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[fr] ENFANTS AU SERTÃO: L HISTOIRE DE VIE DE JAGUNCINHOS DE LA GUERRE DE CANUDOS / [pt] CRIANÇAS DO SERTÃO: A HISTÓRIA DE VIDA DOS JAGUNCINHOS DA GUERRA DE CANUDOSVANESSA SATTAMINI VARAO MONTEIRO 13 March 2012 (has links)
[pt] Este trabalho tem por objeto o estudo do destino das crianças sobreviventes da guerra de Canudos convertidas em butim de guerra, através da história de vida de três meninos sobreviventes do conflito e das vias de inclusão e tutela que foram utilizadas no caso de cada um deles, a escola, o exército e o trabalho como mediações de ordenação republicanas. Também pretende abordar o destino daqueles que permaneceram no sertão, ou a ele regressaram, e não foram objeto de ações ressocializadoras que incidissem sobre suas trajetórias de vida. Essa abordagem foi possível pela utilização de relatos de moradores da região sobreviventes da guerra que, já na velhice, deram depoimentos sobre suas lembranças de infância. Na análise de histórias de vida, o trabalho se estrutura sobre um eixo em que se cruzam memória e história para propor uma reflexão sobre desenraizamentos e tentativas de enquadramento dos que deixaram o sertão, sobre as memórias dos que ficaram para lembrar, e sobre os retalhos das muitas histórias que se perderam no tempo. / [fr] Ce travail a pour but l’étude du destin des enfants survivants de la guerre de Canudos convertis en butin de guerre à travers l’histoire de vie de trois enfants survivants du conflit et des voies d’inclusion et de tutelle qui ont été utilisées dans le cas de chacun d’entre eux, l’école, l’armée et le travail comme médiations de l’ordre républicain. Il a aussi l’intention d’aborder le destin de ceux qui sont restés dans le sertão, ou y sont retournés et n’ont pas été l’objet d’actions ressocialisatrices qui tombent sur leurs trajectoires de vie. Cet abordage a été possible par l’utilisation de récits des habitants de la région, survivants de la guerre qui, déjà dans la vieillesse, ont donné des témoignages sur leurs souvenirs d’enfance. Dans l’analyse des histoires de vie, le travail se structure sur un axe où mémoire et histoire se croisent pour proposer une réflexion sur les déracinements et les tentatives d’encadrement de ceux qui ont laissé le « sertão », sur les mémoires de ceux qui y sont restés pour se souvenir, et sur les passages de maintes histoires qui se sont perdues dans le temps.
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[fr] LE CONTRACT SOCIAL DANS THOMAS HOBBES / [pt] O CONTRATO SOCIAL EM THOMAS HOBBESNELSON DOMINGOS ANTONIO 07 July 2008 (has links)
[pt] O contrato social em Thomas Hobbes é o objeto de análise
desta dissertação. O contrato emerge em meio aos
conflitos econômicos, políticos e religiosos do século
XVII, em particular na Inglaterra. Seu objetivo principal
é conclamar os indivíduos à obediência ao poder soberano
por meio de um pacto de submissão, pelo qual os
indivíduos transferem-se mutuamente direitos e instituem
um terceiro, uma pessoa artificial com poder para
promulgar as leis, julgar e executá-las; seu poder deve
ser absoluto, indivisível e irrevogável, capaz de impor
medo aos pactuantes e tornar desvantajoso o
descumprimento do pacto, e evitar desse modo, o estado de
natureza, isto é, a guerra de origem religiosa, política
e econômica. / [fr] Le contract social dans Thomas Hobbes est l` object de
cette dissertation. Le contract naît en milieu aux conflits
économiques, politiques et religieux du siècle
XVII, surtout an Anglaterre. Son objectif principal est
convoquer les individus à l`obéissance au pouvoir
souverain, au moyen du pacte de soumission. Les individus
se transfèrent réciproquement leurs droits et instituent un
troisième, une personne artificielle avec pouvoir de
promulguer les lois, juger et exécuter. Ce pouvoir est
absolu, indivisible et irrévocable, capable d` imposer la
peur aux pactuants, faire désavantageux la inobservance du
pacte, et éviter l`état naturel, c`est-à-dire, la guerre
d` origine religieuse, politique et économique.
