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[fr] LA LOGIQUE DU DÉSESPOIR CHEZ LES CAS LIMITES: UNE FACETTE DE LA DÉPRESSION DANS LA CONTEMPORAINETÉ / [pt] A LÓGICA DO DESESPERO NOS CASOS-LIMITE: UMA FACETA DA DEPRESSÃO NA CONTEMPORANEIDADEISSA LEAL DAMOUS 06 August 2018 (has links)
[pt] Relaciona-se depressão e casos-limite na sociedade contemporânea interrogando-se do ponto de vista psicanalítico o discurso dominante no contexto atual que identifica a depressão como a doença da moda. Embora este discurso seja sustentado por abordagens sociológicas e psiquiátricas no sentido das mudanças normativas ocorridas na sociedade e das promessas de bem-estar e cura anunciadas principalmente pelos antidepressivos, já na literatura psicanalítica a depressão assume diferentes aspectos, inclusive benéficos. Como um estado sintomático passível de perpassar os diferentes quadros clínicos e equiparada ao
trabalho de luto, a depressão mostra-se protetora e mesmo necessária para a elaboração da perda de objeto que perpassa o processo narcísico-identitário, além de comportar a ideia de depressividade como uma capacidade originária de (re)estabelecer a subjetividade. Por outro lado, no que diz respeito aos casos-limite, identifica-se um núcleo depressivo associado ao luto inelaborável decorrente do fracasso do trabalho do negativo em apagar o objeto primário insuficientemente bom e promover sua subseqüente internalização como estrutura enquadrante da psique. Esta condição prejudica a constituição dos limites intrapsíquicos e intersubjetivos, configura um narcisismo negativo e determina o funcionamento psíquico presidido por uma lógica de desespero, em detrimento de uma lógica de esperança, caracterizado principalmente pelos transtornos na esfera do pensamento e pelos desenlaces extra-representativos. Propõe-se então como hipótese central desta tese a lógica do desespero nos casos-limite como uma faceta
metapsicológica da depressão na contemporaneidade. / [fr] On essaie d articuler la dépression et les cas limites dans la société contemporaine en interrogeant, du point de vue psychanalytique, le discours dominant dans le contexte actuel qui identifie la dépression comme la maladie à la mode. Ce discours est soutenu par les approches sociologiques et psychiatriques
en tant que changements normatifs qui se sont produits dans la société et en rapport avec des promesses de bien-être et de guérison annoncés par des antidépresseurs. Pourtant, déjà dans la littérature psychanalytique, la dépression prend différents aspects, y compris bénéfiques. Comme un état symptomatique susceptible de traverser les différents tableaux cliniques, à la manière du travail du deuil, la dépression protège et assure l élaboration de la perte de l objet, tâche inséparable du processus narcissique-identitaire. La dépression comporte aussi l idée de depressivité comme une capacité de (re) constituer la subjectivité. Par ailleurs, à l égard des cas limites, on identifie une configuration dépressive pathologique associé à un deuil impossible dont l origine remonte à l échec du travail du négatif qui efface l objet primaire et promeut l intériorisation ultérieure de ce objet comme encadrant la structure psychique. Cette condition-là rend les limites psychiques endommagées, détermine un narcissisme négatif et établit un fonctionnement psychique présidé par une logique du désespoir, aux dépens d une logique de l espoir, que se présente surtout par des troubles de la pensée et par des effets hors-représentation. Il est finalement proposé comme hypothèse centrale dans cette thèse que la logique du désespoir chez les cas limites consiste en une facette methapsychologique de la dépression à l époque contemporaine.
