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Estudo da infecção oral por Toxoplasma gondii em ovinos: avaliação da transmissão congênita em infecções experimentais por meio de diferentes linhagens brasileiras / Study of oral infection with Toxoplasma gondii in sheep: evaluation of congenital transmission in experimental infections using Brazilian atypical strains

Toxoplasma gondii é apontado como causa primária de doença congênita, abortamentos e natimortalidade em humanos e animais de produção. No Brasil, genótipos atípicos do parasita podem estar relacionados com ocorrência de enfermidade severa, inclusive em indivíduos imunocompetentes. Este estudo aplicou-se à reprodução experimental de infecções por T. gondii em ovinos, com vistas a estudar aspectos relacionados à ocorrência da transmissão congênita, avaliando reinfecções produzidas por diferentes genótipos de T. gondii isolados no Brasil. Treze ovelhas soronegativas para a infecção por T. gondii foram primo-infectadas com 2x103 oocistos esporulados via oral deste parasito, Grupo 1 (4 animais) com genótipo BrI e Grupos 2 e 3 (5 e 4 animais, respectivamente) com genótipo BrIII. Após a cronificação da infecção, os animais foram emprenhados. Da mesma forma, uma segunda infecção foi realizada após 2 meses de gestação, animais dos Grupos 1 e 3 receberam oocistos de T. gondii genótipo BrIII e o Grupo 2 recebeu BrI. Semanalmente foram observados os efeitos da reinfecção comparando com um grupo controle (5 animais) não infectado, através de exames físicos, ultrassonográficos, sorológicos, hematológicos e bioquímicos. Utilizando bioensaio em camundongos, análise molecular, exames histopatológicos e imunohistoquímica, avaliou-se a infecção experimental de ovelhas e cordeiros. Verificaram-se as diferenças entre as médias dos resultados dos grupos com ANOVA dois fatores para a sorologia e ANOVA um fator, post-hoc Bonferroni ou Kruskall-Wallys, post-hoc U de Mann-Withney para os outros parâmetros, sendo considerados significativos quando p<0,05. Não foram observados abortamentos, obtiveram-se 19 cordeiros dos grupos experimentais, todos soronegativos. As ovelhas infectadas apresentaram altos títulos de IgG e hipertermia após a primo-infecção e aumento moderado após a reinfecção, com diferença estatística somente no Grupo 1. Parâmetros clínicos alterados nos grupos experimentais foram observados principalmente nos dias 21 e 28 após o desafio. Houve significância estatística comparando-se resultados de patologia clínica em infecções por genótipos diferentes em vários pontos de tempo. À necropsia, observou-se fibrina nas placentas das ovelhas infectadas, um feto mumificado em uma das ovelhas do Grupo 2 e cordeiros e ovelhas com linfoadenomegalia. PCR realizado em amostras de tecido alterado confirmou presença de T. gondii em linfonodos e coração de cordeiros do grupo 2 e coração e placenta de ovelhas do Grupo 3. Nos bioensaios em camundongos dos tecidos de cordeiros foram observados cistos cerebrais em um animal do Grupo 2, confirmados por PCR. Análises histopatológicas confirmaram taxa de transmissão de 26% nos três grupos experimentais. Exceto por uma ovelha do Grupo 1, todos os ovinos, incluindo o cordeiro positivo, estavam infectados com o isolado utilizado na primo-infecção. Observou-se maior frequência de transmissão congênita endógena em ovelhas soropositivas após reinfecção com genótipos diferentes, com alterações fisiológicas significativas em ovelhas gestantes, porém não acarretando abortamento ou malformações. A primo-infecção proporcionou imunidade cruzada contra reinfecção subsequente na maioria dos animais, aparentando maior eficácia quando utilizado genótipo BrIII / Toxoplasma gondii is considered the primary cause of congenital disease, miscarriage and stillbirth in humans and farm animals. In Brazil, non-classical genotypes may be related with severe toxoplasmosis also in immunocompetent patients. This study evaluated infections and reinfections caused by two atypical field strains of T. gondii isolated in Brazil and their consequences over congenital transmission in sheep. Thirteen Santa Ines ewes seronegative for T. gondii were prime-infected orally with 2x103 sporulated oocysts, being Group 1 from genotype BrI (4 animals), whilst Groups 2 and 3 ewes received an inoculum from genotype BrIII (5 and 4 animals, respectively). After infection chronification all animals were mated. Likewise, a second inoculation was held at 2 months pregnancy, Group 1 and 3 receiving oocysts from genotype BrIII, while Group 2 was infected with genotype BrI. Blood samples for serology, CBC, biochemistry, vital signs evaluation and abdominal ultrasound were performed weekly, comparing with a control group (5 animals). Experimental infection from ewes and lambs was evaluated thru mice bioassay, molecular analysis, histopathological and immunohistochemical tests. To analyze serology variation between groups their mean results were subjected to two-way ANOVA. The other parameters were tested using one-way ANOVA followed by Bonferroni or Kruskall-Wallys followed by Mann-Whitney U, where statistical significance was set at p<0,05. No abortion was observed and 19 lambs were born from ewes of the experimental groups presenting negative serology. Infected ewes showed high IgG titles and fever after prime-infection and moderate increase after reinfection, although only Group 1 presented statistical significance. Altered clinical values were observed from experimental groups mainly 21 and 28 days post challenge. Significant differences were detected when comparing infections from different genotypes. Post-mortem analysis revealed fibrin over placentas from ewes of all experimental groups; a mummified fetus inside an ewe from Group 2 and lymph nodes enlargement within ewes and lambs. PCR performed on altered tissues from necropsy confirmed presence of T. gondii on lymph nodes and heart of a Group 2 lamb and on placenta and heart of Group 3 ewes. Considering mice bioassays from lamb tissues, one animal from group 2 presented brain smear cysts, also PCR analysis positive. Histopathological tests corroborate a congenital transmission rate of 26% among experimental groups. Apart from one ewe from Group 1 all the other animals, including the positive lamb, were infected with the strain from the prime-infection. Therefore, it was more frequently observed endogenous congenital transmission in seropositive ewes after reinfections with different strains leading to significant physiological variations in pregnant ewes, abortion and congenital malformations absence notwithstanding. The prime-infection also provided cross protective immunity against a following reinfection for the majority of the animals, suggesting apparent better response when performed using genotype BrIII

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-14092015-115247
Date08 July 2015
CreatorsChiebáo, Daniela Pontes
ContributorsSoares, Rodrigo Martins
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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