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[pt] QUEM PODE REPRESENTAR A CONDIÇÃO HUMANA?: IMAGENS, MITOS E HIERARQUIAS NA CULTURA BRASILEIRA / [en] WHO CAN REPRESENT THE HUMAN CONDITION?: IMAGES, MYTHS, AND HIERARCHIES IN BRAZILIAN CULTURE

CAMILA LIMA DE OLIVEIRA 25 October 2024 (has links)
[pt] Quem pode representar a condição humana? Imagens, mitos e hierarquias na cultura brasileira é um estudo que apresenta a ideia de que diversos arquétipos herdados através da cultura nacional, pautados em hierarquizações que têm como base o conceito de raça (enquanto constructo social), inferiorizam pessoas negras e as destitui de sua humanidade. Tal fato produz consequências que vão desde entraves para a realização plena da cidadania e da democracia até a radical impossibilidade de existir. Caminhos de valorização da memória, da história, da literatura, da arte e das contranarrativas negras são propostos como forma de restituição e subversão de um longo processo de desumanização, exclusão e violência. / [en] Who can represent the human condition? Images, myths, and hierarchies in Brazilian culture is a study that presents the idea that several archetypes inherited through the national culture, based on hierarchizations determined by the concept of race (as a social construct), depreciate Black people, and deprive them of their humanity. This fact produces consequences ranging from obstacles to the full realization of citizenship and democracy to the radical impossibility of existing. Paths for valuing Black memory, history, literature, art, and counter-narratives are proposed as a way of restitution and subversion of a long process of dehumanization, exclusion, and violence.
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[es] LOS VARIOS GÉNEROS DE LA PRODUCCIÓN ARTÍSTICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS Y LA LITERATURA MARGINAL CONTEMPORÁNEA / [pt] OS VÁRIOS GÊNEROS DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE CAROLINA MARIA DE JESUS E A LITERATURA MARGINAL CONTEMPORÂNEA

DANIELE FERNANDA FELIZ MOREIRA 10 December 2019 (has links)
[pt] A presente pesquisa tem como objetivo analisar o trabalho de Carolina Maria de Jesus à luz de temas como: gênero, raça, arte e política, considerando sua posição incisiva entre casos isolados de escritoras do passado e a geração atual de artistas, ligada a movimentos de periferia e iniciativas da vertente brasileira do chamado feminismo negro. Explora-se o protagonismo da autora de Quarto de despejo, tanto na ampliação do campo da literatura quanto, com sua agudeza ao expor experiências vividas, levanta e discute questões econômico-políticas, com vistas a uma tomada de posição libertária. O trabalho se valerá de contrapontos entre a obra variada e complexa de Carolina e as intervenções de escritores e performers das periferias, nos anos 2000, diante das transformações no panorama cultural do presente, quando emergem, em especial, motivos de negritude e ancestralidade nas pautas do debate contemporâneo. / [es] La presente investigación tiene como objetivo analizar el trabajo de Carolina María de Jesús a la luz de temas como: género, raza, arte y política, considerando su posición incisiva entre casos aislados de escritoras del pasado y la generación actual de artistas, vinculados a movimientos e iniciativas periféricas del lado brasileño del llamado feminismo negro. Los trabajos de la autora de la obra Cuarto Despejo es explorado, tanto en la ampliación del campo de la literatura y, con su nitidez en exponer experiencias vividas, proponer y discutir cuestiones económico-políticas, teniendo en vista una posición libertaria. El trabajo utilizará contrapuntos entre el trabajo variado y complejo de Carolina y las intervenciones de escritores e intérpretes de las periferias en los años 2000, ante las transformaciones en el paisaje cultural del presente, cuando emergen, especialmente, motivos de negritud y ancestralidad en los patrones del debate contemporáneo.
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[en] IN SEARCH OF THE THIRD SHORE: TRACES OF THE SERTÃO IN THE BRAZILIAN SYMBOLIC PRODUCTION FROM MODERNITY TO CONTEMPORANEITY / [pt] À PROCURA DA TERCEIRA MARGEM: RASTROS DO SERTÃO NA PRODUÇÃO SIMBÓLICA BRASILEIRA DA MODERNIDADE À CONTEMPORANEIDADE

