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[fr] PARADOXES ET PERTINENCES CLINIQUES DU CONCEPT D´IDENTIFICATION DANS L ENSEIGNEMENT DE JACQUES LACAN / [pt] PARADOXOS E PERTINÊNCIAS CLÍNICAS DO CONCEITO DE IDENTIFICAÇÃO NO ENSINO DE JACQUES LACANMARIA APARECIDA DE ANDRADE NOVAES 13 July 2007 (has links)
[pt] A invenção da psicanálise é marcada pela introdução do
conceito de inconsciente,
o que impõe ao pesquisador deste campo a análise de todo e
qualquer conceito que
pertença ao domínio da psicologia em geral a partir desta
especifidade. Este trabalho visa
uma retomada da estrutura mínima do laço social, pensando-
o a partir da suposição do
inconsciente. A identificação ao traço unário, modalidade
extraída por Lacan da teoria
geral das identificações proposta por Freud, é a
ferramenta conceitual utilizada neste
trabalho para se pensar uma suposta especificidade
psicanalítica do laço social, sendo o
fundamento teórico necessário para se pensar um laço que
se configura diferentemente,
graças à presença do analista, que faz consistir o
inconsciente no laço sem que isso
comporte sua dissolução. A transferência, que pode ser
definida como a própria estrutura
da experiência analítica, será portanto o palco de onde
poderá se situar a identificação ao
traço unário como fundamento do laço social. Tal operação,
porém, implica
necessariamente na relação do sujeito não só ao
significante, mas também ao que Lacan
denominou objeto a, isto que toma parte na constituição do
sujeito, sendo propriamente
aquilo que ele é, ao mesmo tempo em que dele precisa estar
separado, situando-se como
algo da ordem donão-identificável, algo que atua como
causa de desejo, no lugar de
uma exterioridade, e que, quando irrompe, será sob a forma
desestruturante da angústia.
Dito isso, a identificação impõe um paradoxo que convoca a
uma revisão deste percurso
teórico de Lacan, de modo a questionar de que maneira o
objeto toma parte na
constituição de um corpo e da identidade do sujeito, sem
que compareça como o que faz
exceção, para além do representável e do visível. Neste
sentido, o presente trabalho
propõe o uso do conceito de letra e de um exemplo
literário como via possível para este
impasse, eminentemente clínico. / [fr] L invention de la psychanalyse est marquée par
l introduction du concept
d´inconscient, ce qui impose au chercheur dans ce domaine
l analyse de n importe quel
concept qu appartienne au domaine général de la
psychologie à partir de cette spécificité.
Ce travail envisage de reprendre la structure minimale du
lien social sous la perspective
de la supposition de l inconscient. L identification au
trait unaire, modalité que Lacan est
allé chercher chez Freud, dans sa théorie des
identifications, est l outil conceptuel
indispensable dans ce travail pour qu on puisse envisager
une supposée spécialité
psychanalytique du lien social, tout en étant le fondement
nécessaire qui nous permet de
penser une espèce de lien qui se soutien différemment,
grâce à la présence de l analyste,
qui fait y consister l inconscient sans le dissoudre. Le
transfert, défini en tant que la
structure même de l expérience analytique, sera donc la
scène où on peut situer
l identification au trait unaire en tant que fondement du
lien. Cette opération, cependant,
ne concerne pas seulement le rapport du sujet au
signifiant, mais aussi à ce que Lacan a
nommé l objet petit a, qui prend part dans la constitution
du sujet, en étant ce que le sujet
est, au même temps que il faut s en séparer, ce qu en fait
quelque chose de non
identifiable, qui agit comme cause de désir et qui, lors
de son irruption, est ressenti sous
la forme bouleversante de l angoisse. Ceci dit,
l identification impose un paradoxe qui
nous conduit à reprendre le parcours réalisé par Lacan, de
façon à remettre en cause la
manière dont l´objet prend part dans la constitution du
corps et de l identité du sujet, sans
que ça soit sous la forme d´exception, au-delà de ce qui
est de l ordre du représentable et
du visible. Ce travail propose, donc, le concept de lettre
et un exemple extrait d un roman
littéraire comme des issues possibles pour cerner cette
impasse, tout à fait clinique.
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