueiro, Negro, Antonio Luigi, Cancela, Francisco Eduardo Torres
PublisherFaculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, FFCH, brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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