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[pt] A CRIANÇA-SOLDADO: NARRATIVAS LITERÁRIAS DE ANGOLA, MOÇAMBIQUE, GUINÉ-BISSAU E BRASIL / [fr] L ENFANT-SOLDAT: RÉCITS LITTÉRAIRES DE L ANGOLA, DU MOZAMBIQUE, DE LA GUINÉE- BISSAU ET DU BRÉSILAKEMI MAGALHAES MOURA AOKI 26 September 2019 (has links)
[pt] A partir dos anos 2000, no cenário do mercado literário internacional, a figura da criança-soldado africana recebeu um significativo relevo em obras sobre conflitos armados. Esta tese analisa as características desse fenômeno, assim como as principais tendências do robusto conjunto de narrativas e os impasses que o rodeiam. Reflete-se sobre a condição ambígua da figura, simultaneamente vítima e perpetradora de violência. Por um lado, aponta-se como o prisma da vitimização, que remete ao processo histórico de infantilização da África pelo Ocidente, foi privilegiado pela crítica. Por outro, sugere-se a aplicação de uma disposição de análise diversa, que atenta, ao contrário, para as margens de agência e responsabilidade que a figura da criança-soldado assume ao adquirir o poder de matar. Como estudos de caso e contrastivamente, são contempladas obras de épocas e contextos históricopolíticos diferenciados em espaços africanos de língua portuguesa: o conto No prelúdio da vitória (1969), de Eugénia Neto, e as novelas As aventuras de Ngunga (1972), de Pepetela, e Cinco dias depois da independência (1977), de Manuel Rui, sobre a guerra anticolonial e o início da guerra civil em Angola; o romance de Ungulani Ba Ka Khosa, Os sobreviventes da noite (2008), e o livro infanto-juvenil Comandante Hussi (2006), de Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira, sobre as guerras civis em Moçambique e na Guiné-Bissau, respectivamente. Em diálogo com as realidades brasileiras, são investigados os pontos convergentes e divergentes entre as narrativas sobre crianças-soldado e três obras da literatura brasileira que encenam as violências vividas e perpetradas por crianças e adolescentes em situação de rua e de violência armada organizada: Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, Cidade de Deus (1997), de Paulo Lins, e O sol na cabeça (2018), de Geovani Martins. / [fr] Depuis les années 2000, sur le marché littéraire international, la figure de l enfant soldat africain a pris une place importante dans les ouvrages sur les conflits armés. Cette thèse analyse les caractéristiques de ce phénomène, ainsi que les principales tendances de l ensemble des récits qui en traitent et les impasses qui l entourent. Dans ce travail, nous réfléchissons sur l ambiguïté de la figure de l enfantsoldat, à la fois victime et bourreau. D une part, nous soulignons comment le prisme de la victimisation, qui renvoie au processus historique d infantilisation de l Afrique par l Occident, a été privilégié par les critiques. D autre part, nous proposons une autre analyse qui met, au contraire, l accent sur les marges d action et la responsabilité que la figure de l enfant-soldat assume en acquérant le pouvoir de tuer. Des ouvrages de différentes époques et contextes historico-politiques appartenant aux espaces africains lusophones sont analysés, de manière contrastée, dans des études de cas : No prelúdio da vitória (1969), d Eugénia Neto, et les nouvelles As aventuras de Ngunga (1972), de Pepetela, et Cinco dias depois da independência (1977), de Manuel Rui, sur la guerre anticoloniale et le début de la guerre civile en Angola ; le roman d Ungulani Ba Ka Khosa, Os sobreviventes da noite (2008), et le livre pour enfants Comandante Hussi 2006), de Jorge Araújo et Pedro Sousa Pereira, sur les guerres civiles au Mozambique et en Guinée Bissau. En dialogue avec les réalités brésiliennes, nous enquêtons sur les points convergents et divergents entre les récits sur les enfants-soldats et trois ouvrages de la littérature brésilienne qui mettent en scène la violence vécue et perpétrée par des enfants et des adolescents dans des situations de rue et de violence armée organisée : Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, Cidade de Deus (1997), de Paulo Lins, et O sol na cabeça (2018), de Geovani Martins.
