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[pt] O FORTUNA IMPERATRIX MUNDI: O RISO MEDIEVAL COMO POSSIBILIDADE DE EXPLICAÇÃO HISTÓRICA NOS CARMINA BURANA / [en] O FORTUNA IMPERATRIX MUNDI: THE MEDIEVAL LAUGHTER AS A POSSIBLE HISTORICAL EXPLANATION IN CARMINA BURANAMAYCON DA SILVA TANNIS 29 November 2016 (has links)
[pt] No presente trabalho pretendo analisar as profundas mudanças que ocorrem no Ocidente Medieval do século XII e que foram notadas por Haskins como uma forma distinta de Renascimento. Bem como essas são representadas dentro do conjunto de textos satíricos, os Carmina Burana. Para isso mobilizarei um esforço, em um primeiro momento, para compreender a formulação do conceito de Renascimento Cultural, que é estabelecido em seus devidos contornos por Jakob Burckhardt e é utilizado por Haskins para pensar uma era de rompimentos e fluidez sociais, que eram atípicas a uma sociedade ligada a estabilidade que uma cultura agrária, conforme nos mostrou Ernst Gellner, possuía. Essa discussão de caráter historiográfico é importante para percebermos o momento de formulação de um conceito bem definido e totalmente explicativo e de outro modo apresentar uma instabilidade que não desmerece as formulações de 70 anos de historiografia, mas compreender uma outra via de explicação do real-passado que não age pela via conceitual, mas por uma outra via formativa da linguagem, isto é, a Metáfora. Dentro dessas compreensões pretendo levar, por um caminho híbrido, um esforço para demonstrar a formatividade desses versos, sua ambiência e como eles, por certa via, dão conta de uma experiência de real e assim demonstrar minha hipótese principal de ter nos textos risíveis dos Carmina Burana uma forma metafórica de construção de um conhecimento sobre o passado. / [en] In this paper we analyze the profound changes taking place in the twelfth century Medieval West and were noted by Haskins as a distinct form of Renaissance. And these are represented within the set of satirical texts, Carmina Burana. For this mobilizarei an effort, at first, to understand the formulation of the concept of Cultural Renaissance, which is established in their proper contours by Jakob Burckhardt and is used by Haskins to think an era of breakups and social fluidity, which were atypical to a company linked to stability that an agrarian culture, as we showed Ernst Gellner, possessed. This discussion of historiographical character is important to realize the time to formulate a well-defined concept and fully explanatory and otherwise present an instability that does not diminish the formulations of 70 years of history, but to understand another way of real-last explanation does not act via the conceptual, but another via formation of language, that is, the metaphor. Within these understandings intend to take, by a hybrid way, an effort to demonstrate the formativeness these verses, their surroundings and how they, in some way, realize a real experience and thus demonstrate my main hypothesis have the laughable texts of Carmina Burana a metaphoric way of building knowledge about the past.
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[pt] PARA QUE (TEO)POETAS?: ENSAIOS PARA UMA METAFOROLOGIA TEOLITERÁRIA / [en] WHAT ARE (THEO)POETS FOR?: ESSAYS FOR A THEOLITERARY METAPHOROLOGYSEBASTIAO LINDOBERG DA SILVA CAMPOS 27 October 2020 (has links)
[pt] Frequentemente os termos morte de Deus, fim da poética e dessacralização são associados à ideia de Modernidade que constrói uma nova explicação do mundo e, a seu turno, porta ideia de superação de um tempo mítico. Com efeito, a relação entre poética ficcional e secularização é ambígua e ambivalente. Se a secularização opera uma aparente marginalização do poético e do mito-teológico (por julgar sua capacidade de enunciação provisória), ela também pode ser concebida como um modo de apropriação de ambos na tentativa de sanear e superar suas deficiências enunciativas. O projeto cartesiano excluía a provisionalidade da linguagem metafórica enquanto construtora de uma imagem de mundo para pôr em seu lugar a inequivocidade de uma linguagem instrumental. Se tal projeto de superação caminhou em direção à sua concretização, em que consistira, contemporaneamente, a reflexão de Heidegger ao se apropriar da poesia de Holderlin: para quê poetas?. A sua conclusão requer uma indissolubilidade entre o poético e o teológico enquanto agentes não capturados pela razão técnico-científica. Pode a poética, enquanto linguagem metafórica, dizer algo sobre o humano ou sobre Deus? Ela possui ferramentas propícias para sustentação de uma imagem de mundo? Aqui, emerge a problemática da Teopoética, seja vista como apropriação ficcional do conceito de Deus, seja concebida como uma potência narrativa criadora do divino, como possibilidade de superar a hiperespecialização tão comum na Modernidade. As tentativas de refletir sobre o humano e seu lugar no mundo, muitas vezes em um contexto já de suposta secularidade realizada, choca-se nos próprios limites da razão técnico-científica. Poderia o espaço do poético - e, com ele, do mito-teológico – superar uma normatividade? O que se está em jogo ultrapassa uma mera virtualidade poética para se lançar numa efetividade política. A reflexão heideggeriana fornece novas perspectivas para uma valoração e entendimento substancial do papel heurístico desempenhado pelo universo da ficção. Revigorando, ou restabelecendo, o senso de poiésis, as reflexões de Nietzsche e Heidegger parecem corroborar para definir o espaço que o poeta (ficcionalista) ocupa na sociedade, revertendo o estatuto ético platônico. Ao afirmar que o humano tem o desejo recôndito de fazer da literatura vida (numa espécie de apropriação do Dasein heideggeriano), o escritor José Saramago parece oferecer veredas para um entendimento da poesia não apenas como criadora de novos valores, mas como a própria forma de enunciar o humano como consciência de si e no conhecimento da alteridade. Poetas em tempos indigentes, para além de indicar uma volta aos tempos míticos, fornecem o campo propício para a ruptura da dogmatização que petrifica o mito em términos categoriais e resgata, como afirma Hans Blumenberg, a sua liberalidade metafórica. Permitir a repovoação do mundo pelos deuses faz do poeta o legislador platônico por excelência