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[en] IMPLICIT INSIGHT INTO BIPOLAR DISORDER / [pt] INSIGHT IMPLÍCITO NO TRANSTORNO BIPOLARRODRIGO LEAO FERREIRA DO NASCIMENTO 18 July 2018 (has links)
[pt] Prejuízo de insight costuma ser reportado no Transtono Bipolar (TB), sobretudo quando os pacientes viram para o pólo maníaco do transtorno. Essa falha na consciência verbal dos déficits, sinais e sintomas do transtorno pode vir acompanhada de uma forma de insight implícito, que é a demonstração indireta de algum nível de conhecimento sobre a doença ou uma deficiência com perda parcial ou total de reconhecimento verbal. Dois estudos foram conduzidos para verificar as relações entre as formas de insight explícito e implícito no TB. Para isso, foi utilizado um modelo teórico conhecido como The Cognitive Awareness Model (CAM), que permite investigar dissociações nos padrões de consciência implícita e explícita. No primeiro estudo, os participantes foram avaliados em relação à uma série de variáveis clínicas, incluindo uma medida de insight explícito, além de uma medida de insight implícito com estímulos ligados à depressão e à mania. No segundo estudo, os participantes foram igualmente testados em relação às variáveis clinicas, incluindo uma medida de insight explícito, além de uma medida de insight implícito com estímulos ligados à condição de saudável e doente. Os resultados de ambos os estudos apontaram para diferenças nas medidas de insight explícito entre os grupos de maníacos e eutímicos, e demonstraram diferenças no tempo médio de reação para auto-associações implícitas para condição. A partir desses resultados, pode-se sugerir que os pacientes em mania se autoavaliam explicitamente de forma similar aos pacientes em eutimia, o que pode trazer prejuízos na adesão ao tratamento, ao passo que os pacientes bipolares apresentaram uma forma de insight implícito tanto para os sintomas quanto para a condição de doente avaliadas. / [en] Lack of insight is usually reported in Bipolar Disorder (TB), especially when patients have seen the manic pole of the disorder. This lack of verbal awareness of deficits, signs and symptoms of the disorder may be accompanied by an implicit insight, which is the indirect demonstration of some level of knowledge about the disease or a disability with partial or total loss of verbal recognition. Two studies were conducted to verify the relationships between explicit and implicit forms of insight into TB. For this, a theoretical model known as The Cognitive Awareness Model (CAM) was used, which allows to investigate dissociations in the patterns of implicit and explicit consciousness. In the first study, participants were assessed for a number of clinical variables, including an explicit insight measure, as well as an implicit insight measure with depression and mania-related stimuli. In the second study, participants were also tested for clinical variables, including an explicit insight measure, as well as an implicit insight measure with stimuli linked to healthy and ill status. The results of both studies pointed to differences in measures of explicit insight between the manic and euthymic groups and demonstrated differences in mean reaction time for implied self-associations for condition. From these results, it can be suggested that patients in mania explicitly self-evaluate in a similar way to patients in euthymia, which can lead to impairment in adherence to treatment, whereas bipolar patients presented an implicit insight for symptoms and for the patient s condition evaluated.
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[pt] CRENÇAS DISFUNCIONAIS SOBRE EMOÇÕES NEGATIVAS E REPERCUSSÕES PARA A SAÚDE MENTAL / [en] DYSFUNCTIONAL BELIEFS ABOUT NEGATIVE EMOTIONS AND MENTAL HEALTH OUTCOMESBRUNA IRIS ARRUDA 20 December 2019 (has links)
[pt] Crenças disfuncionais sobre emoções negativas estão associadas à presença de sintomas como ansiedade, depressão, fadiga, medo de avaliação negativa, menor busca por apoio social e supressão emocional. A supressão é uma estratégia de regulação das emoções contraproducente, relacionada com dificuldades como menores níveis de entendimento emocional e aumento dos estados afetivos indesejados. Estas crenças estão relacionadas, ainda, com diferentes quadros clínicos, e podem se originar a partir de fatores ambientais, que exercem um papel central no aparecimento de sintomas referentes à presença das crenças. Elas atuam, também, como fator de risco e vulnerabilidade para certos grupos, já que podem levar a maiores taxas desses sintomas, com os quais parece haver uma relação bidirecional, conduzindo a desregulação emocional e estresse. O primeiro estudo endereçou participantes expostos a estes estressores ambientais, policiais militares, que constituem grupo de risco. Para verificação de dados de saúde mental nessa população, eles foram avaliados com relação às crenças sobre emoções, ansiedade, depressão, fadiga e medo de avaliação negativa. Diferenças significativas foram encontradas entre o grupo policial e o controle, com o grupo de policiais apresentando índices elevados de sintomas de fadiga, depressão e ansiedade com relação aos escores totais das escalas. Também, altas taxas de prevalência foram encontradas para a população policial para esses mesmos sintomas, que dobraram em comparação aos controles, o que aponta para a gravidade clínica destes sintomas. Acreditamos ser a primeira vez que dados de prevalência são relatados em forças policias, constituindo uma importante contribuição do presente estudo. A partir desses resultados, é possível sugerir programas para policiais que enderecem a saúde mental, em especial intervenções que contemplem a regulação das emoções, visando
