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[en] OR THAT THING THAT WE CALL ART / [pt] OU AQUILO A QUE CHAMAMOS ARTEADRIANA SUCENA MACIEL 31 March 2017 (has links)
[pt] John Cage esteve circundado em sons e seus desdobramentos por toda a vida. Sua relação ativa com os ruídos e silêncios do mundo reverberam em todas as práticas nas quais esteve envolvido. Textos, poemas, músicas, artes visuais, filmes, performances, suas diferentes formas de escrita dão corpo a uma poética que se faz da escuta intensa da realidade. Poética que, no exercício de sua complexidade, entre ordem e contingência, põe em movimento formas inventivas e potentes de desestabilizar o mundo e suas linguagens, e dá voz a outros modos
possíveis de constituição de comunidades. Circunstância, devoção, disciplina, estrutura, imitação, indeterminação, intenção, interpenetração, método, notação – dez palavras listadas por Cage como características de seu trabalho. É nessas dez palavras que esse texto se escreve e se inscreve, atravessado por procedimentos e acasos, colocando em exercício seu pensamento ético e estético. / [en] John Cage was surrounded by sounds and their consequences throughout his life. His active and inventive relationship with sounds and silences of theworld reverberates in all practices in which he was involved. The
different ways in which texts, poems, music, visual arts, films, performances, are written embody a poetics that is created by listening intensely to reality. Poetics which, in the exercise of their complexity, between order and contingency, sets in motion inventive and powerful ways to destabilize the world and their languages, and gives voice to other possible formations of communities. The following ten words have been chosen from his various works: circumstance, devotion, discipline, structure, imitation, indeterminacy, intention, interpenetration, method and notation. It is in those ten words that this text is written and inscribed, crossed by procedures and chances, putting into practice its ethical and aesthetic thinking.
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[pt] INDETERMINAÇÃO MUSICAL E PENSAMENTO-MÚSICA / [en] MUSICAL INDETERMINACY AND MUSIC-THOUGHTBERNARDO MOUZINHO GIRAUTA 17 August 2018 (has links)
[pt] O trabalho discorre acerca de algumas relações entre a música e a teoria, partindo da ideia de Indeterminação Musical proposta pelo artista norte-americano John Cage e suas consequências para a música, a linguagem, a ontologia e o pensamento de modo geral. O primeiro capítulo aborda o tema aproximando-se do conceito de indeterminação, das práticas musicais experimentais e das experiências verbais de notação musical, isto é, de partituras formadas apenas por palavras. No segundo capítulo, investiga-se a existência de certa zona de indiscernibilidade entre os escritos de Gilles Deleuze e Félix Guattari e a música, procurando elementos de um possível pensamento-música, isto é, um modo de orientação do pensamento e de concepção ontológica nos quais a música e o som não estão submetidos a critérios filosóficos pressupostos, mas funcionam eles mesmos como material fundamental para a construção de uma filosofia. / [en] This work discusses some relationships between music and theory, starting from the idea of Musical Indeterminacy proposed by the North American artist John Cage and its consequences for music, language, ontology and thought. The first chapter approaches the subject through the concept of indetermination itself, experimental musical practices and verbal experiences of musical notation, that is, of scores formed only by words. The second chapter discusses the existence of a certain zone of indiscernibility between the writings of Gilles Deleuze and Felix Guattari and the music, looking for elements of a possible music-thinking, that is, a mode of thinking and an ontological conception in which music and sound are not subject to presupposed philosophical criteria, but function themselves as fundamental material for the construction of a philosophy
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[en] LISTENING TO THE INARTICULATE LANGUAGE IN THE WORK OF GUIMARÃES ROSA / [pt] À ESCUTA DA LÍNGUA INARTICULADA EM GUIMARÃES ROSALUIZA NOVAES TELLES RIBEIRO 28 June 2018 (has links)