que, rejeitando o estabelecimento de uma perspectiva totalitária, busca abarcar a existência humana numa profusão de possibilidades e amplia o horizonte do entendimento da poesia/ficção como instrumento heurístico, capaz de pensar soluções e romper com o estatuto da realidade absoluta do qual, inclusive, o conceito de Deus tornou-se refém. / [en] Often the terms death of God, end of poetics and desecration are associated with the idea of Modernity that builds a new explanation of the world and, in turn, bears the idea of overcoming a mythical time. Indeed, the relationship between fictional poetics and secularization is ambiguous and ambivalent. If secularization operates an apparent marginalization of the poetic and the myth-theological (considering its provisional enunciation capacity), it can also be conceived as a way of appropriating both in an attempt to heal and overcome their enunciative deficiencies. The Cartesian project excluded the provisionality of metaphorical language as a constructor of an image of the world in order to put in place the unambiguity of an instrumental language. If such a project of overcoming went towards its realization, what did Heidegger s reflection consist of, contemporarily, appropriating Holderlin s poetry: what are poets for?. Its conclusion requires an indissolubility between the poetic and the theological as agents not captured by technical-scientific reason. Can poetics, as a metaphorical language, say something about the human or about God? Does it have the right tools to support an image of the world? Here, the problematic of Theopoetics emerges, either seen as a fictional appropriation of the concept of God, or conceived as a creative narrative power of the divine, as a possibility to overcome the hyperspecialization so common in Modernity. The attempts to reflect on the human and its place in the world, often in a context of supposedly accomplished secularity, clash with the very limits of technical-scientific reason. Could the space of poetics - and, with it, the myth-theological - overcome a normativity? What is at stake goes beyond a mere poetic virtuality to launch itself into political effectiveness. Heidegger s reflection provides new perspectives for a substantial appreciation and understanding of the heuristic role played by the universe of fiction. Invigorating, or reestablishing, the sense of poiesis, the reflections of Nietzsche and Heidegger seem to corroborate to define the space that the (fictionalist) poet occupies in society, reversing the Platonic ethical status. When affirming that the human has the hidden desire to make life from literature (in a kind of appropriation of Heideggerian Dasein), the writer José Saramago seems to offer paths for an understanding of poetry not only as a creator of new values, but as the very form to enunciate the human as its own self-awareness and in the knowledge of otherness. Poets in destitute times, in addition to indicating a return to mythical times, provide the propitious field for the breakdown of dogmatization that petrifies myth in categorical terms and rescues, as Hans Blumenberg says, its metaphorical liberality. Allowing the repopulation of the world by the gods makes the poet the quintessential Platonic legislator who, rejecting the establishment of a totalitarian perspective, seeks to embrace human existence in a profusion of possibilities and broadens the horizon of understanding poetry / fiction as a heuristic instrument, capable of thinking about solutions and breaking with the absolute reality statute, of which inclusively the concept of God has become hostage.
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[en] HISTORY AND POETICS OF HISTORY: APPROXIMATIONS BETWEEN POETRY AND HISTORY IN THE ESSAYS AND POETRY OF OCTAVIO PAZ (1914-1998) / [pt] HISTÓRIA POÉTICA E POÉTICA DA HISTÓRIA: APROXIMAÇÕES ENTRE POESIA E HISTÓRIA NAS OBRAS ENSAÍSTICAS E NAS POESIAS DE OCTAVIO PAZ (1914-1998)MAYCON DA SILVA TANNIS 07 February 2023 (has links)
[pt] Este trabalho apresenta e analisa a estreita proximidade entre Poesia e História que se torna a base e o método de escrita dos ensaios poéticos de Octavio Paz. O poeta trata a história como um lugar da poesia. Isso mobiliza a categoria metódica que é comum ao fazer historiográfico, para dentro do terreno da ficcionalidade. Qual será o impacto na mobilização da poesia e de seu terreno como método para a escrita da história? Uma vez que a história está sempre tensionada entre ficção e verdade, a narrativa crítica sobre o passado é submetida à verdade? Se a poesia é sempre insurgente à verdade, a força resultante é destrutiva e favorável em relação à História. Se por um lado a concatenação de forças que as múltiplas imagens do passado evocadas por Paz permitem uma proximidade com o passado, por outro, um breve momento de lucidez destitui a verdade da centralidade do discurso historiográfico e a atuação do ensaio permite um procedimento historiográfico que represe essas imagens em torno de um sentido, não mais factual e teleológico, mas voltado para o acontecimento e os múltiplos sentidos que a realidade pode ter. / [en] This work presents and analyzes the close proximity between Poetry and History that becomes the basis and method of writing Octavio Paz s poetic essays. The poet treats history as a place of poetry. This mobilizes the methodical category that is common in historiographical work, into the realm of fiction. What will be the impact on the mobilization of poetry and its terrain as a method for writing history? Since history is always tensioned between fiction and truth, is the critical narrative about the past subjected to truth? If poetry is always insurgent to the truth, the resulting force is destructive and favorable in relation to History. If, on the one hand, the concatenation of forces that the multiple images of the past evoked by Paz allow a proximity to the past, on the other hand, a brief moment of lucidity deprives the truth of the centrality of the historiographical discourse and the performance of the essay allows a historiographical procedure that represent these images around a sense, no longer factual and teleological, but turned to the event and the multiple meanings that reality can have.
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