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[fr] LES LETTRES DE GUERRE, DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES: LA MÉMOIRE, L HISTOIRE, LABORATOIRE D ÉCRITURE / [pt] AS CARTAS DA GUERRA, DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES: MEMÓRIA, HISTÓRIA, LABORATÓRIO DE ESCRITAPEDRO BEJA AGUIAR 07 August 2017 (has links)
[pt] Esta dissertação se organiza em torno da leitura e da análise de um conjunto de cartas escritas por António Lobo Antunes durante a sua permanência em missão militar, entre os anos de 1971 e 1973, na guerra colonial portuguesa em Angola. Reunidas, organizadas e editadas pelas filhas do autor, Maria José e Joana Lobo Antunes, no volume D este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra (2005), essas cartas expõem um olhar particular sobre a guerra colonial, conjugando relatos de acontecimentos e situações de guerra, com paisagens e personagens marcadas pelo medo e pela angústia. Nestes papéis, o registro pessoal das condições específicas que se colocam entre o autor e a sua companheira, destinatária de todas as cartas reunidas, permite observar também a sua experiência na guerra a partir da formação de redes de sociabilidade e vivências afetivas, construídas com angolanos ou com camaradas da Comissão. Esta experiência de António Lobo Antunes em Angola, segundo as cartas examinadas, inclui ainda uma dedicação intensa à leitura e à escrita de poemas, cartas e romances, que ajudam a descrever um quadro dissonante, alternativo, que contrasta com a produção discursiva oficial associada às operações militares portuguesas na África. Desta forma, a dissertação se propõe a examinar procedimentos e formas de enunciação de uma escrita que condensa não apenas a experiência subjetiva do cotidiano da guerra, como também registra (e revela) a situação de exceção vivida como aprendizagem, como um laboratório de formação e de transformação a partir do exercício diário de escrita. / [fr] Cet mémoire est organisé autour de la lecture et l analyse d un ensemble de lettres écrites par António Lobo Antunes pendant son séjour à la mission militaire, entre les années 1971 et 1973, dans la guerre coloniale portugaise en Angola. Réunis, organisé et édité par les filles de l auteur, Maria José et Joana Lobo Antunes, dans le volume D este viver aqui neste papel descripto. Cartas da Guerra (2005), ces lettres expose um regard particulière de la guerre coloniale, en combinant les rapports d événements et de situations de guerre, des paysages et des personnages marqués par la peur et l angoisse. Dans ces rôles, le dossier personnel des conditions spécifiques qui se posent entre l auteur et son épouse, adressé toutes les lettres recueillies, permet de noter également son expérience dans la guerre de la formation de réseaux sociaux et d expériences affectives, construit avec des Angolais ou avec des camarades de la Commission. Cette expérience de António Lobo Antunes en Angola, selon les lettres examinées, comprend également un dévouement intense à lire et à écrire des poèmes, des lettres et des romans, qui aident à décrire un cadre alternatif, dissonante, qui contraste avec la production de discours officiel associé à opérations militaires portugaise en Afrique. Ainsi, le mémoire vise à examiner les procédures et les formes d énonciation d une écriture qui se condense non seulement l expérience subjective de la guerre tous les jours, ainsi que les dossiers (et révèle) la situation exceptionnelle vécue comme un apprentissage, comme un laboratoire de formation et transformation de l exercice d écriture quotidienne.