[pt] A tese se dedica à escrita de Guimarães Rosa sob a perspectiva da inarticulação: atenta às ocasiões em que a língua é levada a seu limite intensivo, ao se deixar atravessar sobretudo por vozes animais (grunhir, uivar, grasnar, piar, balir, sibilar, chiar, etc.), ruídos naturais (vento, água, fogo, etc.) e pelo registro musical. Explorando os modos singulares com que Rosa trabalha sonoridades investidas de forças anárquicas e criadoras, o estudo mostra que um dos traços mais relevantes em sua obra é trazer à tona a experiência de inarticulação da linguagem. Tal experiência manifesta-se como lugar privilegiado de desestabilização das fronteiras habitualmente pressupostas entre o que se convencionou chamar, de um lado e de outro, língua e vida - revelando o corpo material da língua como condição irredutível para que se descortinem vínculos intensivos com as coisas através da literatura. O pensamento contido na própria forma como Rosa trabalha a sua língua é posto em diálogo com as reflexões de Gilles Deleuze/Felix Guattari sobre a língua intensiva, e com as considerações de Friedrich Nietzsche acerca da experiência dionisíaca da música. Assim orientada, a tese se compõe de três ensaios. O primeiro aborda a inarticulação da língua na novela Buriti, de Corpo de Baile, em leitura centrada na personagem Chefe Zequiel e nos modos pelos quais sua sensibilidade auditiva prodigiosa capta micro-percepções sonoras da noite e as transfere para uma língua à beira de se tornar guincho, uivo, assovio do vento. O ensaio seguinte mostra o paralelo existente entre o retorno do ruído na música contemporânea, capitaneado pelo músico John Cage, e a invasão da escrita pela infinita gama de sonoridades não dicionarizadas de que se compõe a obra de Guimarães Rosa. Elabora-se ainda, em correlação com a analogia musical aí desenvolvida, uma interpretação da pouco comentada novela A estória do homem do Pinguelo, de Estas Estórias. Por fim,
o terceiro ensaio apresenta a aliança entre poesia, música e inarticulação da língua no cerne do projeto literário do escritor mineiro. Oferece-se aí uma visão do processo criativo de Guimarães Rosa como transmutação de forças e afectos presentes nos sons antes da articulação, em uma língua poética em íntimo enlace com a musicalidade. Também se propõem, nessa ocasião, leituras de Cara-de- Bronze, de Corpo de Baile, e de Duelo, de Sagarana. / [en] The present thesis approaches the writing of Guimarães Rosa from the perspective of the inarticulate. It attends to those occasions in which his writing takes language to its intensive limit, at which it incorporates animal noises (grunting, howling, cawing, chirping, bleating, hissing, wheezing), natural sounds (wind, water, fire, etc.), and the musical register. Exploring the singular manner in which Rosa cultivates sonorities invested with anarchical and creative forces, the study shows that one of the most striking aspects of his work is the way it gives voice to the experience of the inarticulate within language. Such an experience manifests itself as a privileged site of destabilization of the traditional frontiers between what is conventionally called language and what is called life. This serves to reveal the material body of language as an irreducible condition for the creation of an intensive connection with life through literature. Rosa s thinking, as it is presented through his writing, is also put into dialogue with Gilles Deleuze s and Felix Guattari s notion of the intensive language and Friedrich Nietzsche s account of the Dionysian experience of music. The thesis consists of three chapters. The first approaches the inarticulate in the novella Buriti, from Corpo de Baile. It focusses on the character Chief Zequiel, who possesses a prodigious auditory sensitivity that allows him to perceive very slight, night-time sounds and convert them into a language that borders on squealing, howling, the whispering of the wind. The following chapter draws parallels between the reintroduction of noise into contemporary music by John Cage in particular and the intrusion of a multitude
of non-lexicographic sonorities into Rosa s writing. This musical analogy is also intertwined with an interpretation of the neglected novella, A estória do homem do Pinguelo, from Estas Estórias. The third and final chapter discusses the alliance between poetry, music and inarticulate language at the heart of Rosa s literary oeuvre. It regards his creative process as a transmutation of the pre-articulate forces and affects present in sounds into a poetic language that is intimately intertwined with musicality. Finally, it proposes a reading of Cara-de-bronze from Corpo de Baile and Duelo from Sagarana.
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