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Negritudes, adolescências e afetividades: experiências afetivo-sexuais de adolescentes negras de uma periferia da cidade de São Paulo / Negritudes, adolescencias y afetividades: experiencias afectivo-sexuales de adolescentes negros de una periferia de la ciudad de São Paulo

Lima, Elânia Francisco [UNESP] 22 February 2018 (has links)
Submitted by Elânia Francisco Lima (lima.elaniafrancisca@gmail.com) on 2018-05-01T16:04:27Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO ELÂNIA F LIMA.pdf: 2692284 bytes, checksum: c03d6e941f3395fdf5b5b4374e1c6726 (MD5) / Approved for entry into archive by Milena Maria Rodrigues null (milena@fclar.unesp.br) on 2018-05-02T17:46:11Z (GMT) No. of bitstreams: 1 lima_ef_me_arafcl.pdf: 2692284 bytes, checksum: c03d6e941f3395fdf5b5b4374e1c6726 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-05-02T17:46:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 lima_ef_me_arafcl.pdf: 2692284 bytes, checksum: c03d6e941f3395fdf5b5b4374e1c6726 (MD5) Previous issue date: 2018-02-22 / A adolescência, culturalmente construída, ocorre de forma simultânea à puberdade, período marcado por intensas mudanças físicas e psicológicas. É na adolescência que a pessoa está mais sensível e atenta para o modo como sua imagem corporal é julgada, fato que pode interferir diretamente na construção de sua autoestima. Para adolescentes negros, ainda há a intersecção da questão racial. Assim, além de ter a autoestima influenciada pelas mudanças hormonais e emocionais, adolescentes negros podem ter sua autoimagem fragilizada pelas situações de racismo vivenciadas na infância e perpetuadas na adolescência. Realizando um recorte ainda mais específico, podemos dizer que as questões de gênero também são fatores importantes que influenciam na autoestima e imagem corporal de adolescentes do gênero feminino, uma vez que há um ideal de beleza branco estabelecido na sociedade brasileira. Entendendo que adolescentes negras trazem em seus corpos marcas da intersecção das opressões de gênero, raça e classe, buscamos compreender como, e se, o racismo afeta as vivências afetivo-sexuais de adolescentes negras periféricas. Para isso, entrevistamos seis adolescentes negras, moradoras do distrito do Grajaú, localizado na periferia do extremo sul da cidade de São Paulo. As entrevistas ocorreram em dois momentos: inicialmente com entrevistas individuais utilizando como recurso metodológico a História de Vida e, por fim realizamos um Grupo Focal de Finalização com a presença de todas as adolescentes. Tanto as entrevistas individuais quanto o Grupo Focal foram transcritos e analisados com o recurso da Análise de Conteúdo. Como resultado, a pesquisa revelou que, desde a infância, essas adolescentes foram vítimas de racismo que, na puberdade geraram fragilização em sua autoestima e preterimento, além disso, as entrevistadas revelaram não se considerarem tão belas quanto adolescentes brancas. A hiperssexualização não se fez aparente nos discursos, ao contrário, o que observamos foram relatos de situações de rechaçamento por parte de outros adolescentes. As seis histórias de vida narradas, foram atravessadas pela presença intensa de situações em que o racismo gerou fragilidades no olhar de cada adolescente sobre si e sobre seu desenvolvimento afetivo-sexual. Essa pesquisa traz reflexões sobre os impactos do racismo na afetividade e sexualidade de adolescentes negras periféricas, além de chamar atenção para a importância de considerar a intersecção de raça, gênero, classe, faixa etária e afetividade nos trabalhos de Educação em Sexualidade com adolescentes. / Adolescense, culturally built, occurs simultaneously with puberty, a period marked by intense physical and psychological changes. Is in the adolescence that the person is more sensitive and attempt to how your body image is judged, fact that can directly interfere in your self esteem construction. For black adolescents, there is still the intersection of racial question. Thus, besides having the self esteem influenced by emotional and hormonal changes, black adolescents can have your self image fragilized by racism questions lived in childhood and disturbed in adolescence. Making an even more specific cut, we can say that gender questions can also be important factors that influence in self esteem and body image of female gender adolescents, once there is a white beauty ideal stabilized upon brazilian society. Comprehending that black black adolescents bring in their bodies marks of the intersection of gender, race and social class oppression, we seek to understand how, and if, racism affects the affective-sexual experiences of black peripheral adolescents. For this, we interviewed six black adolescents, living in the Grajaú district, located on the outskirts of the southern tip of the city of São Paulo. The interviews occured in two moments: initially with individual interviews using as a methodological resource the History of Life and, finally, we held a Finalization Focus Group with the presence of all the adolescents. Both the individual interviews and the Focus Group were transcribed and analyzed using Content Analysis. As result, the research revealed that, since the childhood, these adolescents were victims of racism that, in puberty generated embrittlement in their self-esteem and preterity, in addition,the interviewees revealed that they did not consider themselves as beautiful as white adolescents. The hypersexualization was not made apparent in speeches, on the contrary, of what we have observed was reports of situations of rejection by other adolescents. The six stories of life narrated were crossed by the intense presence of situations in which racism generated grooves in each teenager's gaze on himself and his affective-sexual development. This research brings reflections on the impacts of racism on the affectivity and sexuality of peripheral black adolescents, and draws attention to the importance of considering the intersection of race, gender, class, age group and affectivity in the studies on Sexuality Education with adolescents.

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