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[en] TAMOIOS AGAINST TUPINIQUINS: TAMOIO S WAR AND THE EUROPEAN CONSTERNATION IN FACE OF THE INDIANS WAR / [pt] TAMOIOS CONTRA TUPINIQUINS: GUERRAS AMERICANAS, MEDOS EUROPEUS / [fr] TAMOIOS CONTRE TUPINIQUINS: GUERRES AMÉRICAINES, PEURS EUROPÉENNES09 July 2020 (has links)
[pt] Em 1555 Nicolas D. Villegagnon chegou a América lusa trazendo consigo uma esquadra com o objetivo de sedimentar sua ocupação no continente. Sua estadia na Guanabara foi viabilizada pelas alianças travadas com grupos indígenas tupinambás conhecidos e apresentados como tamoios em vários corpos documentais. Os portugueses por sua vez encontravam-se ainda muito concentrados ao norte do continente, na Bahia, e ao longo de toda costa fizeram amizades com os grupos indígenas tupis inimigos dos tupinambás. Assim delineia-se o conflito que tomou conta da costa do Rio de Janeiro a partir de 1560 quando Mem de Sá é enviado para expulsar os franceses e dar conta dos indígenas, que ao aliar-se aos francos, frustravam espiritualmente e de maneira prática os planos catequéticos da Companhia de Jesus. Este trabalho analisa a documentação seiscentista produzida sobre os conflitos e com o objetivo de averiguar como a experiência americana desencadeou um medo europeu da guerra indígena – e tudo que ela envolvia, como a antropofagia – e como este temor norteou ações de extermínio de certos grupos indígenas inimigos dos colonos portugueses. A guerra que é comumente atrelada às políticas europeias de expansão e colonização, neste trabalho é analisada de maneira diferenciada, como resposta a situações singulares e novas que as alianças e guerras indígenas apresentaram para os colonos europeus e para a coroa portuguesa. / [en] When in 1555 the French captain Nicolas D. Villegagnon arrived to the Portuguese part of America, he had the clear intention to establish a fortress and to occupy the territory. His actions at the Guanabara – also known as Rio de Janeiro – were feasible thanks to the alliances made between Indians, known as the tupinambás and tamoios, and the French. The Portuguese at that moment were concentrated in the northeast of the continent, in Bahia, and they had also made alliances with other Indian groups throughout the coast, which groups were enemies of the tupinambás. This is how the conflict known as Tamoios War begins. In 1560 Mem de Sá was sent by the Portuguese Crown to expel the French and to take actions regarding the Indians that were allied with them, and by doing that the tamoios frustrated at once the catechetical plans of the Jesuits and jeopardizing the success of the mission. This thesis intends to ascertain how the American experience has unfold a fear in the Europeans settlers connected most of all to the Indian experience of war, and everything it involved, such as the anthropophagical practices. The work also investigates how this fear was the motor that guided extreme actions of extirpation of certain groups of Indians, enemies of the Portuguese. This war is currently associated with the European plan of expansion, however this work reads this event by its singularities and sees it as a response to certain experiences that the alliances and wars between tribes have presented to the settlers and to the Portuguese monarchy. / [fr] C était l année 1555 quand Nicolas D. Villegagnon est arrivé en Amérique avec ses escouades pour mettre en place l occupation du continent. La permanence à Guanabara est devenue possible grâce aux alliances avec les Indiens Tupinambas, connus et présentés comme Tamoios dans divers documents de cette période. Les Portugais, à ce moment-là, étaient concentrés au nord-est du continent, entourant Bahia de Todos os Santos, et ils avaient noué des liens d amitié avec les Indiens Tupi, qui étaient des ennemis de longue date des Tamoios, groupes indigènes proches des Français depuis des générations. Cinq ans après l arrivée de Villegagnon, le portugais Mem de Sá est envoyé par la monarchie portugaise au Brésil pour y occuper le poste de gouverneur général dans l intention d expulser les Français et de trouver une solution pour le problème des Indiens qui, en s alliant à ceux-ci, frustraient de façon à la fois spirituelle et pratique les plans de catéchèse que les Jésuites essayaient d installer. Ainsi se dessine un conflit qui, plus tard, s appellera la Guerre des Tamoios. Ce mémoire propose une analyse de documents du XVIe siècle autour de ce conflit ; l objectif étant d investiguer comment l expérience américaine a produit une crainte parmi les colons européens en fonction de la guerre indienne, et aussi de tout ce qu elle déclenche, notamment l anthropophagie. Cette peur a guidé les actions d extermination de certains groupes autochtones ennemis des Portugais. La guerre, souvent liée aux politiques d expansion et de colonisation européenne, est analysée différemment au sein de ce travail, c est-à-dire, comme une réponse aux nouvelles situations que les alliances et les guerres indiennes ont présenté aux colons européens et à la couronne portugaise.
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