gerenciamento dos sintomas mais graves. O segundo estudo buscou por meio da validação brasileira do Questionário de Regulação Emocional para a população adulta, investigar a relação entre estratégias de regulação emocional, crenças sobre emoções e alexitimia, fatores emocionais que podem ter uma forte associação. A supressão emocional se apresentou uma estratégia pouco adaptativa pela associação com maiores níveis de crenças sobre emoções e alexitimia, merecendo maior atenção nos tratamentos pelos resultados encontrados no presente estudo, que corroboram com a literatura, e ainda, pela intensidade de sua presença em diferentes grupos clínicos. Além disso, acreditamos ser a primeira vez que é observada a relação entre os contructos de crenças disfuncionais sobre emoções negativas e alexitimia, e que as propriedades psicométricas do instrumento são investigadas na população adulta, o que representa a relevância do segundo estudo.
Assim, de maneira geral, os resultados apontam para uma correlação entre as variáveis clínicas citadas, com uma influência mais sutil que o esperado das crenças no primeiro estudo, mas com associações em ambos que apontam para a presença das crenças como disfuncionais pela vinculação com maiores níveis de depressão, medo de avaliação negativa, supressão emocional e alexitimia. / [en] Dysfunctional beliefs about negative emotions are associated with symptoms such as anxiety, depression, fatigue, fear of negative evaluation, less search for social support and emotional suppression. Emotional suppression is a counterproductive emotion regulation strategy related to difficulties such as lower levels of understanding and greater undesirable emotional states. Unhelpful beliefs are also related to different clinical conditions, and may also come from environmental factors. These beliefs act as a risk factor and vulnerability for certain groups, leading to higher rates of symptoms, emotional dysregulation and stress. The first study addressed participants exposed to such environmental stressors, namely military policemen. To investigate mental health data in this population, participants were assessed for beliefs about emotions, anxiety, depression, fatigue and fear of negative assessment. Results indicates high scores in the scales for fatigue, depression and anxiety, with high prevalence rates of these same symptoms in the at-risk group. To the best of out knowlwdge, this is the first time that fatigue prevalence rates are described in the literature. Considering what has been exposed so far, it is possible to suggest programs for policemen that address mental health, especially interventions that contemplate emotion regulation. The second study sought to validate the Emotion Regulation Questionnaire for the Brazilian adult population, investigating the relationship between emotion regulation strategies, beliefs about emotions and alexithymia. The results point to a correlation between the mentioned clinical variables, albeit with a more subtle influence than expected in the first study.
Furthermore, suppression is a strategy that deserves greater attention due to the high association with variables present in different clinical groups and with emotional difficulties, such as alexithymia and high levels of unhelpful beliefs. Emotional suppression was shown to be a non adaptative emotion regulation
strategy, presenting correlations with high levels of beliefs about emotions and alexithymia. Considering the present results as well as the existing literature, emotional suppression should be adressed in future clinical trials. In addition, this is the first time that the relation between beliefs about emotions and alexithymia is observed and that the psychometic properties of the Emotion Regulation Questionnaire are investigated in adult population. Thus, in general, results points to a correlation between the clinical variables cited above, with a more subtle influence of beliefs about emotions in the first study, but in both with associations that point to the dysfunctional nature of these beliefs, by presenting associations with high levels of depression, fear of negative evaluation, emotional suppression and alexithymia.
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