CINTIA BORGES ALMEIDA DA FONSECA 02 July 2024 (has links)
[pt] Com bordas móveis, o sertão parece ajustar-se à plasticidade imaginária do seu tempo, encenando em seu território disputas estéticas, éticas e políticas que o demarcam, forjando novas e sempre fluidas fronteiras para a região. Este trabalho propõe um percurso crítico pela cartografia simbólica do sertão, da modernidade à contemporaneidade, seguindo o traçado proposto por alguns escritores e um cineasta que forjaram imagens constituintes da região. A análise parte do esforço empreendido por artistas que, em tempos e modos distintos, ousaram aproximar paisagem e linguagem para estabelecer – ou propositalmente desbordar – um esboço e um contorno para o sertão. A pesquisa se inicia pelos restos de um sertão monumental, tecido e destecido por Euclides da Cunha e Guimarães Rosa. A proposta é analisar os resíduos da escrita de Os sertões – ou o que ficou perdido entre anotações dos textos marginais e excesso de referências teóricas – para chegar à marginalia produzida por Guimarães Rosa durante a leitura da obra máxima de Euclides e às anotações de viagem coletadas pelo autor mineiro para a escrita de Grande sertão: veredas. Lidos em diálogo, Euclides da Cunha poderia ser o viajante letrado para quem o protagonista de Guimarães Rosa narra o que ficou submerso pelo projeto republicano de silenciamento histórico, fazendo ouvir o silêncio, o instável e o indomável, em uma reflexão radical dos limites do pensamento e da linguagem. Puxando o fio de um sertão feito de letras, investigam-se autoras que reviram do avesso esse interior estranho e estrangeiro ao restante do país deslocando-o para as margens das grandes cidades e de existências miseráveis; que se esforçam para circunscrever o vazio demarcando-o com palavras, enquanto revelam a condição estrutural da falta e do impossível de (d)escrever. Clarice Lispector (A hora da estrela), Marilene Felinto (As mulheres de Tijucopapo) e Carolina Maria de Jesus (Quarto de despejo) narram as marcas deixadas por um sertão que chegou à beira das cidades, invadiu ruelas, quartos e barracos na periferia das metrópoles, tatuou corpos e destinos dos herdeiros de uma diáspora. Contraditoriamente, a mesma paisagem que convoca à demarcação de fronteiras é também um convite à ultrapassagem, capaz de pôr em xeque a delimitação de suas margens. Nesse sentido, o lusoangolano Ruy Duarte de Carvalho (Desmedida – Luanda – São Paulo – São Francisco e volta) e o cineasta Glauber Rocha (Deus e o diabo na terra do sol) propõem-se a explorar um mais além que escapa por entre as linhas, cartográficas ou simbólicas; um espaço que porta a dimensão do inalcançável, impulso ao movimento e à travessia. Leitores de Guimarães Rosa e de Euclides da Cunha, ambos se colocam em cena, suturando corpo e linguagem, para produzirem obras de borda – ou litorâneas – que marcam o encontro entre campos híbridos e heterogêneos, preservando suas singularidades. Terceira margem. / [en] With shifting borders, the sertão (backlands) seems to adjust to the imaginary plasticity of its time, staging aesthetic, ethical and political disputes in its territory that demarcate it, forging new and ever-fluid borders for the region. This work proposes a critical journey through the symbolic cartography of the sertão, from modernity to contemporaneity, following the path proposed by some writers and a filmmaker who have forged images of the region. The analysis is based on the efforts made by artists who, at different times and in different ways, dared to bring landscape and language together to establish - or purposely blur - an outline and a contour for the sertão. The research begins with the remains of a monumental sertão, woven and torn apart by Euclides da Cunha and Guimarães Rosa. The proposal is to analyze the residues of the writing of Os sertões - or what was lost between notes from marginal texts and an excess of theoretical references - to arrive at the marginalia produced by Guimarães Rosa while reading Euclides greatest work and the travel notes collected by the Minas Gerais author for the writing of Grande sertão: veredas. Read in dialogue, Euclides da Cunha could be the literate traveler to whom Guimarães Rosa s protagonist narrates what was submerged by the republican project of historical silencing, making silence, the unstable and the indomitable heard, in a radical reflection on the limits of thought and language. Pulling on the thread of a sertão made of letters, we investigate authors who have turned this strange interior inside out, foreign to the rest of the country, moving it to the margins of big cities and miserable existences; who strive to circumscribe the emptiness by demarcating it with words, while revealing the structural condition of lack and the impossibility of writing. Clarice Lispector (A hora da estrela), Marilene Felinto (As mulheres de Tijucopapo) and Carolina Maria de Jesus (Quarto de despejo) narrate the marks left by a sertão that arrived on the edge of cities, invaded alleys, rooms and shacks on the outskirts of metropolises, tattooing the bodies and destinies of the heirs of a diaspora. Contradictorily, the same landscape that calls for the demarcation of borders is also an invitation to go beyond, capable of calling into question the delimitation of its margins. In this sense, the Portuguese-Angolan Ruy Duarte de Carvalho (Desmedida - Luanda - São Paulo - São Francisco e volta) and the filmmaker Glauber Rocha (Deus e o diabo na terra do sol) set out to explore a beyond that escapes between the lines, cartographic or symbolic; a space that carries the dimension of the unreachable, an impulse to movement and crossing. Readers of Guimarães Rosa and Euclides da Cunha, both put themselves on the scene, suturing body and language, to produce border - or coastal - works that mark the encounter between hybrid and heterogeneous fields, preserving their singularities. Third margin.

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