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[pt] CONTESTAÇÃO RACIAL COMO EXTREMISMO: A PRODUÇÃO DE RADICAIS NEGROS COMO AMEAÇA À ORDEM POLÍTICA GLOBAL/LOCAL / [en] RACIAL CONTESTATION AS EXTREMISM: THE MAKING OF BLACK RADICALS AS A THREAT TO THE GLOBAL/LOCAL POLITICAL ORDERPEDRO PAULO DOS SANTOS DA SILVA 20 October 2022 (has links)
[pt] Esta dissertação investiga a construção de negros radicais como ameaça à
ordem política global/local, focando-se em dois períodos históricos em que um
discurso sobre extremismo negro emergiu nos Estados Unidos. O primeiro
corresponde ao final dos anos 1960 e início dos anos 1970, quando o Partido
Panteras Negras foi construído como a maior ameaça doméstica à segurança
estadunidense; e o segundo, ao final dos anos 2000 e ao decorrer dos anos 2010,
quando ativistas e movimentos sociais engajados no combate à violência policial
reentraram na lista de ameaças domésticas aos Estados Unidos. Em ambos os
contextos históricos, tal processo de construção de ameaça foi, também, informado
por discursos sobre outras ameaças racializadas e globais aos Estados Unidos. A
segunda metade do século XX foi marcada pela construção do radicalismo negro
como ameaça intrinsicamente conectada ao anticomunismo voltado,
particularmente, para movimentos de libertação nacional em ex-colônias. No século
XXI, a ameaça de radicais negros foi rearticulada de modo a conectá-la com o
Terrorismo islâmico. Tais pontuações baseiam-se em uma análise discursivogenealógica que explora registros históricos sobre o extremismo negro feitos por
agências policiai. A dissertação aponta para a persistência do enquadramento do
radicalismo negro como problema de segurança nos Estados Unidos, ainda que
os termos que constroem essa ameaça são transformados globalmente. Assim, o
discurso de extremismo negro refere-se à uma ameaça racializadas ao
ordenamento político global e local na parte da arquitetura de policiamento
estadunidense. / [en] This dissertation investigates the making of black radicals as a threat to the
global/local political order, focusing on two historical periods in which a discourse
on black extremism emerged in the United States. The first corresponds to the
late 1960s and early 1970s, when the Black Panther Party was constructed as the
leading domestic threat to the U.S. security; the second, to the late 2000s and 2010s,
when activists and social movements engaged in anti-police brutality re-entered the
realm of concrete domestic threats to the U.S. In both historical contexts such
threat-making processes were also infused with discourses concerning other
racialized global threats to the U.S. The second half of the 20th century was marked
by the construction of black radicals as a threat intrinsically connected with
anticommunism and invested toward national liberation movements in former
colonies. In the 21st century, the threat of black radicals is re-articulated into one
intimately linked to Islamic terrorism. These claims are based on a discursive genealogical analysis that explores historical records made by policing agencies
regarding black extremism. The dissertation points to the persistence of the
framing of black radicals as a security problem; within the United States, while
the terms for these threat-making processes have been globally re-articulated.
Hence, the black extremism discourse simultaneously refers to a racialized threat
to the global and local political orders in the perception of the United States
policing architecture.
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